“Pois, se de todo te calares agora, de outra parte se levantarão socorro e livramento para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?” (Et 4.14).
Será que a falha de nossa parte em agir prudentemente frustra o plano soberano de Deus?
A Bíblia jamais indica que Deus é frustrado, na intensidade que for, por nossa falha em agir conforme deveríamos. Em Sua sabedoria infinita, o plano soberano de Deus inclui nossas falhas e até mesmo nossos pecados.
Quando Mordecai pediu à rainha Ester para que intercedesse junto ao rei Assuero, ela replicou que correria o risco de ser morta (vv. 10,11). A frase-chave na resposta de Mordecai é: “De outra parte, se levantará para os judeus, socorro e livramento.”
Deus, em Sua sabedoria e por Seus recursos infinitos, não estava limitado à resposta de Ester. As opções que Deus tinha para fornecer livramento aos judeus eram tão infinitas quanto Sua sabedoria e Seu poder. Ele literalmente não precisava da cooperação de Ester; no entanto, nesta situação, Ele escolheu usá-la. O argumento final de Mordecai supõe que Deus usa pessoas e meios para realizar Seu propósito soberano.
Conforme os eventos comprovaram, Deus de fato levantou Ester para efetuar Seu propósito, porém Ele poderia facilmente levantar outra pessoa ou usar de outros meios para isso.
Deus geralmente opera por meio de eventos comuns (em contraste com milagres) da ação voluntária das pessoas, mas Ele sempre fornece os meios necessários e os orienta por meio de Sua mão invisível. Deus é soberano e não pode ser frustrado por nosso fracasso em agir ou por nossas ações, que, em si mesmas, são pecaminosas.
Entretanto, precisamos nos lembrar sempre que Deus ainda nos responsabiliza por nossos próprios pecados, os quais Ele usa para cumprir Seu propósito. Precisamos perceber novamente que não existe conflito na Bíblia entre a soberania de Deus e a nossa responsabilidade. Os dois conceitos são ensinados com a mesma ênfase e sem qualquer tentativa de conciliá-los. Consideremos os dois com a mesma importância, cumprindo nosso dever, conforme revelado a nós nas Escrituras, e confiando que Deus executará soberanamente Seu propósito em nós e por intermédio de nós.
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