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A profunda superficialidade de nossos dias (Walter Mcalister)

Uma das características que melhor definem a época da História em que vivemos é a superficialidade. Somos pensadores superficiais. Somos cristãos superficiais. Aliás, eu diria até que somos profundamente superficiais. Claro que ser “profundamente superficial” é o que chamamos de um oximoro – uma expressão que se contradiz e, ao fazê-lo, afirma uma contradição. Assim como “água seca”, ou uma “verdadeira mentira”, “profunda superficialidade” soa como um absurdo. Mas é isso mesmo o que somos. Pois somos superficiais até as mais profundas profundezas da nossa alma. Não importa quão profundamente cavemos na nossa alma contemporânea, nunca chegamos a algo que seja substancial. Tudo é superficial. Nossos sentimentos mais profundos são superficiais. Nossas paixões mais arrebatadoras são superficiais, efêmeras, passageiras. Somos pessoas cuja alma se assemelha a uma floresta inteiramente composta por árvores sem raízes. Por mais que você consiga adentrar os recônditos mais escondidos da floresta, não achará uma árvore que tenha firmeza. Pois, sem raízes, qualquer uma delas é facilmente arrancada pelo vento e substituída.

Essa constatação não significa que não tenhamos sentimentos fortes. Temos. Não quer dizer que nossas atitudes não sejam profundamente sentidas. São. Mas todas as profundezas do nosso ser, de nossos sentimentos e das nossas atitudes são, em última análise, superficiais.

Tomemos como exemplo a postura atual da maioria da sociedade brasileira contra a homofobia. “Todos” se dizem profundamente inconformados com os “tão intolerantes” cristãos. Afinal, “todos sabem” que qualquer opção de vida que um indivíduo faça é seu direito e é algo “absolutamente normal”. Esse é o discurso feito em público. Só que o bloco político que fez da sua campanha a defesa dos homoafetivos foi derrotado nas urnas de uma maneira tão absoluta e humilhante que ninguém quer falar a respeito do assunto. Na hora do “vamos ver”, da defesa política da opção dessas pessoas, ninguém compareceu. Multidões aparecem para fazer uma parada festiva. Mas, na hora de transformar esse discurso em ação… nada. E, quando não há um gay por perto, a grande maioria dos que os defendem não hesita em fazer piadas sobre os seus trejeitos.

Mas não sejamos duros com os que não compartilham da nossa fé. Afinal, vivemos numa casa cujo telhado também é de vidro. Se começarmos a jogar pedras, estilhaços vão voar para todos os lados.

Vejo pessoas demonstrarem uma enorme paixão ao defender o culto “gospel”, com todas as suas manifestações emotivas e bombásticas, e que afirmam ter um profundo “amor” para com Deus e seu Filho, Jesus Cristo, para não mencionar também o Espírito Santo. Derramam lágrimas. Fiéis se prostram e até se arrastam pelo chão, rugindo como leões. Muitos abanam os seus braços numa comoção em massa, enquanto alguém grita ao microfone algo sobre render honra, glória e louvor ao Deus Altíssimo, criador dos céus e da terra.

Pouco tempo depois, muitos (sim, muitos) estão tomando umas e outras no barzinho e contando piadas sujas. Não são poucos os jovens que até terminam no motel uma noitada após um “cultaço”. Sua paixão profunda no culto não passa de uma profunda superficialidade. Sim, porque não há ligação entre uma paixão e a outra. Arrebatados pelo culto, são, em seguida, igualmente arrebatados pelos seus instintos mais baixos, traindo tudo o que o culto deveria representar.

Leio a lista dos interesses que pessoas escrevem em seu perfil do Facebook e me espanto. Enquanto dizem “curtir” o reverendo Paul Washer, “curtem” programas de televisão que promovem sexo ilícito e toda sorte de perversão, justo aquilo que o reverendo Washer combate tão claramente: True Blood, Sexo sem compromisso, Friends, Vampire Diaries, Crepúsculo e uma infinidade de filmes e seriados que vomitam sua imundície sobre o mundo todo. Qualquer um que fizesse um estudo do perfil da maioria dos jovens que povoam a nação virtual teria que chegar à conclusão de que são insanos, hipócritas, e ímpios disfarçados de crentes. E é exatamente o que são. Iludem-se ao pensar que podem ser amigos do mundo e também de Deus.

Seus corações não estão alicerçados em Jesus. Sua paixão por Cristo é tão profundamente superficial como sua paixão pelas inúmeras cores de esmalte (que é a moda atual entre as mocinhas de Cristo) ou por sapatos – sim, sapatos. De cabeças ocas e corações esfacelados, vivem sendo arrebatados pela última novela (sim, porque isso é normal e achar que não é torna-se legalismo), moda, filme ou música. Põem Jesus Cristo ao lado de Lady Gaga nas suas páginas de “curtir”.

É insano. Uma geração sem moral, sem raízes e sem um norte.

Mas… será que são todos assim? Claro que não. Alguns estão começando a pensar. Alguns estão começando a se questionar. Nem tudo está perdido. Mas a maioria, lamento dizer, está.

Na paz,

+W

(Fonte)

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Bíblia Citações

A Palavra

Eu creio na Palavra de Deus. Em toda ela. Em cada parte dela. Creio naquilo que ainda não consigo praticar. Creio naquilo que ainda não quero praticar. Creio mesmo que ela me condene. Creio mesmo que ela prove que vivo muito abaixo de seu padrão. E, por crer nela assim, continuarei a ensiná-la assim: toda, como absoluta, inerrante e perfeita Palavra de Deus.
(Francisco Nunes)

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Mensagens da conferência Juntos em Cristo 2012

A Editora Fiel colocou à disposição o áudio das mensagens da Conferência Fiel 2012 e da conferência Juntos em Cristo 2012.

As mensagens podem ser baixadas e distribuídas gratuitamente. Sua comercialização é proibida.

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Blaise Pascal Citações Oração

Uma oração de Blaise Pascal

Não rogo por saúde nem por doença, vida ou morte, mas que possa usar minha saúde e minha doença,minha vida e minha morte em Tua glória.
Somente Tu sabes o que me é conveniente.
És meu Mestre soberano. Opera em mim conforme a Tua vontade.
Concede-me ou toma de mim, de acordo com Teu intento, não o meu.
Sei apenas, Senhor, que devo seguir-Te e não Te ofender.
Ademais, não sei o que é bom ou ruim. Não sei o que me é propício,saúde ou doença, riqueza ou pobreza, nem qualquer outra coisa deste mundo.
Esse entendimento está além da capacidade dos homens, ou dos anjos, e permanece oculto entre os segredos de Tua providência, que venero, mas não me atrevo a sondar.

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Cristo Cruz Deus Encorajamento Paul Washer Vida cristã

Meu povo está sendo destruído… (Paul Washer)

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Cristo Horatius Bonar

Não é… (Horatius Bonar)

Não é o que minhas mãos têm feito que pode salvar minha alma culpada;
Não é o que minha carne labutante tem suportado que pode encher o meu espírito;
Não é o que eu sinto ou faço que pode me dar a paz com Deus;
Nem todas as minhas orações, súplicas e lágrimas podem suportar a minha terrível carga;
Tua graça apenas, ó Deus, pode pronunciar perdão a mim;
Teu poder somente, ó Deus, pode quebrar esse penoso cativeiro;
Nenhuma outra obra, senão a Tua;
Nenhum outro sangue o fará;
Nenhuma força, senão aquela que é divina, pode me sustentar seguramente.

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George Müller

George Müller – O apóstolo da fé

“Pela fé, Abel… Pela fé, Noé… Pela fé, Abraão…” Assim é que o Espírito Santo conta as incríveis proezas que Deus fez por intermédio dos homens que ousavam confiar unicamente nEle. Foi no século XIX que Deus acrescentou o seguinte a essa lista: “Pela fé, George Müller levantou orfanatos, alimentou milhares de órfãos, pregou a milhões de ouvintes ao redor do globo e ganhou multidões de almas para Cristo”.

George Müller nasceu em 1805, de pais que não conheciam a Deus. Com a idade de dez anos, foi enviado a uma universidade, a fim de preparar-se para pregar o evangelho, não, porém, com o alvo de servir a Deus, mas para ter uma vida cômoda.

Aos vinte anos de idade, contudo, houve uma completa transformação na vida desse moço. Assistiu a um culto onde os cristãos, de joelhos, pediam que Deus fizesse cair a Sua bênção sobre a reunião. Ficou profundamente comovido com o ambiente espiritual a ponto de buscar também a presença de Deus.

Foi nesses dias, depois de sentir-se chamado para ser missionário, que passou dois meses hospedado no orfanato do famoso A. H. Frank. Mais ou menos no mesmo tempo em que George Müller hospedou-se no orfanato, um certo dentista, o senhor Graves, abandonou as suas atividades que davam um salário de 7.500 dólares por ano, a fim de ser missionário na Pérsia, confiando só nas promessas de Deus para suprir todo o seu sustento.

Logo depois chegou a reconhecer o erro, mais ou menos universal, de ler muito acerca da Bíblia e quase nada da Bíblia. Esse livro tornou-se a fonte de toda a sua inspiração e o segredo do seu maravilhoso crescimento espiritual. “O Senhor me ajudou a abandonar os comentários e a usar a simples leitura da Palavra de Deus como meditação. O resultado foi que, quando, a primeira noite, fechei a porta do meu quarto para orar e meditar sobre as Escrituras, aprendi mais em poucas horas do que antes durante alguns meses”. E acrescentou: “A maior diferença, porém, foi que recebi, assim, força verdadeira para a minha alma”.

George Müller achava quase impossível ajuntar e guardar dinheiro para qualquer imprevisto, e não ir direto a Deus. “Sem me aperceber, tenho sido levado a confiar no braço da carne, mas o melhor é ir diretamente ao Senhor”.

Certo dia, quando só restavam oito xelins, Müller pediu ao Senhor que lhe desse dinheiro. Esperou muitas horas sem qualquer resposta. Então chegou uma senhora e perguntou: – “O irmão precisa de dinheiro?” Foi uma grande prova de sua fé, porém, o pastor respondeu: – “Minha irmã, eu disse aos irmãos, quando abandonei meu salário, que só informaria o Senhor a respeito de minhas necessidades”. – “Mas”, respondeu a senhora, “Ele me disse que lhe desse isto”, e colocou 42 xelins na mão do pregador.

Nessa ocasião, George Müller fez para si a seguinte regra, da qual nunca mais se desviou: “Não nos endividaremos, porque achamos que tal coisa não é bíblica (Rm. 13:8). Assim sempre saberemos quanto realmente possuímos e quanto temos o direito de gastar”.

Um outro segredo que o levou a alcançar tão grande bênção de confiar em Deus, foi a sua resolução de usar o dinheiro que recebia somente para o fim a que era destinado.

“Sentindo grande necessidade ontem de manhã, fui dirigido a pedir com insistência a Deus e, em resposta, à tarde, um irmão me deu dez libras”. Muitos anos antes de sua morte, afirmou que, até aquela data, tinha recebido da mesma forma 5.000 vezes a resposta, sempre no mesmo dia em que fazia o pedido.

Era seu costume, e recomendava também aos fiéis, guardar um livro. Numa página assentava seu pedido com a data e no lado oposto a data em que recebera a resposta. Desse modo, foi levado a desejar respostas concretas aos seus pedidos e não havia dúvida acerca dessas respostas.

“Ao orar, estava lembrado de que pedia a Deus o que parecia impossível receber dos fiéis, mas que não era demasiado para o Senhor conceder”. Ele orava com noventa pessoas sentadas às mesas: “Senhor, olha para as necessidades de teu servo”. Essa foi uma oração que Deus abundantemente respondeu. Antes de morrer, testificou que, pela fé, alimentava 2.000 órfãos, e nenhuma refeição se fez com atraso de mais de 30 minutos.

Muitas pessoas perguntavam a George Müller como conseguia ele saber a vontade de Deus, pois nada fazia sem antes ter a certeza da vontade do Senhor. Ele respondia:

1) “Procuro manter o coração em tal estado que ele não tenha qualquer vontade própria no caso. De dez problemas, já temos a solução de nove, quando conseguimos ter um coração entregue para fazer a vontade do Senhor, seja essa qual for. Qaundo chegamos verdadeiramente a tal ponto, estamos, quase sempre, perto de saber qual é a Sua vontade.

2) “Tenho o coração entregue para fazer a vontade do Senhor, não deixo o resultado ao mero sentimento ou a uma simples impressão. Se o faço, fico sujeito a grandes enganos”.

3) “Procuro a vontade do Espírito de Deus por meio de Sua Palavra. É essencial que o Espírito e a Palavra acompanhem um ao outro. Se eu olhar para o Espírito, sem a Palavra, fico sujeito, também, a grandes ilusões”.

4) “Depois considero as circunstâncias providenciais. Essas, ao lado da Palavra de Deus e do Seu Espírito, indicam claramente a Sua vontade”.

5) “Peço a Deus em oração para que me revele a Sua própria vontade”.

6) “Assim, depois de orar a Deus, estudar a Palavra e refletir, chego à melhor resolução deliberada que posso com a minha capacidade e conhecimento; se eu continuar a sentir paz, no caso, depois de duas ou três petições mais, sigo conforme essa direção. Nos casos mínimos e nas transações de maior responsabilidade, sempre acho esse método eficiente”.

George Müller, três anos antes de sua morte, escreveu: “Não me lembro, em toda a minha vida de cristão, num período de 69 anos, de que eu jamais buscasse, SINCERAMENTE E COM PACIÊNCIA, saber a vontade de Deus pelo ENSINAMENTO DO ESPÍRITO SANTO POR INTERMÉDIO DA PALAVRA DE DEUS, e que não fosse guiado certo. Se me faltava, porém, SINCERIDADE DE CORAÇÃO E PUREZA PERANTE DEUS, ou se eu não olhava para Deus, com PACIÊNCIA, ou se eu preferia o CONSELHO DO PRÓXIMO AO DA PALAVRA DO DEUS VIVO, então errava gravemente”.

Em resposta a muitos que queriam saber como o cristão pode adquirir tão grande fé, deu as seguintes regras:

1) “Lendo a Bíblia e meditando sobre o texto lido, chega-se a conhecer a Deus, por meio da oração”.

2) “Procurar manter um coração íntegro e uma boa consciência”.

3) Se desejamos que nossa fé cresça, não devemos evitar aquilo que a prove e por meio do que ela seja fortalecida”.

“Ainda mais um ponto: para que a nossa fé se fortaleça, é necessário que deixemos Deus agir por nós ao chegar a hora da provação, e não procurar a nossa própria libertação”.

(Extraído da Revista Plenitude, Ano 5, nº 31, de agosto de 1986).

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A. W. Pink

Fé (A. W. Pink)

“De fato sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6)


“Mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram.” (Hb 4:2)

Estes dois versículos juntos no mostram como é vã toda a atividade religiosa onde não há fé. A atividade exterior deve ser realizada correta e diligentemente, mas a menos que a fé esteja em operação, Deus não é honrado e a alma não é edificada. A fé abre o coração de Deus, e é mediante a fé que recebemos a graça de Deus – não uma mera aceitação do que ‘é revelado em Sua Palavra, mas um princípio sobrenatural de graça que existe no Deus das Escrituras. Isso o homem natural, não importa o quanto religioso ou ortodoxo ele seja, não tem; e nenhum de seus esforços, nem atos da sua vontade, pode adquirir. É um dom soberano de Deus.

A fé deve operar em todas as atividades dos cristãos, se Deus há de ser glorificado e ele edificado.
Primeiro, na leitura da Palavra: “Estes, porém, foram registrados para que creiais” (Jo 20:31).
Segundo, no ouvir da pregação dos servos de Deus: “A pregação da fé” (Gl 3:2).
Terceiro, na oração: “Peça-a porém com fé, em nada duvidando” (Tg 1:6).
Quarto, na nossa vida diária: “Visto que andamos por fé, e não pelo que vemos” (II Co 5:7); “esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus” (Gl 2:20).
Quinto, em nossa partida desse mundo: “Todos estes morreram na fé” (Hb 11:13).

O que o fôlego é para o corpo, a fé é para a alma; pois alguém que sem fé busca realizar ações espirituais, é como se colocasse uma mola em um boneco de madeira, fazendo-o mover-se mecanicamente.

Um professo não-regenerado pode ler as Escrituras e ainda assim não ter qualquer fé espiritual. Assim como o hindu devoto lê atentamente o Upanishad e o muçulmano o seu alcorão, muitos países “cristãos” adotam o estudo da Bíblia, e mesmo assim não têm mais da vida de Deus em suas almas do que têm os seus irmãos pagãos. Milhares nesta terra lêem a Bíblia, crêem na sua autoria divina, e se tornam mais ou menos familiarizados com o seu contudo. Um mero professo pode ler vários capítulos diariamente, e mesmo assim nunca compreender um único versículo. Mas a fé aplica a Palavra de Deus: ela aplica Suas terríveis ameaças e estremece diante delas; ela aplica Suas solenes advertências, e procura atendê-las; ela aplica Seus preceitos, e suplica a Ele por sua graça para acompanhá-lo.

Acontece o mesmo no ouvir a pregação da Palavra. Um professo carnal se orgulhará de ter comparecido a esta ou aquela conferência, de ter ouvido aquele famoso professor e aquele renomado pregador, e ter tido tanto proveito para a sua alma quanto se nunca tivesse ouvido qualquer um deles. Ele pode ouvir dois sermões todo domingo, e depois de cinqüenta anos ser tão morto espiritualmente como é hoje. Mas o homem regenerado compreende a mensagem e avalia a si mesmo pelo que ouve. Ele é muitas vezes convencido dos seus pecados e feito lamentar deles. Ele testa a si mesmo pelo padrão de Deus, e se sente tão longe de ser aquilo que deveria que sinceramente duvida da sinceridade da sua profissão (de fé). A Palavra o corta em pedaços como uma espada de dois gumes, e o faz clamar “desventurado homem que sou!”

Na oração o mero professo muitas vezes faz o crente humilde envergonhar-se de si mesmo. O religioso carnal que tem “o dom da palavra” nunca se perde com elas: frases fluem de seus lábios tão prontamente como águas de um riacho murmurante; versículos das Escrituras parecem correr através de sua mente tão livremente como o pó passa pela peneira. Ao passo que o pobre oprimido filho de Deus é muitas vezes incapaz de fazer algo mais do que clamar “Ó Deus sê propício a mim pecador” . Ah, meus amigos, nós precisamos distinguir nitidamente entre a habilidade natural de “fazer” “boas orações” e o espírito de suplica verdadeira: um consiste meramente de palavras, o outro de “gemidos inexprimíveis”; um é adquirido por educação religiosa, o outro é implantado na alma pelo Espírito Santo.

Assim é também em assuntos sobre as coisas de Deus. O professo fútil pode conversar loquazmente, e muitas vezes, de modo ortodoxo, de “doutrinas”, sim, e de coisas terrenas também: de acordo com a sua disposição, ou dependendo da sua audiência, assim é o seu tema. Mas o filho de Deus, embora sendo pronto para ouvir o que é para edificação, é “tardio para falar”. Oh, meu leitor, cuidado com pessoas que falam muito; um tambor faz bastante barulho mas é vazio por dentro! “Muitos proclamam a sua própria benignidade, mas o homem fidedigno quem o achará?” (Pv 20:6). Quando um santo de Deus abre os seus lábios para falar de assuntos espirituais, é para dizer o que o Senhor, em Sua infinita misericórdia, tem feito por ele; mas o religioso carnal está ansioso sempre para que os outros saibam o que ele “tem feito pelo Senhor”.

A diferença é evidente da mesma forma, entre o crente genuíno e o crente nominal, com relação à vida diária: conquanto este último possa parecer exteriormente justo, ainda assim por dentro está “cheio de hipocrisia e iniqüidade” (Mt 23:28). Eles colocarão a pele de uma verdadeira ovelha, mas na realidade são “lobos em pele de ovelhas”. Mas os filhos de Deus têm a natureza da ovelha, e aprendem dAquele que é “manso e humilde de coração”, e como eleitos de Deus se revestem de “ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3:12). Eles são em secreto o que são em público. Eles adoram a Deus em espírito e em verdade, e têm a sabedoria bem guardada no coração.

Também é assim no fim de suas vidas. Um professo vazio pode morrer tão fácil e tranqüilamente como viveu – abandonado pelo Espírito Santo, e não perturbado pelo diabo; como diz o salmista: “para ele não há preocupações” (Sl 73:4). Mas isso é muito diferente do fim daquele cuja consciência, profundamente sulcada e reconhecidamente corrompida, foi “aspergida” com o precioso sangue de Cristo: “Observa o homem íntegro, e atenta no que é reto; porquanto o homem de paz terá posteridade” (Sl 37:37) – sim, uma paz “que excede todo o entendimento”. Tendo vivido a vida do justo, ele morre a “morte do justo” (Nm 23:10).

E o que é que distingue um caráter do outro, onde está a diferença entre o crente genuíno e o que é apenas no nome? Nisto: uma fé dada por Deus e implantada no seu coração pelo Espírito. Não um mero concordar intelectual com a Verdade, mas um vivo, espiritual, e vital principio no coração – uma fé que “purifica o coração” (At 15:9), que “atua pelo amor” (Gl 5:6), que “vence o mundo” (I Jo 5:4). Sim, uma fé que divinamente mantida em meio a provações por dentro, e de oposições por fora; uma fé que exclama “ainda que me mate, nEle confiarei” (Jó 13:15).

É bem verdade que essa fé não está sempre em atuação, nem é igualmente forte em todo o tempo em atuação, nem é igualmente forte todo o tempo. O beneficiário dela deve ser ensinado por dolorosa experiência que da mesma forma como ele não a criou, ele também não pode comandá-la; por essa razão ele se volta para o seu Autor e diz: “Senhor eu creio, ajuda-me com a minha falta de fé”. E é assim para que quando ler a Palavra seja capaz de apossar-se das suas preciosas promessas; quando prostar-se diante do trono da graça, ele seja capaz de lançar o seu fardo sobre o Senhor; quando ele levantar-se para seus deveres temporais, seja capaz de apoiar-se nos braços eternos; e quando ele for chamado a passar pelo vale da sombra da morte, clame triunfante “não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo” . “Senhor aumenta-nos a fé”.

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Francisco Nunes Vida cristã

Esperar

“Aquele que espera no Senhor, anime-se, pois espera por Alguém que não o pode desapontar, e que não se atrasará cinco minutos do momento determinado. Mais um pouco, e a sua tristeza será transformada em regozijo” (Autor desconhecido, citado em Mananciais no Deserto)

Como diz o salmista, esperamos confiantemente no Senhor. Ele virá. Ele nunca tarda, nunca desiste. Ele cumprirá o que prometeu. Sendo assim, podemos manter o coração tranqüilo e seguro Nele. Nosso Deus não é homem para que minta.

Tenha uma excelente tarde!

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