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Gotas de orvalho (60)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

O amor não é apenas cheio de benevolência, mas de beneficência. O amor que dilata o coração nunca fecha as mãos. Aquele que ama a Cristo será liberal em favor de Seus membros. Ele será olhos para o cego e pés para o aleijado. As costas e o ventre dos pobres devem ser os sulcos onde ele semeia as preciosas sementes da liberalidade. Alguns dizem amar a Deus, mas seu amor é aleijado de uma mão: eles nada dão para boas aplicações. Com efeito, a fé lida com coisas invisíveis, mas Deus odeia aquele amor que é invisível. O amor é como vinho novo, que precisa ser arejado; e ele areja a si mesmo por meio de boas obras. O apóstolo fala, em honra aos macedônios, que eles haviam dado aos santos pobres não apenas na medida de suas posses, mas mesmo acima delas (2Co 8.3). O amor é uma nobre dádiva de liberalidade.

(Thomas Watson)

A aflição nos ensina a conhecermos a nós mesmos. Na prosperidade, nós somos na maioria das vezes estranhos a nós mesmos. Deus nos aflige para que possamos nos conhecer melhor. É em tempo de aflições que vemos aquela corrupção em nosso coração que não acreditaríamos que estava lá.  A água parece limpa num copo, mas ponha-a no fogo e sua impureza vai fervilhar. Na prosperidade, um homem parece ser humilde e grato, a água parece limpa; mas, ponha esse homem um pouco no fogo da aflição, e suas impurezas começam a fervilhar; muita impaciência e incredulidade começam a aparecer. “Oh”, diz um cristão, “eu nunca pensei que tivesse um coração tão mau! Agora eu vejo que tenho! Eu nunca pensei que minhas corrupções fossem tão fortes e minhas virtudes tão fracas!”

(Thomas Watson)

O alvo da tentação é desonrar a Deus e abater a alma.

(John Owen)

A igreja [visível] tem mais membros professos do que regenerados, e terá até o fim do mundo: ninguém espere que eles sejam proporcionais.

(Richard Baxter)

Nenhuma lisonja pode curar uma má consciência, como nenhuma difamação pode ferir uma consciência sã.

(Thomas Watson)

Valeu a pena ter ficado um pouco no fogo, por causa da oportunidade de experimentar e demonstrar o poder e a fidelidade das promessas de Deus.

(John Newton)

Deus não espera que lhe submetamos nossa fé sem o uso da razão, mas os próprios limites de nossa razão fazem da fé uma necessidade.

(Agostinho)

A marca registrada de um hipócrita é ser cristão em todo lugar, menos em casa.

(Robert Murray M´Cheyne)

Aquele que exige misericórdia, mas não a demonstra, destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar.

(Thomas Adams)

Se você de alguma forma demolir a doutrina do inferno, ela demolirá seu zelo.

(R. A. Torrey)

Nossa preguiça para com Deus é nosso pecado alarmante… Nenhum homem encontra a Deus se não O procurar diligentemente.

(E. M. Bounds)

A Bíblia caindo aos pedaços geralmente pertence a alguém que não está nas mesmas condições.

(Vance Havner)

Cristo não é doce enquanto o pecado não se faz amargo para nós.

(John Flavel)

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Andrew Murray Disciplina Serviço cristão Vida cristã

Os galhos que dão fruto

Há duas coisas notáveis a respeito da videira. Não existe uma planta cujo fruto contenha tanto álcool e da qual o álcool possa ser destilado tão abundantemente, como a videira. Mas também não existe outra planta que possa tão rapidamente tornar-se selvagem, prejudicando sua frutificação; necessitando assim ser podada impiedosamente.

Eu olho de minha janela e vejo grandes vinhas; o principal trabalho do vinhateiro é a poda. Pode haver uma vinha enraizada tão profundamente em terra boa que não necessite ser escavada, adubada ou aguada, mas a poda não pode ser dispensada, para que ela dê bons frutos. Algumas árvores precisam de poda ocasional, outras produzem fruto perfeito sem nenhuma poda, mas a vinha precisa ser podada. Assim, nosso Senhor nos diz logo no inicio da parábola, que o ramo que dá o fruto o Pai “limpa para que produza mais fruto ainda”.

Considere por um momento o que é essa poda ou limpeza. Não é a remoção de ervas daninhas ou espinhos, ou de qualquer coisa de fora que possa impedir o crescimento. Não; é o próprio corte dos longos brotos do ano anterior, a remoção de algo que vem de dentro, que foi produzido pela vida da própria videira. É a remoção de algo que é a prova do vigor de sua vida; quanto mais vigoroso foi o crescimento, maior a necessidade de poda.

É a madeira genuína e sadia que precisa ser cortada. E por quê? Porque ela consumiria demasiada seiva ao encher todos os longos renovos que cresceram no ano anterior; a seiva deve ser poupada e usada apenas para o fruto. Os ramos com 2,5 ou 3 metros de comprimento são cortados bem perto da raiz, e nada é deixado a não ser galhos de 2,5 a 5 centímetros, suficientes para sustentar as uvas. Somente quando tudo o que não é necessário para a produção dos frutos é cortado impiedosamente, e apenas os ramos suficientes para a frutificação são deixados, é que se pode esperar uma boa colheita.

Que lição preciosa e solene! A limpeza do Vinhateiro não se refere apenas ao pecado neste ponto. É nossa própria atividade religiosa, pois ela se desenvolve no próprio ato de dar fruto. É isso que deve ser cortado e limpo. Temos de usar nossos dons de sabedoria, eloqüência, influência ou zelo para Deus. E esses dons estão sempre em perigo de serem indevidamente desenvolvidos e de virmos a confiar neles.

E assim, após cada estação de trabalho, Deus tem de nos levar ao fim de nossas próprias forças, à consciência da inutilidade e perigo de tudo aquilo que é do homem a fim de sentirmos, então, que não somos nada. Tudo o que é deixado de nós é apenas o bastante pra receber o poder da seiva vivificante do Espírito Santo. Aquilo que é do homem deve ser reduzido a seu nível mais baixo. Tudo aquilo que é inconsistente com a mais completa devoção ao serviço de Cristo deve ser removido. Quanto mais completa a limpeza e poda de tudo o que é do “eu”, quanto menor a superfície que o Espírito Santo precisa cobrir, tanto maior será a concentração de todo o nosso ser, a fim de nos colocarmos inteiramente à disposição do Espírito. Essa é a verdadeira circuncisão de Cristo. Essa é a real crucificação com Cristo, trazendo sempre no corpo, o morrer de Jesus.

Bendita limpeza! Bendita poda! A purificação do próprio Deus! Quanto devemos nos regozijar na certeza de que vamos produzir mais fruto.

“Ó nosso Santo Lavrador, limpa e corta tudo o que há em nós e que poderia tornar-se objeto de exibição ou poderia transformar-se em fonte de auto-confiança e jactância. Senhor, mantém-nos humildes, para que nenhuma carne se glorie em Tua presença. Confiamos em Ti para fazer Tua obra.”

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