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Carta de amor a uma lésbica (Jackie Hill) – Campos de Boaz
Querida ______, Apenas quero que você saiba que eu entendo. Entendo como é estar apaixonada por uma mulher. Querer nada mais do que estar com ela para sempre. Sentindo como se o universo tivesse pregado uma peça sem graça em seu coração ao permitir que você caísse nas mãos de uma criatura que se parece exatamente como você. Eu também era lésbica. Tinha atração pelo mesmo sexo desde os cinco anos de idade. À medida que eu crescia, esses sentimentos nunca diminuiram. Apenas cresceram. Eu me via tendo quedas pelas minhas melhores amigas, mas tinha muita vergonha para admitir para elas – e muito menos para mim. Aos 17 anos finalmente tomei a decisão de ir atrás desses desejos. Envolvi-me em um relacionamento com uma jovem que se tornou a minha “primeira”. Na primeira vez que nos beijamos pareceu extremamente natural, como se esse sentimento fosse tudo que eu sempre quis. Depois dela veio outra mulher, e depois outra. Ambos os relacionamentos foram bastante sérios, cada um levou mais de um ano. Curti esses relacionamentos e amei muito essas mulheres. E cheguei ao ponto de desejar renunciar a tudo, inclusive a minha alma, para desfrutar do amor delas na terra. […]
Francisco Nunes