É com nossos pecados que nos achegamos a Deus, pois não podemos nos apresentar a Ele com qualquer outra coisa que seja realmente nossa. Essa é uma das lições que aprendemos com lentidão. Mas, sem termos aprendido a mesma, não poderemos dar um só passo correto naquilo que chamamos de vida religiosa.
Rebuscar coisa boa em nossa vida passada, ou apelar para algo de bom no presente, se descobrirmos que o nosso passado nada contém de positivo, é nosso primeiro pensamento quando começamos a procurar resolver a grande questão pendente entre Deus e nós – o perdão de nossos pecados. No favor de Deus há vida (Sl 30.5), e estar sem o favor divino é sentir-se infeliz neste mundo, é não desfrutar de alegria no mundo por vir. Não há vida digna de ser chamada de vida, exceto aquela que flui de Sua amizade infalível. Sem essa amizade, nossa vida aqui é um fardo e uma canseira. Nessa amizade, porém, não há qualquer mal, e toda a tristeza torna-se uma alegria.
“Como poderei ser feliz?” foi a pergunta de uma alma cansada que já experimentara cem maneiras diversas de obter a felicidade, mas sempre falhara.
“Obtenha o favor de Deus”, foi a resposta imediata de alguém que já havia provado pessoalmente que “o Senhor é bondoso” (1Pe 2.3).
“Não haverá outra maneira de alguém ser feliz?”
“Nenhuma!” foi a pronta e decidida resposta- ” O homem vem buscando algum outro caminho para a felicidade por seis mil anos, e tem fracassado totalmente. E você obteria sucesso?”
“Não, não teria possibilidade alguma; e não quero continuar tentando indefinidamente, Mas, esse favor de Deus me parece algo muito duvidoso; e o próprio Deus parece estar tão distante que não sei para onde voltar-me.”
“O favor de Deus não está cercado de dúvidas. Ele e real acima de todas as demais realidades; e Deus é o mais próximo de todos os seres, sendo tão acessível quanto é gracioso e bom.”
“Esse favor divino, do qual você fala, para mim sempre pareceu misterioso, e não posso entendê-lo.”
“Diga antes que é como a luz do sol que está sendo ocultada de você pelas suas dúvidas.”
“Sim, sim, acredito em você. Mas, como poderei deixar para trás as dúvidas e chegar à luz da certeza? Parece ser algo tão difícil, exigindo muito tempo para chegar a concretizar-se.
“Você é quem torna distante e difícil aquilo que Deus fez simples, próximo e fácil.”
“Você está querendo dizer-me que não há quaisquer dificuldades?”
“Em certo sentido, há mil dificuldades; mas, em um outro sentido, não há nenhuma.”
“Como pode ser isso?”
“O Filho de Deus porventura dificultou o caminho do pecador quando disse à multidão: ‘Vinde a mim, e eu vos aliviarei’?”
“Certamente que não. Ele queria que todos fossem imediatamente a Ele, e naquele momento em que estavam juntos Ele lhes daria descanso.”
“Portanto, se você estivesse pessoalmente naquele lugar, quais dificuldades teria encontrado?”
“Nenhuma, por certo. Falar em dificuldades, quando eu estivesse ao lado do próprio Filho de Deus, seria uma insensatez, ou pior ainda.”
“O Filho de Deus sugeriu alguma dificuldade para o pecador, ao conversar com a mulher samaritana, sentado à beira do poço de Jacó? Todas as dificuldades não foram antecipadas ou eliminadas por estas admiráveis palavras de Cristo: “…tu lhe pedirias, e ele te daria água viva?”
“Sim, sem dúvida. Tudo se resumia em pedir e receber. A transação inteira terminou ali mesmo. O tempo e o espaço, a distância e as dificuldades nada têm a ver com essa questão; a dádiva seguiu-se à petição, corno se fossem causa e efeito. Até esta altura, tudo é muito claro. Porém, desejo indagar: Não existe alguma barreira?”
“Nenhuma, se é que o Filho de Deus realmente veio salvar os perdidos. Mas, se Ele veio para aqueles que estavam apenas parcialmente perdidos, ou que pudessem salvar-se em parte, então a barreira seria infinita. Isso eu admito; de fato, insisto sobre esse ponto.
“Portanto, estar perdido não serve de barreira para quem quer ser salvo?”
“Eis uma pergunta tola que merece uma resposta tola. Quando sentimos sede, isso porventura serve de empecilho para obtermos água? ou o fato de que alguém é pobre serve de empecilho para receber riquezas dadas por algum amigo?”
“Não. A verdade é que a sede me prepara para a água, e a minha pobreza me prepara para as riquezas.”
“Ah, sim, o Filho do homem veio não para chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. Se você não é um pecador completo, então há uma barreira. Mas, caso você seja um pecador completo, então não há nenhuma barreira.
“Um pecador na íntegra! Será que esse é o meu verdadeiro caráter?”
“Não há dúvida quanto a isso. Se você ainda duvida, examine a sua Bíblia. O testemunho de Deus é que você é um pecador completo, e que terá de tratar com Ele como tal, pois os sãos não precisam de médico. e, sim, os doentes.”
“Um pecador na íntegra! Bem, mas não deveria eu livrar-me de alguns dos meus pecados, para poder receber alguma bênção da parte de Deus?”
“Não, realmente. Pois somente Ele pode livrar alguém até mesmo de um pecado. Assim sendo, você terá de ir a Ele com toda a sua ruindade, sem importar quão grande ela seja. Se você não é um pecador na íntegra, então, na verdade você nem precisa de Cristo, pois Ele é o Salvador no mais total sentido da palavra. Ele não ajuda você a salvar-se; e nem você pode ajudá-lo a salvar a você mesmo. Ou Ele faz tudo, ou nada faz. Uma meia salvação só serve para aqueles que não estão totalmente perdidos. Ele mesmo carregou ‘em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados’ (1Pe 2.24).
O que acabamos de descrever foi a maneira como Lutero encontrou a paz e a liberdade de Cristo. A história de seu livramento é muito instrutiva, porque mostra como as pedras de tropeço da justiça-própria devem ser removidas, mediante a plena exibição do evangelho gratuitamente oferecido, e faia das boas-novas do amor de Deus para com aqueles que não são amados e nem São amoráveis; das boas-novas de perdão para o pecador, sem o concurso de dinheiro ou dos méritos humanos – as boas-novas da PAZ COM DEUS, oferecidas é exclusivamente através da propiciação daquele que estabeleceu a paz por meio do sangue de Sua cruz.
Uma das primeiras dificuldades encontradas por Lutero foi que ele pensava que teria de despertar o arrependimento dentro de si mesmo; e então que, tendo conseguido isso, teria de apresentar esse arrependimento como uma oferta pacífica ou como uma recomendação a Deus. E se esse arrependimento não pudesse ser apresentado como uma recomendação positiva, pelo menos poderia servir de apelo para que o seu castigo fosse mitigado.
Perguntava Lutero: “Como poderei ousar crer no favor de Deus, enquanto não houver em mim uma real conversão? Preciso mudar, antes que Ele possa receber-me.”
Foi esclarecido a Lutero que a “conversão” ou o “arrependimento” que ele tanto desejava jamais poderia ocorrer enquanto considerasse Deus um severo Juiz, destituído de amor. O que nos conduz ao arrependimento é a “bondade de Deus” (Rm 2.4). Se o pecador não reconhecer essa bondade, seu coração não poderá ser quebrantado. Um pecador impenitente despreza as riquezas da bondade, da longanimidade e da tolerância de Deus.
O idoso conselheiro de Lutero disse-lhe claramente que ele deveria descontinuar as penitencias e as mortificações, bem como todas as preparações da justiça-própria para tentar obter ou adquirir o favor divino
Conforme Lutero nos revela de forma tocante, essa voz pareceu descer do próprio céu: “Todo autêntico arrependimento começa com o conhecimento do amor perdoador de Deus”.
Enquanto Lutero ouvia, raiou-lhe a luz do entendimento, e uma alegria até então desconhecida tomou conta dele. Nada havia entre ele e Deus! Nada havia entre ele e o perdão! Nada de bondade preliminar ou de sentimentos preparatórios! Lutero aprendeu a lição dada pelo apóstolo. “Cristo… morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rm 5.6). Deus “justifica ao ímpio” (Rm 4.5). Todo e qualquer mal existente no ímpio é incapaz de impedir essa justificação; e toda a bondade do pecador (se nele houver tal coisa) não pode ajudá-lo a obtê-la. Ele terá de ser recebido como um pecador, ou nem poderá ser recebido. O perdão oferecido reconhece somente a sua culpa; e a salvação provida na cruz de Cristo considera-o apenas um perdido.
Entretanto, o senso de culpa é por demais profundo para ser facilmente abafado. O temor voltou ao coração de Lutero, e ele foi aconselhar-se uma vez mais, exclamando: “Oh, o meu pecado, o meu pecado!” como se a mensagem de perdão, que ele recebera ainda tão recentemente, fosse boa demais para ser veraz, e como se pecados como os seus não pudessem ser fácil e simplesmente perdoados.
“você quer ser apenas um pecador aparente, e, portanto, necessitado apenas de um Salvador aparente?”
Assim indagou o venerável amigo de Lutero, adicionando então solenemente: “Reconheça que Jesus Cristo é o Salvador de grandes e autênticos pecadores, os quais nada merecem senão a mais total condenação?’
“Mas Deus não é soberano em Seu amor selecionador?” indagou Lutero. E completou: “Talvez eu não seja um dos escolhidos de Deus?’
“Olhe para as cicatrizes de Cristo”, foi a resposta, “e contemple ali a mente bondosa de Deus para com os filhos dos homens. Em Cristo enxergamos Deus, ficamos sabendo Quem Ele é, e como Ele nos ama. Pois o Filho é quem revela o Pai; e o Pai enviou o Filho para que fosse o Salvador do mundo”.
Certo dia, quando estava doente e acamado, disse Lutero a um amigo: “Creio no perdão dos pecados”. E ajuntou: “Porém, o que isso tem a ver comigo?”
“Ah, e isso não inclui os seus próprios pecados?” indagou aquele amigo, acrescentando: “Você crê que os pecados de Davi foram perdoados? e que os pecados de Pedro foram perdoados? Por que você não pode crer que os seus próprios pecados podem ser perdoados? O perdão tanto é para você como foi para Davi ou Pedro”
Foi dessa maneira que Lutero encontrou tranqüilidade. O Evangelho, uma vez crido dessa forma, trouxe a Lutero liberdade e paz. Ele compreendeu que havia sido perdoado, porque Deus dissera que o perdão seria a possessão imediata e garantida de todos quantos dessem credito ás boas-novas da salvação.
No solucionamento da grande questão entre Deus e o pecador, não poderia haver nem barganha e nem preço de qualquer espécie. A base do acordo foi lançada faz quase vinte séculos; e a poderosa transação realizada na cruz do Calvário foi tudo quanto se fez necessário para que o preço fosse pago. “Está consumado” é a mensagem de Deus aos filhos dos homens que perguntam: “Que devo fazer para ser salvo?” Essa transação concluída sobrepuja todos os esforços dos homens para se justificarem, ou para ajudarem a Deus a justificá-los. Vemos Cristo crucificado, bem como vemos Deus em Cristo reconciliando o mundo conSigo mesmo, não imputando aos homens as suas transgressões; e esse fato resulta daquilo que foi realizado na cruz, onde a transferência da culpa do pecador para o divino Filho de Deus foi efetuada de uma vez por todas. Ora, o Evangelho é justamente o anúncio das “boas-novas” dessa grande transação. Quem quer que dê crédito a esse anúncio, toma-se participante de todos os benefícios garantidos por essa transação.
“Mas, não deveria eu sentir-me endividado diante da realização do Espírito Santo em minha alma?”
“Sem dúvida; pois qual esperança poderia haver para você sem a operação do todo-poderoso Espírito, que vivifica os mortos?”
“Nesse caso, não deveria eu esperar pelos impulsos do Espírito? E uma vez recebidos esses impulsos, não deveria eu apresentar os sentimentos despertados por Ele como razões de minha justificação?”
“Não de modo nenhum. Ninguém é justificado pelas realizações do Espírito, mas somente pela realização de Cristo. E as operações do Espírito também não servem de base para a fé, e nem de motivos para alguém esperar o perdão da parte do Juiz de todos. O Espírito Santo opera em nós, não a fim de preparar-nos para sermos justificados, e nem para tomar-nos aptos para recebermos o favor divino, e, sim, para conduzir à cruz, tal e qual nós somos. Pois a cruz é o único lugar onde Deus trata misericordiosamente com os transgressores.”
É na cruz que encontramos paz com Deus e recebemos o Seu favor. Ali achamos não somente o sangue que nos lava, mas também a retidão que nos reveste e embeleza, de tal maneira que dali por diante somos tratados por Deus como se nunca tivesse havido a nossa injustiça, e como se a retidão de Seu Filho fosse nossa.
A isso Paulo chama de retidão “imputada” (ver Rm 4.6,8,11,22,24), a saber, Deus lança a retidão de Cristo em nossa conta, como se tivéssemos direito às bênçãos que tal retidão pudesse obter para nós. Retidão obtida por nós mesmos ou lançada em nossa conta por outro ser humano chamamos retidão infundida, concedida ou inerente, mas retidão alheia, a nós creditada por Deus, como se nossa, chamamos retidão imputada. Paulo alude a isso, quando diz: “…revesti-vos do Senhor Jesus Cristo…” (Rm 13.14 e Gl 3.27). Assim, Cristo nos representa; e Deus trata conosco como quem é representado por Cristo. E então, necessariamente haverá a retidão interna como conseqüência natural. Mas, não devemos esperar obtê-la, antes de irmos a Deus buscar a retidão de Seu Filho.
A retidão imputada deve vir primeiro. Ninguém tem a retidão no íntimo, enquanto não tiver recebido a retidão que vem de fora. Assim, fazer alguém de sua própria retidão o preço oferecido a Deus em troca da retidão que há em Cristo, é desonrar a Deus e negar o valor de Sua cruz. A obra do Espírito não consiste em tomar-nos santos, a fim de podermos ser perdoados, mas em mostrar-nos a cruz, onde os transgressores acham perdão. Tendo achado o perdão ao pé da cruz, iniciamos aquela nova vida de santidade à qual fomos chamados.
O que Deus oferece ao pecador é o perdão imediato: “…não por obras de justiça praticadas por nós..!’ (Tt 3.5), e, sim, pela grande obra de retidão realizada em nosso lugar por nosso Substituto. Nossa qualificação para a obtenção dessa retidão é o fato que somos injustos, tal como a qualificação para que um enfermo receba cuidados médicos é que ele esteja doente.
Sobre alguma bondade anterior, como base para o recebimento do perdão, o Evangelho faz total silêncio. Os apóstolos jamais aludiram a sentimentos religiosos preliminares, como algo necessário para que recebamos a graça de Deus. Temores, perturbações, auto-indagações, amargos clamores implorando misericórdia, pressentimentos de juízo e resoluções de mudança de vida, dentro da seqüência do tempo, podem anteceder o recebimento das boas-novas de salvação por parte do pecador, mas nenhuma dessas coisas constitui a sua preparação, e nem o qualifica. Ele é bem recebido, mesmo sem qualquer dessas coisas. Elas não lhe garantem o perdão, tornando este mais gracioso ou mais gratuito. As necessidades do pecador arrependido foram os seus argumentos: “Deus, sé propício para comigo, um pecador!” Sim, ele precisava de salvação, e dirigiu-se a Deus a fim de recebê-la, e também porque Deus deleita-se em socorrer aos pobres e necessitados. Ele precisava de perdão, foi a Deus e obteve o perdão sem qualquer mérito pessoal e sem ter de pagar coisa alguma. Quando ele NADA TINHA PARA PAGAR sua dívida, Deus o perdoou gratuitamente. Foi o fato que ele nada tinha para pagar que provocou o mais franco perdão.
Ah! Isso é graça. “Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou” (1Jo 4.10)! Ele nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos delitos. Ele nos amou, não porque fôssemos bondosos, mas por ser Ele “rico em misericórdia”; não porque fôssemos dignos de Seu favor, mas porque Ele se deleita em mostrar-se longânimo para conosco. Ele nos acolheu movido pela Sua própria graça, e não porque fôssemos dignos de ser amados. “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Sim, Cristo convida os cansados! Esse cansaço espiritual é que capacita o pecador a vir a Cristo, o que também permite que Cristo socorra o pecador. Onde houver esse cansaço, haverá também o descanso! Esses dois aspectos são encontrados lado a lado. Talvez você diga: “Este lugar de descanso não é para mim”. O quê? você quer dizer que esse descanso não se destina a você?” Ora, esse descanso não se destina aos cansados? Talvez você insista: “Mas, eu não posso fazer uso dele”. O quê? Você não pode fazer uso do descanso? Você quer dizer algo como: “Estou tão cansado que nem posso sentar-me?” Se você tivesse dito: Estou tão cansado que nem posso ficar de pé, nem andar e nem subir em lugares elevados, todos lhe entenderiam. Mas, dizer alguém: “Estou tão cansado que nem posso sentar-me” exprime uma grande tolice, ou algo pior, pois estaria fazendo do ato de sentar-se uma ação meritória, dando a entender que sentar-se é fazer algo importante, que requer um longo e prodigioso esforço.
Ouçamos, pois, as graciosas palavras do Senhor: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede. Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (João 4.10). “Tu lhe pedirias, e ele te daria água viva!” Isso é tudo. Quão real, quão verdadeiro, quão gratuito; e ainda, quão simples! Ou então, escutemos a voz do servo, na pessoa de Lutero: “Oh, meu querido irmão, aprenda a conhecer a Cristo crucificado. Aprenda a entoar um novo cântico; a desistir de obras anteriores, e a clamar a Ele: Senhor Jesus, Tu és a minha retidão, e eu sou o Teu pecado. Tomaste sobre Ti o que é meu, e me deste o que é Teu. O que eu era, nisso Te tornaste, a fim de que eu me tornasse naquilo que eu não era. Cristo habita somente com os pecadores confessos. Medita com freqüência no amor de Cristo e provarás quão doce Ele é”. Sim, perdão, paz, vida – todas essas coisas são dádivas. Os dons divinos, trazidos do céu pelo Filho de Deus são oferecidos pessoalmente a cada pecador necessitado pelo Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Esses dons não se destinam a ser comprados, mas recebidos; da mesma forma que os homens recebem a luz do sol, completa, garantida e gratuitamente. Esses dons não se destinam a ser merecidos por meio de esforços ou sofrimentos pessoais, por meio de orações ou lágrimas; antes, devem ser aceitos imediatamente, como aquilo que foi adquirido pelos labores e pelos sofrimentos do nosso grande Substituto. Não devemos ficar esperando por esses dons, mas eles devem ser aceitos prontamente, sem qualquer hesitação ou falta de confiança, da mesma forma que os homens aceitam os presentes de amor de algum amigo generoso. E também não devem ser reivindicados com base na aptidão ou na bondade, mas antes, por causa da necessidade e indignidade da pobreza e do vazio espirituais.
Obs: O autor prossegue o livro desenvolvendo os seguintes temas: “Qual é Minha Esperança?”, “Em Meu Lugar”, “Muito Tempo”, “Não posso Largar!”, “Para Onde? Para Onde?”, “A Aparência deste Mundo Passa”, “E se Isso for Verdade?” e “A Era Vindoura”.
Horatius Bonar (1808-1889), pastor reformado e escritor de vários hinos. Foi um pastor escocês que se destacou como um perito pregador do Evangelho de Cristo, e também como autor de diversos poemas e hinos, como “Honra, Poder, Majestade”, “Cantai! Exultai!”, “Rio da Vida”, “A Voz de Jesus”, dentre tantos outros que enfileiram-se com os de Isaac Watts e Newton, além de escritor de livros como “Como Irei a Deus?” Editora Fiel.
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