Como imaginado por George Mattheson
Senhor, prendeste-me na estrada de Damasco; transformaste a autoconsciência em humildade. Lancei-me à jornada transbordando de confiança em mim mesmo; não teria qualquer obstáculo, não experimentava qualquer dificuldade. De repente, numa volta do caminho minha alma paralisou-se. A confiança feneceu. O mundo não mais se me apresentava campo de prazer. Uma sombra estendeu-se sobre a cena, e eu não podia mais encontrar o caminho. Tudo aconteceu por causa de um encontro com um homem – um homem de Nazaré. Antes de encontrá-Lo, meu orgulho pessoal era incomensurável. Meu coração clamava “Escreverei meu próprio destino!” Mas um simples olhar ao Homem de Nazaré me prostrou. Minha glória imaginária transformou-se em cinzas; minha pretensa força tornou-se fraqueza; bati em meu peito e gritei: “Imundo!” Devo queixar-me por ter encontrado aquele Homem? Devo chorar porque um raio de luz numa esquina lançou toda a minha grandeza na sombra? Não, Pai, pois a sombra é o reflexo do resplendor. Foi por ter visto Tua beleza que a humanidade se ofuscou. Foi o crescimento que me tornou humilde. Contemplei por um momento um ideal perfeito, e seu brilho eclipsou minha lâmpada. Não é a noite, mas o dia que me torna cego quanto àquilo que possuo. É a luz que me faz odiar a mim mesmo. É o sol que revela minha imundície. É a aurora que me fala de minhas trevas. É a manhã que descobre minhas vestes insignificantes. É o brilho que mancha meus trajes. É a claridade que enumera minhas nuvens.
Ó Deus, meu Deus, só perco meu caminho quando iluminado por Ti!