(G. Setzer)

O profeta Daniel é mencionado na Bíblia, pela primeira vez, quando era ainda adolescente. E desaparece do cenário bíblico quando já era muito idoso. Durante os anos de seu cativeiro em Bailônia, Daviel viveu muitas experiências difíceis. Mas há algo que sempre o caracterizou: sua fidelidade a Deus.

Neste artigo, veremos como o profeta Daniel deu provas de sua fé nas diferentes e duras etapas pelas quais teve de passar.

Tempos de exaltação: Em primeiro lugar, Daniel pertencia à linhagem real, era bem aparentado e inteligente. Mas a beleza não era só física, pois também manifestava uma atitude interior excelente: desde jovem se mostrava diligente, idôneo e trabalhador (Dn 1.3,4).

Tempos de humilhação: Mas este jovem cheio de esperança foi deportado para o cativeiro babilônico. Mesmo como escravo em um país estrangeiro, ele dá grande importância à lei de seu Deus. Por isso, propõe no coração não se contaminar com comidas nem bebidas, mesmo que fossem os finos manjares do rei (vv. 6-16).

Exaltação: Ao fim de uma preparação de três anos em Babilônia, Daniel presta o exame final diante do grande rei Nabucodonosor e supera em dez vezes os intelectuais babilônicos (vv. 17-21).

Humilhação: Pouco depois, Daniel é um condenado à morte: Nabucodonosor decide matar a todos os sábios de Babilônia porque são incapazes de contar-lhe o sonho que tivera e de interpretá-lo. Ao tomar conhecimento da terrível ordem, Daniel reage com tranqüilidade e com sensatez: reúne-se com seus amigos e ora a Deus. Então, o Senhor lhe revela o sonho do rei e sua interpretação. Quando explica tudo a Nabucodonosor, ele o faz humildemente e dá a honra somente a Deus (2.1-45).

Exaltação: Pelo fato de Daniel ter interpretado o sonho de Nabucodonosor, este o enaltece: coloca-o por governador sobre toda a província de Babilônia e o promove a chefe supremo de todos os seus sábios (vv. 46-49). No entanto, essa ascensão não lhe sobe à cabeça. Na primeira ocasião, vemos que atesta fielmente a verdade a Nabucodonosor e não teme anunciar-lhe o juízo de Deus (4.1-24).

Humilhação: Depois da morte de Nabucodonosor, Daniel cai no esquecimento: Belsazar, neto de Nabucodonosor, não o conhece (5.7-12). No entanto, durante o tempo em que Daniel não é mais o centro da atenção e do poder, vive em íntima comunhão com Deus e recebe Dele profecias grandiosas (7.1ss; 8.1ss. No livro de Daniel, os acontecimentos nem sempre são narrados na ordem cronológica. Isso pode ser visto claramente nas indicações de tempo no começo dos capítulos em questão.). Quando Daniel é levado à presença de Belsazar para interpretar uma misteriosa escritura que apareceu na parede, anuncia, de novo, fiel e valentemente, a mensagem do juízo divino (5.17-28).

Exaltação: O rei Belsazar ficou impressionado com a interpretação que Daniel lhe dá da escritura divina na parede. Então, ordena que ele seja vestido de púrpura, que se lhe ponham um colar de ouro no pescoço e proclamem que ele é o terceiro senhor do reino de Babilônia (5.29). Mas Daniel não se deixa impressionar com as homenagens daquele homem mau.

Humilhação: Essa exaltação dura muito pouco tempo, pois nessa mesma noite Babilônia foi conquistada pelos medo-persas. Assim, o poder de Daniel é anulado. Mas o profeta também permanece fiel durante o reinado de Dario, da Média, que estava envolvido na conquista de Babilônia. No primeiro ano do reinado de Dario, Daniel estudava diligentemente as Santas Escrituras e compreendeu que o cativeiro de 70 anos dos judeus estava prestes a chegar ao fim (9.1ss).

Exaltação: Por esse tempo, Dario estabeleceu 120 sátrapas para que administrassem o reino, e, sobre eles, três governadores, dos quais um era Daniel. Nessa posição, Daniel também se comportou impecavelmente e superou a todos os seus companheiros e súditos, o que despertou a inveja daqueles governadores (6.1-10).

Humilhação: Os invejosos conseguiram fazer com que Dario promulgasse um edito insolente: por trinta dias, ninguém podia fazer qualquer petição a “qualquer deus ou homem” que não fosse o próprio rei. Era uma armadilha astuta em que aquele que orava fielmente a seu Deus cairia, pensaram os governadores e os sátrapas. E, de fato, com as janelas abertas para o lado de Jerusalém, Daniel continuava orando três vezes ao dia e expunha suas petições diante de Deus. Como castigo, foi lançado na cova dos leões. O ponto mais humilhante de sua vida havia chegado. Mas, também nesse momento, confia em Deus, e um anjo enviado pelo Senhor fecha a boca dos leões famintos (vv. 11-23).

Exaltação: Dario se alegra em ver que Deus havia livrado dos animais selvagens o melhor homem de seu reino, e ordena que o Deus de Daniel fosse reconhecido em toda a terra. Após isso, o nome de Daniel é mencionado esparsamente, e ele tem êxito durante o reinado de Dario e o de Ciro (vv. 26-29). A glória não mudou de nenhuma maneira a atitude desse servo de Deus: ele continuou andando com Deus incansavelmente. Deus pôde revelar-se novamente a ele, como mostram os capítulos 10 e 11.

Humilhação: Por fim, em Daniel 12, vemos sua última “humilhação”: sua morte. “Tu, porém, vai até o fim” (v. 13). Estamos convencidos de que o “homem muito amado” (10.11) viveu para Deus até seu último suspiro.

Exaltação: Mas sua história ainda não terminou. “E te levantarás na tua herança, no fim dos dias” (12.13). O livro termina mencionando a exaltação definitiva de Daniel. Na ressurreição, ele será recompensado por sua fidelidade e consagração, por sua firmeza e perseverança.

Nós nunca estivemos numa cova de leões, tampouco reinamos sobre nações; no entanto, na vida de cada um também há tempos bons e tempos ruins. Nossas circunstâncias variam, as situações mudam, mas uma coisa deve nos caracterizar constantemente: nossa fidelidade, assim como a vista em Daniel.

Você está bem e tem sucesso? Então, não se afaste ingratamente de seu Senhor. Sua vida está num vale contínuo? Descanse em Deus e não perca a confiança. Animemo-nos todos com o testemunho de Daniel, para que marchemos com fidelidade imperturbável.

(Traduzido por Francisco Nunes de “Firme y fiel como Daniel”, Un mensaje bíblico PARA TODOS, no. 01/2015. Publicado na Suíça por Ediciones Bíblicas PARA TODOS. Esse artigo pode ser reproduzido, desde que não haja alteração, sejam conservadas as informações de autoria e de tradução e seja usado exclusivamente de modo gratuito.)

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