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A. W. Tozer Comunhão com Deus Vida cristã

Meditar em Deus


Dentre os cristãos de todas as épocas e das várias nuances de ênfase doutrinária, tem havido imparcialmente pleno acordo em uma coisa: todos eles creram que é importante que o cristão com sérias aspirações espirituais aprenda a meditar longa e freqüentemente em Deus. 

Deixe os cristãos insistirem em sair da pobre média da experiência religiosa atual, e logo se voltarão em defesa da necessidade de conhecer o próprio Deus como o alvo final de toda doutrina cristã. Deixe-os procurar explorar as sagradas maravilhas da Divindade triúna, e descobrirão que a meditação mantida na pessoa de Deus e a ela inteligentemente dirigida é imperativa. Para conhecerem bem a Deus devem pensar Nele incessantemente. Nada do que temos descoberto sobre nós mesmos ou sobre Deus revelou qualquer atalho para a pura espiritualidade. Ela ainda é gratuita, mas tremendamente custosa.

Naturalmente isso pressupõe pelo menos uma quantidade mínima de conhecimento teológico saudável. Buscar a Deus à parte de Sua própria auto-revelação na Escritura inspirada não é somente fútil, mas perigoso. Deve haver também um conhecimento e uma completa confiança em Jesus Cristo como Senhor e Redentor. Cristo não é um dentre os vários caminhos para se aproximar de Deus nem o melhor dentre todos os caminhos. Ele é o único caminho. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.” Crer de outra forma é ser algo menos que um cristão.

Estou convencido de que a falta de grandes santos nesses tempos, mesmo dentre aqueles que crêem verdadeiramente em Cristo, se deve, pelo menos em parte, à nossa má vontade em dar tempo suficiente para o cultivo do conhecimento de Deus.

Nós, do agitado Ocidente, somos vítimas da filosofia do ativismo, tragicamente mal compreendida. Ganhar e gastar, ir e vir, organizar e promover, comprar e vender, trabalhar e brincar: é isso que constitui o viver. Se não estamos fazendo planos ou trabalhando para concretizar os planos já feitos sentimo-nos derrotados, estéreis, eunucos infrutíferos, parasitas no corpo da sociedade. O evangelho das obras, como alguém o chamou, tem impedido a entrada do evangelho de Cristo em muitas igrejas cristãs.

Em um esforço para conseguir fazer a obra do Senhor, freqüentemente perdemos o contato com o Senhor da obra e literalmente desgastamos muito nosso povo também. Já ouvi mais de um pastor gabar-se de que sua igreja era viva, apontando para o calendário impresso como prova disso: atividades todas as noites e várias reuniões durante o dia. Sem dúvida, isso não prova nada exceto que o pastor e a igreja estão sendo guiados por uma filosofia espiritual ruim. Uma grande parcela dessas atividades consumidoras de tempo é inútil, outras delas são completamente ridículas. “Mas”, dizem os ávidos castores que administram as gaiolas dos esquilos religiosos, “elas promovem comunhão e mantêm nosso povo junto”. A isso respondo que o que elas promovem não é comunhão de forma alguma, e que, se isso é a melhor coisa que a igreja tem a oferecer para manter o povo unido, ela não é uma igreja cristã no significado desta palavra no Novo Testamento. O centro de atração em uma igreja verdadeira é o Senhor Jesus Cristo. Quanto à comunhão, deixemos que o Espírito Santo a defina para nós: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações” (At 2:42).

Nossas atividades religiosas deveriam ser ordenadas de tal forma a deixar bastante tempo para o cultivo dos frutos da solitude e do silêncio.

As pessoas mundanas nunca podem descansar. Elas precisam ter algum lugar para ir ou algo para fazer. Isso é um resultado da Queda, um sintoma de um estado doentio profundo, mas também uma liderança religiosa cega supre essa terrível inquietação em lugar de tentar curá-la pela Palavra e pelo Espírito. Se as muitas atividades em que a média das igrejas se engaja levassem à salvação dos pecadores ou ao aperfeiçoamento dos crentes, elas justificariam a si mesmas fácil e triunfantemente, mas as atividades não produzem isso. Minhas observações me levaram a crer que muitas, talvez a maioria, das atividades em que a igreja está envolvida não contribui de nenhuma forma para cumprir a verdadeira obra de Cristo na terra. Espero estar errado, mas temo estar certo.

Nossas atividades religiosas deveriam ser ordenadas de tal forma a deixar bastante tempo para o cultivo dos frutos da solitude e do silêncio. Deveríamos ser lembrados, no entanto, de que é possível ter esses períodos de quietude apenas quando estamos aptos para arrancar-nos a nós mesmos para fora do dia que clama por nossa atenção. Nossa meditação deve ser dirigida a Deus; do contrário, gastaremos o tempo de quietude em conversa com nós mesmos. Isso pode aquietar-nos os nervos, mas não avançará para nossa vida espiritual de forma alguma.

Ao virmos a Deus, devemos nos colocar em Sua presença com a convicção de que Ele é o iniciador, e não nós.

Ele esteve esperando para se manifestar a nós até a hora em que nosso ruído e atividade cederam o bastante para fazer-se ouvido e sentido por nós. Então, devemos focalizar a capacidade de atenção de nossa alma na triúna Divindade. Qual é a Pessoa que exige nosso presente interesse não importa; podemos confiar que o Espírito traz-nos à mente a Pessoa que mais precisamos notar.

Mais uma coisa. Não tente imaginar Deus, ou você terá um Deus imaginário; e, por favor, não faça, como alguns fazem, de colocar uma cadeira para Ele sentar. Deus é Espírito. Ele habita em seu coração, não em sua casa. Medite nas Escrituras e deixe a fé mostrar Deus a você como Ele é ali revelado. Nada pode se igualar a essa gloriosa visão.

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Citações Gotas de orvalho John Nelson Darby Oração Pecado Serviço cristão vontade de Deus

Gotas de orvalho (91)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

Uma vida interior com Deus é o único meio para viver em público por Ele. Toda atividade exterior que não seja o fruto da vida interior tende a fazer-nos trabalhar sem Cristo e a substitui-Lo pelo ego. Tenho muito temor de que se manifeste um grande ativismo quando há pouca comunhão com o Senhor. Todo verdadeiro serviço deve resultar do conhecimento do próprio Cristo.

(John Nelson Darby)

Não é só nas grandes ocasiões que devemos ser fiéis à vontade de Deus; as ocasiões se sucedem, e iremos ficar surpresos ao compreender quanto nosso desenvolvimento espiritual depende das pequenas obediências.

(Madame Swetchine)

A melhor prova de que Deus nunca cessará de nos amar reside no fato de Ele nunca ter começado.

(Geerhardus Vos)

Você acredita ser convertido? Então, não espere impossibilidades desse mundo. Não suponha que virá o dia em que você não encontrará fraqueza no coração, não terá incoerência em suas orações, não haverá distrações durante a leitura bíblica, nem desejos indiferentes na adoração pública a Deus, nenhuma carne para atormentar, nem diabo para tentar, nem ciladas para lhe fazer cair. Não espere nada disso. Conversão não é perfeição! Conversão não é céu! O velho homem dentro de você ainda está vivo, o mundo ao seu redor ainda está cheio de perigos, o diabo não morreu. Lembre-se de que um pecador convertido continua sendo um pobre e fraco pecador, necessitado de Cristo a cada dia. Lembre-se disso, e você não ficará desapontado.

(J. C. Ryle)

A oração não foi estabelecida como um meio de informar a Deus aquilo de que necessitamos, mas foi projetada como nossa confissão a Ele de que estamos cônscios de nossa necessidade. Na oração, como em tudo o mais, os pensamentos de Deus não são os nossos. Ele requer que Seus dons e Suas dádivas sejam procurados, que nos empenhemos em buscá-los. Ele é honrado quando pedimos, da mesma forma que devemos agradecer-Lhe assim que nos concede Sua bênção.

(A. W. Pink)

Cristo habita naquele coração que mais eminentemente se esvaziou de si mesmo.

(Thomas Brooks)

Enquanto a liderança espiritual não voltar a ser ocupada por homens que preferem a obscuridade, continuaremos a presenciar uma constante deterioração da qualidade do cristianismo popular, e possivelmente chegaremos ao ponto em que o Espírito Santo, entristecido, se retirará, como a glória de Deus se apartou do templo.

(A. W. Tozer)

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