O amor arde como fogo e sobrevive à base de calor. O ar que a verdadeira experiência cristã respira e o pão de que ela se alimenta são feitos de chama. E ela suporta qualquer coisa, menos uma chama fraca. E, quando a atmosfera que a cerca é fria ou morna, morre congelada ou à míngua. Não há oração verdadeira sem chamas.
Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar do fervor espiritual. É pelo fogo que a oração sobe aos céus. O fogo empresta asas à oração, dando-lhe acesso a Deus; comunica-lhe energias e torna-a aceitável diante do Senhor. Sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração.
A causa de Deus foi confiada aos homens. Deus mesmo se confia aos homens. Os crentes que oram são os vice-governadores Dele. Estes é que fazem a obra de Deus e realizam Seus planos.
A direção de Paulo é muito específica: “Não andeis ansiosos por nada”. Por nenhuma coisa. Por nada, por nenhuma condição, por nenhuma chance ou acontecimento. Não se perturbe por nada que possa criar ansiedade. Tenha uma mente liberta de todas as preocupações, de todos os cuidados, de toda aflição, de todos os medos. Quantas possibilidades estão na oração para remediar a situação de mente da qual Paulo está falando! Orar sobre tudo pode silenciar cada distração, sumir com a ansiedade e libertar todo medo de vidas escravizadas. Apenas oração sobre tudo pode levar o medo embora, aliviar o coração de cargas desnecessárias e salvar do pecado de ficar se preocupando com coisas que não podemos resolver.
A Igreja está procurando por métodos melhores; Deus está buscando homens melhores.
Falar aos homens a respeito de Deus é uma grande coisa; mas falar a Deus a favor dos homens e ainda maior. Quem não aprendeu a falar com Deus em favor dos homens não pode falar bem e com real sucesso aos homens de Deus. Mais do que isto: as palavras sem oração, tanto no púlpito como fora dele, são palavras que amortecem.
Cristo, que nisso e em outras coisas é nosso exemplo, empregou muitas noites inteiras em oração. Seu costume era orar muito. Ele tinha lugar habitual para orar. Longo tempo gasto em oração constitui a vida e o caráter de Cristo. Paulo orava de noite. Daniel orava três vezes por dia deixando de lado muitas coisas importantes. A oração de Davi pela manhã, ao meio-dia e à noite indubitavelmente, em muitas ocasiões, prolongava-se muito. Embora não tenhamos dados específicos do tempo que esses santos homens da Bíblia gastaram em oração, há evidências de que dedicaram muito tempo, e, em algumas ocasiões, era seu costume empregar longos períodos para oração. Não queremos afirmar que o valor de suas orações foi medido pela duração, mas nosso propósito é imprimir em nossa mente a necessidade de permanecer em comunhão com Deus. Se em nossa fé não se nota esta característica, ela é vazia e superficial.