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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (414)

Ninguém além de Deus conhece o abismo de corrupção que está em meu coração. Ele o conhece e cobre-o todo no sangue do Cordeiro.

(Charles Spurgeon)

Vá a Deus em busca de misericórdia. Suplique pela satisfação de Cristo, e esse é um argumento que Deus não pode negar.

(Thomas Watson)

Fé é como uma mão vazia e aberta estendida em direção a Deus, sem nada a oferecer e com tudo a receber.

(João Calvino)

A única maneira de aprender uma fé forte é suportar grandes provas. Eu tenho aprendido minha fé por meio de permanecer firme em meio a testes severos.

(George Müller)

Não devemos estar preocupados apenas com aquilo que nos aborrece, mas com tudo que aborrece Deus.

(John Owen)

Não foi meu bom estado de espírito que melhorou minha retidão, nem foi meu estado ruim que tornou minha retidão pior, pois minha justiça era o próprio Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e eternamente.

(John Bunyan)

Dizer que alguém pode perder a salvação é dizer que Cristo não é um bom pastor.

(Clemente de Roma)

Vivamos de maneira que nosso propósito seja firme para com Deus e estejamos cientes de tudo fazer, até mesmo as coisas comuns, para Seu prazer, conforme Sua vontade e para Sua glória, e que o amor de Deus nos constranja em todas as nossas ações.

(Richard Baxter)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (312)

Ser um pregador, um expositor do Livro de Deus, é uma das coisas mais perigosas do mundo.

(Martyn Lloyd-Jones)

Quanto mais reverência nós tivermos pela Palavra de Deus, mais alegria encontraremos nela.

(Matthew Henry)

E isso não é para meu conforto? Apesar do mundo me odiar, Cristo ainda me ama.

(Thomas Watson)

Eu tenho uma secreta satisfação na grandeza das dificuldades que encontro pelo caminho. Em vez de ser abatido por causa delas, elas deleitam minha alma.

(George Müller)

Se tu queres livrar-te das tentações, labora por ter contentamento. É a paz de Deus que guarda o coração da tentação.

(Jeremiah Burroughs)

Ninguém é tão mau que o evangelho não lhe possa dar uma base de esperança. Ninguém é tão bom que tenha uma justa base de esperança sem ele.

(John Newton)

O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia. Em Ti confiarão os que conhecem o Teu nome, porque Tu, Senhor, nunca desamparaste os que Te buscam.

(Sl 9.9,10)

O apetite pela Palavra de Deus cresce naqueles que se alimentam dela.

(Charles Spurgeon)

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Encorajamento Sofrimento T. Austin-Sparks

“Nem cheiro de fogo”

Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei Nabucodonosor: “Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.”

Então Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer. E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente. Então estes homens foram atados, vestidos com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo ardente. E, porque a palavra do rei era urgente, e a fornalha estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que carregaram a Sadraque, Mesaque, e Abednego. E estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.

Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: “Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados?” Responderam e disseram ao rei: “É verdade, ó rei.” Respondeu, dizendo: “Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.”

Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: “Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde!” Então Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.

E reuniram-se os príncipes, os capitães, os governadores e os conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles.

(Dn 3.16-27)

Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não O havendo visto, amais; no qual, não O vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso.

(1Pd 1.6-8)

“A prova da vossa fé”. Vamos considerar quatro coisas que são o resultado da prova.

O resultado da prova

1. A autodestruição do inimigo

Quão maravilhosamente superior foi a situação daqueles três homens! Com a proximidade da provação, com a ameaça sobre a cabeça, quão sumamente despreocupada foi sua resposta ao rei! “Não necessitamos de te responder sobre este negócio.” Isso era uma bem estabelecida confiança de coração, o resultado de integridade de vida e de caminhar diante de Deus. A preocupação deles é que, de modo algum, poderiam comprometer seu relacionamento com o Deus Altíssimo. Ameaçaram-nos com a fornalha ardente – eles estavam muito acima disso. E o primeiro efeito de lançarem aqueles três homens na provação justificou a confiança deles, porque os que foram usados pelo inimigo para lançá-los no fogo foram consumidos pelo fogo.

Se nossa vida está corretamente posicionada em relação ao Senhor a quem confessamos e servimos, não precisamos temer o fogo.

Certamente, devemos ser sábios para não convidar o fogo, mas, se no curso de nossa vida e de nosso testemunho, se e quando o fogo vier, não precisamos temê-lo. Os próprios instrumentos que o inimigo usa para levar-nos à situação ardente serão consumidos. Isso é uma palavra muito solene para qualquer um que seja achado criando condições ardentes para os santos. A preocupação dos santos deve ser apenas seu relacionamento com o Senhor.

2. O desatamento das amarras

Outro resultado do fogo é o desatamento das amarras. Você está no fogo? Quer uma boa razão para estar ali? Aqui está uma, que pode se aplicar a você: o fogo é ordenado por Deus com o propósito de desprender você de amarras. Sim, as limitações que as circunstâncias e as condições fora de nós impõem a nós, as frustrações das quais estamos tão conscientes – elas são tratadas com o fogo.

Mas o que dizer das limitações, as amarras, que são particularmente nossas, dentro de nós – as amarras de nossa constituição, as características de nosso temperamento? O mesmo é verdade. Aqui está um Deus amoroso ordenando o fogo e permitindo que o inimigo esquente a fornalha sete vezes mais, com o propósito, no coração de Deus, de desprender-nos das amarras. Oh, isso está acontecendo conosco? Os fogos estão sendo atiçados a uma intensidade tal que nunca pensamos ser possível suportar, e estamos sendo libertados por meio deles? Estamos sendo levados à gloriosa liberdade dos filhos de Deus? Estamos sendo livrados daquelas coisas que tanto arruinaram nossa vida, nosso testemunho, nosso ministério?

Talvez você sinta que não tenha muitas amarras. Bem, alguns de nós têm, e alguns de nós estão satisfeitos que seja isso o que Deus está fazendo no fogo. Há uma libertação no fogo.

3. Comunhão próxima com o Senhor

Outra coisa que aconteceu no fogo é que aqueles três homens se encontraram com Alguém numa comunhão e companhia mais próximas do que eles já houvessem experimentado. Nós conhecemos um pouco sobre isto, não é? No fogo, virmos a um conhecimento [especial] de nosso Senhor. Passamos pela fase do fogo e dizemos:

“Eu nunca teria conhecido o Senhor desta maneira se não fosse pelo fogo. Foi no fogo que eu O encontrei dessa forma. Antes, eu sabia toda a teoria sobre isso, mas eu alcancei a realidade aqui.”

Algumas versões registram que Nabucodonosor disse, em sua ignorância: “O aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses”, mas, no que diz respeito a nós, era o Filho de Deus. Passamos pelo fogo em comunhão com nosso amado Senhor. Bem, o fogo é justificado.

4. A suprema glória: nenhum cheiro de fogo, mas alegria inefável

Mas, para mim, a coroa de tudo isso foi o que se seguiu, e este é o real encargo de meu coração. Eles saíram do fogo, e não havia nem mesmo cheiro de fogo sobre eles. Eu penso que isso é maravilhoso. Sim, maior conhecimento do Senhor; sim, libertação e emancipação; sim, mas nem mesmo o cheiro de queimado! Qual é a interpretação disso? Bem, eu penso que não há dúvida de que um esforço muito grande do adversário na fornalha ardente – se ele não puder nos impedir de sair e não puder consumir-nos no fogo – é, então, deixar as marcas e o cheiro sobre nós para que, nos dias subseqüentes, as pessoas irão associar conosco o tema do sofrimento e da provação. Você vê o que isso faz: atrai atenção para nós, e o diabo não se importa que, por ser a atenção desviada para nós, o Senhor seja ocultado.

Ter cheiro de queimado sobre nós significa que o sofrimento e a provação pelos quais passamos eclipsaram a glória. Sair da provação de fogo de nossa fé sem o cheiro de queimado significa, eu penso, o cumprimento da palavra de Pedro: “Jesus Cristo; ao qual, não O havendo visto, amais; no qual, não O vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso [cheio de glória]” (1Pd 1.8). Isto é o que se segue à palavra concernente à provação em fogo de nossa fé: “gozo inefável e glorioso”.

Aqui está a coroa de um tempo desesperadamente negro, de, talvez, anos de sofrimento, de teste de nossa fé: alegria além do que é possível falar, cheia de glória. O inimigo sempre busca roubar nossa alegria e frustrar o desejo do Senhor de que sejamos irradiadores de Sua glória – e por meio da provação de fogo ele freqüentemente consegue.

Recentemente tive ocasião de ver um irmão que antes da última guerra [a Segunda Guerra Mundial] estava no Continente [na Europa]. Ele havia sido aprisionado por anos em um dos maiores campos de concentração. Sem tentar descrever suas lancinantes experiências em detalhes, é suficiente dizer que, em razão da posição que tomou, por, pelo menos, três vezes ele foi amarrado de cabeça para baixo no galho de uma árvore e espancado até ficar inconsciente. Eu estava interessado em vê-lo e notar quais foram os efeitos do sofrimento sobre ele. A fé daquele homem estava intacta; sua força foi aumentada e a marca proeminente não era o sofrimento, mas a glória. Ele é cheio de alegria. Sim, eu penso que ele conhece alguma coisa sobre a alegria inefável.

A necessidade de vigilância

O inimigo está, agora, fazendo um esforço muito grande para roubar nossa alegria. Se ele não puder nos manter na fornalha, jogará sobre nós algum cheiro de fogo para que, por onde quer que formos, as pessoas digam: “Tadinho! Ele está passando por uma situação terrível. Eu não sei como ele agüenta! Eu não sei o que ele vai fazer!” Você vê o que o cheiro de fogo está fazendo: está atraindo a atenção para nós mesmos.

Eu tenho sido bastante impressionado com quanto júbilo e alegria estão relacionados com a unção. Estamos familiarizados com o pensamento de que a unção traz poder e o exercício da autoridade do Trono, mas lembremos a palavra em Salmos 45.7 citada em Hebreus 1.9: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que a Teus companheiros”. Aqui está Aquele que se posiciona por Deus supremamente, entregue por um caminho de provação, de sofrimento, à fornalha ardente; sim, mas Esse é proeminente em júbilo e alegria.

Outra vez, o Senhor Jesus toma a profecia concernente a Si mesmo em Isaías 61 e diz: “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim; porque o Senhor Me ungiu” (v. 1). Olhe para essa profecia e veja quanto júbilo e quanta alegria se seguem à unção: “Glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado” (v. 3). Por causa da grandeza da pressão e da adversidade em que se encontra, você está em perigo de perder a alegria? Você está tão feliz no Senhor agora que está caminhando há algum tempo na estrada como estava quando começou? Sem dúvida, podemos desdenhosamente atribuir a alegria inicial à superficialidade das coisas no começo. “Esses jovens crentes”, nós dizemos, “não sabem o que sofrimento, provação e teste significam. Se eles soubessem, não estariam tão radiantes!” Ah, sim, mas será que não perdemos alguma coisa? Teremos seguido com o Senhor e perdido a alegria do Senhor? Se estamos conscientes de termos perdido alguma coisa dela, devemos adotar atitudes para recuperá-la.

Eu li uma propaganda que foi colocada no jornal: “Procuram-se cristãos – alegres, se possível”. Sim, nós rimos disso, mas evidentemente quem fez o anúncio não pensa que haja muita chance de encontrar alguém assim! Piedade verdadeira e mau humor não andam juntos. Temos de vigiar, pois o inimigo está pronto para roubar-nos e manter o cheiro de fogo sobre nós. Oh, que passemos pelas mais negras experiências e sejamos aqueles que são tão cheios do que ganhamos no fogo que o fogo fica em lugar secundário e que todos que se encontrarem conosco após a provação encontrem-nos “com gozo inefável e glorioso”!

Pode ser que alguns que lêem essas palavras não saibam do que estamos falando, desta “prova de nossa fé”. Tudo o que eu posso dizer a eles é:

“Não se preocupe com isso. Apenas entesoure a Palavra, pois, se você está andando com o Senhor, se você tem alguma fé para ser purificada, Deus irá purificá-la e, de algum modo, em algum dia, de alguma forma, você vai se encontrar no fogo e não terá como escapar. Esta não é a experiência de alguns santos especiais somente. O Senhor está por trás da purificação da fé de todo Seu povo, e você chegará ao dia do fogo. Quando isso acontecer, lembre-se que o Senhor quer que estas coisas [alegria inefável e cheia de glória e fé purificada] resultem disso. Não fique tão preocupado com o inimigo; ele não está no comando de nada. Em sua fúria e malícia, em seu ódio ele está fazendo certas coisas, mas Deus as está tornando em algo importante e as usando para aperfeiçoar aquilo que diz respeito a Ele e a nós, a fim de levar-nos ao fim que Ele deseja, que é Sua glória em nós.”

(Primeira publicação em 24.12.13; segunda publicação em 18.12.19.)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (279)

A igreja está tentando pregar moralidade e ética sem o evangelho como base. Ela está pregando moralidade sem piedade. E isso não funciona. Nunca funcionou e nunca funcionará.

(Martyn Lloyd-Jones)

O eterno amor de Deus, o Pai, deve ser nossa única esperança e única consolação. Permita-lhe sustentar você em todas as provações.

(George Whitefield)

Esteja bem seguro de que, se você caminhar com o Senhor, e olhar para Ele, e esperar ajuda Dele, Ele nunca falhará com você.

(George Müller)

Um cristão humilde estuda as próprias enfermidades e as excelências de Outro.

(Thomas Watson)

Pecado não é fraqueza ― é uma doença. É uma flagrante rebelião contra Deus, e a magnitude dessa rebelião é expressa pela cruz do Calvário.

(Oswald Chambers)

A adoção nos dá o privilégio de filhos; a regeneração, a natureza de filhos.

(Stephen Charnock)

Redentor! Os Teus eleitos
bem-aventurados são;
do pecado redimidos,
nunca mais perecerão.

(Hinário evangélico, 292)

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Encorajamento J. C. Ryle Perseverança

A prática de examinar a si mesmo

Termino aqui minhas perguntas. Eu poderia facilmente adicionar mais algumas, mas acredito que já disse o suficiente no início deste volume [Practical Religion [Religião prática] (Londres: Charles Murray, 1900)] para despertar em muitas mentes a auto-indagação e o examinar a si mesmo. Deus é minha testemunha de que não disse nada que não considerasse de suma importância para minha própria alma. Eu só quero fazer o bem aos outros. Permitam-me concluir agora com algumas palavras de aplicação prática.

Algum leitor deste artigo está dormindo e não pensa de modo algum sobre religião? Oh, acorde e não durma mais! Olhe para os cemitérios. Uma a uma, as pessoas a seu redor estão entrando neles, e você deverá repousar lá um dia. Aguarde um mundo vindouro, coloque a mão no coração e diga, se você ousar, que está apto a morrer e a encontrar Deus. Ah! Você é como quem dorme em um barco à deriva na direção das cataratas do Niágara! “Que tens, dorminhoco? Levanta-te, clama ao teu Deus” (Jn 1.6). “Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5.14).

Algum leitor deste artigo está se auto-condenando e com medo de que não haja esperança para sua alma? Deixe de lado seus medos e aceite o chamado de nosso Senhor Jesus Cristo aos pecadores. Ouça-O dizendo: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt 11.28). “Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba (Jo 7.37). “O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora (6.37). Não duvide que essas palavras sejam para você e para qualquer outra pessoa. Traga todos os seus pecados, descrença, sentimento de culpa, inaptidão, dúvidas e enfermidades – traga tudo a Cristo. “Este recebe pecadores” (Lc 15.2), e Ele receberá você. Não fique parado, entre duas opiniões e esperando uma ocasião conveniente. “Tem bom ânimo; levanta-te, que ele Te chama” (Mc 10.49). Venha a Cristo hoje.

Algum leitor deste artigo é um crente que professa Cristo, mas um crente sem alegria, paz e conforto suficientes? Siga esses conselhos hoje. Examine seu coração e veja se a falha não é inteiramente sua. É bastante provável que você esteja vivendo sem preocupações, satisfeito com um pouco de fé, um pouco de arrependimento, um pouco de graça, um pouco de santificação e inconscientemente se afastando dos extremos. Você nunca será um cristão muito feliz nesse ritmo, mesmo se viver até a idade de Matusalém. Se você ama a vida e deseja ver dias bons, mude seu plano sem demora. Saia ousadamente e aja decididamente. Seja minucioso, minucioso, muito minucioso em sua fé cristã e concentre-se totalmente no sol. Deixe de lado todo peso e o pecado que tão tenazmente o assalta (Hb 12.1). Esforce-se para se aproximar de Cristo, permanecer Nele, apegar-se a Ele, sentar-se a Seus pés como Maria e beber goles abundantes da fonte da vida. “Estas coisas”, diz João, “vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra” (1Jo 1.4). “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros” (v. 7).

Algum leitor deste artigo é um crente oprimido com dúvidas e medos, por causa de fraqueza, enfermidade e senso de pecado? Lembre-se do texto que fala de Jesus: “Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega” (Mt 12:20). Conforte-se com o pensamento de que esse texto é para você. E se sua fé é fraca? É melhor do que fé nenhuma. O grão de vida mínimo é melhor que a morte (Ec 9.4). Talvez você esteja esperando demais desse mundo. A Terra não é o céu. Você ainda está no corpo. Espere pouco de si mesmo, mas muito de Cristo. Olhe mais para Jesus e menos para si mesmo.

Finalmente, algum leitor deste artigo às vezes fica abatido com as provações que encontra no caminho para o céu – provações no corpo, provações no âmbito familiar, provações pelas circunstâncias, provações advindas dos vizinhos e provações por causa do mundo? Olhe para um Salvador compreensivo que está à mão direita de Deus e derrame seu coração diante Dele. Ele pode ser tocado com o sentimento das fraquezas que você tem, pois sofreu, sendo Ele mesmo tentado. Você está sozinho? Ele também esteve. Você é mal-compreendido e difamado? Ele também foi. Você foi abandonado pelos amigos? Ele também foi. Você é perseguido? Ele também foi. Você está cansado no corpo e entristecido no espírito? Ele também foi. Sim! Ele pode sentir por você e Ele pode ajudar tanto quanto sentir. Então, aprenda a se aproximar de Cristo. O tempo é curto. Ainda um pouco de tempo, e tudo terminará: em breve “estaremos sempre com o Senhor” (1Ts 4.17). “Porque certamente acabará bem; não será malograda a tua esperança” (Pv 23.18). “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará”(Hb 10.36,37).

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (256)

Arrependimento é o exercício de voltar do pecado para Deus. É o resultado natural de profunda humilhação e sincera confissão.

(Thomas Boston)

Se desejamos de fato que nossa fé seja fortalecida, não podemos nos esquivar de oportunidades em que ela seja provada, pois é por meio de provações que ela se robustece.

(George Müller)

A verdadeira sabedoria consiste em duas coisas: conhecimento de Deus e conhecimento de si mesmo.

(João Calvino)

Grande é o Senhor
e mui digno de louvor […]
Deus é conhecido
nos Seus palácios
por um alto refúgio. […]
Lembramo-nos, ó Deus,
da Tua benignidade,
no meio do Teu templo. […]
Este Deus
é o nosso Deus
para sempre;
Ele será nosso guia
até a morte.

(Sl 48.1,3,9,14)

Caros amigos, nós não podemos consertar o mundo. […] Mas podemos ver se estamos andando de ‘modo digno de Deus’ e permitindo que nossa luz brilhe de tal modo radiante que todos possam ver ainda mais claro o caminho para a cidade celestial porque nós o estamos trilhando.

(Susannah Spurgeon)

Verdadeiro discernimento significa não apenas distinguir o certo do errado. Significa distinguir o primário do secundário, o essencial do indiferente e o permanente do transitório.

(Sinclair Ferguson)

Aqueles que ensinam por meio de sua doutrina precisam ensinar por meio de sua vida, ou eles porão abaixo com uma das mãos aquilo que edificam com a outra.

(Matthew Henry)

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T. Austin-Sparks Vida cristã

Conhecer o Senhor

“Para conhecê-Lo…” (Fp 3.10).

“Estou há tanto tempo convosco, e não Me tendes conhecido, Filipe?” (Jo 14.9).

Leia também Fp 1.10; Hb 8.11; 1Jo 2.20,27.

É da maior importância para os filhos de Deus reconhecerem plenamente que, acima de todas as coisas, o objetivo de Deus é que eles O conheçam. Esse é o objetivo que governa todos os Seus tratos conosco. Essa é a maior de todas as nossas necessidades.

Isso é o segredo da força, da perseverança e do serviço. Isso determina a medida de nossa utilidade para Ele. Essa era a única paixão da vida do apóstolo Paulo. Essa era a causa de seu incessante trabalho a favor dos santos. Isso é o coração e o ponto central da Epístola aos Hebreus. Esse era o segredo da vida, do serviço, da persistência, da confiança do Senhor Jesus como Filho do homem.

Todos esses fatos precisam ser examinados mais de perto. Começamos sempre com o Senhor Jesus como o representante de Deus, o Homem de acordo com a mente divina. Em Sua vida na terra, não houve parte ou aspecto que não tivesse a força e a habilidade enraizadas em, e derivada de, Seu conhecimento interior de Seu Pai, Deus. Nunca podemos esquecer que Sua vida era de absoluta dependência de Deus, voluntariamente aceita. Ele atribuía tudo ao Pai: palavra, sabedoria e obras. Os milagres foram possíveis por meio de Seus apóstolos como por meio Dele mesmo. Isso não coloca os apóstolos no mesmo nível pessoal que Ele. Sua deidade permanece. Ele é Deus manifestado na carne, mas Ele aceitou, do ponto de vista humano e em relação ao homem, as limitações e a dependência do homem para que Deus pudesse ser Deus manifestado. Há uma sujeição aqui segundo a qual, de Si mesmo, Ele não é capaz de fazer coisa alguma (Jo 5.19). O princípio de toda a Sua vida, em cada fase e detalhe, era Seu conhecimento de Deus. Ele conhecia o Pai no que diz respeito às palavras que falava, as obras que fazia, aos homens e mulheres com quem tratava; com respeito ao momento de falar, agir, ir, permanecer, render-se, recusar, silenciar; com respeito aos motivos, pretensões, declarações, inquisições, sugestões dos homens e de Satanás. Ele sabia quando podia e quando não podia entregar Sua vida. Sim, tudo aqui é governado por aquele conhecimento interior de Deus. Há numerosas evidências em Atos como a prática, e nas Epístolas como a doutrinária, revelação da mente de Deus, de que Deus definiu que esse princípio deve ser mantido como a lei básica da vida de Seu povo ao longo do tempo. Esse conhecimento, no caso do Senhor Jesus, era o segredo de Sua completa supremacia e de Sua absoluta autoridade.

Mestres em Israel o procuraram, e a questão que apressou a busca deles foi o conhecimento. “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” (3.10). Nicodemos tinha ido ao único que sabe, cuja autoridade é superior à dos escribas, não somente em nível, mas em espécie.

Até o fim do Evangelho de João, o qual especialmente traz uma percepção sobre esse assunto, “conhecer” ocorre mais de cinqüenta vezes. Nosso Senhor afirmou que “a vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (17.3). Isso não significa que a vida eterna é dada meramente com base em conhecê-la. Pode haver vida com conhecimento muito limitado. Mas vida em plenitude é intimamente relacionada com aquele conhecimento, e o aumento crescente dele se manifesta em vida crescente. Isso funciona nos dois sentidos: do conhecimento para a vida e da vida para o conhecimento.

Vendo, então, que o Senhor Jesus, como homem, representa o homem de acordo com Deus, estamos bem preparados para ver que o objetivo dominante dos tratos divinos conosco é que conheçamos o Senhor.

Isso explica todas as experiências, provações, os sofrimentos, as perplexidades, fraquezas, situações desagradáveis ou difíceis, os becos sem saída, as confusões, pressões que sofremos. Mesmo que o refinamento do espírito, o desenvolvimento das graças, a remoção das impurezas sejam propósito do fogo, no entanto, acima e por meio de todas essas situações há um único objetivo: que conheçamos o Senhor. Há somente uma maneira de realmente conhecermos o Senhor, e é experimentalmente.

Nossa mente está, com muita frequência, ocupada com serviço e obras; pensamos que fazer coisas para o Senhor é o principal objetivo da vida. Estamos preocupados com a obra à qual consagramos a vida, com nosso ministério. Pensamos em equipar-nos para isso em termos de estudo e de conhecimento de coisas. Ganhar almas ou ensinar os crentes ou capacitar pessoas para a obra estão mais no primeiro plano. Estudo da Bíblia e conhecimento das Escrituras, com eficiência na questão de liderar no serviço cristão como o fim em vista, são assuntos de importância premente para todos. Está tudo bom e correto com essas importantes questões, mas, acima de tudo, o Senhor está mais interessado em nosso conhecimento Dele do que com qualquer outra coisa.

É muito possível ter uma maravilhosa compreensão das Escrituras, uma ampla e íntima familiaridade com a doutrina, defender as verdades cardinais da fé, ser um incansável obreiro no serviço cristão, ter uma grande devoção pela salvação dos homens e, ainda assim, infelizmente, ter um conhecimento interior pessoal de Deus muito inadequado e limitado.

Muitas vezes o Senhor tem de tirar nossa obra para que possamos descobri-Lo. O valor último de qualquer coisa não é a informação que sobre ela damos, não é a ortodoxia da doutrina, não é a quantidade de obra que fazemos, não é a medida da verdade que possuímos, mas apenas o fato de conhecermos o Senhor de modo profundo e poderoso.

Isso é o que permanecerá quando tudo o mais passar. Isso é o que fará a permanência de nosso ministério depois de nós termos ido. Embora possamos ajudar outros de muitas maneiras e por muitos meio por toda a duração da vida deles, nosso real serviço a eles é baseado em nosso conhecimento do Senhor.

O maior dos problemas da vida cristã é o problema da direção

Quanto tem sido disso e escrito sobre esse assunto! A última palavra para muitos é: “Ore sobre isso, confie isso a Deus, faça o que parece ser certo e confie que Deus vai fazer tudo dar certo.” Isso nos parece fraco e inadequado. Não vindicamos a capacidade de estabelecer as bases abrangentes e conclusivas da direção, mas temos a forte convicção de que a única coisa para nos dar direção para os eventos, incidentes e contingências da vida, mais do que qualquer outra, é um conhecimento permanente, pessoal e interior do Senhor. Uma coisa é chamar um amigo em situações de emergência ou em ocasiões especiais para aconselhamento sobre o caminho a ser tomado; outra bem diferente é viver com aquele amigo de modo que aquilo que é derivado da percepção da mente dele em relação a todas as coisas é que vai governar em questões particulares.

Nós queremos instruções, ordens; o Senhor quer que tenhamos uma “mente”. “Haja em vós o mesmo sentimento”1 (Fp 2.5). “Nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Cristo tem uma consciência e, por meio do Espírito Santo, Ele nos deu e desenvolve em nós essa consciência. A afirmação inspirada é que “vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo [‘que vos ensina com respeito a todas as coisas’, na tradução usada pelo autor]” (1Jo 2.20). Não somos servos, somos filhos. Ordens, como tais, são para servos; uma mente é para filhos.

Há um assustador estado de coisas entre o povo do Senhor hoje. Há muitos cristãos que têm a vida quase inteiramente naquilo que é exterior a eles: em seus conselhos e direção, no que os sustêm e apoia, em seu conhecimento, em seus meios de graça. Inteligência pessoal, interior, espiritual é algo muito raro. Não é de admirar que o inimigo seja tão bem-sucedido em ilusões, falsificações e imitações. Nossa maior salvaguarda contra isso é um profundo conhecimento do Senhor por meio da disciplina.

Conhecer o Senhor de modo real significa manter-se constante quando outros estão perdendo o controle – constância nos tempos de ardente provação. Aqueles que conhecem o Senhor não fazem as coisas por si mesmos nem tentam começar as coisas. Eles são cheios de amor e de paciência, e não são abalados quando tudo parece estar se espatifando. Confiança é um fruto essencial e inevitável desse conhecimento, e naqueles que conhecem o Senhor há uma quieta força serena que fala de uma grande profundidade de vida.

Para concluir, indico que em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência [conhecimento]” (Cl 2.3), e que a vontade do Senhor para nós é que haja uma percepção sempre crescente e uma apreciação pessoal Dele, em quem toda a plenitude habita.

Temos apenas apresentado fatos sobre a vontade do Senhor para todos os Seus e a maior necessidade deles.

A ausência desse real conhecimento do Senhor tem provado ser o mais trágico fator na história da Igreja.

Cada novo nascer de uma condição anormal tem revelado a apavorante fraqueza entre o povo do Senhor por causa dessa falha. Ondas de erro, o balançar do pêndulo para alguma aceitação popular nova, uma grande guerra com seus horrores e seus multifacetados testes da fé: tudo isso tem assolado multidões e as deixado em ruínas espirituais.

Essas coisas estão sempre à mão, e nós escrevemos essa mensagem para instar com os filhos de Deus para ter cada trato definido com Ele a fim de que Ele possa tomar todas as medidas necessárias com eles para que O conheçam.


1A palavra grega aqui, na ACF, traduzida por sentimento é traduzida em inglês por mente. A mesma palavra é vertida para pensar em Rm 12.3 e em Cl 3.2. (N. do T.)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (243)

Resolução um: Eu viverei para Deus. Resolução dois: Se ninguém mais o fizer, eu ainda o farei.

(Jonathan Edwards)

Qualquer coisa que contradiga a Palavra de Deus deve ser instantaneamente resistida como diabólica.

(John Bunyan)

As provações têm por objetivo fazer-nos pensar, desmamar-nos do mundo, levar-nos à Bíblia, conduzir-nos a nossos joelhos.

(J. C. Ryle)

É um sermão pobre aquele que não ofende, aquele que não faz o ouvinte descontente consigo mesmo ou com o pregador.

(George Whitefield)

Nós estamos perdidos quando a opinião humana significa mais para nós do que a de Deus.

(D. A. Carson)

Deus prova
o Seu amor para conosco
em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores.
Logo,
muito mais agora,
tendo sido justificados
pelo Seu sangue,
seremos por Ele
salvos da ira.
Porque se nós,
sendo inimigos,
fomos reconciliados com Deus
pela morte de Seu Filho,
muito mais,
tendo sido já reconciliados,
seremos salvos pela Sua vida.

(Rm 5.8-10)

O problema real do homem não é apenas que ele está doente, mas que ele é um rebelde.

(Martin Lloyd-Jones)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (240)

Você pode enganar a si mesmo com belos pensamentos sobre amar a Deus, mas é necessário provar seu amor a Deus amando seu irmão. Esse é o único padrão que Deus usará para avaliar seu amor por Ele.

(Andrew Murray)

Deus pode fender rochas, abrir o mar, destrancar os tesouros do ar e retirar o que desejar das reservas da terra. Se Ele ordenar, as aves trarão carne e os peixes, moedas. Ele levanta as ilhas como se fossem poeira; portanto, como é fácil para Ele tomar as cargas que você tem, por maiores que sejam.

(F. B. Meyer)

Nossa fé está senda provada no fogo; e, como o ourives, o cuidado de Deus é pelo ouro, não pelo fogo.

(D. M. Paton)

Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.

(1Co 15.19)

O veneno não mata e a comida não nutre, a menos que permaneçam no corpo. Mas, quando os pensamentos de uma pessoa estão impregnados de tristeza, todos os dias e temores amargos penetram em seu coração, ela provavelmente ficará abatida com “um espírito de enfermidade” (Lc 13.11). Nesse caso, ela se torna incapaz de desviar o coração de pensar em seu sofrimento para meditar na promessa renovadora da ressurreição.

(William Gurnall)

Permaneça em Cristo: na fornalha ardente, você verá alguém como o Filho do homem como nunca antes; a remoção das impurezas e o refino do ouro serão efetuados e a semelhança do próprio Cristo será refletida em você.

(Andrew Murray)

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Encorajamento Sofrimento T. Austin-Sparks

“Nem cheiro de fogo”

Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei Nabucodonosor: “Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.”

Então Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer. E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente. Então estes homens foram atados, vestidos com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo ardente. E, porque a palavra do rei era urgente, e a fornalha estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que carregaram a Sadraque, Mesaque, e Abednego. E estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.

Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: “Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados?” Responderam e disseram ao rei: “É verdade, ó rei.” Respondeu, dizendo: “Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.”

Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: “Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde!” Então Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.

E reuniram-se os príncipes, os capitães, os governadores e os conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles.

(Dn 3.16-27)

Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não O havendo visto, amais; no qual, não O vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso.

(1Pd 1.6-8)

“A prova da vossa fé”. Vamos considerar quatro coisas que são o resultado da prova.

O resultado da prova

1. A autodestruição do inimigo

Quão maravilhosamente superior foi a situação daqueles três homens! Com a proximidade da provação, com a ameaça sobre a cabeça, quão sumamente despreocupada foi sua resposta ao rei! “Não necessitamos de te responder sobre este negócio.” Isso era uma bem estabelecida confiança de coração, o resultado de integridade de vida e de caminhar diante de Deus. A preocupação deles é que, de modo algum, poderiam comprometer seu relacionamento com o Deus Altíssimo. Ameaçaram-nos com a fornalha ardente – eles estavam muito acima disso. E o primeiro efeito de lançarem aqueles três homens na provação justificou a confiança deles, porque os que foram usados pelo inimigo para lançá-los no fogo foram consumidos pelo fogo.

Se nossa vida está corretamente posicionada em relação ao Senhor a quem confessamos e servimos, não precisamos temer o fogo.

Certamente, devemos ser sábios para não convidar o fogo, mas, se no curso de nossa vida e de nosso testemunho, se e quando o fogo vier, não precisamos temê-lo. Os próprios instrumentos que o inimigo usa para levar-nos à situação ardente serão consumidos. Isso é uma palavra muito solene para qualquer um que seja achado criando condições ardentes para os santos. A preocupação dos santos deve ser apenas seu relacionamento com o Senhor.

2. O desatamento das amarras

Outro resultado do fogo é o desatamento das amarras. Você está no fogo? Quer uma boa razão para estar ali? Aqui está uma, que pode se aplicar a você: o fogo é ordenado por Deus com o propósito de desprender você de amarras. Sim, as limitações que as circunstâncias e as condições fora de nós impõem a nós, as frustrações das quais estamos tão conscientes – elas são tratadas com o fogo.

Mas o que dizer das limitações, as amarras, que são particularmente nossas, dentro de nós – as amarras de nossa constituição, as características de nosso temperamento? O mesmo é verdade. Aqui está um Deus amoroso ordenando o fogo e permitindo que o inimigo esquente a fornalha sete vezes mais, com o propósito, no coração de Deus, de desprender-nos das amarras. Oh, isso está acontecendo conosco? Os fogos estão sendo atiçados a uma intensidade tal que nunca pensamos ser possível suportar, e estamos sendo libertados por meio deles? Estamos sendo levados à gloriosa liberdade dos filhos de Deus? Estamos sendo livrados daquelas coisas que tanto arruinaram nossa vida, nosso testemunho, nosso ministério?

Talvez você sinta que não tenha muitas amarras. Bem, alguns de nós têm, e alguns de nós estão satisfeitos que seja isso o que Deus está fazendo no fogo. Há uma libertação no fogo.

3. Comunhão próxima com o Senhor

Outra coisa que aconteceu no fogo é que aqueles três homens se encontraram com Alguém numa comunhão e companhia mais próximas do que eles já houvessem experimentado. Nós conhecemos um pouco sobre isto, não é? No fogo, virmos a um conhecimento [especial] de nosso Senhor. Passamos pela fase do fogo e dizemos:

“Eu nunca teria conhecido o Senhor desta maneira se não fosse pelo fogo. Foi no fogo que eu O encontrei dessa forma. Antes, eu sabia toda a teoria sobre isso, mas eu alcancei a realidade aqui.”

Algumas versões registram que Nabucodonosor disse, em sua ignorância: “O aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses”, mas, no que diz respeito a nós, era o Filho de Deus. Passamos pelo fogo em comunhão com nosso amado Senhor. Bem, o fogo é justificado.

4. A suprema glória: nenhum cheiro de fogo, mas alegria inefável

Mas, para mim, a coroa de tudo isso foi o que se seguiu, e este é o real encargo de meu coração. Eles saíram do fogo, e não havia nem mesmo cheiro de fogo sobre eles. Eu penso que isso é maravilhoso. Sim, maior conhecimento do Senhor; sim, libertação e emancipação; sim, mas nem mesmo o cheiro de queimado! Qual é a interpretação disso? Bem, eu penso que não há dúvida de que um esforço muito grande do adversário na fornalha ardente – se ele não puder nos impedir de sair e não puder consumir-nos no fogo – é, então, deixar as marcas e o cheiro sobre nós para que, nos dias subseqüentes, as pessoas irão associar conosco o tema do sofrimento e da provação. Você vê o que isso faz: atrai atenção para nós, e o diabo não se importa que, por ser a atenção desviada para nós, o Senhor seja ocultado.

Ter cheiro de queimado sobre nós significa que o sofrimento e a provação pelos quais passamos eclipsaram a glória. Sair da provação de fogo de nossa fé sem o cheiro de queimado significa, eu penso, o cumprimento da palavra de Pedro: “Jesus Cristo; ao qual, não O havendo visto, amais; no qual, não O vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso [cheio de glória]” (1Pd 1.8). Isto é o que se segue à palavra concernente à provação em fogo de nossa fé: “gozo inefável e glorioso”.

Aqui está a coroa de um tempo desesperadamente negro, de, talvez, anos de sofrimento, de teste de nossa fé: alegria além do que é possível falar, cheia de glória. O inimigo sempre busca roubar nossa alegria e frustrar o desejo do Senhor de que sejamos irradiadores de Sua glória – e por meio da provação de fogo ele freqüentemente consegue.

Recentemente tive ocasião de ver um irmão que antes da última guerra [a Segunda Guerra Mundial] estava no Continente [na Europa]. Ele havia sido aprisionado por anos em um dos maiores campos de concentração. Sem tentar descrever suas lancinantes experiências em detalhes, é suficiente dizer que, em razão da posição que tomou, por, pelo menos, três vezes ele foi amarrado de cabeça para baixo no galho de uma árvore e espancado até ficar inconsciente. Eu estava interessado em vê-lo e notar quais foram os efeitos do sofrimento sobre ele. A fé daquele homem estava intacta; sua força foi aumentada e a marca proeminente não era o sofrimento, mas a glória. Ele é cheio de alegria. Sim, eu penso que ele conhece alguma coisa sobre a alegria inefável.

A necessidade de vigilância

O inimigo está, agora, fazendo um esforço muito grande para roubar nossa alegria. Se ele não puder nos manter na fornalha, jogará sobre nós algum cheiro de fogo para que, por onde quer que formos, as pessoas digam: “Tadinho! Ele está passando por uma situação terrível. Eu não sei como ele agüenta! Eu não sei o que ele vai fazer!” Você vê o que o cheiro de fogo está fazendo: está atraindo a atenção para nós mesmos.

Eu tenho sido bastante impressionado com quanto júbilo e alegria estão relacionados com a unção. Estamos familiarizados com o pensamento de que a unção traz poder e o exercício da autoridade do Trono, mas lembremos a palavra em Salmos 45.7 citada em Hebreus 1.9: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que a Teus companheiros”. Aqui está Aquele que se posiciona por Deus supremamente, entregue por um caminho de provação, de sofrimento, à fornalha ardente; sim, mas Esse é proeminente em júbilo e alegria.

Outra vez, o Senhor Jesus toma a profecia concernente a Si mesmo em Isaías 61 e diz: “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim; porque o Senhor Me ungiu” (v. 1). Olhe para essa profecia e veja quanto júbilo e quanta alegria se seguem à unção: “Glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado” (v. 3). Por causa da grandeza da pressão e da adversidade em que se encontra, você está em perigo de perder a alegria? Você está tão feliz no Senhor agora que está caminhando há algum tempo na estrada como estava quando começou? Sem dúvida, podemos desdenhosamente atribuir a alegria inicial à superficialidade das coisas no começo. “Esses jovens crentes”, nós dizemos, “não sabem o que sofrimento, provação e teste significam. Se eles soubessem, não estariam tão radiantes!” Ah, sim, mas será que não perdemos alguma coisa? Teremos seguido com o Senhor e perdido a alegria do Senhor? Se estamos conscientes de termos perdido alguma coisa dela, devemos adotar atitudes para recuperá-la.

Eu li uma propaganda que foi colocada no jornal: “Procuram-se cristãos – alegres, se possível”. Sim, nós rimos disso, mas evidentemente quem fez o anúncio não pensa que haja muita chance de encontrar alguém assim! Piedade verdadeira e mau humor não andam juntos. Temos de vigiar, pois o inimigo está pronto para roubar-nos e manter o cheiro de fogo sobre nós. Oh, que passemos pelas mais negras experiências e sejamos aqueles que são tão cheios do que ganhamos no fogo que o fogo fica em lugar secundário e que todos que se encontrarem conosco após a provação encontrem-nos “com gozo inefável e glorioso”!

Pode ser que alguns que lêem essas palavras não saibam do que estamos falando, desta “prova de nossa fé”. Tudo o que eu posso dizer a eles é:

“Não se preocupe com isso. Apenas entesoure a Palavra, pois, se você está andando com o Senhor, se você tem alguma fé para ser purificada, Deus irá purificá-la e, de algum modo, em algum dia, de alguma forma, você vai se encontrar no fogo e não terá como escapar. Esta não é a experiência de alguns santos especiais somente. O Senhor está por trás da purificação da fé de todo Seu povo, e você chegará ao dia do fogo. Quando isso acontecer, lembre-se que o Senhor quer que estas coisas [alegria inefável e cheia de glória e fé purificada] resultem disso. Não fique tão preocupado com o inimigo; ele não está no comando de nada. Em sua fúria e malícia, em seu ódio ele está fazendo certas coisas, mas Deus as está tornando em algo importante e as usando para aperfeiçoar aquilo que diz respeito a Ele e a nós, a fim de levar-nos ao fim que Ele deseja, que é Sua glória em nós.”

(Publicado pela primeira vez em 24.12.2013.)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (229)

Todos os problemas, aflições e tristezas desta vida, em comparação com a felicidade e a bem-aventurança eternas, devem ser considerados como nada. Eles são apenas um grão de areia em comparação com as insondáveis glórias do céu!

(Thomas Brooks)

Ao orar, estamos frequentemente ocupados com nós mesmos, com nossas próprias necessidades e nossos esforços próprios na apresentação deles. Ao esperar em Deus, o primeiro pensamento é sobre o Deus em quem esperamos. Deus deseja se revelar, encher-nos de Si mesmo. Esperar em Deus dá a Ele tempo, a Sua maneira e no poder divino, de vir até nós. […] Fique quieto diante Dele e permita que o Espírito Santo Dele desperte e incite em sua alma a disposição infantil de dependência absoluta e expectativa confiante. Espere em Deus até saber que O encontrou ― a oração, então, se tornará tão diferente! E, quando você estiver orando, que haja intervalos de silêncio, de reverência quietude da alma, nos quais você se entrega a Deus, caso Ele tenha alguma coisa que lhe deseja ensinar ou trabalhar em você.

(Andrew Murray)

Precisamos observar a vida do coração, pois é em nossos pensamentos, sentimentos, estados de humor, temperamentos e afetos que começa o afastamento de Cristo. Precisamos observar nosso estado espiritual interior. O mundo pode não ver nenhum limite a nosso zelo externo, nossa atividade religiosa, nossa fervorosa promoção da verdade, e ainda assim pode não haver suficientes oração interior, amor a Cristo, ternura de consciência, fome de justiça ou desejo de santidade em nosso coração.

(J.R. Miller)

Suficientes para cada dia são os deveres a serem realizados e as provações a serem suportadas. Deus nunca edificou um cristão forte o suficiente para cumprir os deveres de hoje e ter as ansiedades de amanhã amontoadas sobre eles!

(Theodore Cuyler)

Resista a toda tentação de duvidar do amor de Cristo assim como você resistiria à tentação de adultério ou de assassinato!

(John Newton)

Estou aflitíssimo;
vivifica-me, ó Senhor,
segundo a Tua Palavra. […]
Tu és o meu refúgio
e o meu escudo;
espero na Tua Palavra.

(Sl 119.107,114)

Nosso Pai, que procura aperfeiçoar Seus santos em santidade, conhece o valor do fogo do refinador. É com os metais mais preciosos que o ensaiador de minérios se esforça mais e os submete ao fogo abrasador, porque fogo assim derrete o metal, e apenas a massa derretida libera sua liga ou assume perfeitamente sua nova forma no molde. O velho refinador nunca se afasta do cadinho, mas se senta ao lado dele, para que não haja um grau excessivo de calor para danificar o metal. Mas, assim que ele escuma da superfície o último resíduo e vê o próprio rosto ali refletido, ele apaga o fogo.

(Arthur T. Pierson)

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George Müller Testemunho

Fé real

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.1-3).

Primeiro: o que é fé?

Na maneira mais simples em que eu seria capaz de expressar, eu responderia: Fé é a certeza de que as coisas que Deus disse em Sua Palavra são verdade, e de que Deus agirá de acordo com o que Ele disse em Sua Palavra. Essa segurança, essa certeza na Palavra de Deus, essa confiança é fé.

Impressões não devem ser consideradas em conexão com a fé

Impressões não têm qualquer relacionamento com a fé. Fé relaciona-se à Palavra de Deus. Não são impressões, fortes ou fracas, que farão qualquer diferença. Temos de nos relacionar com a Palavra escrita e não conosco ou com nossas impressões, com nossos sentimentos.

Probabilidades não devem ser levadas em conta.

Muitas pessoas preferem crer naquilo que lhes pareça provável. Fé não tem relação nenhuma com probabilidades. O campo da fé começa onde as probabilidades cessam, onde o visível e o senso falham. Uma grande parte dos filhos de Deus decaem e lamentam sua falta de fé. Eles escrevem para mim e dizem que não possuem nenhuma impressão, nenhum sentimento, e alegam não ver probabilidade de que aquilo que desejam ocorrerá. As aparências não devem ser levadas em consideração. A questão é: o que Deus falou a respeito disso em Sua Palavra.

E, agora, amados amigos cristãos, há grande necessidade de questionarem a si mesmos se vocês, no recôndito da alma, praticam o hábito de tal confiança naquilo que Deus disse e se estão procurando francamente descobrir se aquilo que pedem está de acordo com o que Deus disse em Sua Palavra.

Segundo: como a fé pode ser desenvolvida.

Deus se deleita em desenvolver a fé de Seus filhos. Nossa fé, inicialmente fraca, é desenvolvida e fortalecida mais e mais dentro de nós. Em vez de evitarmos qualquer provação antes da vitória, sem qualquer exercício de paciência, devemos ter a disposição de considerar tais instrumentos como vindos das mãos de Deus. Eu digo, e o faço deliberadamente, que provações, obstáculos, dificuldades e, até mesmo derrotas, são o verdadeiro alimento da fé.

Recebo cartas de vários queridos filhos de Deus que dizem: “Querido irmão Müller, escrevo-lhe esta carta porque estou muito fraco na fé”. Pois, da mesma forma como pedimos que nossa fé seja fortalecida, devemos ter a disposição tomar como vindos das mãos de Deus os meios para fortalecê-la. Precisamos permitir que Ele nos eduque mediante provações, lutas e dificuldades. É por meio de provações que a fé é exercitada e desenvolvida mais e mais.

Carinhosamente, Deus permite dificuldades que possam desenvolver permanentemente o que Ele quer fazer por nós, e, ao fim das quais, não devemos nos retrair, mas, se Ele nos permitir tristeza, obstáculos, perdas e aflições, devemos tomá-las de Suas mãos como evidências de Seu amor e cuidado por nós em desenvolver mais e mais a fé que Ele procura fortalecer em nós.

A Igreja de Deus não está despertada para ver quão belo e amável Ele é; daí a pequenez da bem-aventurança. Oh, amados irmãos e irmãs em Cristo, procurem aprender por si mesmos, pois não posso lhes transmitir tal bem-aventurança! Nos momentos mais sombrios sou capaz de confiar Nele, pois sei quão belo e que amável Pessoa Ele é. E, caso seja a vontade de Deus colocar-nos na fornalha, deixemos que o faça, para que nos familiarizemos com Ele conforme Ele se revele, para que o conheçamos ainda melhor. Chegaremos, então, à conclusão de que Deus é um Ser amável, e estaremos contentes com Ele, e diremos: “Esse é meu Pai! Que Ele faça o que Lhe agradar”.

Quando comecei a permitir que Deus tratasse comigo, confiando Nele, tomando-O em Sua Palavra, e quando parti, cinquenta anos atrás, simplesmente confiando Nele no que dizia respeito a mim, a minha família, a custos, despesas de viagem e todas as demais necessidades, eu descansei nas simples promessas que encontrei no sexto capítulo de Mateus. Leia Mateus 6.25-34, atentamente. Eu cri na Palavra, descansei nela e a pratiquei. Eu tomei Deus em Sua Palavra. Um estranho, estrangeiro na Inglaterra, eu sabia sete idiomas e poderia tê-los usado talvez como atividade remunerada, mas eu havia me consagrado a trabalhar para o Senhor; eu pus minha confiança no Deus que havia prometido, e Ele agiu de acordo com Sua Palavra. Eu não tinha absolutamente nada. Tive minhas provações, minhas dificuldades e minha bolsa vazia, mas as entradas agregaram milhares de dólares, 51 anos desde que a obra se iniciou. Portanto, com relação a meu trabalho pastoral, nos últimos 51 anos, tive grandes dificuldades, grandes provações e perplexidades. Sempre haverá dificuldades, sempre provações. Mas Deus tem-me sustentado sob elas e delas me livrou, e a obra prossegue.

Contudo, isso não se dá, como alguns disseram, porque sou um homem de grande poder mental, ou dotado de energia e perseverança – esses não são os motivos. A razão é que confiei em Deus; porque busquei a Deus e Ele cuidou da Instituição, que, sob direção Dele, tem cem turmas de alunos, com mestres e mestras, e outros departamentos que já mencionei em outra ocasião.

Eu não carrego fardos. E, agora, em meus 67 anos, tenho força física e vigor mental para tanto trabalho da mesma forma de quando eu era um jovem na universidade, estudando e preparando prédicas em latim. Sinto tanto vigor quanto naquele tempo. Como pode ser isso? Porque no último meio século de labor fui capaz, com a simplicidade de uma criança, de confiar em Deus. Sim, eu tive minhas provações, mas me apeguei a Deus, e por meio disso fui sustentado. Não é mera permissão, mas direção específica, que Ele dá de lançarmos os fardos sobre Ele. Oh, façamos isso! Meus amados irmãos e irmãs em Cristo: “Lança teu fardo sobre o Senhor, e Ele te sustentará” (cf. 1Pd 5.7). Dia a dia eu o faço. Hoje de manhã, levei perante o Senhor sessenta assuntos relacionados à igreja que pastoreio, e, assim é: dia após dia faço isso, e ano após ano; dez anos, trinta anos, quarenta anos.

Todavia, não imaginemos obter fé completa de uma só vez. Todas essas coisas, como salto de pleno exercício da fé, eu menosprezo. Eu não creio nisso. Eu não creio nisso. Não creio nesse tipo de fé, e desejo que você compreenda claramente que eu não creio nisso.

Essas coisas todas [relativas à fé] acontecem de maneira natural. O pouco que obtive, não o obtive todo de uma só vez. Digo tudo isso de modo particular, porque cartas chegam a mim cheias de perguntas daqueles que procuram ter sua fé fortalecida. Comece de novo, mantendo sua alma na Palavra de Deus, e você terá um aumento de sua fé conforme a exercitar.

Uma coisa mais. Alguns dizem: “Oh, nunca terei o dom da fé que o sr. Müller tem!” Isso é um erro; é o maior erro; não há nisso uma partícula de verdade. Minha fé é o mesmo tipo de fé que todos os filhos de Deus tiveram. É o mesmo tipo de fé que Simão Pedro tinha, e todos os cristãos podem obter a mesma fé. Minha fé é a fé deles, embora possa haver mais dela porque minha fé tenha sido um pouco mais desenvolvida pelo exercício do que a deles; mas a fé deles é exatamente a fé que eu exercito, possivelmente, em relação ao grau, a minha possa ser mais fortemente exercitada.

Agora, amados irmãos e irmãs, comecem aos poucos.

Inicialmente, eu era capaz de confiar no Senhor com respeito a dez dólares, depois com respeito a cem dólares, depois com respeito a mil dólares, e agora, com grande facilidade, eu posso confiar Nele com respeito a um milhão de dólares, se fosse o caso. Mas, antes de tudo, eu deveria examinar em silêncio, com critério, por vontade própria, e ver se aquilo em que eu confiava era algo conforme Suas promessas em Sua Palavra escrita.

“Como cooperadores com Ele” (cf. 2Co 6.1).

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