Para Hugh M’Kail [1]

Aberdeen, 5 de setembro de 1637

A Lei

Tu sabes que os homens podem receber seu doce suprimento da amarga Lei com base na graça, e de entre os sentimentos do Mediador. E esse é o caminho mais seguro do pecador, pois há, no Novo Pacto, um leito para os pecadores cansados descansarem, embora não tenha sido cama feita para Cristo nela dormir. A Lei nunca será minha sentenciadora, pela graça de Cristo. Se eu não obtiver nenhum outro bem dela (eu irei encontrar um destino suficientemente dolorido no Evangelho para me humilhar e para me derrubar), ela será, eu concordo, um amigo bom e rude para seguir um traidor até o tribunal, e apoiá-lo até que ele venha a Cristo. Nós podemos nos culpar, por fazermos com que a Lei suspire por dívidas bem pagas, a fim de nos espantar para longe de Jesus, e brigar sobre nossa própria justiça, um mundo na lua, uma quimera, e um sonho noturno do qual o orgulho é mãe e pai. Não pode haver uma alma mais humilde que a do crente; não é orgulho para um homem que está se afogando segurar-se em uma rocha.

A segurança dos crentes

Eu me regozijo que as rodas desse mundo confuso girem nas engrenagens e são dirigidas de acordo com a vontade do Senhor. De qualquer quadrante do céu que o vento sopre, ele nos levará para o Senhor. Nenhum vento pode jogar nossas velas ao mar, porque a habilidade de Cristo e a honra de Sua sabedoria são estabelecidas como penhor e como fogueiras para os passageiros do mar de que Ele os colocará, com Suas mãos, a salvo na praia, nos limites conhecidos do Pai, nossa própria terra. Meu caro irmão, não tenhas medo da cruz de Cristo. Ainda não se vê o que Cristo fará por ti quando vier o pior. Ele manterá Sua graça até que chegues a um estreito, e então trará o decretado nascimento para tua salvação (Sf 2.2). Tu és uma flecha que Ele próprio fez. Deixa-O lançar-te contra um muro de bronze, pois tua ponta será mantida íntegra.


[1] Hugh M’Kail, ministro em Irvine, Ayrshire.

 

(Para ler todos os artigos dessa série, clique aqui.)

Traduzido por Luiz Alcântara de The letters of Samuel Rutherford (1600–1661), pp. 19,20. Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo. Ao compartilhar nossos artigos e/ou imagens, por favor, não os altere.
Campos de Boaz: colheita do que Cristo, o Boaz celestial, espalhou em Seus campos é um projeto cristão voluntário sob responsabilidade de Francisco Nunes.
Licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.