O ambiente do mundo sufoca desejos divinos. É contrário ao espírito de oração. Se vivermos e nos movermos numa atmosfera venenosa, certamente nossa vida espiritual será envenenada.
Os discípulos vieram ao Mestre e suplicaram que lhes ensinasse a orar. Jesus disse: “Entra no teu quarto, e, fechada a porta…” (Mt 6.6). É preciso colocar a barreira da porta fechada, deixar o coração e o espírito isolados, sozinhos com Deus. Não precisamos da chave que fecha a porta de uma cela monástica, mas do espírito que fecha a chave para o mundo, recusando-se a ser movido por seus princípios contrários.
É difícil orar porque precisamos usar o cérebro, e a mente é a última fortaleza do diabo. “E vos renoveis no espírito do vosso entendimento [ou mente]” (Ef 4.23). Busque a “mente de Cristo”.
Ore para que a mente seja clarificada na própria oração. Muitos oram sem qualquer noção sobre o que vão pedir. Não há suficiente contemplação e meditação. Se os anjos não podem entrar na presença de Deus com rosto descoberto, quanto menos devemos entrar correndo para falar com Ele com mente despreparada!
É difícil orar porque orar é batalhar. Falemos com o Senhor que não sabemos orar. À medida que formos dando expressão a isso, estaremos desafiando as potestades das trevas. Ao buscarmos a Deus, procurando ligar-nos insistentemente a Ele, iremos rompendo as forças de oposição e, ao mesmo tempo, aprendendo lições de como vencê-las com o poder do Espírito.
Quando estivermos de joelhos, e os céus estiverem fechados como bronze, é um sinal de que entramos numa esfera espiritual e que precisamos lutar. Não é necessário rasgarmos os céus para entrar nessa esfera. Já estamos sentados nos lugares celestiais em Cristo. Porém, quando oramos, tomamos uma arma nas mãos. Precisamos usá-la para batalhar e passar pelas forças de oposição!
Esperar em Deus não é ser passivo, mas ficar na expectativa – como esperaríamos na estação pela chegada de um trem.
Ore sobre suas orações. Veja se há nelas algum elemento de egocentrismo. Veja se está orando com motivos impuros ou por alvos errados. Aquele filho por quem você tem orado, que ainda não conhece Jesus – veja se você não tem orado apenas com o amor de mãe no coração. Afeto humano não é suficiente. Precisa haver um impulso de Deus, um mover divino.
Só podemos orar à medida que tivermos uma visão da necessidade do mundo e sentirmos o amor pelos perdidos que Jesus tinha. Somos um sacerdócio real. Não seremos intercessores enquanto não virmos a necessidade, e só veremos a necessidade se estivermos em contato com Deus.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Vigilância espiritual
Junto com a oração, é importante vigiar. Oração é o resultado de estar alerta espiritualmente, e vigilância é o resultado de vida espiritual. Um homem desfalecido não tem consciência do que está à sua volta. Ele está vivo, mas inconsciente. Nunca perca consciência do poder e da presença de Deus. Ore, mas não esmoreça!
O vento do Espírito Santo pode soprar hoje. Estamos de prontidão, alertas? Se o vento viesse e as velas não estivessem armadas, e os marinheiros todos dormindo, eles perderiam a oportunidade. Pode ser que um missionário esteja lutando com dificuldades, ou um irmão ou irmã em tristeza e depressão; Deus pode estar procurando por um intercessor, alguém que está vigiando, disposto a orar. Estamos prontos?
Se a igreja se entregasse à oração, o que isso significaria à multidão incontável de pobres e perdidos que estão perecendo longe de Jesus? Deus fenderia os céus e desceria.
Deus coloca a chave de Sua casa de tesouros nas mãos daquele que ora. Vamos orar!
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