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T. Austin-Sparks União com Cristo

“Deixaste o teu primeiro amor”

A igreja em Éfeso representa as igrejas em cada época e em cada geração que compreenderam e continuam a compreender as riquezas insondáveis de Cristo, bem como aqueles que têm experimentado caminhar na luz que têm. Contudo, esta também é a igreja a quem o Senhor diz: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. […] Tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).

Estamos convencidos de que o aviso “Deixaste o teu primeiro amor” fala, acima de tudo, do fato de que nossos interesses pessoais têm se misturado com nosso amor, nossa devoção e nosso compromisso com o Senhor, ou estão próximos de se misturar. Em uma mensagem sobre os valentes de Davi, T. Austin-Sparks colocou o assunto desta maneira:

Nós nos ocupamos muito com a proclamação destas duas coisas: que o próprio Senhor Jesus conquistou a lealdade de nosso coração, e também que passamos a ver que Ele é Aquele a quem Deus escolheu para o lugar de autoridade suprema neste universo por todas as eras – e estamos comprometidos com o Senhor, não por razões meramente pessoais. Se estivéssemos, quando um gigante surgisse, deveríamos sair rapidamente de cena; o teste, como se pode ver, é isso.

O Senhor está realmente trabalhando bastante em nós a fim de tentar nos persuadir de nossos interesses pessoais no cristianismo e de nossos interesses pessoais em nosso relacionamento com Ele; porque, quando as coisas que nos tocam aqui na Terra e em nossa vida pessoal são ameaçadas, geralmente perdemos a fé. Afundamos, dispersamo-nos espiritualmente, na presença de uma ameaça que se levanta contra nossos interesses aqui, mesmo sendo cristãos relacionados ao Senhor. Devemos colocar de lado a consideração sobre como essas coisas nos afetam e tomar a posição dos interesses do Senhor. Isso é algo muito relevante e muito importante.

Devemos dizer: ‘Não importa como isso me afeta, mas o que isso trará de padecimento ao Senhor? O que o Senhor tem a perder se eu fugir disso ou se essa coisa ganhar preponderância? Como isso afetará meu Senhor e afetará o grande fato de Seu trono?’

Vamos nos perguntar: “Estamos envolvidos no ministério do trono, ou nosso interesse pessoal nos mantém presos à terra?” Podemos descobrir o quanto somos eficazes nessa guerra por meio de nossas orações, observando o seguinte.

Muitos anos atrás, em uma reunião realizada na Inglaterra pouco antes da Segunda Guerra Mundial varrer o mundo, Watchman Nee expressou em oração o significado de ter Cristo como nosso “primeiro amor”. O Japão invadiu a China, e a China estava no início de uma guerra devastadora, mas foi assim que ele orou ao se colocar na plataforma com um falante japonês (Nee era chinês). O caos da guerra na China estava fresco na memória de todos, e, quando chegou sua vez, ele conduziu as pessoas que estavam reunidas em intercessão pelo Extremo Oriente em termos que, para muitos de nós ali, nos anos 1930, foi uma revelação. Foi uma oração que poucos dos que tiveram o privilégio de estar presentes esqueceram.

O Senhor reina: afirmamos isso com ousadia. Nosso Senhor Jesus Cristo está reinando, e Ele é o Senhor de tudo. Nada pode tocar Sua autoridade. Há forças espirituais para destruir Seus interesses na China e no Japão. Portanto, não oramos pela China, não oramos pelo Japão, mas oramos pelos interesses de Teu Filho na China e no Japão. Não culpamos nenhum homem, pois eles são apenas ferramentas nas mãos de Teu inimigo. Nós nos levantamos por Tua vontade. Quebra, ó Senhor, o reino das trevas, pois as perseguições à Tua Igreja estão Te ferindo. Amém.

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Charles Spurgeon União com Cristo Vida cristã

De Mim procede o teu fruto

❝De Mim procede o teu fruto.❞

(Oséias 14.8)

Nosso fruto procede da união com nosso Deus. O fruto do galho está diretamente ligado à raiz. Cortando-se a conexão, o galho morre, e nenhum fruto é produzido. Em virtude de nossa união com Cristo nós produzimos frutos. Cada cacho de uvas esteve primeiro na raiz, passou pelo caule, fluiu através dos vasos condutores e se moldou exteriormente no fruto, mas esteve antes no caule. Assim também, toda boa obra [do cristão] esteve primeiro em Cristo e, depois, é produzida em nós. Ó cristão, dê valor a essa preciosa união com Cristo, pois ela deve ser a fonte de toda frutificação que você espera conhecer. Se não estivesse ligado a Jesus Cristo, você seria, sem dúvida, um ramo estéril.

Nosso fruto provém da providência espiritual de Deus. Quando as gotas de orvalho caem do céu, quando a nuvem parece cair do alto e está a ponto de destilar seu tesouro líquido, quando o brilho do Sol faz reluzir os frutos nos cachos, cada bênção celestial parece sussurrar à árvore e dizer: “De Mim procede o teu fruto.” O fruto deve muito à raiz – que é essencial à frutificação –, mas ele deve muito também às influências externas. Quanto nós devemos à graciosa providência de Deus, pois nela Ele nos provê constantemente ânimo, ensino, consolação, força, ou qualquer coisa de que necessitarmos. A isso nós devemos toda a nossa utilidade ou virtude.

Nosso fruto provém de Deus como sábio agricultor. A faca de lâmina afiada do jardineiro auxilia a árvore a dar frutos ao diminuir os cachos e podar os galhos excedentes. Que seja assim, cristão, com relação à poda que o Senhor faz em você. “Meu Pai é o lavrador. Toda a vara em Mim que não dá fruto, [Ele] a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (Jo 15.1,2). Uma vez que nosso Deus é o autor de nossas graças espirituais, vamos dar a Ele toda a glória por nossa salvação.

(Publicado em 17.11.07. Revisado e atualizado em 20.7.19.)

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