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Citações Gotas de orvalho

Gotas de orvalho (16)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Qualquer coisa que me afaste de minha Bíblia é meu inimigo, por mais inofensivo que possa parecer.

(A. W. Tozer)

Sobre a cruz, Jesus não apenas tornou a salvação possível, mas, na verdade, Ele redimiu aqueles previamente dados a Ele pelo Pai.

(Steve Lawson)

O evangelho não é salvação para todos, mas salvação para os que crêem. Para os demais, é uma sentença de morte.

(Paul Washer)

Você nunca terá um teste para sua fé que não se configure uma bênção para você, se você for obediente ao Senhor. Eu nunca passei por uma provação em que, ao cruzar o profundo rio, eu não tenha encontrado algum pobre peregrino que eu não tenha podido ajudar por meio daquela experiência.

(A. B. Simpson)

Devemos nos desculpar por admoestar as pessoas contra os falsos evangelhos, os falsos batismos, os falsos espíritos, os falsos cristos, os falsos sacramentos, os falsos mediadores, as falsas visões da igreja e as falsas visões sobre a Escritura? Devemos nos desculpar por admoestar sobre o pecado, o mundanismo e o compromisso? Tenho falado contra muitos grupos e denominações cristãos, porque Deus me ordena a pregar a verdade e a denunciar o erro (2Tm 4.1-6). Recuso-me a desculpar-me por obedecer a Deus. Pela graça de Deus, vou continuar expondo o erro, até que o Senhor me leve para a glória. E, pela graça de Deus, vou continuar dando nomes aos homens e a ser específico contra o erro e o pecado. Ó Deus, ajuda-nos a ter coragem nesses tempos trabalhosos, para que Te honremos e Te obedeçamos, e não para obedecermos ao homem.

(David Cloud)

A rendição à supremacia, à glória, à vontade, ao prazer de Cristo deveria ser o primeiro e o mais elevado pensamento da vida.

(Andrew Murray)

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Indicações de sexta (10)

A verdade está neste Livro!

 

Toda sexta-feira, uma pequena lista de artigos cuja leitura recomendamos. Além disso, indicaremos também uma mensagem e um hino para serem ouvidos. Nosso desejo é que lhe sejam úteis para aprofundar seu conhecimento do Senhor, para capacitar você a servi-Lo melhor e para despertar em você mais amor por Ele.
É sempre importante relembrar o que dizemos em Sobre este lugar: as indicações a um autor ou a alguma fonte não implica aprovação total ou incondicional de tudo o que é ali ensinado nem indicado em outros links ou em vídeos relacionados, etc; indica, outrossim, que naquele artigo específico há conteúdo bíblico a ser apreciado.

Artigos que merecem ser lidos

  1. Você está descontente?, de Erik Raymond. O contentamento é uma ordem bíblica. Mas como cumpri-la? E como saber que não a estamos cumprindo?
  2. O problema de Mateus 11.12, de Clóvis Gonçalves. O que este versículo descreve é uma coisa boa ou ruim?
  3. Tudo o que não provém de fé é pecado — sério?, de John Piper. Qual o significado da afirmação de Paulo? Ele estava mesmo se referindo a tudo?
  4. O lado vida da cruz, de Jessie Penn-Lewis. Sem dúvida, a cruz implica morte, mas há também um aspecto de vida nela, e é fundamental que o conheçamos.

Mensagem que merece ser ouvida

Deserto, oração e avivamento, por Wilson Porte

Hino que merece ser ouvido

I have a Friend whose faithful love

Letra de C. A. Tydeman, música de autor anônimo.

I have a Friend whose faithful love

I have a Friend, whose faithful love
Is more than all the world to me:
’Tis higher than the heights above,
And deeper than the soundless sea;
So old, so new,
So strong, so true;
Before the earth received its frame,
He loved me—Blessed be His name!

He held the highest place above,
Adored by all the sons of flame,
Yet such His self-denying love,
He laid aside His crown and came
To seek the lost,
And at the cost
Of heavenly rank and earthly fame
He sought me—Blessed be His name!

It was a lonely path He trod,
From every human soul apart;
Known only to Himself and God
Was all the grief that filled His heart,
Yet from the track
He turned not back,
Till where I lay in want and shame,
He found me—Blessed be His name!

Then dawned at last that day of dread,
When desolate, yet undismayed,
With wearied frame and thorn-crowned head,
He, God-forsaken, man-betrayed,
Was then made sin
On Calvary,
And, dying there in grief and shame,
He saved me—Blessed be His name!

Long as I live my song shall tell
The wonders of His dying love;
And when at last I go to dwell
With Him His sovereign grace to prove,
My joy shall be
His face to see,
And bowing there with loud acclaim
I’ll praise Him—Blessed be His name!

Tradução

Eu tenho um Amigo cujo amor fiel

Eu tenho um Amigo, cujo amor fiel
é mais do que o mundo todo para mim:
é mais elevado do que as mais altas alturas
e mais profundo do que o mar em som.
Tão antigo tão novo,
tão forte, tão verdadeiro.
Antes que a Terra fosse desenhada,
Ele já me amava. Bendito seja Seu nome!

Ele mantinha o lugar mais elevado nos céus,
adorado por todos os filhos de chama;
no entanto, por esse Seu amor abnegado,
Ele pôs de lado Sua coroa e veio
Para buscar os perdidos,
E, ao custo
Do posto celestial e da fama terrena,
Ele me procurou. Bendito seja Seu nome!

Foi um caminho solitário que Ele trilhou,
De cada alma humana em pedaços;
conhecida apenas por Si mesmo e por Deus
era toda a tristeza que Lhe enchia o coração.
No entanto, desde que veio
Ele não voltou atrás;
foi até onde eu estava em falta e vergonha:
Ele me encontrou. Bendito seja Seu nome!

Então, raiou o último dia de temor de,
quando, desolado, no entanto impávido,
com um quadro sobre a cabeça coroada de espinhos,
Ele, esquecido por Deus e traído pelo homem,
foi, então, feito pecado
no Calvário
e lá morreu em tristeza e vergonha.
Ele me salvou! Bendito seja Seu nome!

Enquanto eu viver, minha canção irá falar
das maravilhas de Seu amor que O levou à morte.
E quando, por fim, eu for morar
com Ele, Sua graça soberana provar,
minha alegria será
Seu rosto ver,
E, curvando-me ali, com voz alta clamarei,
vou louvá-Lo: “Bendito seja Seu nome!”

Versão em português

Do meu Senhor, o amor fiel
É mais que o mundo pode dar:
Mais alto que os mais altos céus,
E mais profundo que o mar.
Antigo amor,
Superior,
Pois antes da criação de Deus
Amou-me — glória ao nome Seu!

O alto trono era Seu,
Dos anjos, tinha adoração;
Mas tudo, por amor, deixou,
Descendo aqui em servidão.
Me procurou —
Sacrificou
A alta posição do céu;
Buscou-me — glória ao nome Seu!

Sozinho a senda percorreu,
Sofreu do homem rejeição;
E conhecido só por Deus,
De angústia, encheu Seu coração.
Não hesitou
Nem recuou,
Mas indo aonde estava eu,
Achou-me — glória ao nome Seu!

Rompendo o dia de temor,
Mui só, mas com intrepidez,
Cruéis escárnios suportou;
Deus O abandonou e O fez
Pecado, sim,
Na cruz por mim;
E em vergonha e dor morreu.
Salvou-me — glória ao nome Seu!

Enquanto aqui viver, direi
Das maravilhas desse amor.
Por fim com Ele estarei
Provando a graça superior.
Oh! que prazer
Seu rosto ver!
Prostrado, renderei, fiel,
Louvores — glória ao nome Seu!

História

A única informação que encontramos foi esta: “Afirma-se que esse hino foi escrito por certo C. A. Tydeman, mas, quem ele é, ninguém sabe.”

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Charles Spurgeon Cristo Deus Salvação

“Salvação é do Senhor!” (Charles H. Spurgeon)

“Salvação é1 do Senhor!” (Jn 2.9).

E se Deus exige que o pecador – morto em pecado – deva dar o primeiro passo, então, Ele requer exatamente aquilo que torna a salvação tão impossível sob o evangelho como sempre foi nos termos da lei, visto que o homem é incapaz de crer como é incapaz de obedecer, e ele é tão grandemente sem poder para vir a Cristo como é sem poder a fim de ir para o céu sem Cristo. O poder deve ser dado a ele pelo Espírito. O homem jaz morto no pecado; o Espírito deve vivificá-lo. O homem está de mãos e pés atados, acorrentado pela transgressão; o Espírito deve cortar suas amarras, e, então, ele vai saltar para a liberdade. Deus deve vir e tirar as barras de ferro de suas cadeias, e, então, o homem pode escapar; mas, a não ser que a primeira coisa seja feito para ele, ele deve perecer tão certamente sob o evangelho como teria perecido sob a lei.

Eu deixaria de pregar, se acreditasse que Deus, no tocante à salvação, exigisse o que quer que fosse do homem que Ele mesmo não houvesse se comprometido a suprir. Eu sou o mensageiro. Eu digo a você a mensagem do Mestre. Se você não gosta da mensagem, brigue com a Bíblia, não comigo. Pelo tempo que eu tiver a Escritura a meu lado, vou ousar e desafiar você a fazer qualquer coisa contra mim [com respeito a esse assunto]. A salvação é do Senhor. O Senhor tem de aplicá-la para fazer do relutante alguém disposto, para fazer do ímpio alguém piedoso e trazer o rebelde vil para os pés de Jesus, ou, então, a salvação nunca será realizada. Deixe uma coisa para o homem fazer, e você terá quebrado o elo da cadeia, a própria ligação que era essencialmente necessária para a integridade da mensagem da salvação. Tire o fato de que Deus começa a boa obra e que Ele nos envia o que os antigos teólogos chamavam de graça preventiva – tire isso, e você terá estragado toda a salvação, pois você acabou de tirar a pedra de esquina do arco, e ele desabou. Não há mais nada depois.

Nota

1Essa é a tradução da versão usada pelo autor, a King James. Em português, a ACF traz: “Do Senhor vem a salvação”. “Vem”, em itálico, indica que a palavra não está nos originais, assim como o “é” da KJ. A palavra é subentendida a partir do restante da frase. (N. do T.)


(Traduzido por Francisco Nunes de “Salvation is of the Lord!”. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Evangelho T. Austin-Sparks Vida cristã

Em Adão ou em Cristo

Leitura: Rm 5.12-19; 1Co 15.5-49; Cl 2.11-13; 3.1-3

Essas passagens colocam diante de nós várias coisas bem precisas. Elas nos trazem uma série de dísticos, de duplas.

Dois homens

Em primeiro lugar, elas apresentam dois homens, Adão e Cristo, e os apresentam como dois homens raciais, ou seja, dois homens que são a cabeça e o representante inclusivo de duas raças diferentes. E elas tornam perfeitamente claro que é impossível estar em ambos os homens ao mesmo tempo ou pertencer a ambas raças. Se você está vivo em Adão, está morto para Cristo. Se você está vivo em Cristo, está morto para Adão. Esses dois, portanto, são definidos por nenhum fato menor, menos importante, do que vida e morte, e essas duas coisas são bem separadas, pois é muito diferente, no sentido divino, estar vivo de estar morto no sentido divino.

Dois homens – e a Palavra de Deus diz que estamos em um ou em outro. Por natureza, não podemos mudar isso por nós mesmos, não temos escolha. Nós nascemos em e de Adão. Ele é nossa cabeça natural, o progenitor de nossa raça e de nossa ordem naturais. Estamos nele por natureza, e não podemos deixar de estar. E, ainda assim, Deus fez provisão para que saíssemos de Adão, para que não tivéssemos mais de estar em Adão, mas pudéssemos estar em Cristo. Ele diz: “Todos morrem em Adão” (1Co 15.22) ou: “Todos estão mortos”. A morte reina sobre toda a raça de Adão. Em Cristo, todos estão vivos, pois Cristo está vivo e vive no pleno sentido divino. Mas surge a pergunta: “Como podemos sair de Adão e entrar em Cristo?” E esse é o ponto sobre o qual vamos concentrar nossa meditação hoje, quando passamos pelas outras verdades que se apresentam naquelas passagens.

Há dois homens, para começar, e eles são totalmente separados. Eles não têm nenhuma amizade, nenhum relacionamento, nenhuma comunhão, nada em comum. Adão e Cristo são dois tipos distintos e pertencem a dois mundos e reinos distintamente diferentes, e, fora de Cristo, estamos em Adão. Em Adão, estamos fora de Cristo. Em Cristo, não estamos mais em Adão. É isso que a Escritura torna perfeitamente claro e é assim que temos perfeita clareza sobre isso. Há um grande empenho sendo feito hoje para, de alguma forma, criar uma ponte sobre essa separação, a fim de atravessá-la, para torná-la menos diferente e distinta do que é. Você encontra pessoas trabalhando com o objetivo de tentar levar outras pessoas para Cristo indo à terra delas, considerando onde elas estão e tentando encontrá-las em seu próprio território. Isso é apresentado numa frase muito comum: “É preciso encontrar as pessoas em seu próprio território1”, mas isso é um erro fatal quando você está procurando trazer as pessoas para o terreno de Cristo. Muitas vezes ouvimos de coisas sendo feitas e de métodos sendo adotados a fim de tentar ganhar pessoas para Cristo por considerar cuidadosamente o que preocupa as pessoas ou tendo as pessoas em vista. Por exemplo, considere uma turma de estudantes. Para ganhá-los, você deve ir ao território dos estudantes, assumir uma posição intelectual e lidar com eles segundo uma linha intelectual. Isso é tomar uma base natural, e nunca resulta realmente em uma posição definida e real em Cristo. E em muitas outras áreas esse tipo de coisa é feita.

Eles não têm nenhuma amizade, nenhum relacionamento, nenhuma comunhão, nada em comum.

O Senhor Jesus sabia muito bem, como alguém que sabia de tudo, que esse tipo de coisa não pode funcionar. Aproximou-se Dele aquele que era um bom homem: Nicodemos. Nicodemos era, em primeiro lugar, um homem naturalmente religioso e, sem dúvida, um homem educado, e, por fim, um homem de posição social e de influência, um homem que tinha conquistado muitas coisas em seu próprio lado da natureza, as quais lhe deram uma base e feito dele alguém. Ele veio ao Senhor Jesus e começou a falar sobre seu próprio procedimento, de seu próprio caminho. “Bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus” (Jo 3.2). “Pare, Nicodemos! Você não pode ir mais longe. Se você veio para obter ajuda de Mim, Eu não posso ajudá-lo enquanto você não ver para Meu terreno. Você está em um reino, Eu estou em outro. Você pertence a um homem; Eu sou totalmente outro homem. Eu não posso seguir com você em seus passos. Nicodemos, se quiser ter alguma coisa de Mim, você deve nascer de novo, você deve nascer de cima. Você deve vir para Meu terreno, sair de seu próprio terreno. Eu não posso encontrar você .” Ele parou a coisa toda de uma vez e colocou a questão: “Somos dois homens diferentes. Você pertence a uma raça, Eu pertenço a outra. Você pertence a um mundo, Eu pertenço a outra. Há muitas coisas boas sobre você para seu mundo, mas, no Meu mundo, elas não têm importância. Você tem de sair de um para o outro e reconhecer que nada do que está em Adão tem qualquer valor quando se trata de salvação. Não, há uma grande lacuna entre nós e nada pode preenchê-la. Você tem de sair desse terreno e ir para outro antes que possa haver um real começo em entender as coisas de Cristo.”

Dois nascimentos

Dois homens que representam dois reinos e duas naturezas tão absoluta e completamente diferentes tornam fazer a comunhão entre si completamente impossível. Bem, dois homens: isso é o que está estabelecido, e temos de ser muito francos sobre isso. Vamos reconhecer isso e sempre apresentá-lo para as pessoas e nunca tentar ir para o terreno delas e tomar a posição delas, na esperança de ganhá-las para o nosso ou para o de Cristo. Não vai funcionar. Temos de estar no terreno de Cristo e dizer: “Você precisa nascer de novo antes que possa ter um começo, antes que possa ter o primeiro vislumbre da luz ou da vida no que diz respeito ao céu”. Assim, os dois homens, como essas palavras deixam claro, representam dois nascimentos: “O que é nascido da carne”, como o Senhor Jesus disse a Nicodemos, “é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (v. 6) – dois nascimentos distintos. O nascimento em Adão é o nascimento segundo a carne. O nascimento em Cristo é o nascimento do Espírito. “Você deve nascer de novo.”

Duas hereditariedades

Depois, por causa dos diferentes nascimentos certamente haverá duas hereditariedades: a que o Novo Testamento chama de “o velho homem” e a que é chamada de “o novo homem”. Sabemos muito bem que temos nosso homem velho por hereditariedade; temos a hereditariedade de Adão. Nós não estamos apenas em Adão pelo nascimento, mas Adão está em nós pelo nascimento. Quando os filhos de Israel estavam no Egito, eles estavam no Egito, e então Deus os tirou do Egito, mas por 40 anos ficou bastante claro que o Egito não havia saído deles. Este era o problema: durante 40 anos no deserto, o Egito que neles estava foi sendo tratado. O coração deles estava sempre ligado com o Egito. A única coisa que se tornou tão manifestamente necessária era que o Egito no coração tinha de ser suplantado pela Terra da Promessa, e aquelas pessoas que não tinham a terra no coração pereceram no deserto porque o Egito ainda estava em seu coração, mas a nova raça, a nova geração, em cujo coração a terra estava, entrou e a possuiu. Estamos em Adão, mas Adão está em nós também. Temos a hereditariedade de Adão e sabemos disso muito bem. Mas há também outro aspecto.

Quando estamos em Cristo, quando nascemos de novo do Espírito, então, temos a nova hereditariedade. Nós herdamos o que há em Cristo. Pedro fala de nos tornarmos “participantes da natureza divina” (2Pe 1.4). É implantada em nós no novo nascimento a hereditariedade do Senhor Jesus Cristo. Nós herdamos algo por nascermos Dele, e isso está em Cristo como está em nós, que é a esperança de tudo. Como Paulo afirmou: “Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1.27). Agora, não somente em Cristo, mas Cristo em nós pelo novo nascimento, de modo que não é só que viemos para o reino do cristianismo, uma esfera chamado “Cristo”, mas que entraram em nós as poderosas energias da própria vida de Cristo e da própria disposição e natureza de Cristo a crescer. Assim como o que nasce no corpo se manifesta mais cedo ou mais tarde em natureza – e toda nossa vida natural nada mais é do que o desdobramento gradual do que está em nós por natureza, e quanto mais velhos ficamos, mais consciente de que somos como certas pessoas que existiram antes de nós, quantos vestígios de nossos antepassados somos capazes de descobrir –, assim é em Cristo. Conforme avançamos, se de fato seguimos em Cristo, o que herdamos Dele cresce e se torna cada vez mais evidente.

Dois cursos2

Então, há dois cursos. Há o curso de Adão e o curso de Cristo. O curso de Adão é chamado, ou denominado, de “terreno, da terra”. Uma vez que Adão pecou e caiu, seu curso foi inteiramente terreno. Tudo relativo a ele – todos os seus interesses, sua visão toda, todas as suas energias – aponta para baixo e é da terra, é terreno. Paulo fala disso, como você observa na passagem em 1 Coríntios 15: “O primeiro homem, da terra, é terreno […] Assim como trouxemos a imagem do terreno […]” (vv. 47-49). Gosto do modo como isso é colocado. O Espírito Santo sabe o que está fazendo quando usa palavras. Ele poderia facilmente ter usado “terrestre” aqui, mas usou “terreno”. Você pode pensar que há muito pouca diferença. Se você diz “terrestre”, isso significa que você pertence a certo reino e sua associação é com esse reino. Mas se diz “terreno”, isso significa que você é da própria natureza desse reino, e essa é uma grande diferença. Você pode estar no mundo no que diz respeito a seu ser físico, mas não é de todo necessário para você ser um com o mundo em sua natureza e disposição. O Senhor Jesus disse: “Eles estão no mundo, mas não são do mundo” (Jo 17.14), e “terreno” significa que não somos apenas ligados à terra, mas que participamos de algo que é chamado de “terra”, de uma natureza, e nosso curso é este – um curso terreno – e não há céu aberto para nós.

Em Cristo, o que herdamos Dele cresce e se torna cada vez mais evidente.

Mas, então, há o curso de Cristo, e você sabe que, sempre em conexão com Cristo, está a palavra “celestial”. “Vós sois de baixo, Eu sou de cima” (Jo 8.23). “Eu desci do céu” (6.38). O homem celestial, o último Adão, é o Senhor do céu, e o curso em Cristo significa que nosso curso é celestial, nossos interesses são celestiais, nossos recursos são celestiais, nosso objetivo é celestial, nossas obras são celestiais. Nossa vida é celestial em natureza, substância e força. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está […] A vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.1,3). O curso de Cristo é celestial.

Não se esqueça que o único objetivo do grande inimigo, Satanás, é criar uma ligação entre os filhos de Deus e aquilo que é terreno. Ele tem tentado e conseguido com a Igreja quase como um todo ao longo de séculos, tornando-a algo terreno, algo aqui de baixo, pertencente à terra, enquanto ela, em seus primórdios, era inteiramente e só celestial – muito simples. Seus locais de reunião eram muito simples, não considerados pelo mundo; todas as suas formas e seus caminhos eram muito simples, na verdade. Não havia nada aqui nesta terra e no mundo para ganhar o favor dela, sua reputação ou seu reconhecimento, mas sua vida era celestial. A única coisa que ela tinha aqui embaixo era um testemunho, e era um testemunho de um Cristo celestial e reinante. Satanás triunfou tremendamente ao fazer da Igreja algo terreno, e ele está sempre tentando fazer isso com você e comigo, a fim de obter uma ligação entre nós e o que está aqui e roubar-nos de nossa vida essencialmente celestial. Se ele não pode fazê-lo de uma maneira, tentará fazê-lo de outra. Inconscientemente, imperceptivelmente, a coisa opera até que nosso coração seja afastado do Senhor celestial e tenha um interesse no que está aqui.

Dois destinos

Então, finalmente, temos dois destinos. Em Adão: juízo de condenação. Este é o destino para a raça de Adão, para a vida de Adão: condenação, julgamento, morte, morte eterna. O outro destino, em Cristo, é um destino glorioso, a vida eterna, honra e glória eternas.

Estou falando muito brevemente sobre essas coisas, mas esse é o grande divisor de águas em todos os aspectos.

O caminho para fora de Adão e para dentro de Cristo

Agora, como sair de um e entrar no outro? Como sair de Adão e entrar em Cristo? Como sair do velho nascimento para o novo nascimento? Como sair da hereditariedade do velho homem para a do novo homem? Como afastar-se desse velho curso terreno e ir para o novo curso celestial? Como sair do destino de julgamento e morte e ir para o destino de vida e glória? Como? Bem, as Escrituras deixam isso perfeitamente claro. Como sair de Adão? Você nunca poderá lutar para sair de Adão e entrar em Cristo. Você nunca poderá, por qualquer força de vontade, sair de Adão e entrar em Cristo. Se sua vontade é mais forte do que a de Satanás, então, você pode controlá-la, mas todos os que têm tentado descobriram que isso não acontece. Satanás é muito inteligente e muito poderoso, e ele não deixa o que é dele ir facilmente. Como, então?

Há apenas um caminho. Deus encontrou uma maneira e Deus determinou um caminho. “Como posso sair de Adão?” Bem: morra – isso é tudo. “Se eu morrer…” Bem, isso é o fim de tudo. Para sair de Adão, somente pela morte. E como entrar em Cristo? Pela ressurreição. Por isso, somos apresentados como tendo morrido em Cristo. Como podemos morrer? Não podemos cometer suicídio, não podemos nos matar, não podemos pôr fim a essa relação miserável de vida com Adão por qualquer meio a nosso alcance. Deus providenciou um caminho, e Ele fez Seu Filho nosso representante a morrer uma morte poderosa e inclusiva como nossa morte. Ele morreu como nós aos olhos de Deus, e a morte de Cristo é uma coisa poderosa. Ela é tornada eficaz pelo Espírito Santo. Então, o que temos de fazer é ver, em primeiro lugar, Cristo como nosso representante morrer em nosso lugar como nós. Então, pela fé, aceitara a Ele e a Sua morte como nossos e nos considerar como tendo morrido em Cristo, e, em seguida, pela mesma fé na ressurreição do Senhor Jesus, ver que Ele é ressuscitado por nós e como nós para nossa justificação, e na fé tomá-Lo como o Senhor ressuscitado, como nossa nova vida, para ser em nós a nova vida. Nós morremos Nele, somos ressuscitados Nele, e contamos com o Espírito Santo para tornar isso real.

Então, o Senhor diz3: “Aqui está uma maneira que projetei para que você possa testemunhar a todas as inteligências visíveis e invisíveis sobre a posição que tomou. Eia aqui água, eis aqui um túmulo. Desça a ele e, ao fazê-lo, declare na terra e diante do céu e diante do inferno que, na morte de Cristo, você morreu, e que isso é o fim de Adão e de tudo o que pertence a Adão. Em Cristo, você vive de novo, mas não mais em Adão”. “De agora em diante, Nele” e em tudo o que Ele representa. Essa é a sua maneira de fazer uma declaração, e o Senhor aplica Seu selo sobre esse testemunho. Isso não é o fato, mas provê uma maneira de nosso testemunho dele, e Deus a ordenou.

Tudo isso é muito elementar, mas é muito importante que haja muita clareza sobre as coisas que são claras, e que coloquemos as coisas em seu lugar e vejamos que há reinos e relacionamentos distintamente diferentes separados por Deus, sem qualquer comunhão um com o outro, e estamos em um ou estamos em outro, e nunca podemos estar em ambos ao mesmo tempo. Estamos em Adão ou estamos em Cristo. Se estamos em Adão, não estamos em Cristo. Se estamos em Cristo, não estamos em Adão; Cristo é a nossa vida. Espero que você tenha feito essa distinção e se posicionado no território divino.


1Talvez no Brasil se diga algo como: “É preciso ir onde o povo está.” (N. do T.)

2No sentido de fluir, de corrente, como o curso de um rio. (N. do T.)

3Evidentemente, o autor está fazendo uma paráfrase de várias declarações do Senhor Jesus e do significado delas, não citando uma passagem específica. (N. do T.)

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Cristo Deus Evangelho Jonathan Edwards Salvação

Deus fez tudo!

Jonathan Edwards

O ponto é este: ou nós devemos morrer eternamente ou o Filho de Deus deve derramar Seu sangue; ou nós ou o próprio Filho de Deus deve sofrer a ira de Deus, um dos dois: ou vermes miseráveis ​​do pó que mereceram isso ou o Filho glorioso, amável, belo e inocente de Deus.

A queda do homem trouxe a esse ponto. Uma ou outra forma tem de ser determinada, e foi determinado, pela graça estranhamente livre e sem limites de Deus, que Seu próprio Filho deveria morrer para que os ofensivos vermes pudessem ser libertados, e postos em liberdade de sua punição, e que a justiça poderia fazê-los felizes. Aqui é a graça de fato; bem podemos gritar: “Graça, graça!” para isso.

E, ademais, Deus não fez isso pelos amigos, mas por Seus inimigos e por quem O odiava. Ele não fez isso por súditos leais, mas pelos rebeldes; ele não fez isso por aqueles que eram Seus filhos, mas pelos filhos do diabo. Ele não fez isso por aqueles que eram excelentes, mas por aqueles que eram mais odiosos do que sapos ou víboras. Ele não fez isso por aqueles que poderiam ser, de alguma maneira, rentáveis ou vantajosos para Ele, mas por aqueles que eram tão fracos que, em vez de dar lucro para Deus, não eram capazes de nem ao menos ajudarem a si mesmos.

Deus deu ao homem caído um presente tal que Ele não deixou nada para o homem fazer a fim de poder ser feliz, mas apenas receber o que lhe é dado. Embora o homem tenha pecado, Deus não requer reparações a serem feitas por ele. Deus não exige dele nenhuma restituição. Se os homens vão receber Seu Filho, Ele não exige dinheiro nem preço, nem que faça qualquer penitência a fim de ser perdoado. Deus oferece-se para salvá-los a troco de nada, apenas que eles recebam a salvação como ela é oferecida, ou seja, livremente por meio de Cristo, pela fé Nele.

(Jonathan Edwards, 1703–1758))

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Hebreus 6.4-6 (Watchman Nee)

Hebreus 6.4-6 diz:

“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento”.

Esses versículos descrevem uma pessoa que possui muitas qualificações. É impossível que seja uma pessoa não-salva. Ela viu a luz, e viu o Deus revelado, o Unigênito do Pai; conheceu o amor de Deus e provou o dom celestial, o único dom, Jesus Cristo. Na Bíblia, dons, como um substantivo plural, refere-se aos dons do Espírito Santo, e dom, como um substantivo singular refere-se ao único dom, o unigênito Filho de Deus, como está em João 3:16. Esse dom é diferente dos dons do Espírito Santo. Essa pessoa não apenas tem Deus e o Senhor Jesus, mas também tornou -se participante do Espírito Santo. Ela conhece a Deus, provou do Senhor Jesus e tem o Espírito Santo vivendo dentro de si. Além disso, ela provou a boa palavra de Deus e os poderes da era vindoura. Os poderes da era vindoura são os poderes do reino milenar. Os dons e os poderes do Espírito Santo são particularmente abundantes no reino milenar. O reino milenar será repleto de obras de poder, milagres, maravilhas e outras coisas semelhantes. Dizer que alguém provou os poderes da era vindoura significa dizer que ele provou as coisas do reino milenar. Portanto, esta pessoa é definitivamente uma pessoa salva.

Se tal pessoa deixa hoje a palavra de Cristo, que ela recebeu quando creu, e escorrega e cai, não há arrependimento para ela. Ela não pode começar tudo de novo para crer no Senhor Jesus, pois já tem uma longa história com o Senhor. Ela recebeu muita chuva, porém caiu, não produz mais coisas boas para Deus, mas tem produzido cardos e abrolhos. Tal pessoa é como “a terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela, e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada, recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (vv. 7,8).

Perceba três coisas acerca desta pessoa e seu fim. Primeira coisa, ela é “rejeitada”. A palavra “rejeitada” aqui é a mesma usada em 1Coríntios 9:27, onde Paulo disse que temia que embora tivesse pregado o evangelho a outros, ele mesmo fosse desqualificado e não fosse mais usado por Deus nesta era e no reino. Ser rejeitado, ser desqualificado, significa que Deus rejeitará tal pessoa e não a usará mais no reino. Segunda coisa, esta pessoa “perto está da maldição”. O versículo não diz que ela receberá maldição, mas a punição que receberá é semelhante a uma maldição. Ela não perecerá eternamente, mas sofrerá o dano da segunda morte e padecerá a Geena de fogo no reino. Terceira coisa, “seu fim é ser queimada”. Que é isso? Por exemplo, há algumas semanas eu quis fazer uma queimada em algumas terras em Jen-ru. Poderia eu queimar a terra etername nte? Poderia queimar a terra pelo menos por cinco anos? O queimar aqui se refere a algo temporário.

Aqui se fala sobre queimar, enquanto Mateus 5 diz que alguns estarão sujeitos à Geena de fogo. Se você puser essas duas passagens juntas, elas se combinarão. Se um cristão recebe todas essas coisas maravilhosas, mas não produz bom fruto para Deus, e, sim, cardos e abrolhos, ele será queimado. Entretanto, esse queimar será apenas por breve tempo. Até mesmo um aluno do primário sabe que se você atear fogo em um terreno, o fogo irá parar após todo o mato ser queimado. A queimada no reino durará no máximo mil anos. Quanto tempo vai durar a queimada, na verdade, dependerá de você. Se você tiver produzido muitos cardos e abrolhos, então haverá mais queima. Se tiver produzido poucos cardos e abrolhos, então haverá menos queima.

Quantas coisas há em nós que ainda não foram tratadas? Quantas coisas não foram limpas pelo sangue do Senhor, e quantas coisas ainda não foram confessadas, tratadas e resolvidas com os irmãos e as irmãs? São esses os cardos e abrolhos a que o Senhor se refere. Mateus 5 diz que ninguém poderá sair dali enquanto não pagar o último centavo. Toda dívida terá de ser paga. Quando tudo houver sido queimado, toda dívida terá sido paga.

Um cristão é semelhante a um campo, e seu comportamento indevido é comparado a cardos e abrolhos. Suponha que eu possua um terreno de cinco alqueires. Seria possível, depois da queimada, que somente dois alqueires tenham sido deixados intactos e três tenham sido queimados? Isso é impossível. O que é queimado são os cardos e abrolhos. O terreno em si não pode ser queimado. Em outras palavras, somente aquelas coisas que foram amaldiçoadas em Adão e deveriam ser removidas, mas não foram, é que serão queimadas. Elas serão o material que será queimado na Geena de fogo. A vida que Deus nos concedeu não pode ser tocada pelo fogo. Portanto, depois que os cardos e abrolhos forem queimados, o terreno ainda permanecerá. Nenhuma parte dele será tirada. Não há absolutamente nenhum problema com a nossa salvação, mas sim com o que vier a crescer sobre ela, com o que for prov eniente da carne. Se tais coisas não forem tratadas com o sangue de Jesus, deveremos sofrer algum tratamento.

Agora vejamos Hebreus 10.26-29:

“Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança”.

Esses versículos referem-se a alguém que rejeitou a Cristo e voltou ao judaísmo. Ele acha que gastando alguns dólares pode comprar um touro ou um bode como oferta pelo pecado. Se, porém, alguém conheceu a Cristo e voltou ao judaísmo, ele calcou aos pés o Filho de Deus e considerou Seu sangue como algo comum. Ele está tratando o Senhor como um touro ou um bode. Para ele não existe diferença entre o Senhor e um touro ou um bode. O versículo conclui: “E ultrajou o Espírito da graça”. Enquanto o Espírito Santo está lhe dando graça, ele O está insultando por voltar ao judaísmo. Esses versículos nos mostram o caminho de um apóstata. Eu não diria que tal pessoa seja salva; somente diria que pode ser que ela seja salva; talvez nem seja salva. O apóstolo não nos diz se tal pessoa é salva ou não. Ele diz apenas que, se uma pessoa veio a Cristo e depois voltou ao judaísmo, ela sofrerá pior punição. Seu fim é uma expectação de juízo e fogo vingador. Aqui vemos uma espécie de fogo.

Juntamente com todas essas passagens, temos também as próprias palavras do Senhor em João 15. O versículo 2 diz: “Todo ramo em Mim que não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto Ele o limpa”. Esses não são ramos que nada têm que ver com Ele; são ramos que estão Nele. O que é mostrado aqui, pode não referir-se à punição temporária, mas à disciplina nesta era. Mas atente para o versículo 6: “Se alguém não permanece em Mim, é lançado fora, como o ramo, e seca; e os apanham, lançam no fogo, e são queimados”. Alguns ramos serão lançados no fogo e queimados. Alguns ramos cresceram e produziram folhas verdes, mas não têm fruto. Embora tenham vida interiormente, eles não têm fruto exteriormente. O Senhor Jesus disse que eles serão lançados fora, secarão, e queimarão no fogo. Aqui vemos claramente que os cristãos podem ter de passar pelo fogo.

Tendo lido todas essas passagens, podemos concluir que, se um cristão não lidar adequadamente com seus pecados, haverá punição à sua espera. A Bíblia nos mostra nitidamente que tipo de punição será. Não será uma punição comum, mas a punição da “Geena de fogo”. Contudo será o fogo no reino, não o fogo na eternidade.

A questão agora é esta: que tipo de pecado levará a essa condição? Desde que uma pessoa seja salva, é importante que ela lide com seus pecados. Nenhum dos pecados que ela tenha confessado, do qual tenha se arrependido, tratado e feito remissão pelo sangue do Senhor Jesus, voltará a ela no trono de julgamento. Tais pecados terão passado. Até mesmo o maior dos pecados terá passado. Mas existem muitos pecados que não serão omitidos; são os pecados que alguém contempla em seu coração. Salmos 66.18 diz: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido”. Quais são os pecados que o coração contempla? O coração é o lugar onde residem nosso amor e nossos desejos. O coração representa nossa emoção. Ele representa o homem psicológico. Se o coração contemplar a vaidade, o Senhor não nos ouvirá. Muitas confissões são feitas só porque a pessoa sabe que pecou, não há aversão pelo pecado, tampouco condenação do pecado. Tal pessoa o Senhor não ouvirá. Além disso, se temos com alguém um problema que não foi resolvido, ou se há coisas que precisam ser perdoadas e não foram, ou se procedemos mal com as pessoas ou com o Senhor, temos de tratar com estas coisas de modo específico. Ao mesmo tempo, temos de colocá-las debaixo do sangue do Senhor. Só então tais coisas estarão tratadas, e estaremos livres do julgamento vindouro.

RESUMO

Vamos agora resumir o que vimos. O futuro dos cristãos é muito simples. Para uma pessoa salva o assunto do novo céu e nova terra, incluindo toda a eternidade, está resolvido. No entanto, a era do reino é duvidosa. Ninguém ousa dizer algo sobre o que ocorrerá. O que temos de resolver hoje é o problema do reino. No reino há muitas posições de cristãos. Muitos reinarão com Cristo por ter trabalhado fielmente e por ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento. Alguns podem não ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento, contudo eles também não têm pecados. Eles viveram uma vida limpa. Apesar de não terem feito nada que mereça um mérito especial, eles pelo menos deram um copo de água para um pequenino por causa do nome do Senhor (Mt 10.42). Eles também receberão uma recompensa; entretanto, sua recompensa será bem pequena.

Na era do reino, alguns cristãos receberão recompensa no reino. Alguns receberão uma grande recompensa; outros receberão uma recompensa pequena.

Os que não receberão recompensa também estão divididos em algumas categorias. Um grupo não entrará no reino de modo algum. A Bíblia não nos diz para onde eles irão; diz apenas que serão mantidos fora do reino, nas trevas exteriores (Mt 8.12; 22.13; 25.30; Lc 13.28). Eles serão deixados fora da glória de Deus. Haverá também muitos que, além de não terem trabalhado bem, têm pecados específicos que ainda não foram tratados. Eles são salvos, mas ao morrer, ainda têm pecados com os quais não trataram e dos quais não se arrependeram; eles ainda têm o problema do pecado. Esses tais serão temporariamente submetidos ao fogo, e sairão somente depois de terem pago todo seu débito. Eu não sei, na verdade, de quanto tempo esse período será, mas durará no máximo até o final do reino.

Ainda há muitas coisas das quais não estamos esclarecidos acerca do futuro, mas a Bíblia mostrou-nos o suficiente. Embora haja detalhes que ainda não vimos, nós de fato sabemos o que os filhos de Deus enfrentarão. Alguns receberão uma recompensa; alguns experimentarão corrupção. Alguns serão aprisionados, e outros serão lançados no fogo e serão queimados.

A questão da nossa salvação está muito clara. Quando um homem crê no Senhor Jesus, tanto a salvação como a vida eterna estão determinadas para ele. Mas, da salvação até sua morte, as obras de uma pessoa, isto é, seus fracassos ou suas vitórias, determinarão seu destino no reino. Nosso Deus é um Deus justo. Por um lado, nossa salvação é livre, e os que crêem terão vida eterna. Ninguém pode contrariar esse fato. Por outro lado, não podemos pecar à vontade, simplesmente porque recebemos a vida eterna. Se produzirmos cardos e abrolhos, seremos queimados. Se o Senhor Jesus não pode desligar-nos de nossos pecados e se não resolvermos todas as coisas em nossa vida, Deus não terá escolha a não ser castigar-nos no futuro; Ele não terá escolha, senão purificar-nos com punições específicas, de maneira que possamos estar juntos com Ele no novo céu e nova terra. Deus é um Deus justo. O que Ele preparou também é justo. Desde que tenhamos visto estas coisas, devemos aprender a lição e acatar as advertências de Deus.

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Genealogia de Jesus (J. C. Ryle)

Aprendemos, por fim, desta lista de nomes [em Mateus], quão grandes são a misericórdia e a compaixão de nosso Senhor, Jesus Cristo. Pense quão pervertida e impura nossa natureza é e, então, pense que condescendência foi para Ele nascer de uma mulher e fazer-se “semelhante aos homens”. Alguns dos nomes que lemos nessa lista lembra-nos de histórias vergonhosas e tristes. Alguns deles são de pessoas não mencionadas em nenhum outro lugar da Bíblia. Mas, depois de todos, vem o nome do Senhor Jesus Cristo. Embora Ele seja o Deus eterno, humilhou-se a Si mesmo para tornar-se homem a fim de prover a salvação para os pecadores. “Já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre” (2Co 8.9).

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Carta de amor a uma lésbica (Jackie Hill)

Jackie Hill

Querida ______,

Apenas quero que você saiba que eu entendo.

Entendo como é estar apaixonada por uma mulher. Querer nada mais do que estar com ela para sempre. Sentindo como se o universo tivesse pregado uma peça sem graça em seu coração ao permitir que você caísse nas mãos de uma criatura que se parece exatamente como você.

Eu também era lésbica. Tinha atração pelo mesmo sexo desde os cinco anos de idade. À medida que eu crescia, esses sentimentos nunca diminuiram. Apenas cresceram. Eu me via tendo quedas pelas minhas melhores amigas, mas tinha muita vergonha para admitir para elas – e muito menos para mim.

Aos 17 anos finalmente tomei a decisão de ir atrás desses desejos. Envolvi-me em um relacionamento com uma jovem que se tornou a minha “primeira”. Na primeira vez que nos beijamos pareceu extremamente natural, como se esse sentimento fosse tudo que eu sempre quis. Depois dela veio outra mulher, e depois outra. Ambos os relacionamentos foram bastante sérios, cada um levou mais de um ano. Curti esses relacionamentos e amei muito essas mulheres. E cheguei ao ponto de desejar renunciar a tudo, inclusive a minha alma, para desfrutar do amor delas na terra.

Em Outubro de 2008, aos 19 anos, minha superficial realidade foi sacudida por um amor mais profundo – um vindo de fora, um sobre o qual eu já tinha escutado antes, mas nunca tinha experimentado. Pela primeira vez, estava convencida do meu pecado de uma maneira que me fez considerar tudo aquilo que eu amava (idolatrava), e suas consequências. Olhei para a minha vida e vi que eu havia estado apaixonada por tudo, exceto por Deus, e que essas decisões iriam, em última instância, ser a minha morte, eternamente. Meus olhos foram abertos, e comecei a acreditar em tudo o que Deus diz em sua palavra. Comecei a crer que aquilo que ele fala sobre pecado, morte e inferno era completamente verdadeiro.

E surpreendentemente, ao mesmo tempo em que a penalidade pelo meu pecado se tornava verdadeira para mim, assim foi com a preciosidade da cruz. Uma visão do Filho de Deus crucificado, suportando a ira que eu merecia, e uma tumba vazia mostrando o poder dele sobre a morte – todas as coisas que antes eu tinha ouvido sem nenhum interesse se tornaram a mais gloriosa revelação de um amor tangível.

Depois de perceber tudo o que eu teria que abrir mão, eu disse a Deus: “Não posso deixar essas coisas e pessoas pelas minhas próprias forças. Eu as amo demais. Mas eu sei que você é bom e forte o suficiente para me ajudar”.

Agora, com 23 anos, posso dizer com toda a honestidade que Deus fez exatamente isso. Ele me ajudou a amá-lo mais do que qualquer outra coisa.

Mas por que estou te contando isso? Eu te dei um vislumbre da minha história porque quero que você entenda que eu entendo. Mas também quero que você saiba que eu também entendo como é estar apaixonada pelo Criador do universo. Querer nada mais do que estar com ele para sempre. Sentir sua graça, a melhor notícia já anunciada para a humanidade. Ver seu perdão, ao ponto dele pegar um coração tão perverso em suas mãos de misericórdia.

Mas com isso em mente, estamos em uma cultura em que histórias como a minha parecem impossíveis ou hilárias, dependendo de quem está ouvindo. A homosexualidade está em todo lugar – da música à TV, até mesmos nos esportes. Se você acreditar em tudo o que a sociedade tem a dizer sobre homosexualidade, você chegaria à conclusão de que é completamente normal, de certa forma até mesmo admirável. Mas isso está longe da verdade. Deus nos diz que a homosexualidade é pecaminosa, abominável e antinatural (Levítico 18.22, 20.13; Romanos 1.18-32, 1 Coríntios 6.9-11; 1 Timóteo 1.8-10). Mas se tivermos que ser honestos, às vezes a atração homosexual pode parecer natural para mim.

Não acho que estou exagerando ao dizer que esse talvez seja seu dilema também. Você vê o que Deus diz sobre homosexualidade, mas o seu coração não pronuncia os mesmos sentimentos. A palavra de Deus diz que é pecaminoso; seu coração diz que se sente bem. A palavra de Deus diz que é abominável; seu coração diz que é agradável. A palavra de Deus diz que é antinatural; seu coração diz que é totalmente normal. Você percebe que há uma clara divisória entre aquilo que a palavra de Deus diz e o que o seu coração sente?

Então em qual voz você deve acreditar?

Houve um tempo em minha caminhada com Cristo onde experimentei muitas tentações para voltar ao lesbianismo. Essas tentações me fizeram duvidar da palavra de Deus. Minhas tentações e desejos começaram a se tornar mais reais do que a verdade da Bíblia. Enquanto eu orava e meditava nessas coisas, Deus colocou essa impressão no meu coração: “Jackie, você precisa crer que minha palavra é verdade mesmo quando ela contradiz a maneira como você se sente”. Uau! É isso! Ou eu creio na palavra dele ou creio em meus próprios sentimentos. Ou olho para ele para encontrar o prazer que minha alma anseia ou busco o prazer em coisas menores. Ou ando em obediência àquilo que ele falou ou rejeito a verdade dele como se fosse uma mentira.

A luta com a homosexualidade é uma batalha de fé. Deus é minha alegria? Ele é bom o suficiente? Ou ainda estou olhando para cisternas rachadas para matar a sede que somente ele pode satisfazer? Essa é a batalha. Essa é a batalha para mim, e para você.

A escolha é sua, minha amiga. Oro para que você coloque sua fé em Cristo e fuja das mentiras da nossa sociedade que coincidem com as vozes do seu coração – um coração que a Escritura diz que é corrupto e enganoso (Jeremias 17.9). Ao invés disso, corra para Jesus.

Você foi feita para ele (Romanos 11.36). Ele é, em última análise, tudo o que você precisa! Ele é bom e sábio (Salmos 145.9). Ele é a fonte de todo conforto (2 Coríntios 1.3). Ele é gentil e paciente (2 Pedro 3.9). Ele é reto e fiel (Salmos 33.4). Ele é santo e justo (1 João 1.9). Ele é o nosso verdadeiro Rei (Salmos 47.7). Ele é o nosso Salvador (Judas 1.25). E ele está te convidando para ser não apenas serva dele, mas também sua amiga. Se amor eterno é o que você está procurando em algum outro lugar, você está perseguindo o vento, procurando o que você nunca irá encontrar, lentamente sendo destruida pela sua busca.

Mas em Jesus, há plenitude de alegria. Em Jesus, há um relacionamento que vale tudo, porque ele é tudo. Corra para ele.

Traduzido por Alex Daher | iPródigo.com | Original aqui

 

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Justificação pela fé: fora de moda? (B. B. Warfield)

Às vezes nos é dito que a Justificação pela Fé está “fora de moda”, obsoleta. Seria uma pena se fosse verdade. Isso significaria que o caminho da salvação estaria fechado e “nenhuma passagem” estaria “pregada sobre as barreiras”. Não há nenhuma justificação para pecadores a não ser pela fé. As obras de um pecador serão sempre, é claro, tão pecaminosas quanto ele mesmo, e nada exceto a condenação pode ser construído sobre elas. Então onde poderia ele conseguir obras nas quais pudesse fundamentar a sua esperança de justificação, exceto em algum Outro?
A sua esperança de Justificação, lembre-se, é de ser declarado íntegro diante de Deus. Será que Deus poderia declará-lo íntegro sem ser com base em obras que são, elas mesmas, íntegras? Onde um pecador poderá arrumar obras que são íntegras? Seguramente, não em si mesmo; afinal, não se trata ele de um pecador, e todas as suas obras tão pecaminosas quanto ele? Ele precisa, então, sair de si mesmo e encontrar obras que ele possa oferecer a Deus como justas. E onde ele poderá encontrar tais obras se não em Cristo? Ou como fará ele com que elas passem a ser suas a não ser pela fé em Cristo?
Justificação pela Fé, portanto, não é oposta à justificação através de obras. Só há contradição com a justificação por nossas Próprias obras. É uma justificação pelas obras de Cristo. A questão inteira, consequentemente, é se nós podemos esperar ser recebidos no favor de Deus com base no que nós fazemos, ou apenas com base no que Cristo fez por nós. Se nós esperamos ser recebidos com base no nós mesmos fazemos – isso é chamado Justificação por Obras.
Se o nosso fundamento é o que Cristo fez por nós – isso é o que significa Justificação por Fé. Justificação por Fé significa, portanto, que nós olhamos para Cristo e para ele somente em busca de salvação, e vamos a Deus alegando que a morte e a retidão de Cristo são a base da nossa esperança de sermos recebidos no favor dEle. Se a Justificação por Fé tornou-se obsoleta, isso significa, então, que a salvação em Cristo está obsoleta. Não há nada a se fazer, se for assim, a não ser que cada homem faça o melhor que puder para se salvar.
“A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar.”
Portanto, Justificação por Fé não significa “salvação por acreditar em certas coisas” em vez de “salvação por fazer o que é certo”. Significa pleitear os méritos de Cristo perante o trono da graça em vez de nossos próprios méritos. Pode ser correto acreditar em certas coisas, e fazer coisas certas certamente é certo. A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus.
A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar. Adão, antes da queda, tinha seus próprios méritos, e porque ele os tinha ele era, em si mesmo, aceitável a Deus. Ele não precisava de Outro para se interpor entre ele e Deus, cujos méritos ele pudesse pleitear. E, por isso, não havia nenhuma conversa sobre ele ser Justificado por Fé. Mas nós não somos como Adão antes da queda; nós somos pecadores e não temos nenhum mérito em nós mesmos. Se nós tivermos que ser justificados, terá que ser com base nos méritos de Outro, cujos méritos possam ser feitos nossos pela fé.
E foi por isso que Deus enviou seu Único Filho para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Se nós não crermos nele, obviamente teremos que perecer. Mas se nós acreditarmos nele, nós não morreremos, mas teremos a vida eterna. Isso é tão somente a Justificação pela Fé. Justificação pela Fé não é nada mais, nada menos, do que obter a vida eterna crendo em Cristo. Se a Justificação por Fé está obsoleta, então a salvação em Cristo está obsoleta. E como não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre homens, pelo qual devamos ser salvos, se a salvação em Cristo está obsoleta então obsoleta está à própria salvação. Seguramente, em um mundo cheio de pecadores precisando de salvação, isso seria uma grande pena.
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O verdadeiro amor (John MacArthur)

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.
“Tudo o que você precisa é de amor”, assim cantavam os Beatles. Se eles tivessem cantado sobre o amor de Deus, a frase revelaria uma certa verdade. Mas aquilo que a cultura popular diz ser amor, não se trata, na verdade, de um amor autêntico, é antes uma verdadeira fraude. Longe de ser “tudo o que precisa”, é algo que deve evitar a todo o custo.

O apóstolo Paulo fala-nos sobre esse tema em Efésios 5:1-3. Ele escreveu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos”.

A simples ordem do verso 2 (“E andai em amor, como também Cristo vos amou”) resume toda a obrigação moral do cristão. No fundo, o amor de Deus é o único princípio que define completamente o dever do cristão, e este tipo de amor é exatamente “tudo o que você precisa”. Romanos 13:8 diz, “porque quem ama aos outros cumpriu a lei”. Os mandamentos resumem-se a estas palavras: “Amarás o próximo como a ti mesmo, já que o amor é o cumprimento da lei.” Gálatas 5:14 ecoa a mesma verdade: “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Da mesma maneira Jesus ensinou que toda a lei e profetas dependem de dois princípios básicos sobre o amor – o primeiro e o segundo mandamentos (Mt. 22:38-40). Em outras palavras: “e, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3:14).

Quando o apóstolo Paulo nos diz para caminhar no amor, o contexto revela-se em aspectos positivos, pois ele fala-nos sobre sermos bons uns para os outros, misericordiosos e que nos perdoemos uns aos outros (Ef. 4:32). O modelo de tal amor, mais centrado nos outros que em si próprio, é Cristo, que se entregou para nos salvar dos nossos pecados. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João 15:13). E “amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.” (1 João 4:11).

Em outras palavras, o amor verdadeiro é sempre um sacrifício, uma entrega de nós mesmos, é misericordioso, compassivo, compreensivo, amável, generoso e paciente. Estas e muitas outras qualidades positivas e benignas (ver 1 Co. 13:4-8) são as que as Sagradas Escrituras associam ao amor divino.

Mas reparemos no lado negativo, também visto no contexto de Efésios 5. Aquele que ama os outros verdadeiramente, como Cristo nos ama, deve recusar todo o tipo de amor falso. O apóstolo Paulo nomeia algumas destas falsidades satânicas. Elas incluem a imoralidade, a impureza e a ganância. A passagem continua: “Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros.” (Ef 5:4–7).

A imoralidade é, talvez, o substituto favorito do amor na nossa atual geração. O apóstolo Paulo usa o termo grego porneia, o qual significa todo o tipo de pecado sexual. A cultura popular tenta desesperadamente desvanecer a linha que separa o amor verdadeiro da paixão imoral. Mas tal imoralidade é uma perversão total do amor verdadeiro, porque procura a autogratificação em vez do bem aos outros. A impureza é outra perversão diabólica do amor. O apóstolo Paulo emprega aqui o termo akatharsia, o qual se refere a todo o tipo de imoralidade sexual e impureza. Especificamente, ele refere-se à sujidade, à impureza e à ganância, que são as características particulares do companheirismo com mal. Este tipo de companheirismo não tem nada a ver com o amor verdadeiro, e o apóstolo afirma claramente que não tem lugar para ele no caminho do cristão.

A ganância é outra corrupção do amor que tem origem no desejo narcisista de autogratificação. É exatamente o oposto do exemplo que Cristo deu quando “se entregou por nós” (v. 2). No verso 5, o apóstolo Paulo compara a ganância à idolatria. Também isto não tem lugar no caminho do cristão e, de acordo com o verso 5, a pessoa culpada de tal pecado “não tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”

E tais pecados, diz o apóstolo Paulo, “nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos.” (v. 3). “Portanto, não sejais seus companheiros”, ou seja, daqueles que praticam tais coisas, diz-nos o verso 7.

Em outras palavras, não demonstraremos amor verdadeiro a não ser que sejamos intolerantes com todas as perversões populares do amor.

Hoje em dia, a maioria das conversas sobre o amor ignora este princípio. “O amor” foi redefinido como uma ampla tolerância que ignora o pecado e que abraça o bem e o mal de igual forma. Mas isso não é amor, é apatia.

O amor de Deus não tem nada a ver com isso. Lembra-te que a mais suprema manifestação do amor de Deus é a Cruz, sinal que Cristo “vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (V. 2). A Sagrada Escritura explica o amor de Deus em termos de sacrifício, de arrependimento pelos pecados cometidos e de reconciliação: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10). Em outras palavras, Cristo converteu-se em sacrifício para desviar a ira de um Deus ofendido. Longe de perdoar os nossos pecados com uma tolerância benigna, Deus deu o seu Filho como uma oferta pelo pecado para satisfazer a sua própria ira e justiça na salvação dos pecadores. Este é o coração do Evangelho. Deus manifesta o seu amor de uma forma que confirma a sua santidade, justiça e misericórdia sem compromisso. O amor verdadeiro “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.” (1 Co. 13:6). Este é o tipo de amor, no qual fomos chamados para caminhar. É um amor que primeiro é puro e depois, harmonioso.

Fonte: The Gospel Coalition

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

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