Para Alexander Colville (de Blair) [1]
Aberdeen, 23 de junho de 1637
Pesar por estar calado no ministério
Graça, misericórdia e paz estejam contigo.
Gostaria de saber como meu senhor recebeu a carta que eu lhe enviei, e como ele está. Não desejo nada além de que ele esteja firme e seja honesto com meu nobre Mestre e Rei. Estou bem em todos os sentidos – todo louvor seja dado a Ele, em cujos livros eu permaneço para sempre como Seu devedor.
Somente o meu silêncio me dói. Eu tinha uma alegria do céu, depois de Cristo, meu Senhor, e era pregá-Lo a esta geração sem fé; e tiraram isso de mim. Para mim, foi como o único olho de um pobre homem, e eles tiraram esse olho. Eu sei que a violência que fizeram a mim e à noiva desolada desse pobre está perante o Senhor; e suponho que eu não veja o outro lado da minha cruz, ou o que o meu Senhor trará disso. Mas eu creio que essa visão não permanecerá, e que Cristo está a caminho para o meu livramento. Ele não vem devagar, mas passa por cima de dez montanhas em um só passo.
Desejos por Cristo
Entrementes, sofro com Seu amor, porque desejo a posse real. Quando Cristo vem, Ele não fica por longo tempo. Mas certamente Seu sopro sobre uma pobre alma é o céu na terra; e quando o vento se torna para o norte, e Ele se vai, eu morro até o vento se voltar para o oeste e Ele visitar Seu prisioneiro. Mas Ele não me mantém muitas vezes à Sua porta. Eu sou ricamente recompensado por sofrer por Ele. Oh, se toda a Escócia fosse como eu, exceto por minhas algemas! Oh, que grande dor eu tenho por não poder louvá-Lo por meus sofrimentos.
Não, isso é pouco demais; eu devo o meu céu a Cristo, e realmente desejo, mesmo que não pudesse entrar pelos portões da Nova Jerusalém, enviar meu amor e meus louvores por cima de seus muros a Cristo. Ai de mim, porque o tempo e os dias estão entre Ele e mim, e adiam nosso encontro! A minha parte é gritar: “Oh, quando a noite estiver passada e o dia alvorecer, nós nos veremos um ao outro”.
[1] Alexander Colville, um Ancião presbiteriano de Blair, na paróquia de Carnock, Fifeshire. Ele tinha alto cargo legal, e se tornou amigo de Rutherford quando este se apresentou perante a Corte de Alta Comissão em 1630. Ele foi um eminente membro da Igreja Presbiteriana Escocesa durante um longo período.
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