J. K.

“Qual o celestial, tais também os celestiais” (1Coríntios 15.48b).

sky.jpg

De quem esse versículo fala? Quem são esses seres misteriosos e privilegiados que Palavra de Deus chama de “os celestiais”? São talvez anjos, espíritos que rodeiam o trono de Deus? De modo nenhum. Vamos ler os versículos anteriores. Os celestiais são “os que são de Cristo”, ou seja, todos os filhos de Deus. Sem duvidas, você dirá: “Somos um povo escolhido para habitar um dia no céu; portanto, no futuro seremos os celestiais”.

Queridos amigos crentes, a Palavra de Deus não apresenta esse assunto no futuro, mas no presente. Atualmente, agora, somos celestiais. O que significa isso e qual são as conseqüências disso?

Antes que o Senhor Jesus viesse a este mundo, o crente judeu recebia suas bênçãos na terra. O Antigo Testamento ligava as promessas terrenas à fidelidade. A prosperidade material era uma prova visível do favor de Deus. Esse será novamente o regime dos crentes da nova aliança durante o reinado de mil anos, o milênio. Mas somos os crentes do novo testamento; estamos entre estes dois períodos. Pertencemos à Igreja; isto quer dizer que temos todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3).

Com a mesma alegria que anunciamos o perdão de seus pecados, queremos dizer aos jovens crentes: o céu é de vocês, nem mais nem menos; é de vocês hoje, agora. É de vocês porque Cristo, “o Celestial”, a quem vocês estão ligados, subiu para lá depois que o mundo O rejeitou. Moralmente vocês têm a mesma posição que Cristo: rejeitados pelo mundo, estão “assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (2:6b) Talvez isso lhes pareça mera teoria. É certo que corporalmente ainda não estamos nos lugares celestiais, mas somos chamados a ver as coisas como se já estivéssemos lá!

Assim como do alto da montanha os objetos no vale, aos nossos olhos, se reduzem a pequenas proporções, igualmente, as coisas da terra, vistas do céu, incluindo as melhores e as mais legitimas, ocupam um lugar secundário. Tomam o caráter de coisas passageiras. Cessam de ser os objetos perseguidos com obstinação para nosso próprio prazer, como o são para as pessoas do mundo, as quais têm seus interesses na Terra. Para o crente, essas coisas não são mais que meios, ocasiões para glorificar a Deus. Mas, como alguém já disse, nós, os cristãos, na verdade temos muito pouca perspectiva. Porque a verdadeira perspectiva sobre todas as coisas só se obtém habitando no céu, de coração e pelo pensamento.

Além do mais, Deus já nos marcou com um sinal distintivo, um caráter de família, prova de que pertencemos a Ele. O Espírito Santo veio habitar no crente gravando nele o selo divino, o caráter celestial.

Na realidade, somos pessoas de outro mundo. Mesmo que tenhamos a mesma aparência dos homens que estão a nossa volta, nosso interior é totalmente diferente, por seus motivos, seus afetos e seus centros de interesse. Por isso o mundo não pode compreender o “celestial”. O mundo dirá aos cristãos: “Como podem gostar de ler a Bíblia, esse livro velho, e não gostar de ler nossos jornais e revistas? Vocês passam os domingos em reuniões ou em família, e nossos espetáculos e entretenimento não despertam o interesse de vocês! São jovens reservados, modestos; interessam-se por outras atividades. Tudo o que constitui o encanto da vida parece tão indiferente para vocês! Vocês são pessoas estranhas!”

Respondemos com a Palavra de Deus: agora somos “chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo” (1Jo 3.1) Assim como Jesus não foi conhecido nem compreendido, porque era do céu, o mesmo acontece com o crente fiel. Seus motivos e alegrias fogem dos padrões do mundo.

No entanto, é necessário que tenhamos esses motivos e alegrias. É preciso que conheçamos a maravilhosa recompensa do cristão por tudo a que renunciamos que não deveria nos custar nada, pois Cristo, Aquele a quem nos apegamos, é sumamente incomparável. Devemos desfrutar agora mesmo do céu e Daquele que o enche. Caso contrário, nossa separação do mundo será simplesmente teórica, pretensiosa, sem valor para Deus, sem força de testemunho.

Se nosso testemunho é muito fraco e existem poucas conversões ou nenhuma ao nosso redor, pode ser porque não damos aos que nos rodeiam a impressão de que o céu nos basta. Pelo contrario, parece que necessitamos também de muitas coisas da terra para nos sentirmos felizes.

Queridos amigos crentes, nós somos “celestiais”, estamos ligados ao “Celestial”. Que cada um de nós diga sinceramente: O céu é suficiente para minha felicidade presente, pois meu coração está no lugar em que meu vivo Salvador está!

Pela senda terrenal,
Guia-me Tua clara luz
À vida celestial,
Pai do Senhor Jesus!
O Espírito de Deus
Sempre testificando em mim,
Cantarei com doce voz:
Por Ti já fui salvo.

Salvador, manso Jesus!
Tu me tens muito perto de Ti,
Já que deste numa cruz
Prova de Teu amor por mim.
Eu Te peço Teu sustento,
Poderoso Salvador!
Me dê esse bem tão precioso,
Te suplico, meu Senhor!
Hinos e Cânticos (Espanha), 70

(Traduzido de Un mensaje bíblico Para Todos, n. 04/2006). Para Todos tem como objetivo ajudar o crente em sua vida cristã por meio de exemplos práticos tirados da Bíblia, que é “inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16). Se você desejar receber mensal e gratuitamente Para Todos (em espanhol), escreva para: Ediciones Bíblicas Para Todos, 1166 Perroy – Suíça.
Tradução de Maria Augusta Matta Machado para Campos de Boaz (camposdeboaz.alef3.com).
Esse texto pode ser utilizado livremente apenas em publicações gratuitas, desde que se mantenha sua integridade e a informação sobre a tradução.

Campos de Boaz: colheita do que Cristo, o Boaz celestial, espalhou em Seus campos é um projeto cristão voluntário sob responsabilidade de Francisco Nunes.
Licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.