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Deus é amor (Dave Hunt)

Hoje em dia, exatamente como a Bíblia profetizou, o homem se torna cada vez mais atrevido em relação a Deus. Um elemento básico comum para a rejeição a Cristo neste mundo e para o desprezo pela sã doutrina na igreja é a falta de reflexão, isto é, de pensar e raciocinar cuidadosamente, de um modo especial sobre Deus, Sua Palavra e Sua vontade. Em vez disso, a preocupação maior do mundo e, infelizmente, de muitos cristãos, é o divertimento. Ficamos ocupados demais em nos entretermos para que possamos refletir sobre Deus. Do mesmo modo como o ateu rejeita o teísmo, assim o divertimento rejeita a reflexão.

Vamos nadar contra a maré e refletir juntos. Deus convocou Israel: “Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra. Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse.” (Isaías 1:18-20).

Um grito que parte constantemente do coração de Deus é “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; porque o SENHOR tem falado: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías 1:2,3).

Os constantes apelos divinos a Israel para que se arrependesse indicam claramente que Deus não era responsável pelo seu pecado. Ele não havia preordenado a sua rebelião nem o seu castigo. Israel não estava obedecendo à vontade de Deus. O Deus de Israel arrazoa em vão com o Seu povo escolhido: “E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio” (Jeremias 44:4). Obviamente Deus não havia predestinado o mau comportamento do seu povo nem a sua condenação, pois nesse caso não teria chamado a idolatria de “essa coisa abominável que odeio”.

Nem são também o egoísmo, o ciúme e o ódio; a fornicação, o adultério e o divórcio; o homossexualismo, o lesbianismo e a rejeição ao casamento uma ordenança divina; nem os abortos e assassinatos, as guerras étnicas e religiosas e todo tipo de violência rompante que tem grassado hoje em dia no mundo inteiro, assim como não existia, pela vontade divina, a iniqüidade do tempo de Noé. Aquele mundo foi destruído pelo dilúvio. Hoje o mundo está maduro para um derramamento mais sério da ira divina contra o pecado.

O homem foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27), não física, mas espiritualmente. “Deus é Espírito” (João 4:24) sem forma física. O homem foi criado para refletir o caráter moral e espiritual de Deus em tudo que pensasse, falasse e fizesse. O Jardim do Éden não foi somente um paraíso de beleza física e de abundância além de toda imaginação, mas também um paraíso como um pedaço do céu na terra.  Que gloriosa relação Adão e Eva gozavam! O Jardim era uma sinfonia da glória de Deus expressa na exuberante singularidade de um homem e uma mulher reunidos pelo próprio Deus no primeiro matrimônio. A felicidade extática e indescritível do amor sem egoísmo demonstrado em palavras e atos de contínua gentileza, reflexão, graça, misericórdia, bondade e compaixão, cada um buscando apenas a alegria do outro, na maravilha do íntimo companheirismo.

Quando foi completada a criação divina do universo, dos animais e do homem, Deus viu que “tudo era muito bom” (Gênesis 1:31). Então, o que aconteceu para que tudo desse errado? Como pôde o homem criado à imagem de Deus ter um ódio tão profundo contra o seu Criador e tal determinação para trilhar o seu próprio caminho, expondo sua rebelião diante de um Deus compassivo e Santo, a Quem ele devia sua própria existência?

A Bíblia chama esse enigma de “o mistério da iniqüidade”  (2 Tessalonicenses 2:7) e declara que a sua fonte secreta se encontra nas profundezas do coração humano: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21-23).

O coração não é apenas o centro das emoções. Ele se assemelha a um castelo forte, do qual cada pessoa guarda a única chave: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23).

Jamais esquecerei a entrevista na TV  de um canadense que havia sido preso na Arábia Saudita, falsamente acusado de terrorismo. Sob contínua tortura ele “confessou a sua culpa”, antes de ser posto em liberdade. Aquela experiência aterradora havia lhe ensinado duas coisas: 1. A tortura pode ser tão crucial que a pessoa mais forte pode ser levada a “confessar” qualquer coisa, até mesmo que assassinou a própria mãe. 2. Nenhuma tortura, sem importar quão insuportável seja, pode levar a vítima a crer no que ela é forçada a confessar.

Existe um recanto profundamente oculto, onde a pessoa real guarda os seus recônditos pensamentos e suas verdadeiras intenções. Salomão admoestou o seu filho dizendo que aquilo que o homem diz é sempre um engano para esconder o que ele realmente é no seu íntimo (Provérbios 23:6-8). A Bíblia sempre chama essa fortaleza interior de “o coração” ou “a vontade”. Sem ela é impossível ter a individualidade,  amar e ser amado. Deus nos criou de tal maneira que nem mesmo Ele pode nos forçar a crer em alguma coisa. Ele arrazoa conosco no evangelho, a fim de persuadir-nos da verdade. Mas, infelizmente, a maioria das pessoas não dá ouvidos à razão e insiste em palmilhar a estrada larga da destruição, embora sabendo aonde esta o conduzirá.

O mundo está repleto de jovens obstinados e desobedientes, criados na rebelião, não apenas contra os pais, mas contra toda autoridade, especialmente a autoridade divina. A variedade de divertimentos oferecida, até mesmo na igreja, somente os tem afastado de pensar profundamente, isto é, de raciocinar. O resultado, segundo 2 Tessalonicenses 3:2, é o aumento de “…homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos.”

O oculto bastião interior pode ser o trono de um tirano egocêntrico governando os outros, ou o trono do desprendimento se derramando sobre os outros em forma de genuíno amor e compaixão.

“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á (Mateus 16:25). “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto (João 12:24).

Deus não criou robôs. Ele deu ao homem a vontade de escolher livremente entre o amor e o ódio, para receber a Cristo como Salvador ou então rejeitá-Lo. Deus quer que o homem Nele confie  totalmente e que O ame profundamente, a ponto de Lhe entregar a chave da fortaleza interior do seu coração, sem esconder coisa alguma: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos” (Provérbios 23:26). Deus não quer iludir-nos nem persuadir-nos superficialmente através de emoções. Ele deseja ganhar os nossos corações com a Sua Verdade e o Seu Amor: “Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o SENHOR é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há… Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças …   Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. ” (Deuteronômio 4:39; 6:5 e 13:3).

Quando Deus nos comanda a amá-Lo de todo o coração, Ele prova o Seu Amor e desejo de que toda criatura humana seja salva. Seria absurdo que Ele ordenasse a todos que O amassem se Ele não os amasse o suficiente para os salvar, predestinando-os, em vez disso, para o inferno. Leiamos: “E estavam os homens de Israel já exaustos naquele dia, porquanto Saul conjurou o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão até à tarde, antes que me vingue de meus inimigos. Por isso todo o povo se absteve de provar pão. E todo o povo chegou a um bosque; e havia mel na superfície do campo” (1 Samuel 14:24,25). “Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal(Joel 2:12,13). “… É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”(Atos 8:37). “… Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9).

O mais poderoso testemunho da criação se encontra no DNA. Instruções digitalmente organizadas para construir e operar trilhões de células, como um só corpo, estão inscritas no DNA em linguagem codificada, as quais somente certas moléculas de proteína podem decodificar. Tudo que é escrito tem um autor! E o Autor desse extraordinário conjunto de intricadas informações só poderia ser uma Inteligência Infinita, Aquela que criou e “sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hebreus 1:3).

A rebelião de Satanás e do homem trouxe destruição a toda a ordem universal. O resultado em marcha tem sido os desastres naturais e um crescente aumento de moléstias e deformações entre homens e animais: “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:21.22). Até mesmo algumas células já não obedecem às instruções codificadas no DNA, resultando no câncer.

Apesar da extraordinária e indisputável evidência que tem bombardeado o homem na atualidade, ele continua recusando-se a obedecer ao Criador, transformando-se, portanto, num câncer espiritual na terra “… cada um fazendo o que parece bem aos seus olhos” (Juízes 17:6).

Deus teria razão de sobra para destruir a humanidade. Ele quase fez isso com o dilúvio. Nós não existiríamos hoje se Noé não tivesse achado “graça aos olhos de Deus” (Gênesis 6:8). E porque Deus tem sido tão gracioso e misericordioso com os rebeldes? Somente por causa do Seu Amor revelado em Jesus Cristo! O sacrifício de Cristo pelo pecado dos homens é a grande  prova do Amor de Deus por toda a humanidade, pois “… Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).

O indescritível horror do pecado é revelado na zombaria, nos açoites e na crucificação do Salvador na cruz. E, assim, à medida em que o homem pecador e rebelde faz o pior, o Amor de Deus brilha mais intensamente: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Em resposta a esta oração o Pai castiga Cristo, totalmente, pelos pecados passados, presentes e futuros de toda a humanidade.

Em amorosa resposta ao homem rebelde, o qual deseja destroná-Lo, Deus enviou o Seu Filho ao mundo, através do nascimento virginal, a fim de pagar a penalidade devida pelo pecado à Sua própria justiça infinita. De fato, Ele não poderia ter agido de outro modo, pois Deus é Amor! (João 4:8,16).

Existe uma enorme diferença entre dizer que  Deus é amoroso e que Deus é Amor. A expressão “Deus é” está acoplada  às muitas gloriosas promessas e advertências: “Deus é eterno” (Dt 33:27); Ele é “A minha fortaleza e a minha força” (2 Samuel 22:33); “Misericordioso e compassivo” (2 Crônicas 30:9); “Socorro bem presente na angústia” (Salmos 46:1); “Minha defesa” (Salmos 59:17); “Verdadeiramente bom para Israel” (Salmos 73:1);”Fiel é Deus” (1 Coríntios 1:9; 10:13); “Deus é verdadeiro” (João 3:33); “Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 12:29), etc.

Contudo, estas expressões falam de como Deus age e não de como Ele é. O Amor é a Sua exata essência. Ele simplesmente AMA! Embora o Amor totalmente livre de interesse seja raramente visto na terra, todo mundo sabe que esse tipo de Amor provém de Deus. Esse reconhecimento está guardado no mais recôndito da memória do coração do homem, como uma recordação do paraíso perdido.

Quando Adão e Eva se rebelaram contra Deus, logo descobriram que “estavam nus” (Gênesis 3:7). Não que estivessem sem roupas (Ver a TBC de fevereiro e outubro 2002), pois esse era um fato desde a criação. Feitos à imagem de Deus, eles deviam estar vestidos da verdadeira luz divina (1 João 1:5). Tem-se dito com razão que “somos como espelhos, cujo brilho depende completamente do sol (o Filho), que brilha através de nós”. O pecado desnudou o primeiro homem e a primeira mulher de tudo que Deus pretendia para eles como criaturas feitas à Sua gloriosa imagem. O reflexo de Sua glória deixou de brilhar através deles, deixando-os espiritual e moralmente despidos. Que tragédia! Hoje o homem continua nu diante do seu Criador, sem a glória da qual foram revestidos os primeiros pais, pois “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). O Amor, que é a perfeita essência de Deus, nos falta porque fomos de Deus separados por causa do pecado. Existe no coração do homem um profundo anseio que somente Deus pode preencher. Ele nos convoca a uma reconciliação com Ele: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”. (Jeremias 29:13). A maior parte dos membros de nossa trágica raça humana se volta para tudo, menos para Deus, na ânsia de satisfazer o vazio que somente Ele pode preencher: “Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas” (Jeremias 2:12,13).

Assim, ninguém ficará satisfeito a não ser com o  próprio Deus. Como o salmista, eles vão clamar: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Salmos 42:1-2). Esse tipo de sede não pode ser saciado humanamente, nem com milagres que excitam a carne. É uma sede profunda de conhecer o próprio Deus, numa relação tão íntima que se transforma em tudo que Ele deseja que sejamos. Será essa a paixão do seu e do meu coração? Na oração de Cristo ao Pai, Ele expressa o desejo ardente de que o perfeito Amor de Deus habite e se manifeste através dos que O conhecem: “E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja” (João 17:26). Que oração do coração de Alguém que deseja “trazer muitos filhos à glória” (Hebreus 2:10), à Sua semelhança “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 João 3:2). Ouçamos a ansiosa expectação de Davi: “Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar” (Salmos 17:15). Isso é mais do que uma restauração do amor que Adão e Eva experimentaram no Jardim. A relação íntima que eles tinham conhecido com o seu Criador poderia, como aconteceu, ser perdida.

Cristo falou a uma preocupada Marta: “E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (Lucas 10:42). Paulo orou pelos crentes de Éfeso “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos”  (Efésios 1:18). Maravilha das maravilhas! Deus vai restaurar eternamente os pecadores desnudos através de Sua glória em Cristo Jesus: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá” (1 Pedro 5:10).

O novo nascimento através da fé em Cristo dá início a uma nova  vida em nós. Cristo vive em nós, mas devemos compartilhar diligentemente com Ele: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:12,13). E “E para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente” (Colossenses 1:29).

Possa cada um de nós ter o mesmo firme propósito em nossos corações, enquanto aguardamos ansiosamente a Sua Vinda!

“The Berean Call Letter”, Abril 2004

Tradução de Mary Schultze

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Cristo Dave Hunt

A Palavra Viva de Deus (Dave Hunt)

The Berean Call Newsletter – Janeiro de 2001
Tradução de Mario Sergio de Almeida – Abril de 2004

Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo declarou: “Porque as suas [de Deus] coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” (Rom. 1:20). Deus providenciou para observadores humildes do universo ampla evidência de sua existência disponível em todas as culturas na história. Portanto, não há desculpa para rejeitar o testemunho da criação. Tanto é que os Salmos declaram duas vezes, bruscamente: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.” (Sal. 14:1; 53:1).

Os cristãos há muito tempo têm apontado para a criação como prova de um projeto e, portanto, de um projetista, ou seja, um Criador. Ateus têm insistido que a ciência resolveria todas as questões sobre o cosmos e, desse modo, querem acabar com a necessidade de um Deus para explicar qualquer coisa. Eles persistem nesta ilusão, a despeito de que, para cada descoberta que a ciência faz, as evidências da existência de Deus se tornam mais irresistíveis.

Para cada porta que a ciência abre, são reveladas outras dez portas fechadas. Enquanto o conhecimento do universo está se expandindo exponencialmente, o desconhecido se expande ainda mais, como imagens refletidas numa sala de espelhos. Descobertas científicas, forçosamente, apontam para uma sabedoria e poder, sem começo ou fim e infinitamente além da compreensão humana, de um Ser que, sozinho, poderia ter trazido todas as coisas à existência.

Em parte alguma a evidência de Deus é mais forte do que nas formas de vida, especialmente desde a descoberta do microscópio eletrônico e da invenção dos computadores. Investigando a vida em nível molecular, descobrimos que o seu intrincado e engenhoso projeto funcionam além da imaginação. Refletindo sobre este fato 3.000 anos adiantado, Davi disse: “Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” (Sl. 139:14). Observando o espantoso projeto e funcionamento, mesmo dos micróbios ou insetos, sem falar do corpo humano, somos forçados a admitir que Davi estava correto: Não poderíamos ter evoluído, mas sim, criados.

Até mesmo o determinado proponente da evolução, Richard Dawkins, confessa que as coisas vivas “dão a impressão de terem sido criadas com um propósito” (The Blind Watchmaker [Longman, England, 1986], 20). Ele admite, inclusive, que o núcleo de toda célula (a menor unidade viva; existem de células trilhões no corpo humano) contém “uma base digital de dados codificada maior, em informação e conteúdo, do que todos os 30 volumes da Enciclopédia Britânica juntos” (ibid 29). Apenas a probabilidade matemática de se colocar milhões de letras alinhadas na ordem correta por acaso está fora de questão. Para existir vida, alguma coisa mais impressionante está envolvida do que o acaso organizando bilhões de moléculas químicas na ordem certa. Dawkins faz referência a uma base digital de dados codificada! Esta é uma terminologia recente, nunca imaginada por Darwin. As moléculas de DNA não devem apenas ser colocadas na ordem correta, mas elas têm que, como letras, expressar informação numa linguagem, que provê instruções para serem seguidas.

Cada pessoa, no momento da concepção, começa como uma única célula. Como esta célula sabe o que fazer, para construir um corpo formado por trilhões de células individuais, de espécies e funções diferentes? A maior parte das crianças em idade escolar sabe a resposta: Impressa naquela célula original estão instruções para a construção e operação do corpo humano, que serão executadas sem erro. O DNA replica esta heliografia dentro de cada célula produzida. Estas, por sua vez, espantosamente, saberão qual parte das instruções deverão seguir.

As crianças hoje sabem que o DNA tem uma incrível capacidade de armazenar informação. Se na cabeça de um alfinete fossem colocadas informações contidas no DNA, seria o mesmo que empilhar livros a uma altura 500 vezes maior do que a distância entre a terra e a lua! Isto requer milhares de computadores pessoais para armazenar e processar tamanha quantidade de dados.

A construção do computador mais rápido do mundo está sendo terminada [em 2001]. Ele é chamado “Gene Azul” e fará um quatrilhão (1 com 15 zeros depois) de cálculos por segundo! Ele está sendo produzido para mapear os três bilhões de letras químicas impressas no genoma humano, iguais a 100.000 páginas de sentenças, com instruções operacionais de um ser humano. Tudo organizado por acaso?

A primeira tarefa do Gene Azul será entender como o corpo faz apenas uma molécula de proteína. Para resolver este problema, o computador funcionará 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante 1 ano! Enquanto o corpo, seguindo as instruções impressas no DNA, cria uma molécula de proteína numa fração de segundo. Tais instruções, que este computador levará 1 ano para entender, foram geradas aleatoriamente? E tudo isto por causa de apenas uma molécula de proteína! “A probabilidade de se alcançar a ordem requerida, numa única e básica molécula de proteína, meramente por acaso, é estimada em uma chance em 1 seguido de 43 zeros. Considerando que milhares de moléculas de proteína são necessárias para construir uma única célula, a probabilidade se torna impossível.” ( Jerry R. Bergman, in In Six Days, John F. Ashton, ed. [New Holland Publishers, 1999], 29).

São necessárias várias espécies diferentes de enzimas (feitas de proteínas) para decodificar/traduzir a informação genética codificada no DNA, e as enzimas são independentemente codificadas para fazer o trabalho. Então, não seria vantagem para a evolução (mesmo se ela pudesse) imprimir informação genética no DNA; ao mesmo tempo, ela teria que codificar as enzimas para traduzí-las. Assim, o DNA e as enzimas para decodificá-las não poderiam ter “evoluído” por um período de tempo, ficando estagnadas no processo. Tudo deve estar funcionando perfeitamente em ordem desde o início. Em nível molecular, a evolução é uma piada de mal gosto!

Anos atrás, o dilema era: “O que veio primeiro, o ovo ou a galinha?” Hoje, o dilema é: “O que veio primeiro, a proteína ou o DNA?” É necessário proteína para construir o DNA, porém, é necessário DNA para fazer a proteína. Obviamente, ambos foram criados ao mesmo tempo; nenhum deles poderia ter evoluído.

Todavia, a lição do DNA aponta além da impossibilidade estatística, de algum modo colocando abaixo o processo aleatório, por um longo tempo. As três bilhões de letras químicas expressam informação numa linguagem, que deve ser lida para ser usada! A linguagem, necessariamente, envolve idéias compostas a partir de regras gramaticais, que podem ser criadas e expressadas apenas por uma inteligência. Isto nos leva além das estatísticas e matéria, colocando-nos noutra realidade, envolvendo questões que não podem ser compreendidas por tecidos feitos de células.

Linguagem expressa pensamentos, e pensamentos não são físicos! Eles podem ser articulados em formas físicas, tais como sons ou palavras e sentenças numa página, ou ainda em letras químicas codificadas no DNA. Obviamente, de qualquer forma, os pensamentos sendo comunicados pela linguagem são independentes do material através do qual são expressos. Necessariamente, tem que haver uma inteligência, uma fonte não física, independente dos meios físicos de armazenamento ou comunicação. A Bíblia, é claro, diz que Deus, que codificou o DNA, é Espírito (Jo. 4:24).

O fato de que a vida é criada e funciona por linguagem, originada por uma inteligência, proveniente de uma fonte não física, acaba de uma vez por todas com a evolução. A química não poderia colocar pensamentos inteligentes numa linguagem que contém as instruções para construir e operar uma única célula, muito menos as trilhões de células do corpo humano! O fato de que o DNA é construído para replicar a si mesmo precisamente, e falha apenas por causa de erros destrutivos, elimina até mesmo a evolução teísta.

Somos levados pela ciência e lógica a admitir que a vida, em qualquer forma, tem a sua fonte somente num Deus que é independente do universo material. Que não pode haver mais de uma fonte, isso é provado pela uniformidade e universalidade da linguagem. Estes fatos inevitáveis refutam não apenas o ateísmo, mas também o panteísmo e o politeísmo, as maiores ilusões do paganismo.

O DNA, é claro, não entende a informação codificada nele próprio. Ele é um mecanismo construído e programado pelo Originador da linguagem, para seguir Suas instruções automaticamente. E o mais complexo mecanismo construído pelo DNA é o cérebro humano. Mais avançado do que qualquer computador já produzido pelo homem, ele contém mais de 100 bilhões de células nervosas conectadas por 444 quilômetros de fibras nervosas, inter-relacionadas por 100 trilhões de conexões.

Com toda esta complexidade, o cérebro não origina ou entende o que está fazendo, tal como o próprio DNA. O cérebro não origina os pensamentos. Se o fizesse, teríamos que fazer qualquer coisa que ele decidisse. Ao contrário, nós (a pessoa real por dentro) produzimos as idéias, tomamos decisões, e nossos cérebros recebem estes pensamentos não físicos, traduzindo-os em ações físicas, através de uma conexão entre o espírito e o corpo, que a ciência não pode sondar.

Wilder Penfield, um dos mais renomados neurocirurgiões do mundo, descreve o cérebro como um computador programado por algo independente de si mesmo, a mente. A ciência não pode escapar ao fato de que o homem, como seu Criador, tem que ser não material para originar os pensamentos, a serem processados pelo cérebro. Mas o homem não origina o pensamento por si mesmo. Ele próprio não cria ou tem a capacidade de pensar. A Bíblia diz que Deus, o qual é Espírito, criou o homem “à sua imagem” (Gen. 1:27), que é uma “alma vivente” (2:7), sou seja, um ser não físico tal como seu Criador, capaz de pensar e tomar decisões. Esta habilidade faz dele moralmente responsável diante de Deus. Escapar desta responsabilidade é única razão do ateísmo.

Não apenas a ciência tem falhado em se esconder de Deus, mas os últimos dados de computadores e exames da vida em nível molecular também confirmam o que a Bíblia sempre disse. Cristãos se perguntaram por séculos o que significava dividir, pela Palavra de Deus, até mesmo “juntas e medulas” (Heb. 4 12). Agora sabemos que a linguagem codificada por Deus no DNA, no ato da criação, faz exatamente isto. Porém, Deus se comunica com o homem em seu espírito numa linguagem elevada, que “é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Heb. 4:12). Esta verdade é imutável porque “Para sempre, ó SENHOR, a tua palavra permanece no céu” (Sal. 119:89).

Muito antes da ciência moderna, Davi escreveu: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo.” (Sal. 19:1-4).

Tudo fica ainda mais emocionante, e aumenta a glorificação a Deus, quando permitimos as Escrituras exporem a respeito do papel essencial que a linguagem exerce em toda criação. Gênesis 1 nos mostra que Deus disse: “Haja luz”, etc. O Novo Testamento nos mostra que “a Palavra era Deus. Todas as coisas foram feitas por ele…” (Jo. 1:1-2). A diante, lemos: “os mundos pela palavra de Deus foram criados” (Heb. 11:3). E os céus, “pela mesma palavra… se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.” (2 Ped. 3:7). Jesus disse: “Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” (Jo. 12:38).

A capacidade humana de estudar e entender a linguagem do DNA é prova de que ele é um ser não físico, como o Originador do DNA e, portanto, capaz de um relacionamento espiritual com o Criador, que é muito diferente de qualquer parte do corpo humano. Sua habilidade de formar idéias conceituais e expressá-las num discurso, o capacita a receber comunicação do seu Criador numa linguagem que o homem (não animais) pode entender e obedecer. A consciência nos mostra quando desobedecemos. A Bíblia diz que acreditar e obedecer esta comunicação de Deus é absolutamente essencial para a vida espiritual. Moisés declarou, há 3.500 anos: “o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem.” (Deut. 8:3).

Desde a rebelião de Adão, seus descendentes estão, por natureza, todos “mortos em ofensas e pecados” (Ef. 2:1) e devem nascer de novo para a vida espiritual pela Palavra de Deus, através do Espírito de Deus, na Sua família: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” (Jo. 3:6); “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre.” (1 Ped. 1:23-25); “a palavra da fé, que pregamos” (Rom. 10:8). O salmista disse: “engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome.” (Sal. 138:2).

Milagrosamente, os filhos do seu “pai, o diabo” (Jo. 8:44) podem se tornar os “filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gal. 3: 26). Sim, “agora somos filhos de Deus…” (1 Jo. 3:2). Depois de recebermos vida espiritual dEle, pela fé na Sua Palavra, somos capazes de manter um relacionamento de adoração com o Pai, porque “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo. 4:24).

Qualquer um pode ver o sério erro de procurar por coisas físicas, como o batismo e a hóstia, para se obter vida espiritual. Sim, Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.” (Jo. 6:53). Claramente, por “comer” e “beber”, Ele quis dizer “acreditar”: “quem crê em mim nunca terá sede…Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna;” (vv. 35-40). Como Ele explicou para aqueles que não puderam entender: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” (v. 63)

A existência do homem como um ser não físico não põe fim à morte do seu corpo material. Para o cristão, a morte significa a separação temporária de ambos, da alma e espírito, do corpo material: “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Cor. 5:8). Tal separação acaba quando o “Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro… Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (1 Tess. 4:13-18) e “carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção … todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” (1 Cor. 15:50-53). Ou seja, as almas e espíritos dos salvos, daqueles que estiveram em Sua presença enquanto seus corpos estavam dormindo no túmulo, serão reunidos novamente ao seu novo corpo glorificado, igual ao de Jesus Cristo (Filip. 3:21). Isto é fantástico? Não mais do que a criação!

Sua esposa, retirada da terra e levada à casa de Seu Pai, como Ele prometeu (Jo. 14:1-3), depois do “tribunal de Cristo” (2 Cor. 5:10), será “vestida de linho fino, limpo e branco” e casar-se-á com seu Senhor (Ap. 19:7-8). Aquele que retorna triunfantemente ao Monte das Oliveiras (de onde Ele ascendeu – Atos 1:9-12) liderando seus exércitos celestiais como “Rei dos reis, e Senhor dos senhores,” … vestido “de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus .” (Ap. 19:11-16)

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