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A. W. Tozer Comunhão com Deus Vida cristã

Meditar em Deus


Dentre os cristãos de todas as épocas e das várias nuances de ênfase doutrinária, tem havido imparcialmente pleno acordo em uma coisa: todos eles creram que é importante que o cristão com sérias aspirações espirituais aprenda a meditar longa e freqüentemente em Deus. 

Deixe os cristãos insistirem em sair da pobre média da experiência religiosa atual, e logo se voltarão em defesa da necessidade de conhecer o próprio Deus como o alvo final de toda doutrina cristã. Deixe-os procurar explorar as sagradas maravilhas da Divindade triúna, e descobrirão que a meditação mantida na pessoa de Deus e a ela inteligentemente dirigida é imperativa. Para conhecerem bem a Deus devem pensar Nele incessantemente. Nada do que temos descoberto sobre nós mesmos ou sobre Deus revelou qualquer atalho para a pura espiritualidade. Ela ainda é gratuita, mas tremendamente custosa.

Naturalmente isso pressupõe pelo menos uma quantidade mínima de conhecimento teológico saudável. Buscar a Deus à parte de Sua própria auto-revelação na Escritura inspirada não é somente fútil, mas perigoso. Deve haver também um conhecimento e uma completa confiança em Jesus Cristo como Senhor e Redentor. Cristo não é um dentre os vários caminhos para se aproximar de Deus nem o melhor dentre todos os caminhos. Ele é o único caminho. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.” Crer de outra forma é ser algo menos que um cristão.

Estou convencido de que a falta de grandes santos nesses tempos, mesmo dentre aqueles que crêem verdadeiramente em Cristo, se deve, pelo menos em parte, à nossa má vontade em dar tempo suficiente para o cultivo do conhecimento de Deus.

Nós, do agitado Ocidente, somos vítimas da filosofia do ativismo, tragicamente mal compreendida. Ganhar e gastar, ir e vir, organizar e promover, comprar e vender, trabalhar e brincar: é isso que constitui o viver. Se não estamos fazendo planos ou trabalhando para concretizar os planos já feitos sentimo-nos derrotados, estéreis, eunucos infrutíferos, parasitas no corpo da sociedade. O evangelho das obras, como alguém o chamou, tem impedido a entrada do evangelho de Cristo em muitas igrejas cristãs.

Em um esforço para conseguir fazer a obra do Senhor, freqüentemente perdemos o contato com o Senhor da obra e literalmente desgastamos muito nosso povo também. Já ouvi mais de um pastor gabar-se de que sua igreja era viva, apontando para o calendário impresso como prova disso: atividades todas as noites e várias reuniões durante o dia. Sem dúvida, isso não prova nada exceto que o pastor e a igreja estão sendo guiados por uma filosofia espiritual ruim. Uma grande parcela dessas atividades consumidoras de tempo é inútil, outras delas são completamente ridículas. “Mas”, dizem os ávidos castores que administram as gaiolas dos esquilos religiosos, “elas promovem comunhão e mantêm nosso povo junto”. A isso respondo que o que elas promovem não é comunhão de forma alguma, e que, se isso é a melhor coisa que a igreja tem a oferecer para manter o povo unido, ela não é uma igreja cristã no significado desta palavra no Novo Testamento. O centro de atração em uma igreja verdadeira é o Senhor Jesus Cristo. Quanto à comunhão, deixemos que o Espírito Santo a defina para nós: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações” (At 2:42).

Nossas atividades religiosas deveriam ser ordenadas de tal forma a deixar bastante tempo para o cultivo dos frutos da solitude e do silêncio.

As pessoas mundanas nunca podem descansar. Elas precisam ter algum lugar para ir ou algo para fazer. Isso é um resultado da Queda, um sintoma de um estado doentio profundo, mas também uma liderança religiosa cega supre essa terrível inquietação em lugar de tentar curá-la pela Palavra e pelo Espírito. Se as muitas atividades em que a média das igrejas se engaja levassem à salvação dos pecadores ou ao aperfeiçoamento dos crentes, elas justificariam a si mesmas fácil e triunfantemente, mas as atividades não produzem isso. Minhas observações me levaram a crer que muitas, talvez a maioria, das atividades em que a igreja está envolvida não contribui de nenhuma forma para cumprir a verdadeira obra de Cristo na terra. Espero estar errado, mas temo estar certo.

Nossas atividades religiosas deveriam ser ordenadas de tal forma a deixar bastante tempo para o cultivo dos frutos da solitude e do silêncio. Deveríamos ser lembrados, no entanto, de que é possível ter esses períodos de quietude apenas quando estamos aptos para arrancar-nos a nós mesmos para fora do dia que clama por nossa atenção. Nossa meditação deve ser dirigida a Deus; do contrário, gastaremos o tempo de quietude em conversa com nós mesmos. Isso pode aquietar-nos os nervos, mas não avançará para nossa vida espiritual de forma alguma.

Ao virmos a Deus, devemos nos colocar em Sua presença com a convicção de que Ele é o iniciador, e não nós.

Ele esteve esperando para se manifestar a nós até a hora em que nosso ruído e atividade cederam o bastante para fazer-se ouvido e sentido por nós. Então, devemos focalizar a capacidade de atenção de nossa alma na triúna Divindade. Qual é a Pessoa que exige nosso presente interesse não importa; podemos confiar que o Espírito traz-nos à mente a Pessoa que mais precisamos notar.

Mais uma coisa. Não tente imaginar Deus, ou você terá um Deus imaginário; e, por favor, não faça, como alguns fazem, de colocar uma cadeira para Ele sentar. Deus é Espírito. Ele habita em seu coração, não em sua casa. Medite nas Escrituras e deixe a fé mostrar Deus a você como Ele é ali revelado. Nada pode se igualar a essa gloriosa visão.

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Comunhão com Deus Tim McCalley

Estagnado espiritualmente

“Minha vida espiritual parece fria e estagnada. Socorro! Parece que faz semanas ou meses desde que tive um novo pensamento em minhas leituras diárias ou desde que fui capaz de ficar acordado por mais de três minutos ao orar. Minha condição é grave?”

A frieza geralmente é causada pelo ambiente. Se você mora no Alasca, a menos que se agasalhe bem quando estiver desconfortável (separação adequada) e aproveite todas as oportunidades para se aquecer (comunhão com outros crentes), a frieza e a preguiça resultantes se tornarão a regra. Você pode funcionar por um tempo com as mãos e os pés frios, mas, quando seu coração cai abaixo de 35º, a hipotermia se instala e se torna fatal se não for tratada.

A melhor maneira de combater a hipotermia espiritual é como fizeram os dois discípulos na estrada de Emaús em Lucas 24. A íntima comunhão com o Senhor pelas Escrituras proporcionará uma “boa febre” que o mundo não será capaz de tirar.

A estagnação é normalmente causada por uma maré baixa ou por inatividade. Há um córrego que atravessa minha propriedade e, no final do verão, ele frequentemente deixa de fluir, resultando em água turva e fedorenta. Qualquer vida aquática logo morre. Afluentes, rios e riachos precisam de uma saída e uma entrada para serem uma bênção. Você está envolvido em atividades apropriadas para sua idade e estágio da vida? Se você é salvo, já foi batizado? Se você foi batizado, já tomou seu lugar na igreja local? Jovens irmãos, vocês estão participando na adoração e na oração? Irmãs jovens, vocês estão aproveitando a oportunidade para convidar crianças para a escolinha e visitando as viúvas de sua igreja? Você já falou alguma coisa com seus colegas de classe ou de trabalho sobre seu Salvador ou contou a eles como você foi salvo?

Alguns de nós, que são mais tímidos, podem dar para alguém um livreto ou um folheto apropriado. Atividade sem preparação espiritual não é a resposta para a estagnação. No entanto, Tiago deu o princípio: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado” (Tg 4.17). A inércia espiritual completa somente produzirá secura de espírito e uma perspectiva moribunda.

Minha condição é grave?

Cerca de dois anos atrás, comecei a perceber que algo não estava certo em minha vida. Isso afetava meus pensamentos, meus hábitos e, especialmente, minha fala. No começo, ignorei, atribuindo-o às circunstâncias e ao estresse, mas, à medida que as coisas avançavam, comecei a perceber que era algo sério que precisava ser encarado e consertado definitivamente.

O reconhecimento de que algo está errado é um passo gigantesco em direção ao diagnóstico e à correção. Como a saúde física, o surgimento da maioria das doenças espirituais é gradual. Em questões de saúde física, não é aconselhável fazer um autodiagnóstico no Google; nas coisas espirituais, o melhor lugar para começar não é na internet, mas com uma Bíblia aberta!

Sabemos que vamos passar pelos vales da adversidade, pelo som das batidas da monotonia ou até mesmo pelo leito da exaustão, mas chega um momento em que sabemos que algo está errado. Devemos nos submeter aos holofotes da luz de Deus, ao bisturi do Cirurgião Divino e, finalmente, ao Bálsamo de Gileade.

Davi chegou a esse ponto no salmo 139. Ele sabia que era algo sério. Você nunca vai errar em ir diretamente ao Grande Médico. Davi primeiro reconheceu as qualificações do Senhor para conhecer e lidar com sua situação. Ele admitiu (v. 6) que ele mesmo não tinha o conhecimento ou as habilidades necessárias. Você não deve confiar em qualquer médico da internet ou em outras pessoas que afirmam ter as respostas. No meu caso, consultei aqueles que eu sabia que tinham em vista o melhor para mim. Você já pediu aos anciãos de sua igreja local algumas idéias ou ajuda com sua estagnação espiritual? Você pode se surpreender ao saber que eles experimentaram os mesmos sintomas… e também a cura.

No salmo 139, Davi percebe que sua condição fria e estagnada é causada por ações e pensamentos (v. 2). Ele entende que o Senhor conhece seu passado, seu futuro e está ativamente preocupado com as circunstâncias atuais (v. 5). Mais adiante, no salmo, ele reconhece que o problema principal são seus inimigos: Satanás, o mundo e a maldade da própria carne. A maior parte do restante do salmo trata de como pensar corretamente, ou seja, pensar os pensamentos de Deus.

Se você reconhecer que sua condição é grave, um bom autoexame incluirá perguntas como:

“De que eu tenho me alimentado ultimamente?”

De comida alguma? Por exemplo: sua Bíblia está empoeirada!

Comida industrializada (não saudável)? Por exemplo: certo tipo de filmes ou vídeos do YouTube, etc.

“Onde eu estive para ficar exposto a um vírus ou algum tipo de veneno?”

Más doutrinas sobre Cristo ou a igreja.

Evolução e outras influências pós-modernas.

“Com quem estou andando que está me contagiando?”

Amigos carismáticos que parecem ter milagres diários.

Amigos materialistas que têm muito mais coisas que eu.

“O que eu fiz (ou deixei de fazer) que pode ter causado letargia?”

Pecado secreto ou não confessado.

Pensamentos errados ou ressentimentos em relação a outros crentes.

Semelhante à experiência espiritual de Davi, há algum tempo submeti-me à radiação de uma ressonância magnética que revelou que um tumor estava crescendo em mim, provavelmente há anos, e precisava ser removido. Há um ano, deitei-me na mesa de cirurgia e confiei no neurocirurgião para fazer o que eu nunca poderia fazer sozinho (e dessa vez era uma cirurgia no cérebro!).

“Minha condição espiritual poderia ser ainda pior?”

Davi chega a Deus novamente no salmo 51 com um grito mais desesperado, porque ele sabe que a razão de sua frieza e estagnação é seu próprio pecado, voluntário e descoberto diante de Deus. Se você não leu esse salmo recentemente, faça isso. Veja se ele não encontra eco em sua alma e leva você a considerar a cruz onde todo pecado foi pago e, graças a Deus, seu coração pode ser purificado e a alegria de sua salvação pode ser restaurada.

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Comunhão com Deus John Fawcett Sofrimento

Deus nos disciplina para nosso bem


“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança” (Rm 5.3,4).

Todas as aflições dos filhos de Deus são planejadas, sob Seu gracioso gerenciamento, para provar, fazer-lhes manifestas e exercitar essas graças e virtudes que Ele implantou neles. Embora as aflições, em si mesmas, não sejam motivo de regozijo, mas penosas, elas produzem os frutos pacíficos de justiça naqueles que são por elas exercitados.

Aflições servem para avivar o espírito de devoção em nós e despertar-nos daquelas formalidade e indiferença que, freqüentemente, acompanham um longo período de tranqüilidade e prosperidade. Nós somos constrangidos a buscar a Deus com sinceridade e fervor quando Sua mão disciplinadora está sobre nós, desde que percebamos nossa absoluta necessidade da ajuda e da libertação que somente Ele pode nos dar.

Aflições servem, mais efetivamente, para nos convencer da vaidade de tudo que este mundo tem a oferecer, para nos lembrar que este mundo pobre não é nosso descanso e para nos provocar desejos e esperanças por nosso eterno lar.

Aflições produzem em nós um espírito de simpatia pelos companheiros na tribulação.

Aflições dão ocasião para o exercício de paciência, mansidão, submissão e resignação. Não fosse pela saudável e necessária disciplina da aflição, essas virtudes excelentes permaneceriam dormentes.

Aflições servem para nos convencer mais profundamente de nossa própria fraqueza e de nossa insuficiência e para tornar a Pessoa, a graça, as promessas e a salvação de nosso Redentor mais e mais agradáveis ao nosso coração. Portanto, nós somos ensinados a considerar como preciosos os castigos que vêm da mão do Senhor por conta dos benefícios derivados deles.

Aflições não são para punir, mas para purificar a alma do crente.

Elas não são enviadas em ira, mas em misericórdia.

Em meio às angústias e misérias da vida, é uma felicidade pertencer a Cristo, sem a ordem de quem nenhum mal pode recair sobre nós! Ele sempre envia aflições para nosso bem e sabe, por experiência, o que é sofrê-las. Sua mão bondosa prontamente colocará um fim em todas as dores que sentimos, quando delas tivermos derivado todo o bem que Ele pretendia fazer para nós por meio delas.

“Mas este [Pai nos disciplina] para nosso proveito, para sermos participantes da Sua santidade” (Hb 12.10).

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Bíblia Comunhão com Deus Francisco Nunes

Leitura da Bíblia em 2020

Graça e paz, prezado leitor!

Um novo ano é sempre um bom momento para (re)começarmos a leitura da Bíblia. Sabemos dos imensos desafios que a vida moderna nos impõe até mesmo (ou principalmente) com respeito às disciplinas espirituais: comunhão com o Senhor, oração, leitura devocional e estudo das Escrituras, meditação, etc. Todas essas práticas vitais demandam tremendo esforço, organização e sacrifício para que as pratiquemos com regularidade, com profundidade, com paz, com realidade. Mas devemos insistir, pedindo a graça e o poder do Senhor. Não há outro meio de sermos cristãos maduros e bem firmados na verdade sem um contato constante, sério, profundo e intencional com o Livro Antigo. Como disse A. W. Tozer:

Nunca vi um cristão útil que não seja estudante da Bíblia. Não existem atalhos para a santidade.

Visando ajudar os leitores nessa tarefa tão vital, apresentamos – com antecedência, para que seja possível escolher – algumas sugestões de planos de leitura da Bíblia. Escolha o que for mais adequado a você e use-o com dedicação, diariamente.

Planos de leitura da Bíblia

Abaixo, apresentamos de modo sucinto cada um dos planos sugeridos. Para baixá-lo, basta clicar no nome.

O plano cronológico sugere a leitura dos livros da Bíblia, não na ordem em que se encontram, mas aproximadamente pela sequência dos fatos registrados. Bom para ter-se uma idéia mais histórica do relato bíblico.

O calendário McCheyne apresenta o plano de leitura idealizado por Robert McCheyne, no qual há uma leitura individual e uma leitura em família. (É a principal indicação de nosso editor que, há alguns anos, desenvolveu uma Bíblia que traz essas leituras para cada dia do ano. Chama-se Bíblia Devocional Robert McCheyne. Infelizmente, parece que ela não é mais publicada.) Nesse plano, o Antigo Testamento será lido uma vez e o Novo Testamento e Salmos serão lidos duas vezes.

Há o plano McCheyne adaptado, que exclui uma das leituras diárias do plano anterior, e uma versão dele feita para ser impressa em frente e verso e ser colocada dentro da Bíblia.

Há um plano para ler a Bíblia toda em três meses e um para ler apenas o Novo Testamento, Salmos e Provérbios. Há plano para novos convertidos e para crianças. Há um plano em que os livros da Bíblia são lidos de modo alternado ou misturados, com a leitura de três porções diárias. Há um plano que considera os meses tendo 25 dias, para que haja tempo para meditação e para repôr alguma leitura.

Há dois planos em formato de planilha (Plano 1 e Plano 2), para uso no computador, que permitem acompanhar o progresso (é preciso habilitar as macros).

Há duas versões (elas só têm diferenças na apresentação visual) para a leitura capa a capa, de Gênesis 1 a Apocalipse 22: Capa 1 e Capa 2.

Por fim, há um quadro com todos os livros da Bíblia, com seu número de capítulos, para que você marque seu progresso na leitura, seguindo o método que preferir. No início do arquivo, há algumas orientações sobre como ter mais proveito da leitura do Livro Antigo.

Independentemente do método escolhido, o fundamental é o contato diário com a Palavra de Deus. Para isso, com certeza será preciso (re)organizar a vida, estabelecer horários a fim de ser possível separar um tempo a cada dia para estar a sós com Deus e com Seu Livro.

Não há vida cristã sem a Palavra de Deus. Não há maturidade cristã sem contato constante e sério com a Sagrada Escritura. Não é possível conhecer de fato a Deus à parte da Santa Palavra. Não é possível conhecer a vontade de Deus sem buscá-la no Livro Antigo. Não é possível viver de modo agradável a Deus sem submeter-se ao Sagrado Livro. Não é possível ter uma fé robusta sem alimentá-la com o Santo Texto. Ninguém se volta para Deus sem voltar-se para Sua Palavra. Ninguém ama a Deus sem amar Seu Livro.

Leia a Bíblia na presença do Senhor, na dependência de Seu Espírito, sob a operação da cruz, com santo temor, com coração humilde, com santa expectativa, com alegria, com amor, com desejo de que Deus fale por meio dela. Já disse alguém: “Você quer ouvir Deus falar? Leia a Bíblia. Quer ouvir Deus falar com voz audível? Leia a Bíblia em voz alta!”

A equipe do Campos de Boaz deseja que o Senhor abençoe você a cada dia do novo ano por meio de Sua Palavra.

Divulgue também para outros irmãos.

(Atualizado e corrigido em 24.mar.2020)

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Bíblia Comunhão com Deus George Müller

Os benefícios de meditar na Palavra de Deus

Não leia apenas. Medite!

Muitos anos atrás, o Senhor me ensinou uma verdade, até onde sei sem a instrumentalidade humana, cujo benefício conservo até hoje, mais de quarenta anos depois.

O caso é o seguinte: eu vi mais claramente do que nunca que a principal e fundamental ocupação a que eu precisava me dedicar todos os dias era que minha alma sentisse prazer na presença e no favor de Deus. A primeira coisa com que me preocupar não era o quanto eu devia servir ao Senhor, como eu deveria glorificar o Senhor, mas como eu conseguiria levar minha alma a um estado de alegria e como meu homem interior podia ser alimentado. Porque eu poderia apresentar a verdade aos não-convertidos, poderia tentar beneficiar os crentes, procurar socorrer os aflitos, poderia de outras maneiras tentar comportar-me como convém a um filho de Deus neste mundo, mas, não estando alegre no Senhor e não estando alimentado e fortalecido em meu homem interior dia a dia, tudo isso poderia ser desempenhado sem um espírito correto.

Antes desse tempo, pelo menos nos últimos dez anos, minha prática habitual havia sido dedicar-me à oração depois de me levantar pela manhã. Agora eu via que a coisa mais importante que eu devia fazer era entregar-me à leitura da Palavra de Deus e meditar nela para meu coração ser confortado, alertado, encorajado, reprovado, instruído, e que, assim, ao meditar, meu coração fosse trazido a uma comunhão prática com o Senhor.

Comecei, então, a meditar no Novo Testamento cedo de manhã. A primeira coisa que fiz, depois de pedir em poucas palavras a bênção do Senhor sobre Sua preciosa Palavra, foi começar a meditar na Palavra de Deus, investigando por assim dizer cada versículo para extrair dele alguma bênção – não com a finalidade de ministrar publicamente a Palavra, não para pregar com base no que eu tinha meditado, mas com a finalidade de conseguir comida para minha própria alma. O resultado que tenho obtido quase sempre é o seguinte: depois de poucos minutos, minha alma tem sido levada a confessar, dar graças, interceder ou suplicar; de forma que, embora eu não tenha me entregado à oração e sim à meditação, mesmo assim ela se voltou quase que de imediato à oração, às vezes com mais, às vezes com menos intensidade. Depois de algum tempo em confissão, intercessão ou súplica ou ações de graças, prossigo para as próximas palavras ou o próximo versículo, transformando tudo, à medida que avanço, em oração por mim mesmo ou pelos outros, conforme a Palavra oriente, mas sempre tendo diante de mim que o objetivo da minha meditação é obter alimento para minha própria alma.

O resultado disso é que sempre tenho, misturados com minha meditação, bons motivos para fazer confissão, dar graças, suplicar ou interceder – e que meu homem interior quase invariavelmente é alimentado e fortalecido, e por volta da hora do café da manhã, com raras exceções, eu encontro meu coração cheio de paz e alegria.

Dessa forma, o Senhor também se agrada em dar-me aquilo que, logo depois, se torna alimento para outros crentes, embora não tenha sido por causa da ministração pública da Palavra que eu tenha me entregado à meditação, mas sim para o benefício de meu próprio homem interior.

A diferença, então, entre minha prática anterior e a de agora é que anteriormente, quando me levantava, eu começava a orar assim que me fosse possível, e geralmente gastava em oração todo ou quase todo o tempo antes do café da manhã. De todo jeito, eu quase sempre começava com oração, exceto quando sentia minha alma seca mais do que o normal, casos em que eu lia a Palavra de Deus em busca de alimento, ou de refrigério, ou de reavivamento e renovação de meu homem interior, antes de entregar-me à oração.

Mas qual era o resultado disso? Muitas vezes, eu gastava quinze minutos ou meia hora ou mesmo uma hora de joelhos, antes de perceber que tinha recebido algum conforto, encorajamento, humilhação de alma, etc.; e, muitas vezes, depois de sofrer muito nos primeiros dez, quinze ou trinta minutos com pensamentos que se dispersavam, somente então eu realmente começava a orar.

Raramente eu tenho dificuldades com isso agora. Por ter sido meu coração despertado pela verdade e trazido à comunhão experimental com Deus, eu falo com meu Pai e com meu Amigo (por mais vil que eu seja e indigno de disso tudo!) a respeito das coisas que Ele trouxe diante de mim em Sua preciosa Palavra.

Muitas vezes, fico admirado de não ter visto isso antes. Não li isso em livro nenhum. Não ouvi nenhuma pregação a respeito desse assunto. Não conversei com ninguém que me incentivasse quanto a isso. Mas agora, uma vez que Deus me ensinou esse ponto, para mim ficou mais claro do que nunca:

a primeira coisa que o filho de Deus deve fazer todos os dias de manhã é conseguir alimento para seu homem interior.

Assim como o homem exterior não está pronto para trabalhar sem se alimentar, e assim como essa é uma das primeiras coisas que fazemos de manhã, assim deve ser com o homem interior. Não há como negar que precisamos alimentar nosso homem interior.

Mas o que é esse alimento para o homem interior? Não é a oração, mas sim a Palavra de Deus. E também não é a simples leitura da Palavra de Deus, de forma que passe pela nossa mente assim como a água passa por um cano. Mas devemos considerar e meditar aquilo que lemos, ponderar na Palavra e aplicá-la ao nosso coração.

Quando oramos, nós falamos com Deus. Mas a oração, para durar algum tempo que não seja cheio de formalidades, requer, falando-se de forma geral, uma medida de vigor ou de desejo piedoso. Por isso, o momento em que esse exercício da alma pode ser executado de forma mais efetiva é depois que o homem interior foi alimentado pela meditação na Palavra de Deus, na qual o Pai fala conosco, nos encoraja, conforta, instrui, humilha e reprova. Por essa razão é que podemos meditar de forma proveitosa nas Escrituras com a bênção de Deus, por mais fracos que estejamos espiritualmente. Pelo contrário, quanto mais fracos estamos, mais precisamos meditar para o fortalecimento do nosso homem interior. Teremos muito menos dificuldade com pensamentos dispersos se orarmos depois da meditação do que quando nos dedicamos à oração sem gastar antes algum tempo meditando.

Insisto tanto nesse assunto porque sei o proveito e o alívio que recebi dessa prática, e carinhosa e solenemente imploro aos meus companheiros cristãos que considerem-na. Pela bênção de Deus, atribuo a esse costume a ajuda e a força que obtive de Deus para atravessar em paz profundas provações, mais do que eu tinha anteriormente. E, depois de provar esse caminho por mais de quarenta anos, posso recomendá-lo de forma mais plena, no temor de Deus.

Como é grande a diferença quando a pessoa é refrigerada e se alegra cedo de manhã, da situação em que ela, sem preparação espiritual, já se depara com o serviço, as provações e as tentações do dia!
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Bíblia Comunhão com Deus Francisco Nunes

Leitura da Bíblia em 2019

Encontre Deus em Seu Livro!

Paz!

Um novo ano é sempre um bom momento para (re)começarmos a leitura da Bíblia. Sabemos dos imensos desafios que a vida moderna nos impõe até mesmo (ou principalmente) com respeito às disciplinas espirituais: comunhão com o Senhor, oração, leitura devocional e estudo das Escrituras, meditação, etc. Mas devemos insistir, pedindo a graça e o poder do Senhor. Não há outro meio de sermos cristãos maduros e bem firmados na verdade sem um contato constante, sério, profundo e intencional com o Livro Antigo. Como disse A. W. Tozer:

Nunca vi um cristão útil que não seja estudante da Bíblia. Não existem atalhos para a santidade.

Visando ajudar os leitores nessa tarefa tão vital, apresentamos – com antecedência, para que seja possível escolher – algumas sugestões de planos de leitura da Bíblia. Estão no arquivo compactado que você encontra aqui. Escolha o que for mais adequado a você e use-o com dedicação, diariamente.

Planos de leitura da Bíblia

Abaixo, comentamos alguns dos planos que você encontrará no arquivo.

O plano cronológico sugere a leitura dos livros da Bíblia, não na ordem em que se encontram, mas pela sequência dos fatos registrados. Bom para ter-se uma idéia mais histórica do relato bíblico.

O calendar_mccheyne apresenta o plano de leitura idealizado por Robert McCheyne, no qual há uma leitura individual e uma leitura em família. (É a principal indicação de nosso editor que, há alguns anos, desenvolveu uma Bíblia que traz essas leituras para cada dia do ano. Chama-se Bíblia Devocional Robert McCheyne. Infelizmente, parece que ela não é mais publicada.) E há um plano adaptado, que exclui uma das leituras diárias do plano anterior.

Há um plano para ler a Bíblia toda em três meses e um para ler apenas o Novo Testamento, Salmos e Provérbios. Há planos para novos convertidos, para crianças, em que os livros são lidos de modo alternado ou misturados. Há um plano que considera os meses tendo 25 dias, para que haja tempo para meditação e para repôr alguma leitura.

Há dois planos em formato de planilha, que permitem acompanhar seu progresso (é preciso habilitar as macros).

Independentemente do método escolhido, o fundamental é o contato diário com a Palavra de Deus. Para isso, com certeza será preciso (re)organizar a vida, estabelecer horários a fim de ser possível separar um tempo a cada dia para estar a sós com Deus e com Seu Livro.

Não há vida cristã sem a Palavra de Deus. Não há maturidade cristã sem contato constante e sério com a Sagrada Escritura. Não é possível conhecer de fato a Deus à parte da Santa Palavra. Não é possível conhecer a vontade de Deus sem buscá-la no Livro Antigo. Não é possível viver de modo agradável a Deus sem submeter-se ao Sagrado Livro. Não é possível ter uma fé robusta sem alimentá-la com o Santo Texto. Ninguém se volta para Deus sem voltar-se para Sua Palavra. Ninguém ama a Deus sem amar Seu Livro.

Leia a Bíblia na presença do Senhor, na dependência de Seu Espírito, sob a operação da cruz, com santo temor, com coração humilde, com santa expectativa, com alegria, com amor, com desejo de que Deus fale por meio dela. Já disse alguém: “Você quer ouvir Deus falar? Leia a Bíblia. Quer ouvir Deus falar com voz audível? Leia a Bíblia em voz alta!”

A equipe do Campos de Boaz deseja que o Senhor abençoe você a cada dia do novo ano por meio de Sua Palavra.

Divulgue também para outros irmãos.

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