Você se imagina aí?

“Porventura estará firme o teu coração? Porventura estarão fortes as tuas mãos, nos dias em que Eu tratarei contigo? Eu, o Senhor, o disse e o farei” (Ezequiel 22.14).

 

Imagine-se ser lançado em uma fornalha ardente, ou em um grande forno, onde sua dor seria tão maior do que a ocasionada por acidentalmente tocar uma brasa, pois o calor é muito maior. Imagine também que seu corpo vá ficar lá por um quarto de hora, sentindo, durante todo esse tempo, a plena sensação do calor. Que horror você sentiria já na entrada desse forno!

E quanto tempo esse quarto de hora pareceria para você! E, depois de ter sofrido por um minuto, como seria para você pensar que ainda teria de suportar os outros 14 minutos? Mas qual seria o efeito sobre sua alma, se você soubesse que estaria continuamente nesse tormento por 24 horas?

E quão maior seria o efeito, se você soubesse que deveria suportá-lo por um ano inteiro!

E quão muito maior ainda, se você soubesse que teria de suportá-lo por mil anos!

Ou então, como seu coração se abateria, se você considerasse, se você soubesse que você teria de suportá-lo para todo o sempre! Que não haveria fim!

Que, depois de milhões e milhões de eras, seu tormento não estaria mais próximo de um fim, que nunca estaria, e que você nunca, nunca iria ser livre!

Se você não é um cristão verdadeiro, seu tormento no lago de fogo1 será imensamente maior do que essa ilustração representa!

Como irá o coração de uma pobre criatura submergir sob esse fato! De que maneira totalmente inexprimível e inconcebível será o naufrágio da alma nesse caso!

Seja você quem for – jovem ou velho, pequeno ou grande –, se você está sem Cristo, se não é convertido, essa é a ira à qual você está condenado. Essa é a ira que está sobre você. Esse é o lago de fogo sobre o qual você está pendurado, e em que você está pronto a cair todos os dias e todas as noites.

Você pode efetivamente escapar desses tormentos horríveis e terríveis. Você é chamado a fugir e a abraçar Aquele que veio ao mundo com o fim de salvar os pecadores desses tormentos, e que pagou toda a dívida.

[Enquanto não crer], você está exposto ao castigo eterno, mas um Salvador foi providenciado, que é capaz e que se oferece gratuitamente para salvar você da punição.

A justiça está plenamente satisfeita em Cristo. Todos os que crêem são aceitos e justificados Nele. Por isso, creia Nele, venha a Ele, confie sua alma a Ele para ser salvo por Ele. Nele você estará a salvo dos tormentos eternos do lago de fogo.

E isso não é tudo: por meio Dele você herdará inconcebíveis bem-aventurança e glória, que terão uma duração eterna assim como os tormentos do lago de fogo. Pois, assim como, no último dia, o ímpio irá para o castigo eterno2, assim aqueles que confiam em Cristo, para a vida eterna3.

“Porventura estará firme o teu coração? Porventura estarão fortes as tuas mãos, nos dias em que Eu tratarei contigo? Eu, o Senhor, o disse e o farei” (Ezequiel 22.14).

 

Notas

1 Inferno, no original, também nas outras menções. Apesar de ser este o termo mais comumente usado, a Bíblia afirma claramente que o lugar do castigo eterno dos perdidos é o lago de fogo, a segunda morte, no qual “a morte e o inferno” serão lançados por Deus em Seu julgamento final sobre toda a criação (Ap 20.11-15). (N. do R.)

2 O evangelho bíblico, que inclui o aviso sobre o castigo eterno dos que não crêem, que condena o pecador não-arrependido, que não contemporiza o pecado, que indica um único caminho para a salvação, foi quase totalmente substituído por um evangelho falso, água-com-açúcar, que fala apenas de um deus que quer fazer o bem para o homem, que não quer vê-lo triste, que não condena seu pecado… O “Arrependei-vos”, proclamado por Jesus e os apóstolos, foi substituído pelo inócuo “Jesus te ama e quer te fazer feliz”. A falta de amor e a desconsideração com que o evangelho bíblico foi pregado por alguns não pode servir de desculpa para abrirmos mão dele. Devemos seguir o exemplo dos fiéis servos de Deus do passado que, sem deixar de lado a mensagem acerca da condenação eterna, eram movidos por profundo amor pelos pecadores, por vezes sendo levados às lágrimas enquanto pregavam. Todo humanismo, toda complacência, todo medo de ofender as pessoas, todo receio de chamar o pecado de pecado, todo desvio da verdade bíblica no tocante à apresentação das boas-novas terá um único resultado: pessoas condenadas eternamente por não terem ouvido a verdade ou por terem crido na mentira que lhes foi mostrada. (N. do R.)

3 Cremos que antes do último dia já haverá crentes desfrutando da vida eterna, por terem participado por mil anos, como os vencedores, das bodas do Cordeiro (Ap 20.4-6). (N. do R.)


(Traduzido por M. Luca, revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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