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Gotas de Orvalho (142) – Fanny Crosby

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Talvez em algum momento da vida você tenha enfrentado uma situação tão difícil que é quase impossível descrever em palavras todo o sofrimento que lhe causou.

Convido você a refletir sobre a vida de Fanny Crosby, que ficou cega de maneira irremediável com seis semanas de vida devido a um erro médico. Apesar disso, ela aprendeu a conhecer o Senhor em meio às dificuldades, e tornou-se uma grande poeta, compondo quase nove mil hinos, dentre os quais muitos cantados até hoje em todo o mundo.

Veja o que ela testemunhou sobre sua condição:

Parece ter sido intenção da providência de Deus que eu fosse cega toda a minha vida, e eu lhe agradeço essa dispensação. Se uma perfeita visão terrestre me fosse oferecida amanhã, eu não iria aceitá-la. Pode ser que não tivesse hinos cantados para o louvor de Deus, se eu ficasse distraída pelas belas e interessantes coisas em torno de mim. […] Quando eu chegar ao céu, o primeiro rosto que alegrará meus olhos será o de meu Salvador.

Em meio às limitações, compreendeu o quanto Cristo lhe era suficiente, e sua confiança Nele é fartamente expressa em suas canções. Recorde algumas de suas composições e seja encorajado a seguir ao Senhor, ainda que não compreenda agora o caminho por onde Ele o levar.

Minha possessão eterna,
És o meu maior amor;
Bem maior que o bem da vida,
És, meu Deus, meu Salvador.

Junto a Ti, junto a Ti,
Junto a Ti, junto a Ti,
Quero andar contigo sempre
Na jornada minha aqui.

Meu Senhor, sou Teu, Tua voz ouvi
A chamar-me com amor!
E contigo sempre desejo estar,
Ó bendito Salvador!

Mais perto da Tua cruz
Quero estar, ó Salvador!
Mais perto da Tua cruz
Eu desejo estar, Senhor
.

Quero estar ao pé da cruz,
Que tão rica fonte
Corre franca, salutar,
De Sião no Monte.

Sim, na cruz, sim, na cruz,
Sempre me glorio!
E, por fim, descansarei,
Salvo, além do rio.

Que segurança! Sou de Jesus!
Por Ele agora vivo na luz!
De Deus herdeiro a mim me tornou
Pelo Seu sangue, que me salvou.

Canta, minh´alma! Canta ao Senhor
As maravilhas do Seu amor!
Canta, minh´alma! Canta a Jesus!
Por Ele vives hoje na luz.

A Deus demos glória por Seu grande amor,
O Filho bendito por nós todos deu;
E graça concede ao mais vil pecador,
Abrindo-lhe a porta de entrada no céu.

Exultai! Exultai! Vinde todos louvar
A Jesus, Salvador, a Jesus, Redentor!
A Deus demos glória, porquanto do céu
Seu Filho bendito por nós todos deu!

Desperta já, meu coração
E louva ao Salvador,
Cantando em hinos triunfais
Que Deus é o Deus de amor.
Imenso amor! Amor sem par!
Preenche os vastos céus,
Alcança a terra e a todos nós,
Insigne amor de Deus!

Desperta já, meu coração,
E louva ao grande Salvador;
Cantando em hinos triunfais
Que Deus é o Deus de amor.

Conta-me a história de Cristo,
Grava-a no meu coração!
Conta-me a história inaudita
De graça, paz e perdão.
Conta como Ele, encarnando,
Veio no mundo morar;
Aos pecadores indignos,
De Deus o amor revelar.
Aos pecadores indignos,
De Deus o amor revelar.

 


Fanny Crosby nasceu no condado de Putnam, estado de Nova York, em 24 de março de 1820. Seus pais, fazendeiros pobres, eram puritanos dedicados. Em novembro daquele ano, seu pai, John Crosby, morreu. Por necessidade, sua mãe, Mercy, foi trabalhar numa fazenda vizinha, deixando Fanny aos bons cuidados da avó, Eunice. Para outra pessoa, ser cega poderia ser o fim, mas não para Fanny. Sua avó decidiu ser seus olhos. Dedicando-se de corpo e alma ao bem da neta, ensinou-a muitas coisas que fariam dela uma menina independente e alegre. Com 15 anos, Fanny entrou no Instituto Para Cegos, em Nova York, com excelente aproveitamento. Continuou no seu hábito de escrever poesia, muitas vezes solicitada a suprir a letra para músicas que lhe eram entregues. Além de tocar violão, que aprendera quando criança, tornou-se cantora concertista, pianista talentosa e proficiente e aprendeu órgão e harpa. Ao se formar, tornou-se professora da instituição. Em 1858, Fanny casou-se com o professor de música e cantor de concerto Alexandre Van Alstyne. Nessa época, ela havia deixado o ensino para acompanhá-lo tocando piano e harpa em apresentações públicas. Compôs diversas canções populares nesse período. Na mesma ocasião, a vida trouxe-lhe uma das maiores aflições que uma pessoa pode enfrentar: a perda de um filho. A criança, sua única filha, morrera ainda pequena.

Fanny chegou a usar 204 pseudônimos. Nunca fez questão de remuneração adequada. Morava em lares muito simples, vivia modestamente e dava muito do que recebia aos outros. Não se gabava por sua fama. Conheceu mais de um presidente de seu país. Foi a primeira mulher a falar diante do Senado dos Estados Unidos. Pregava nos púlpitos de grandes igrejas e fez conferências em muitos lugares. A sua própria maneira, tornou-se uma das evangelistas mais proficientes da época.

Fanny morreu aos 94 anos em Bridgeport, estado de Connecticut, em 12 de fevereiro de 1915. Encontra-se sepultada no Mountain Grove Cemetery and Mausoleum, Bridgeport, Condado de Fairfield, Connecticut, nos Estados Unidos. A pedra de sua sepultura é simples, como pedira; tinha simplesmente as palavras Aunt Fanny – She Did What She Could (Tia Fanny – Ela fez o que pôde). Em 1955, um grande monumento foi erigido sobre o túmulo, homenageando esta serva de Deus e incluindo a primeira estrofe de “Que segurança! Sou de Jesus!” Para Fanny Crosby,

os hinos mais duradouros nascem nos silêncios da alma, e nada deve se intrometer entre eles até tomarem a forma da linguagem. Algumas das mais doces melodias do coração jamais verão a luz da página impressa. Muitas vezes, as canções sem palavras têm significado mais profundo do que as combinações mais sofisticadas de palavras e música.

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