O Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença,
para que abundeis em esperança pelo poder do Espírito Santo. […]
E o Deus de paz seja com todos vós. Amém.
(Rm 15.13,33)
Existem dois tipos de cristão: aqueles que imitam a Jesus e aqueles que se contentam em apenas admirá-Lo.
(Søren Kierkegaard)
Apesar de Cristo estar perto de nós, Ele está acima de nós em todos os aspectos.
(J. I. Packer)
No descanso perfeito, eternal,
desfrutando o labor que passou,
cantaremos, em tom triunfal, os louvores de Quem nos amou.
(Hinário evangélico, 85)
Nós e os soldados tínhamos um acordo: nós pregávamos e eles nos batiam. Cada um fazia sua parte, e todos ficavam felizes.
(Richard Wurmbrand, pastor luterano romeno, 14 anos preso, três dos quais na solitária, e torturado em prisões comunistas por ser cristão)
Se já houve ser humano repetidamente tratado abaixo do que merecia, foi Jesus.
(R. C. Sproul)
Ore e leia [a Bíblia], leia [a Bíblia] e ore, pois um pouco vindo de Deus é muito melhor do que uma grande coisa que venha do homem.
Nossa justiça está Nele, e nossa esperança depende, não do exercício da graça em nós, mas da plenitude da graça e do amor Nele, e da obediência Dele até a morte.
(John Newton)
A maioria dos homens ora mais por bolsos cheios do que por coração puro.
(Thomas Watson)
Fora de Cristo, sou apenas pecador, mas, em Cristo, sou salvo. Fora de Cristo, estou vazio; em Cristo, estou cheio. Fora de Cristo, sou fraco; em Cristo, eu sou forte. Fora de Cristo, não posso; em Cristo, sou mais do que capaz. Fora de Cristo, fui derrotado; em Cristo, eu já sou vitorioso. Quão significativas são as palavras “em Cristo”.
(Watchman Nee)
Você é a única Bíblia que alguns incrédulos já leram, e sua vida está sob escrutínio todos os dias. O que os outros aprendem com você? Eles vêem uma imagem precisa do seu Deus?
(John MacArthur)
Não se esforce em sua própria força; jogue-se aos pés do Senhor Jesus e espere Nele com a certeza de que Ele está com você e trabalha em você. Esforce-se em oração; deixe a fé encher seu coração ― assim você será forte no Senhor e no poder de Sua força.
(Andrew Murray)
Deus é completamente soberano. Deus é infinito em sabedoria. Deus é perfeito em amor. Deus em Seu amor sempre deseja o que é melhor para nós. Em Sua sabedoria, Ele sempre sabe o que é melhor, e em Sua soberania, Ele tem o poder de realizá-lo.
(Jerry Bridges)
Ah, eu O deixei esperando quando não deveria, mas Ele esperou mesmo assim. Sempre esperando ― tão paciente com minha tolice, minha fraqueza, meu medo. Nossa comunhão é com Deus, e comunhão é amizade, e amizade significa aquela parceria que, no que diz respeito a Ele, é a acomodação de Sua força à minha fraqueza.
“Minha vida espiritual parece fria e estagnada. Socorro! Parece que faz semanas ou meses desde que tive um novo pensamento em minhas leituras diárias ou desde que fui capaz de ficar acordado por mais de três minutos ao orar. Minha condição é grave?”
A frieza geralmente é causada pelo ambiente. Se você mora no Alasca, a menos que se agasalhe bem quando estiver desconfortável (separação adequada) e aproveite todas as oportunidades para se aquecer (comunhão com outros crentes), a frieza e a preguiça resultantes se tornarão a regra. Você pode funcionar por um tempo com as mãos e os pés frios, mas, quando seu coração cai abaixo de 35º, a hipotermia se instala e se torna fatal se não for tratada.
A melhor maneira de combater a hipotermia espiritual é como fizeram os dois discípulos na estrada de Emaús em Lucas 24. A íntima comunhão com o Senhor pelas Escrituras proporcionará uma “boa febre” que o mundo não será capaz de tirar.
A estagnação é normalmente causada por uma maré baixa ou por inatividade. Há um córrego que atravessa minha propriedade e, no final do verão, ele frequentemente deixa de fluir, resultando em água turva e fedorenta. Qualquer vida aquática logo morre. Afluentes, rios e riachos precisam de uma saída e uma entrada para serem uma bênção. Você está envolvido em atividades apropriadas para sua idade e estágio da vida? Se você é salvo, já foi batizado? Se você foi batizado, já tomou seu lugar na igreja local? Jovens irmãos, vocês estão participando na adoração e na oração? Irmãs jovens, vocês estão aproveitando a oportunidade para convidar crianças para a escolinha e visitando as viúvas de sua igreja? Você já falou alguma coisa com seus colegas de classe ou de trabalho sobre seu Salvador ou contou a eles como você foi salvo?
Alguns de nós, que são mais tímidos, podem dar para alguém um livreto ou um folheto apropriado. Atividade sem preparação espiritual não é a resposta para a estagnação. No entanto, Tiago deu o princípio: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado” (Tg 4.17). A inércia espiritual completa somente produzirá secura de espírito e uma perspectiva moribunda.
Minha condição é grave?
Cerca de dois anos atrás, comecei a perceber que algo não estava certo em minha vida. Isso afetava meus pensamentos, meus hábitos e, especialmente, minha fala. No começo, ignorei, atribuindo-o às circunstâncias e ao estresse, mas, à medida que as coisas avançavam, comecei a perceber que era algo sério que precisava ser encarado e consertado definitivamente.
O reconhecimento de que algo está errado é um passo gigantesco em direção ao diagnóstico e à correção. Como a saúde física, o surgimento da maioria das doenças espirituais é gradual. Em questões de saúde física, não é aconselhável fazer um autodiagnóstico no Google; nas coisas espirituais, o melhor lugar para começar não é na internet, mas com uma Bíblia aberta!
Sabemos que vamos passar pelos vales da adversidade, pelo som das batidas da monotonia ou até mesmo pelo leito da exaustão, mas chega um momento em que sabemos que algo está errado. Devemos nos submeter aos holofotes da luz de Deus, ao bisturi do Cirurgião Divino e, finalmente, ao Bálsamo de Gileade.
Davi chegou a esse ponto no salmo 139. Ele sabia que era algo sério. Você nunca vai errar em ir diretamente ao Grande Médico. Davi primeiro reconheceu as qualificações do Senhor para conhecer e lidar com sua situação. Ele admitiu (v. 6) que ele mesmo não tinha o conhecimento ou as habilidades necessárias. Você não deve confiar em qualquer médico da internet ou em outras pessoas que afirmam ter as respostas. No meu caso, consultei aqueles que eu sabia que tinham em vista o melhor para mim. Você já pediu aos anciãos de sua igreja local algumas idéias ou ajuda com sua estagnação espiritual? Você pode se surpreender ao saber que eles experimentaram os mesmos sintomas… e também a cura.
No salmo 139, Davi percebe que sua condição fria e estagnada é causada por ações e pensamentos (v. 2). Ele entende que o Senhor conhece seu passado, seu futuro e está ativamente preocupado com as circunstâncias atuais (v. 5). Mais adiante, no salmo, ele reconhece que o problema principal são seus inimigos: Satanás, o mundo e a maldade da própria carne. A maior parte do restante do salmo trata de como pensar corretamente, ou seja, pensar os pensamentos de Deus.
Se você reconhecer que sua condição é grave, um bom autoexame incluirá perguntas como:
“De que eu tenho me alimentado ultimamente?”
De comida alguma? Por exemplo: sua Bíblia está empoeirada!
Comida industrializada (não saudável)? Por exemplo: certo tipo de filmes ou vídeos do YouTube, etc.
“Onde eu estive para ficar exposto a um vírus ou algum tipo de veneno?”
Más doutrinas sobre Cristo ou a igreja.
Evolução e outras influências pós-modernas.
“Com quem estou andando que está me contagiando?”
Amigos carismáticos que parecem ter milagres diários.
Amigos materialistas que têm muito mais coisas que eu.
“O que eu fiz (ou deixei de fazer) que pode ter causado letargia?”
Pecado secreto ou não confessado.
Pensamentos errados ou ressentimentos em relação a outros crentes.
Semelhante à experiência espiritual de Davi, há algum tempo submeti-me à radiação de uma ressonância magnética que revelou que um tumor estava crescendo em mim, provavelmente há anos, e precisava ser removido. Há um ano, deitei-me na mesa de cirurgia e confiei no neurocirurgião para fazer o que eu nunca poderia fazer sozinho (e dessa vez era uma cirurgia no cérebro!).
“Minha condição espiritual poderia ser ainda pior?”
Davi chega a Deus novamente no salmo 51 com um grito mais desesperado, porque ele sabe que a razão de sua frieza e estagnação é seu próprio pecado, voluntário e descoberto diante de Deus. Se você não leu esse salmo recentemente, faça isso. Veja se ele não encontra eco em sua alma e leva você a considerar a cruz onde todo pecado foi pago e, graças a Deus, seu coração pode ser purificado e a alegria de sua salvação pode ser restaurada.
Muitos de nós estão dispostos a fazer grandes coisas pelo Senhor, mas poucos estão dispostos a fazer pequenas coisas.
(D. L. Moody)
Quanto mais conhecimento racional das coisas divinas você possuir, tanto mais oportunidades haverá, quando o Espírito for soprado em seu coração, de ver a excelência dessas coisas e de provar sua doçura.
(Jonathan Edwards)
Será que um marinheiro ficaria parado se ouvisse o clamor de um náufrago? Será que um médico permaneceria sentado comodamente, deixando seus pacientes morrerem? Será que um bombeiro, ao saber que alguém está perecendo no fogo, ficaria parado e não iria prestar-lhe socorro? E você, conseguiria ficar “à vontade em Sião” vendo o mundo ao seu redor ser condenado?
(Leonard Ravenhill)
Por meio das aflições, Deus está purificando e aprofundando nossa fé e nossa santidade, afastando-nos do mundo, a fim de fazer-nos adequados para o Reino e dignos dele.
(John Piper)
O Senhor me salva da penalidade de meu pecado, do poder do pecado e, um dia, da própria presença do pecado.
(Alistair Begg)
A mais fraca fé tem o mesmo forte Cristo que tem a mais forte fé.
(Sinclair Ferguson)
Deixe as promessas de Deus brilharem nos seus problemas.
(Corrie Ten Boom)
Eu sei que um dia a beleza
do grande Rei vou contemplar.
Uma vez que você se conscientiza de que seu principal negócio aqui é conhecer Deus, muitos dos problemas da vida se encaixam no devido lugar.
(J. I. Packer)
A oração não muda coisas; Deus muda coisas em resposta à oração.
(João Calvino)
O cristianismo é muito simples. Ele diz respeito a ter Cristo. Se você não tem Cristo, não tem nada. E se tem Cristo, você tem tudo.
(John MacArthur)
Nada é mais maravilhoso do que saber que Deus ama você.
(Martin Lloyd-Jones)
Seja cuidadoso com quais livros você lê sobre assuntos religiosos. Muitos livros estão fermentados com doutrinas que espoliam o evangelho.
(J. C. Ryle)
Podemos nunca ser mártires, mas podemos morrer para nós mesmos, para o pecado, para o mundo, para nossos planos e ambições. Este é o significado do batismo: nós morremos com Cristo e ressuscitamos para uma nova vida.
(Vance Havner)
Oh! que grande prazer
inundou o meu ser,
conhecendo esse tão grande amor,
que levou meu Jesus
a sofrer lá na cruz pra salvar um tão pobre pecador.
Possivelmente, o único modo de um cristão moderno ser despertado da complacência do cristianismo moderno é ser exposto ao exemplo de cristãos que já se foram.
(David de Bruyn)
[A] obediência a Deus nunca é em vão ou para nossa perda.
(Richard Baxter)
A vida piedosa, a vida espiritual, não se desenvolve sem trabalho árduo.
(John Owen)
Não temos beleza nem bondade que nos faça desejáveis aos olhos do Senhor. A origem de Seu amor por nós está em Seu próprio coração.
(John Flavel)
A fim de perceber o valor da âncora, nós precisamos sentir a veemência da tempestade.
(Corrie ten Boom)
Não deixe que um dia se passe sem algum conforto recebido da boca de Deus.
(John Knox)
É face a face que vamos ver
Quem nos amou e por nós quis morrer.
A cura divina é bíblica ou anti-bíblica? O Senhor é “socorro bem presente na angústia” (Sl 46.1): isso significa apenas que o cristão deve buscar Dele graça para, pacientemente, suportar aflições? As Escrituras têm muito mais a dizer com relação ao corpo; será uma grande perda se ignorarmos isso.
1. Nossos deveres na enfermidade
É claro para nós que muitos cristãos estão vivendo abaixo de seus privilégios nessa questão. Jeová-Rafah (“o Senhor que te sara” [Êx 15.26]) é, verdadeiramente, um dos Seus títulos tanto quanto Jeová-Tsidkenu (“o Senhor justiça nossa” [Jr 23.6]).
Quais são os deveres e privilégios do cristão quando ele adoece? Primeiro, esforçar-se para determinar a ocasião e a causa de sua enfermidade. É fácil descobrir se a doença advém de ignorar as ordens da prudência comum (Pv 23.21; Gl 6.7,8). Se não conseguimos atribuir nosso atual problema de saúde à negligência física ou à insensatez, então, procuremos identificar a causa moral. “Esquadrinhemos nossos caminhos, e provemo-los” (Lm 3.40), fazendo um esforço honesto para descobrir o que tem entristecido o Espírito (Ef 4.30). É provável que haja algo contrário em mim sobre o que Ele está indicando Sua desaprovação (Mc 7.21-23), e pelo que Ele requer que eu me humilhe (Sl 139.23,24). O ponto de lepra de minha alma que precisa ser purificado pode ser um espírito de egoísmo, a permissão ao orgulho, as obras da vontade própria, as agitações da rebeldia quando a providência divina cruza meu caminho, o exercício da justiça própria.
Se nós temos estabelecido algum ídolo, ele precisa ser lançado fora (1Co 10.14; Sl 32.5);
– se nós temos cedido à lascívia, isso precisa ser mortificado (Cl 3.5);
– se nós tomamos um caminho proibido, ele precisa ser abandonado (Pv 14.12);
– se nós temos intencionalmente deixado um dever, ele precisa ser retomado.
Se temos sido descuidados, então, não devemos nos surpreender se ficarmos acamados por algum tempo. Isso é a fim de que haja tempo para relações estreitas entre a alma e Deus, para que as “coisas ocultas das trevas” sejam trazidas à luz e tratadas fielmente (1Co 4.5).
Algumas aflições são produzidas pelo diabo. Nós lemos em Jó, e de uma mulher “a qual há dezoito anos Satanás a tinha presa” (Lc 13.16). Está escrito: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7) – ao que deve ser adicionado “Ao qual resisti firme na fé” (1Pd 5.9).
Algumas enfermidades físicas são enviadas sobre os santos para seu aperfeiçoamento em vez de correção, para que eles produzam algum fruto espiritual superior (Gl 5.22,23). Portanto, o crente que deseja luz sobre sua situação deve esperar no Senhor para que este lhe mostre por que contende com ele (Jó 10.2).
2. 2Crônicas 7.14
“E se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.”
Alguns podem contestar que tal passagem não é aplicável a nós, pois Deus lidava com Israel de acordo com a Lei, ao passo que lida conosco de acordo com as riquezas da graça. Essa afirmação é completamente anti-bíblica. Manter os requisitos de santidade e exercer misericórdia com respeito ao penitente sempre caracterizou os caminhos de Deus em todas as épocas. O ensino do Novo Testamento nesse assunto é precisamente o mesmo que o do Antigo.
“Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem [que morreram]” (1Co 11.29,30).
Os coríntios eram culpados de transformar a Mesa do Senhor em um banquete carnal. Deus não toleraria tal irreverência. Ele os visitou com um julgamento temporal, punindo-os fisicamente. Portanto, esta passagem é estritamente análoga àquela em 2Crônicas 7.
Porém, tanto na primeira, quanto nesta o remédio é graciosamente revelado: “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” (1Co 11.31). Se os coríntios se condenassem honestamente por sua conduta indecorosa diante de Deus, o julgamento divino seria removido e os muitos enfermos, curados. “Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (v. 32). Deus está nos castigando aqui para que escapemos da dor eterna futuramente.
Ora, em 2Crônicas 7.14 nós encontramos o povo de Deus sendo tratado por seus pecados. Como a libertação seria obtida? Primeiro, eles deveriam “se humilhar”. Isso tem o mesmo significado da expressão “julgar a nós mesmos” em 1Coríntios 11.31. Uma palavra em Levítico 26.41,42 fornecerá a ajuda necessária: “Se então o seu coração incircunciso se humilhar, e então tomarem por bem o castigo da sua iniqüidade, também Eu Me lembrarei da minha aliança”.
Humilharmos a nós mesmos sob a vara de Deus é parar de perguntar: “O que eu fiz para merecer isso?”, é parar de resistir à vara e curvar-se humildemente, reconhecendo que minha conduta vil merece isso. Davi se humilhou quando declarou: “Bem sei eu, ó Senhor, que os Teus juízos são justos, e que segundo a Tua fidelidade me afligiste” (Sl 119.75). Julgar a nós mesmos é tomar posição do lado de Deus contra nós mesmos. Enquanto não o fizermos, a vara não terá completado o efeito para o qual foi designada (Hb 12.11).
“E orar” é a próxima coisa. Nós oramos com um senso mais profundo da santidade divina e de nossa vileza, por um coração contrito e quebrantado (Sl 34.18; 51.17), por fé na misericórdia de Deus, por purificação e restauração para comunhão.
“E buscar a Minha face”. Isso é um passo adicional. Expressa termos ainda mais diligência e fervor. O Onisciente não pode ser enganado por meras palavras. Ele requer uma busca de coração, para que nós tenhamos, de fato, um encontro face a face com Aquele a quem desagradamos. Deus não encobrirá nossos pecados; nós também não deveríamos fazê-lo.
“E se converter dos seus maus caminhos”. Se eles precisam ser libertados do julgamento de Deus, eles devem necessariamente abandonar seus pecados, sem nenhuma reserva secreta, com o firme propósito no coração de não retornar para eles jamais (Sl 85.8). Arrependimento é mais do que lamentar pelo passado. Inclui a resolução de que não haverá repetição no futuro.
“Então, Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” Aqui está a graciosa promessa: é certo que será ouvido por Deus, o perdão é assegurado e a cura está disponível para ser reivindicada por fé. Deus concederá cura imediata e completa em toda situação? Não; 2Crônicas 7.14 não se compromete nem com a cura imediata nem completa.
Auxílio de médicos e uso de medicamentos
Os homens de Jericó buscaram a Eliseu dizendo: “As águas são más” (2Rs 2.19). E o profeta disse: “‘Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal’. E lho trouxeram. Então, saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele e disse: ‘Assim diz o Senhor: Sararei a estas águas; e não haverá mais nelas morte nem esterilidade’” (2Rs 2.20,21).
Deus podia ter curado aquelas águas sem qualquer sal, assim como Ele poderia ter tornado doce as águas amargas de Mara sem ordenar que Moisés lançasse certa árvore nelas (Êx 15.23-35). Às vezes o Senhor se agrada de usar meios (tais como médicos e medicamentos), e, em outros momentos, Ele os dispensa, pois exerce Sua soberania tanta de uma forma como de outra.
A doutrina da soberania torna o assunto mais intrigante, e Deus assim o deve ter planejado. O homem natural quer que tudo lhe seja facilitado. Mas o modo de Deus é manchar o orgulho humano, fazer-nos perceber nossa insuficiência, colocar-nos de joelhos. “Ó minha alma, espera somente em Deus, porque Dele vem a minha esperança” (Sl 62.5). Deus é soberano e não age de modo uniforme. Nós somos agentes responsáveis e dependentes Dele, e portanto não devemos agir nem irracional nem presunçosamente.
Quando sarou a terra de Israel, Deus por vezes usou certos meios; em outros momentos, foi sem o uso de qualquer meio. O mesmo se dá quando Ele cura nosso corpo. A um homem cego Cristo deu visão instantaneamente (Mc 10.46-52), mas, a outro, Ele colocou as mãos nos olhos do homem uma segunda vez antes da completa restauração (8.22-25).
Longe de nós afirmar que todos os que recorrem a médicos e a remédios estão perdendo o melhor do Senhor. Mas é Sua vontade que alguns O glorifiquem “em meio ao fogo” (Is 24.15). Deus enviou um anjo para libertar Pedro da prisão, mas permitiu que Estêvão fosse apedrejado até a morte.
Nós devemos nos apropriar da promessa de 2Crônicas 7.14, humildemente e não presunçosamente. Tendo corrigido qualquer erro diante de Deus, agora implore com Sua Palavra:
“Senhor, eu tenho buscado me humilhar diante de Ti e orar, buscar Tua face e renunciar a meus caminhos iníquos. E Tu me asseguraste que irás me perdoar e me curar. Faz como disseste. Mas, Senhor, eu não conheço Teus pensamentos. É Tua vontade pôr Tua mão restauradora sobre mim neste momento? Caso seja, habilita-me a confiar em Ti de todo o coração. Ou Tu gostarias que eu usasse alguns recursos, como médicos e medicamentos? Sendo assim, faz com que eu conte que Tu os torna eficazes para mim, para que eu confie em Ti e não neles, para que a glória seja toda Tua”.
Dois aspectos da fé
“Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9.29). Deus promete honrar a fé onde quer que Ele a encontre. Mas qual é a fé aqui mencionada? É aquela que descansa sobre a segura Palavra de Deus e é composta por dois elementos principais: submissão e expectativa.
Alguns supõem que submissão – como expressa em: “Todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua” (Lc 22.42) – faz de expectativas reais coisas impossíveis. Mas isso está errado e se deriva de uma concepção equivocada do que consiste a expectativa espiritual. Comecemos por afirmar que onde não há uma genuína submissão à vontade de Deus não pode haver uma expectativa verdadeira. Submissão espiritual é apresentar uma causa diante do Senhor e pedir-Lhe que lide com ela da maneira que Ele achar melhor. Se há dependência de Sua sabedoria e de Sua bondade, isso é o exercício da fé. E se houver confiança de que Ele assim o fará, isso é a expectativa de fé, a expectativa, não de que Ele conceder o que a natureza carnal deseja, mas que Ele dará o que Lhe trará mais glória e será para o bem maior de quem pede. Qualquer coisa além disso é presunção.
3. Tiago 5.14-16
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (vv. 14,15).
Uma lista de dons sobrenaturais durante o período apostólico é encontrada em 1Coríntios 12.9,10, incluindo o de cura. Os reformadores consideraram [que a função desses] dons sobrenaturais era principalmente autenticar o cristianismo e confirmá-lo em países pagãos. O propósito deles foi apenas temporário; assim que as Escrituras foram escritas, eles foram revogados (1Co 13.8). Mas Tiago 5.14-16 é colocado à parte. Cremos que esse princípio e essa promessa gerais são válidos para todas as gerações, com exceção apenas dos períodos de grande declínio espiritual. Em tempos normais, é privilégio do santo, quando gravemente doente, chamar os presbíteros (pastores, ministros) da igreja local à qual pertence. Os que pregam a Palavra de Deus a ele certamente seriam os mais aptos para apresentar sua causa diante do Senhor (Jó 42.8). Eles devem orar por ele, encomendando-o à misericórdia de Deus e buscando restauração para ele, se isso estiver de acordo com a vontade divina. Se o enfermo deseja ser ungido com óleo, seu pedido deve ser atendido.
Deve-se ressaltar que essas promessas de Deus relacionadas às misericórdias temporais e terrenas são diferentes daquelas relativas às coisas eternas e espirituais. As primeiras são gerais e indefinidas, e não incondicionais e absolutas como são muitas das últimas. Portanto, nós devemos pedir em completa submissão à soberana vontade de Deus, com a qual Ele tem a liberdade para torná-las reais quando e a quem Ele quer.
Desse modo, a oração de fé aqui não é uma expectativa definida de que Deus irá curar, mas uma garantia pacífica de que Ele fará o que Lhe dá mais glória e para o bem do enfermo.
Fé é confiança e submissão, bem como expectativa. Não há fé mais forte do aquela que tem tanta confiança na sabedoria e na bondade de Deus que conduz a pessoa a dizer: “Faze-nos aquilo que te pareça bom e reto” (Js 9.25). Naqueles aspectos em algumas necessidades específicas não estão cobertas por uma promessa expressa, a fé deve contar com a misericórdia e o poder do próprio Deus (Sl 59.16).
Preocupações angustiantes aumentam as aflições. Proibir-lhe tais preocupações prometendo cuidar de você é sinal da grande misericórdia de Deus.
(Richard Baxter)
Nove em dez vezes o afastar-se de Deus começa com a negligência da oração privativa.
(Charles Spurgeon)
Nada mais pode nos trazer maior satisfação do que o amor que anseia ardentemente por Deus.
(Frederick William Faber)
Por mais de meio século, nunca tive um único dia em que eu não tivesse mais coisas para tratar do que eu conseguia fazê-lo. Ao longo de quarenta anos, eu enviei cerca de 30 mil cartas, e a maioria delas passou por minha mãos. Eu tenho nove assistentes sempre trabalhando na correspondência em alemão, francês, inglês, dinamarquês, italiano, russo e outros idiomas. Além disso, como pastor de uma igreja com 1.200 membros, imenso tem sido meu cuidado. Eu tenho a responsabilidade por cinco orfanatos; também, em meu depósito de publicações, a impressão e a circulação de milhões de tratados, livros e Bíblias. Mas eu estabeleci uma regra: nunca começar a trabalhar sem ter tido um bom tempo com Deus.
(George Müller)
Nós vamos ficando parecidos com o que amamos ― seja bom, seja torpe.
(John Owen)
Gastar tempo sério com a piedade do cristianismo histórico tende a fazer a maior parte de nossa adoração e piedade parecer patética, quando comparações são feitas.
(David de Bruyn)
Um dia, quando ao céu chegar,
melhor Te poderei louvar, amar melhor, melhor fazer,
ó Pai de amor, o meu dever.
Há uma diferença entre conhecer Deus e conhecer algo sobre Deus. Quando de fato conhece Deus, você tem energia para servi-Lo, intrepidez para partilhar sobre Ele e contentamento Nele.
O que é um cristão? A mais preciosa resposta que conheço é: alguém que tem Deus como Pai.
O que importa de modo supremo, portanto, não é, em última instância, o fato de que eu conheço Deus, mas o fato maior que está por baixo disso: o fato de que Ele me conhece.
Graça significa Deus movendo céus e terra para salvar pecadores que não podiam mover um dedo para salvar a si mesmos.
Apesar de Cristo estar perto de nós, Ele está acima de nós em todos os aspectos.
É necessário que o verdadeiro arrependimento se torne uma disciplina diária.
A santidade, assim como o pecado, começa no coração e, na realidade, só avança à medida que discerne e combate as atitudes e os desejos contrários a Deus que ali se escondem.
Estando ligados a Cristo e, portanto, comprometidos a amá-Lo e a servi-Lo como nosso amado Salvador e Senhor, todos nós que cremos estamos conseqüentemente ligados uns aos outros. […] Também estamos, portanto, comprometidos a amar e a servir uns aos outros como irmãos na família de Deus.
Sua fé não falhará enquanto Deus a sustentar. Você não é forte o suficiente para cair enquanto Deus está decidido a abraçá-lo.
Se você perguntar: ‘Por que isso está acontecendo?’, poderá não haver nenhuma resposta. Mas se você perguntar: ‘Como posso glorificar a Deus agora?’, sempre haverá uma resposta.
O poder salvador do Calvário não depende da fé ser adicionada a ele. Seu poder salvador é tal que a fé flui dele.
O cristão saudável não é necessariamente o cristão extrovertido e exuberante, mas é o cristão que tem um senso da presença de Deus estampado profundamente em sua alma, que treme com a Palavra de Deus, que permite que ela habite ricamente em si pela constante meditação sobre ela e que testa e reforma sua vida diariamente em resposta a ela.
Acredito que a oração é a medida espiritual do homem, de um modo como nada mais é.
James Innell Packer, mais conhecido por J. I. Packer, foi um amado líder e escritor cristão, cujo ministério é apreciado além das fronteiras de sua denominação. Ele partiu para estar com o Senhor a quem serviu tão fielmente dia 17 de julho de 2020, aos 93 anos.
De origem humilde, cresceu em um ambiente religioso tradicional e frio. Na paróquia anglicana que freqüentava, não era pregada a necessidade da fé em Cristo como Salvador. A experiência que mudou a vida de Packer ocorreu quando ele tinha sete anos. Ele foi expulso do pátio da escola por um valentão e empurrado até uma movimentada estrada, onde foi atropelado por um veículo. O grave ferimento que sofreu lhe produziu uma permanente e visível depressão no lado da cabeça. Packer aceitou aquilo como vindo da Providência divina.
Embora tenha sido um homem humilde, que repudiava o sucesso, Deus o agraciou com amplo reconhecimento. Seu primeiro livro, Fundamentalism and the Word of God [O fundamentalismo e a Palavra de Deus], de 1958, vendeu 20 mil exemplares no primeiro ano. Em 2005, a revista Time nomeou Packer um dos 25 evangélicos mais influentes. Quando a Christianity Today realizou uma pesquisa para determinar os 50 principais livros que moldaram os cristãos, O conhecimento de Deus, escrito por Packer, ficou em quinto lugar. Sua fama e sua influência não foram resultado de uma busca pessoal por elas, mas brotaram de sua piedade, de sua erudição, de seu cuidado pastoral e de seu profundo amor pelo Senhor. Em seu último livro publicado em português, Fé ativa, ele mostra uma fé vigorosa, a clara percepção do que ocorre no cristianismo formal (especialmente em sua denominação) e faz um chamado solene a que os cristãos voltem ao discipulado, voltem a levar Deus a sério.
Em 2013, Packer escreveu:
Algum dia, todos teremos de fazê-lo [deixar esse mundo], e é maravilhoso saber que em algum momento, durante o processo de transição de deixar nosso corpo e entrar no próximo mundo, o próprio Cristo nos receberá, de maneira que podemos esperar que Sua face será a primeira coisa de que teremos ciência naquela nova ordem de vida para a qual teremos sido, então, transportados. Aguardar ansiosamente por isso é a esperança que nos sustém.
Ele partiu nessa firme certeza e alegre esperança. Que receba do Senhor o galardão por suas obras.
Pegue a régua. Comece com o zero. Conte quatro tracinhos. Avance a unha só um nadinha mais. Pare. Aí está ele. Quatro vírgula três milímetros. Menos da metade do caminho tão curto, tão ínfimo entre o 0 e o 1. Menos de meio centímetro. Um tiquinho de nada. Um pedacinho de uma régua. Não, nada disso. É o filho de minha sobrinha.
E ele tem coração! Ela o ouviu. É o que mostra a imagem acima. Ela ouviu o coração de 4,3 milímetros de vida. Ela ouviu a vida pulsando naqueles 4,3 tracinhos. Há um coração batendo naquele tiquinho de existência!
Minha sobrinha tem um coração. Os 4,3 milímetros têm um coração. Portanto, são duas pessoas, dois corpos, dois seres. Não é mais o corpo dela, não é mais ela. É alguém. É outro. É um ser vivo. É um ser humano, mistura de minha sobrinha e seu marido. É uma imagem e semelhança de Deus com 4,3 milímetros. É um ser totalmente dependente de outro, e esse outro o ama, dele cuida, com ele se importa, nele pensa, vive para interceder por ele… (Sim, há um tanto de Deus nisso tudo!)
Naquela extensão tão pequenina de vida há uma alma, há uma personalidade. É um ser completo e, ao mesmo tempo, ainda em desenvolvimento. É uma gente, bem minúscula, e ainda assim gente. Ser humano. O filho de minha sobrinha. Outro, não ela. Um corpo dentro do corpo dela. E, naquele corpinho que ainda não é bem um corpinho, mas já é alguém, há uma alma, a individualidade inegociável do ser, a unicidade que o caracteriza, aquilo que o faz ser só quem é, como nenhum outro jamais foi e jamais será. Mesmo que minha sobrinha tenha outros, muitos, filhos.
Menos de cinco milímetros. Não pode ser pego no colo. Não pode ser tocado. Não pode tomar banho. Não pode ser levado ao parquinho. Não pode ficar de castigo. Não pode trocar as letras das palavras e fazer todo mundo achar tão bonitinho. Mas já é filho, plenamente filho, absolutamente filho. Um outro já tão insubstituivelmente amado, seu lugar definitivamente estabelecido na história, à mesa, na família, em nosso amor. E não tem nem cinco milímetros. E ainda não o vimos. E ainda não tem nome. E já é. Por ser.
O filho de minha sobrinha tem o “corpo ainda informe”, como disse Davi (Sl 139.16). E o rei disse que aquilo era ele. Não era parecido com gente ainda, nem visível era, mas já era alguém, um ser, uma pessoa. Enquanto ele estava no ventre da mãe, já era alguém (v. 13). Sim, aquele que está no ventre de minha sobrinha não é ela, não é o corpo dela: é outro! Feito de um modo assombroso e tão maravilhoso (v. 14)! O filho de minha sobrinha é um milagre, mais um realizado pelo Autor e Sustentador da vida!
Como dizer de outra maneira? Uma vida de 4,3 milímetros!
Que esta vida cresça para a glória Daquele que a entreteceu. E que o filho de minha sobrinha ensine muitos que, desde antes dos cinco milímetros, ele já era ele, outro, único, criado e amado por Deus. E por nós, que o esperamos com muita e babona expectativa!
(Artigo adaptado do original publicado em 2.2.16, pois é outro sobrinheto, outra sobrinha, mas a mesma alegria em Deus. Embora difira bastante do que normalmente é publicado no Campos, esse singelo texto é uma manifestação de louvor Àquele que a tudo criou, a tudo sustenta e que é merecedor de toda a glória.)
A morte, que destrói toda a glória do mundo e iguala o rico e o pobre, é a porta comum tanto para o céu quanto para o inferno.
(Richard Baxter)
Fé é uma graça inteligente. Embora possa haver conhecimento sem fé, não há fé sem conhecimento.
(Thomas Watson)
Estou apreensivo de que estejamos muito amoldados ao mundo para que o mundo nos odeie.
(Charles Spurgeon)
A falta de oração claramente demonstra a crença em nossa própria auto-suficiência.
(Tony Merida)
Desespero é quando você enfrenta os problemas desse mundo e se esquece do que Deus prometeu.
(Josh Bales)
Pessoas que não estão interessadas no viver santo evitarão serem expostas à sã doutrina.
(John MacArthur)
Oração é um reconhecimento de que nossa necessidade da ajuda de Deus não é parcial, mas total.
(Alistair Begg)
Lembra-te […] de onde caíste e arrepende-te. […]
Lembra-te […] do que tens recebido e ouvido,
e guarda-o e arrepende-te. […]
Eu [o Senhor Jesus Cristo] repreendo e castigo
a todos quantos amo.
Sê, pois, zeloso e arrepende-te.