Horatius Bonar

Temos aqui algum perigo de cairmos num cristianismo efeminado e fraco (soft), sob o apelo de uma teologia etérea (irreal) e arrogante. O cristianismo nasceu para ser resistente; não uma planta exótica, mas, sim, uma planta forte,imune ao frio, rodeada por um vento cortante; não lânguida (frouxa), nem infantil nem covarde.

Anda com passo forte e postura ereta; é bondoso, mas firme; suave, mas correto; calmo, mas não superficial; prestativo mas não imbecil; decidido, mas não grosseiro. Não teme falar a palavra severa de condenação contra o erro, nem levantar a voz contra os males ao redor, sob o pretexto de que não é deste mundo; não evita dar uma reprovação honesta só para que não venha a ser responsabilizado por ter exibido um sentimento anticristão.

Chama pecado de pecado, onde quer que ele se encontre, e antes arriscaria a acusação de atuar com um sentimento mau que não cumprir um dever explícito.

Propomo-nos a não condenar palavras fortes usadas em discussões honestas. No calor (da discussão) pode estar escondida uma víbora que salta diante de nós, mas nós a sacudimos e ela não nos causará nenhum mal.

A religião de ambos os Testamentos, tanto do Antigo quanto do Novo, é marcada por testemunhos francos e fervorosos contra o mal.

Falar palavras amaciadas em tal caso será sentimentalismo, mas não é cristianismo. Seria traição da causa de verdade e da retidão. Se qualquer um deve ser franco, valoroso, honesto, alegre (eu não digo obtuso nem rude, pois um cristão deve ser cortês e gentil); o cristão é aquele que provou que o Senhor é gracioso, e ele aguarda e apressa a a vinda do dia de Deus.

Sei que esse cobrirá de amor uma multidão de pecados; mas não chama o mal de bem só porque foi um homem bom que fez este mal; não desculpa inconsistências só porque o irmão inconsistente tem um nome honrado e um espírito fervoroso; desonestidade e mundanismo continuam sendo desonestidade e mundanismo, embora exibido em um que parece ter alcançado uma posição elevada e realizações fora do comum.

Campos de Boaz: colheita do que Cristo, o Boaz celestial, espalhou em Seus campos é um projeto cristão voluntário sob responsabilidade de Francisco Nunes.
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