A história da Bíblia é a do homem colocando-se no lugar em que Deus merece estar e de Deus vindo e se colocando no lugar em que o homem merecia estar.
(Alistair Begg)
O simples fato de que a comunhão cristã, fundada sobre a fé na ressurreição de Jesus, veio à existência e floresceu na própria cidade em que Ele foi executado e sepultado é poderosa evidência da historicidade da tumba vazia.
(William Lane Craig)
Se você negligenciar instruir seus filhos no caminho da santidade, o diabo não irá negligenciar instruí-los na perversidade.
(John Flavel)
O céu seria o inferno para mim sem Cristo.
(Thomas Goodwin)
Uma gota da doçura dos céus é suficiente para extirpar todo azedume e todo amargor de todas as aflições no mundo.
(Jeremiah Burroughs)
Jesus foi à cruz porque Deus planejou isso. Deus propôs isso. E Deus designou isso como o meio absolutamente necessário pelo qual, e unicamente pelo qual, a reconciliação ocorreria. Eis porque Jesus disse: ‘Eu desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade Daquele que Me enviou’ (Jo 6.38).
(John MacArthur)
Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor.
Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas,
e é segurança para vós.
Nos últimos anos, tive a oportunidade de falar em várias conferências e igrejas cristãs sobre a importância dos pais ensinarem a seus filhos (como justificar e defender a verdade da fé cristã). Quando falo, geralmente começo fazendo as seguintes duas perguntas.
Primeira pergunta aos pais: “Quantos de vocês chegaram aqui já sabendo que nosso mundo está se tornando muito secular e que a fé de seus filhos provavelmente seja desafiada de certa forma por causa disso?”
Cem por cento das mãos levantam… sempre.
Segunda pergunta aos pais: “Quantos de vocês podem dizer que estão confiantes de que sabem especificamente quais são esses grandes desafios da fé, como tratá-los efetivamente com seus filhos, e como isso se traduz nas responsabilidades paternas do dia-a-dia?”
Zero por cento das mãos levantam… sempre.
Por estar escrevendo no blogue sobre paternidade cristã, nos últimos quatro anos tive a oportunidade de escutar centenas de pais. Essa lacuna entre 1) saber que nosso mundo secular influenciará a fé de nossos filhos e 2) entender o que exatamente isso significa para os pais é praticamente universal. E isso geralmente leva ao medo e à frustração: os pais sabem que há um problema, mas não sabem como resolvê-lo.
É esta lacuna que me levou a escrever Keeping Your Kids on God’s Side: 40 Conversations to Help Them Build a Lasting Faith (Mantendo seus filhos ao lado de Deus: 40 conversas para ajudá-los a construir uma fé duradoura), em inglês, lançado em março). Desejei ajudar os pais a identificar e compreender 40 dos mais importantes desafios de fé que precisam discutir com os filhos para que esses desafios não pareçam mais ambíguos e intratáveis. Contudo, mesmo que os pais tenham adquirido esse conhecimento crítico, a questão que permanece é: “Como isso se traduz em responsabilidades paternas?”
Eis aqui cinco questões-chave a serem consideradas.
1. Os pais precisam se comprometer a aprofundar continuamente seu entendimento sobre a fé cristã
Em um mundo secular, crianças encontrarão freqüentemente desafios à fé, especialmente vindos de ateus declarados. Ateus geralmente são bem preparados para apresentar seus argumentos contra Deus e, em particular, contra o cristianismo. Infelizmente, muitos pais cristãos não estão igualmente preparados para ensinar seus filhos a justificar a verdade do cristianismo e a defender suas crenças. É criticamente importante que os filhos compreendam perguntas como as que seguem, porém muito poucos pais estão equipados a tratar delas de forma pró-ativa: “Que evidência existe da existência de Deus? Por que um Deus bom permitiria maldade e sofrimento? Como um Deus amoroso pode mandar pessoas para o inferno? A fé em Deus é oposta à razão? Quais são os fatos históricos sobre a ressurreição com os quais quase todos os estudiosos concordam? Como os cristãos podem acreditar que milagres são possíveis? Como sabemos que a Bíblia que temos hoje diz o que os autores quiseram dizer originalmente? A Bíblia apoia a escravidão, o estupro e o sacrifício humano (como os céticos alegam)?”
No passado, quando a sociedade era pelo menos nominalmente mais cristã, os pais evitavam tratar das perguntas mais difíceis sobre a fé com os filhos (não que eles não as tivessem!). Contudo, os desafios de hoje requerem muito mais dos pais cristãos fiéis. Devemos saber quais são esses grandes desafios e nos equipar para nos envolver com eles, comprometendo-nos a continuamente aprofundar o entendimento sobre nossa fé a fim de podermos guiar nossos filhos de acordo com ela.
2. Os pais devem intencionalmente ter um “espaço espiritual” no lar
É claro que não é suficiente aprofundarmos o entendimento sobre o cristianismo. Tem, de alguma maneira, de transferir esse entendimento a nossos filhos, e essa transferência requer um cuidadoso planejamento de tempo. O tipo de conversa sobre fé que precisamos ter com nossos filhos hoje (como as questões listadas no ponto 1) simplesmente não irão acontecer de forma significativa a menos que tenhamos espaço espiritual para elas. Por espaço espiritual quero dizer dedicar um tempo para a família envolver-se em crescente entendimento sobre o relacionamento com Deus e intensificá-lo. Não há razão para que um tempo como esse não seja agendado como todas as outras atividades (menos importantes) em nossa vida. Se você já não está fazendo isso, comece com apenas 30 minutos por semana. Isso é razoável para qualquer família, e sempre é possível trabalhar a partir daí.
3. Os pais devem estudar a Bíblia com os filhos. De verdade
Mesmo sabendo que o estudo da Bíblia é importante, as estatísticas mostram que provavelmente não o estamos fazendo: menos de uma em cada dez famílias cristãs estudam a Bíblia, todos os membros juntos, toda semana. Se seus filhos perceberem que você de fato despreza a Bíblia, tratando-a como algo minimamente relevante, eles terão pouca razão para vê-la como o livro com autoridade que alguns alegam que ela é. É absolutamente inútil falar sobre a Bíblia como Palavra de Deus se não a tratamos como tal.
Entretanto, a Bíblia é o ponto de ataque favorito dos céticos, e nossos filhos terão muitas oportunidades de ouvir que ela é um livro antigo e irrelevante cheio de inexatidões e contradições. Se não estivermos estudando a Bíblia com nossos filhos regularmente, há uma boa chance deles, depois de algum tempo, pararem de se importar com o que ela tem a dizer. (Veja meu artigo Don’t Expect Your Kids to Care What the Bible Says Unless You’ve Given Them Reason to Believe It’s True [Não espere que seus filhos se importem com o que a Bíblia diz a menos que você dê a eles motivo para crer que ela é a verdade], em inglês).
4. Os pais devem pró-ativa e regularmente perguntar aos filhos que perguntas eles têm sobre a fé
Em um mundo secular, em que as crianças estão constantemente ouvindo cosmovisões competindo entre si, é garantido que perguntas aparecerão continuamente. Porém há muitas razões pelas quais os filhos talvez nunca as façam: ou há muitas outras coisas acontecendo, ou têm medo de nossa reação ou simplesmente não estão interessados o suficiente para trazê-las à tona.
Em nossa casa, estabelecemos uma “Noite das perguntas” agendada a fim de ajudar com isso. Você pode ler sobre como começar a sua em meu artigo How to Get Your Kids to Ask More Questions about Their Faith (Como fazer seus filhos perguntarem mais sobre a fé deles).
5. Os pais devem fazer aos filhos as perguntas difíceis que eles não pensam em fazer
Se você regularmente encoraja seus filhos a perguntarem sobre fé (veja o ponto 4), vocês terão vários grandes papos. Mas muitas questões que são importantes que eles entendam a fim de se preparar para o mundo secular que encontrarão são as que menos lhes ocorrem de perguntar. Por exemplo: a maioria das crianças não pensa em perguntar como sabemos que a Bíblia que temos hoje diz o que os autores escreveram originariamente. Contudo, isso não significa que elas não encontrarão céticos que lhes dirão que, por essa razão, a Bíblia não é completamente confiável. Assim como não esperamos até que nossos filhos façam perguntas sobre a Segunda Guerra Mundial[1] para decidirmos quando, o que e como ensiná-los sobre isso, não deveríamos esperar até que eles encontrem desafios quanto à fé para tratar deles. Sem dúvida, eles ouvirão os céticos falando em certo nível sobre esses tópicos; então, não há razão para não ouvirem sobre eles de nós primeiro.
[1] Isso se explica no contexto americano, por causa do grande envolvimento dos EUA no conflito, por causa dos milhares de veteranos de guerra, dos milhares de mortos, das milhares de famílias afetadas…