Se um homem não pode ser cristão onde está, ele não pode ser cristão em lugar nenhum.
(Henry Ward Beecher)
Uma árvore sempre pode ser conhecida por seus frutos. Assim, um verdadeiro cristão sempre pode ser identificado por seus hábitos, gostos e afeições.
(J. C. Ryle)
“Bem-aventurado é aquele que em Mim se não escandalizar” (Lc 7.23). Às vezes, é muito difícil não se escandalizar em Jesus Cristo. Os escândalos podem ser circunstanciais. Encontro-me em uma prisão ― uma esfera de ação estreita, um quarto de doente, uma posição impopular ― quando esperava grandes oportunidades. Sim, mas Ele sabe o que é melhor para mim. Meu ambiente é determinado por Ele. Ele pretende intensificar minha fé, atrair-me a uma comunhão mais próxima Consigo mesmo, amadurecer meu poder. Na masmorra, minha alma poderá prosperar.
O escândalo pode ser mental. Sou assombrado por perplexidades e perguntas que não consigo resolver. Eu esperava que, quando me desse a Ele, meu céu estaria sempre limpo; mas muitas vezes ele é encoberto por névoa e nuvens. No entanto, permita-me crer que, se as dificuldades persistirem, é para que eu aprenda a confiar Nele de maneira ainda mais interior ― a confiar e não ter medo. Sim, e, por meio de meus conflitos intelectuais, sou treinado para ser tutor de outros homens que estejam atravessando tempestades.
O escândalo pode ser espiritual. Eu imaginei que, em Seu rebanho, nunca sentiria os ventos cortantes da tentação; mas é melhor como é. Sua graça é ampliada. Meu próprio caráter é amadurecido. Seu céu é mais doce no final do dia. Lá, examinarei as mudanças e as provações do caminho e cantarei os louvores de meu Guia. Então, venha o que vier, Sua vontade é bem-vinda, e eu me recusarei a ficar escandalizado em meu amoroso Senhor.
(Alexander Smellie)
O teste final de nossa espiritualidade é a medida de nossa admiração pela graça de Deus.
(Martin Lloyd-Jones)
“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20.7).
Qualquer coisa relacionada ao Deus verdadeiro ― Seu ser, Sua natureza, Sua vontade, Suas obras, Sua adoração, Seu serviço ou Sua doutrina ― pertence ao nome de Deus. Esse mandamento se estende ao estado dos pensamentos e do coração dos homens, bem como a suas palavras. Tomar o nome de Deus em vão é usá-lo de qualquer maneira frívola, falsa, imprudente, irreverente ou perversa. O escopo desse mandamento é garantir o uso santo e reverente de tudo aquilo pelo que Deus se faz conhecido a Seu povo e, assim, guardar Seu nome sagrado contra tudo o que é calculado para torná-lo desprezível. A maneira correta de tomar Seu nome é ser grave, solene, inteligente, zeloso, sincero e com piedoso temor.
“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome” (Mt 6.9).
(William S. Plumer)
Deus, dá-me uma profunda humildade, um zelo bem orientado, um amor ardente e um olhar singelo!
(George Whitefield)
Ora, o Deus da paz, que,
pelo sangue da aliança eterna,
tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor, Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas,
vos aperfeiçoe em toda a boa obra,
para fazerdes a Sua vontade,
operando em vós o que perante Ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém!
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1).
A Epístola aos Hebreus tem um valor especial para os dias de hoje porque existe uma difundida concepção de Cristo que é mais baixa do que aquela do Novo Testamento. Ao nos voltarmos para a carta aos hebreus, vemos quão separado Cristo está de todas as outras coisas, e a razão disso é Seu ser e Sua obra. Duas vezes na carta, o escritor chama seus leitores para “considerá-Lo” [a Cristo]. Na primeira ocasião, ele diz: “Considerem o apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (3.1), e, mais tarde, acrescenta: “Considerai, pois, Aquele que suportou tais contradições dos pecadores” (12.3). É evidente que essa carta foi escrita para os hebreus, porém seus ensinamentos são para todos os cristãos. O escritor estava supremamente consciente do fato de que o povo hebreu foi criado e escolhido por Deus a fim de ser Seu instrumento para alcançar todas as nações; e, quando trata dessa grande verdade do ponto de vista dos hebreus, assim o fazia no interesse de todos aqueles que estavam no propósito de Deus. Portanto, embora a carta seja um documento hebreu, ela também é preeminentemente um documento humano; e, embora Cristo seja apresentado a nós tendo como pano de fundo o que aconteceu com os hebreus, Ele permanece em primeiro plano claramente revelado como relacionado ao propósito de Deus para a humanidade. Nas sentenças de abertura do livro somos conduzidos a estar frente a frente com uma declaração decisiva. Ali há dois fatos definidos: o primeiro: Deus; o segundo: Deus fala.
O primeiro indica a realidade de que Deus é a verdade de toda a literatura bíblica. Não podemos ler a primeira sentença em Hebreus sem sermos lembrados da primeira frase em Gênesis: “No princípio, Deus”. Aqui, e na verdade em qualquer outro lugar da Bíblia, a realidade de Deus é reconhecida e referida sem nenhum argumento. O segundo fato definido é que Deus se faz conhecido a nós, que Ele fala. Isso imediatamente apresenta Deus como mais do que uma energia ou uma idéia, antes como tendo inteligência e fazendo-nos conhecido Seu pensamento.
Posteriormente na carta, o escritor diz: “É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam” (11.6). Essa declaração acompanha as declarações a que nos referimos, isto é, a existência de Deus e o fato de que Ele se aproxima da humanidade para se fazer conhecido. As declarações são de que Deus falou na história de duas maneiras.
Lembremo-nos novamente que a carta foi dirigida aos cristãos hebreus. Necessariamente sua perspectiva é limitada por esse fato. Podemos parar por um momento e ter um panorama mais amplo. Não há dúvida que Deus falou a outras pessoas, e de outras formas, as quais prestarão contas por certos elementos da verdade a serem descobertos em cada forma de pensamento religioso. Todavia, cremos que Seu discurso supremo e central a todas as pessoas veio por meio do povo hebreu. Desse ponto de vista, o escritor, olhando a história humana, diz: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneira, aos pais, pelos profetas”, referindo-se a toda a economia passada, e continua: “A nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (1.1).
Se pesquisarmos a literatura do Antigo Testamento, que nos dá uma ideia daquilo a que o escritor se refere pela frase “no passado”, descobriremos que, em Seu tratamento com a humanidade, está registrado que Deus falou primeiro por intermédio de anjos ― nenhum profeta ou sacerdote é encontrado em Gênesis. Depois, Ele falou pelos líderes Moisés e Josué. Ele nunca falou aos homens diretamente, com respeito a Seu governo, por meio de reis. Então, vieram os profetas, e devemos encontrar todas essas referências ao longo da carta. Devemos pesquisar a carta imaginando ser um hebreu cristão lendo-a e encontrando uma resposta às coisas que ele pode estar inclinado a dizer, se fosse tentado a pensar que, na passagem do esplendoroso ritual da economia mosaica para a simplicidade encontrada em Cristo, algo vital fosse perdido.
“As coisas de nossa religião foram ministradas por anjos”, ao que o escritor responde: “Isso é verdade, mas o Filho é superior aos anjos”. “Mas”, diz o hebreu cristão, “tivemos um grande líder dado por Deus, Moisés”. “Isso”, diz o escritor, “é igualmente verdadeiro, mas ele foi um servo na casa, e o Filho é maior que o servo, e, além disso, ao guiar o povo para sair, Moisés foi incapaz de guiá-los para a possessão”. “Que sendo confirmada”, diz o hebreu, “Josué nos guiou para a terra”. “Ele o fez”, diz o escritor, “mas não pôde dar descanso. O Filho não somente guia para sair, mas guia para entrar, e dá descanso.”
Continuando, o hebreu poderá se referir ao sacerdócio e ao sistema ritualístico do passado. “Isso”, responde o escritor, “é verdade, e foi divinamente arranjado, mas não tornou nada perfeito, e a vinda do Filho foi a vinda do Sacerdote com a melhor aliança e a melhor adoração.” “E ainda”, o hebreu pode dizer, “tivemos profetas que nos falaram a palavra de Deus”. “Isso é verdade”, é o argumento do escritor da carta, “mas tudo o que eles falaram foi parcial. A Palavra de Deus por meio do Filho é completa e final”. Por isso, vemos que a declaração de que Deus falou em tempos passados, de várias formas, é reconhecida por toda parte como sendo verdadeira. Deus certamente estava fazendo a Si mesmo e a Seu caminho conhecidos ao longo de todo esse período, mas finalmente falou em Seu Filho.
A questão que se levanta é: por qual razão Deus adotou esse método de tratar com o povo? Podemos encontrar ajuda nas palavras que nosso Senhor ofereceu aos discípulos no final de Seu ministério: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16.12). Dessas palavras vemos que o método divino caracteriza-se sempre por um processo e uma progressão. Deus tinha coisas para dizer no passado, porém somente as falou quando o povo foi capaz de suportá-las. Isso continuou até o tempo em que Deus falou em Seu Filho, e a diferença entre o passado e este é a diferença entre o processo e o final. A finalidade da fala de Deus por meio de Seu Filho é assim sugerida nas sentenças inicias e arguidas ao longo de toda a escrita. Aqui deveria ser dito que, embora a fala do Filho fosse final, o povo não compreendeu completamente aquela fala. Apesar de ainda sê-lo conforme estamos capacitados a suportar, agora, sob a liderança do Espírito da verdade, é o da interpretação da fala final de Deus.
Agora voltemos a considerar Aquele referido como “o Filho”. No parágrafo de abertura (Hb 1.2,3) temos uma sétupla descrição. Primeiro Ele é declarado ter sido apontado por Deus “herdeiro de todas as coisas”, e, em conexão a isso, é feita uma declaração de que, por meio Dele, o universo foi moldado (“por quem fez também o mundo”), uma declaração revelando-O como o que rege todos os movimentos na história humana.
Passando dessa declaração concernente à posição de Cristo, o escritor fala do fato essencial de Seu ser, e declara que Ele é “o resplendor da glória de Deus”, ou seja, Aquele mediante o qual houve a manifestação daquela glória. Assim sendo, Ele é descrito como “a expressa imagem do Seu ser”. A idéia é que o mistério fundamental da divindade, que não pode ser compreendido ou completamente interpretado pelo intelecto humano, foi visto no Filho.
Voltando dessa sublime referência, o autor então diz do Filho: “Sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder” (v. 3). Isso pode se referir à ordem material do universo, como na referência de Paulo de que todas as coisas se fundamentam ou convergem Nele, mas eu tendo a crer que a referência é antes ao mundo da autoridade moral. Uma vez mais, naquilo que é apenas uma referência passageira, o mistério redentor da cruz é reconhecido nas palavras: “Havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados” (v. 3), até que por fim é declarado que, tendo Ele feito isso, “assentou-se à destra da Majestade nas alturas”.
Este é o Cristo; este é o Filho; este é Aquele por quem Deus agora falou.
Tendo assim descrito o Filho, o escritor diz: “Quando introduz no mundo o Primogênito” (v. 6). Aqui, os tradutores verteram uma palavra grega como “mundo”, mas há quem sugira que, em vez de “mundo”, deveria ser “a terra inabitada”. Sugiro que seria muito melhor transliterar a palavra grega: “Quando introduz na economia o Primogênito”. Esta palavra, “economia”, era de uso comum nos tempos de nosso Senhor e dos escritores do Novo Testamento, e referia-se ao Império Romano. Agora, diz o escritor, o Filho é vindo à economia que Ele estabeleceu, e, quando Ele vem, todos os anjos O adoram. Este é o Filho por quem Deus falou, e ainda está falando. Quando Deus falou ao povo em Cristo, Ele disse tudo o que tinha a dizer, o que significa que Ele disse tudo o que precisamos ouvir para nossa vida terrena. Sou cuidadoso em colocar isso dessa forma porque existem coisas não ditas em Cristo durante a vida presente. Paulo, escrevendo aos coríntios, disse: “Agora conhecemos em parte”, e o que é certo é que em Cristo podemos saber tudo o que precisamos para os dias de hoje.
Para retornar àquela idéia limitada, pergunto: “Quais são as coisas que precisamos saber? Quais coisas são essenciais para o bem-estar da natureza humana?” A primeira é a autoridade. Não há nada de que o mundo mais precise hoje do que autoridade, porém deve ser uma autoridade que traga o consentimento do governado. Os métodos humanos constantemente têm sido de coação às pessoas para fazerem coisas sem seu consentimento. No final, isso sempre falha. Quando Deus falou no Filho, Ele nos deu um Rei, no qual, sendo conhecido em Si mesmo e cujas palavras sendo corretamente compreendidas, encontraremos a autoridade à qual podemos nos render em perfeito acordo. Esse mesmo caráter final da autoridade traz consigo um senso de deficiência, e, além disso, suscita o próximo elemento da necessidade humana. É a de um mediador ou árbitro, que deve estar entre Deus e a humanidade e agir de forma a provocar uma reconciliação. Isso é perfeitamente provido no Filho.
A suma de todo progresso na vida espiritual é mais de Cristo na mente, para conhecê-Lo melhor; mais de Cristo no coração, para amá-lo melhor e ser mais influenciado por Ele; mais de Cristo na vida, para melhor servi-Lo.
(Thomas Moor)
Você acha que merece o perdão de Deus? Se o faz, então, você não é cristão.
(Martin Lloyd-Jones)
No amor conjugal, há um doar-se mútuo. Assim é neste santo amor espiritual entre Cristo e a alma redimida. Cristo se entrega à alma e diz: “Tudo o que sou e tudo o que tenho são teus: Minha justiça é tua, Meus méritos são teus e todos os Meus benefícios serão teus!” Então, a alma apaixonada por Cristo diz: “Senhor, eu me entrego a Ti! Minha mente será Tua, minha vontade, meu coração, minhas propriedades, meu tudo serão Teus ― às Tuas ordens, à Tua disposição!”
“Meu amado é meu e eu sou Dele!” (Ct 2.16).
(Thomas Doolittle)
O bebê de Belém, o homem que já foi morto e abandonado na cruz, agora é o Senhor da glória!
(John Newton)
A eleição eterna de Deus é o primeiro elo da corrente da salvação de um pecador, da qual a glória celestial é o fim!
(J. C. Ryle)
[Cristo] pode também salvar perfeitamente
os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus […] Senhor, que é o homem, para que o conheças,
e o filho do homem, para que o estimes?
(Hb 7.25,26; Sl 144.3)
A Bíblia foi escrita não para satisfazer sua curiosidade, mas para conformar você à imagem de Cristo. Não para torná-lo um pecador mais inteligente, mas para torná-lo como o Salvador. Não para encher sua cabeça com uma coleção de fatos bíblicos, mas para transformar sua vida.
A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar no coração daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo. É a principal via de entrada de fumaça venenosa que vem do abismo para escurecer a mente e a desviar o juízo. É o meio que Satanás usa para controlar cristãos e obstruir uma obra de Deus. Enquanto essa doença não for curada, em vão se aplicarão remédios para resolver quaisquer outras enfermidades.
O orgulho é muito mais difícil de ser discernido do que qualquer outra fonte de corrupção porque, por sua própria natureza, leva a pessoa a ter um conceito alto demais de si própria. É alguma surpresa, então, verificar que a pessoa que pensa de si mais do que deve está totalmente inconsciente desse fato? Ela pensa, pelo contrário, que a opinião que tem de si mesma está bem fundamentada e que, portanto, não é um conceito elevado demais. Como resultado, não existe outro assunto no qual o coração esteja mais enganado e que seja mais difícil de ser sondado. A própria natureza do orgulho é criar autoconfiança e expulsar qualquer suspeita de mal em relação a si próprio.
O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre o coração com respeito a essa questão e clamar Àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia no próprio coração é insensato.
Como o orgulho espiritual é mascarado por natureza, geralmente não pode ser detectado por intuição imediata como aquilo que de fato é. É mais fácil ser identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos quais quero mencionar junto com os frutos opostos da humildade cristã.
A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. Se alguém lhe sugere que está, de fato, saindo do caminho reto, mostra pronta disposição em examinar a questão e ouvir as advertências.
As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros: o terrível engano dos hipócritas, a falta de vida daqueles irmãos que têm amargura, a resistência de alguns crentes à santidade. A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão.
A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, enquanto o crente humilde vê tanta maldade no próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar ao coração dos outros. Queixa-se mais de si próprio e da sua própria frieza espiritual; sua esperança genuína é que todos os outros tenham mais amor e gratidão a Deus do que ele.
As pessoas espiritualmente orgulhosas falam frequentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. Muitas vezes, sua crítica é direcionada não só a pessoas ímpias, mas a verdadeiros filhos de Deus e a pessoas que são seus superiores. Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pelas próprias indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que é infinitamente superior a eles, os trata.
A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.
O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. Por outro lado, o cristão humilde – mesmo sendo firme em seu dever, permanecendo sozinho no caminho do céu ainda que o mundo inteiro o abandone – não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.
Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante a seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado, não abriu a boca, mas se entregou em silêncio Àquele que julga retamente (1Pd 2.21-23). Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver em seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.
Outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. É natural que a pessoa sob a influência do orgulho tome todo o respeito que lhe é oferecido. Se outros demonstram disposição de se submeterem a ela e a cederem em deferência a ela, essa pessoa receberá tais atitudes sem constrangimento. Na verdade, ela se habituou a esperar um tratamento assim e a formar uma má opinião de quem não lhe oferece aquilo que pensa merecer.
Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda de todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.
Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. Entrar em contendas a respeito do cristianismo por vezes é desaconselhável; no entanto, devemos tomar muito cuidado para não nos recusarmos a discutir com pessoas carnais por as acharmos indignas de nossa consideração. Pelo contrário, devemos condescender a pessoas carnais da mesma forma como Cristo condescendeu a nós – a fim de estar presente conosco na nossa indocilidade e estupidez.
Onde houver muita oração, haverá muito do Espírito; onde houver muito do Espírito, haverá uma oração sempre crescente.
(Andrew Murray)
Confie nisto: se andar bem perto de Deus por quarenta anos, ao final desse tempo, você terá uma opinião muito mais baixa de si mesmo do que agora! Você entenderá algo do sentimento de Abraão quando disse: “Sou pó e cinza!” (Gn 18.27), do sentimento de Jacó quando disse: “Menor sou que todas as [Tuas] beneficências!” (32.10), do sentimento de Jó quando disse: “Eis que sou vil!” (Jó 40.4), do sentimento de Paulo quando disse: “Eu sou o principal dos pecadores!” (1Tm 1.15).
(John Newton)
Que privilégio temos em poder prosseguir em nossa peregrinação por um mundo hostil na feliz segurança da fé! Temos conosco Aquele que disse: “Não te deixarei nem te desampararei” (Hb 13.5), e estamos sob os providenciais cuidados desses exércitos angélicos “enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (1.14).
(H. Smith)
A expressão mais violenta da ira e da justiça de Deus é vista na cruz. Se alguma vez uma pessoa teve motivo para reclamar de injustiça, foi Jesus. Ele foi o único homem inocente a ser punido por Deus!
(R. C. Sproul)
A cruz não apenas mostra o amor de Deus mais gloriosamente do que qualquer outra coisa, mas também mostra Sua retidão, Sua justiça, Sua santidade e toda a glória de Seus atributos eternos. Todas elas podem ser vistas brilhando juntas lá.
(Martin Lloyd-Jones)
Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião que não se abala, mas permanece para sempre.
Assim como estão os montes à roda de Jerusalém,
assim o Senhor está em volta do Seu povo desde agora e para sempre. […]
Grandes coisas feitas fez o Senhor por nós,
pelas quais estamos alegres. […]
Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos Seus caminhos.
(Sl 125.1,2; 126,3; 128,1)
Nós, cristãos, freqüentemente substituímos a oração por fazer coisas. A oração é boa, mas, quando usada como substituto da obediência, nada mais é do que uma hipocrisia ostensiva, um desprezível farisaísmo […] De joelhos, homem! E de volta a sua Bíblia! Decida de uma vez! Não se proteja! O tempo voa! Cesse seus insultos a Deus, pare de consultar carne e sangue. Pare com suas desculpas esfarrapadas, mentirosas e covardes. Aliste-se!
Todos os problemas, aflições e tristezas desta vida, em comparação com a felicidade e a bem-aventurança eternas, devem ser considerados como nada. Eles são apenas um grão de areia em comparação com as insondáveis glórias do céu!
(Thomas Brooks)
Ao orar, estamos frequentemente ocupados com nós mesmos, com nossas próprias necessidades e nossos esforços próprios na apresentação deles. Ao esperar em Deus, o primeiro pensamento é sobre o Deus em quem esperamos. Deus deseja se revelar, encher-nos de Si mesmo. Esperar em Deus dá a Ele tempo, a Sua maneira e no poder divino, de vir até nós. […] Fique quieto diante Dele e permita que o Espírito Santo Dele desperte e incite em sua alma a disposição infantil de dependência absoluta e expectativa confiante. Espere em Deus até saber que O encontrou ― a oração, então, se tornará tão diferente! E, quando você estiver orando, que haja intervalos de silêncio, de reverência quietude da alma, nos quais você se entrega a Deus, caso Ele tenha alguma coisa que lhe deseja ensinar ou trabalhar em você.
(Andrew Murray)
Precisamos observar a vida do coração, pois é em nossos pensamentos, sentimentos, estados de humor, temperamentos e afetos que começa o afastamento de Cristo. Precisamos observar nosso estado espiritual interior. O mundo pode não ver nenhum limite a nosso zelo externo, nossa atividade religiosa, nossa fervorosa promoção da verdade, e ainda assim pode não haver suficientes oração interior, amor a Cristo, ternura de consciência, fome de justiça ou desejo de santidade em nosso coração.
(J.R. Miller)
Suficientes para cada dia são os deveres a serem realizados e as provações a serem suportadas. Deus nunca edificou um cristão forte o suficiente para cumprir os deveres de hoje e ter as ansiedades de amanhã amontoadas sobre eles!
(Theodore Cuyler)
Resista a toda tentação de duvidar do amor de Cristo assim como você resistiria à tentação de adultério ou de assassinato!
(John Newton)
Estou aflitíssimo;
vivifica-me, ó Senhor, segundo a Tua Palavra. […]
Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na Tua Palavra.
(Sl 119.107,114)
Nosso Pai, que procura aperfeiçoar Seus santos em santidade, conhece o valor do fogo do refinador. É com os metais mais preciosos que o ensaiador de minérios se esforça mais e os submete ao fogo abrasador, porque fogo assim derrete o metal, e apenas a massa derretida libera sua liga ou assume perfeitamente sua nova forma no molde. O velho refinador nunca se afasta do cadinho, mas se senta ao lado dele, para que não haja um grau excessivo de calor para danificar o metal. Mas, assim que ele escuma da superfície o último resíduo e vê o próprio rosto ali refletido, ele apaga o fogo.
A oração não é um exercício, mas a própria vida do crente. Cuidado com qualquer coisa que interrompa o fluxo da oração. “Orai sem cessar…”. Mantenha o hábito, mesmo que pareça infantil, de orar a Deus do fundo do coração o tempo todo.
(Oswald Chambers)
O tempo em que Deus age é perfeito, mesmo quando pareça estar desastrosamente atrasado.
(James Dobson)
Orações frias sempre se congelam antes de chegar ao céu.
(Thomas Brooks)
Devemos ter fome de Cristo, até que amanheça aquele dia em que nosso Senhor manifestará plenamente a glória de Seu reino.
(João Calvino)
Se todas as hostes da morte
e todas as ignotas potestades do inferno
assumirem suas mais horríveis formas,
de ódio e malignidade,
estarei seguro; pois Cristo possui um poder ainda maior, e graça protetora.
(Isaac Watts)
Nenhuma declaração arrancada de seu contexto é uma garantia suficiente para ações que claramente contrariam outros comandos. Quão excelente seria se toda a Igreja de Cristo tivesse aprendido que nenhuma lei de vida pode se basear em um texto isolado. Todo falso mestre que dividiu a Igreja teve um “está escrito” sobre o qual apoiar sua doutrina.
(G. Campbell Morgan)
Alegre-se o coração daqueles que buscam ao Senhor. Buscai ao Senhor e a Sua face; buscai a Sua face continuamente.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.1-3).
Primeiro: o que é fé?
Na maneira mais simples em que eu seria capaz de expressar, eu responderia: Fé é a certeza de que as coisas que Deus disse em Sua Palavra são verdade, e de que Deus agirá de acordo com o que Ele disse em Sua Palavra. Essa segurança, essa certeza na Palavra de Deus, essa confiança é fé.
Impressões não devem ser consideradas em conexão com a fé
Impressões não têm qualquer relacionamento com a fé. Fé relaciona-se à Palavra de Deus. Não são impressões, fortes ou fracas, que farão qualquer diferença. Temos de nos relacionar com a Palavra escrita e não conosco ou com nossas impressões, com nossos sentimentos.
Probabilidades não devem ser levadas em conta.
Muitas pessoas preferem crer naquilo que lhes pareça provável. Fé não tem relação nenhuma com probabilidades. O campo da fé começa onde as probabilidades cessam, onde o visível e o senso falham. Uma grande parte dos filhos de Deus decaem e lamentam sua falta de fé. Eles escrevem para mim e dizem que não possuem nenhuma impressão, nenhum sentimento, e alegam não ver probabilidade de que aquilo que desejam ocorrerá. As aparências não devem ser levadas em consideração. A questão é: o que Deus falou a respeito disso em Sua Palavra.
E, agora, amados amigos cristãos, há grande necessidade de questionarem a si mesmos se vocês, no recôndito da alma, praticam o hábito de tal confiança naquilo que Deus disse e se estão procurando francamente descobrir se aquilo que pedem está de acordo com o que Deus disse em Sua Palavra.
Segundo: como a fé pode ser desenvolvida.
Deus se deleita em desenvolver a fé de Seus filhos. Nossa fé, inicialmente fraca, é desenvolvida e fortalecida mais e mais dentro de nós. Em vez de evitarmos qualquer provação antes da vitória, sem qualquer exercício de paciência, devemos ter a disposição de considerar tais instrumentos como vindos das mãos de Deus. Eu digo, e o faço deliberadamente, que provações, obstáculos, dificuldades e, até mesmo derrotas, são o verdadeiro alimento da fé.
Recebo cartas de vários queridos filhos de Deus que dizem: “Querido irmão Müller, escrevo-lhe esta carta porque estou muito fraco na fé”. Pois, da mesma forma como pedimos que nossa fé seja fortalecida, devemos ter a disposição tomar como vindos das mãos de Deus os meios para fortalecê-la. Precisamos permitir que Ele nos eduque mediante provações, lutas e dificuldades. É por meio de provações que a fé é exercitada e desenvolvida mais e mais.
Carinhosamente, Deus permite dificuldades que possam desenvolver permanentemente o que Ele quer fazer por nós, e, ao fim das quais, não devemos nos retrair, mas, se Ele nos permitir tristeza, obstáculos, perdas e aflições, devemos tomá-las de Suas mãos como evidências de Seu amor e cuidado por nós em desenvolver mais e mais a fé que Ele procura fortalecer em nós.
A Igreja de Deus não está despertada para ver quão belo e amável Ele é; daí a pequenez da bem-aventurança. Oh, amados irmãos e irmãs em Cristo, procurem aprender por si mesmos, pois não posso lhes transmitir tal bem-aventurança! Nos momentos mais sombrios sou capaz de confiar Nele, pois sei quão belo e que amável Pessoa Ele é. E, caso seja a vontade de Deus colocar-nos na fornalha, deixemos que o faça, para que nos familiarizemos com Ele conforme Ele se revele, para que o conheçamos ainda melhor. Chegaremos, então, à conclusão de que Deus é um Ser amável, e estaremos contentes com Ele, e diremos: “Esse é meu Pai! Que Ele faça o que Lhe agradar”.
Quando comecei a permitir que Deus tratasse comigo, confiando Nele, tomando-O em Sua Palavra, e quando parti, cinquenta anos atrás, simplesmente confiando Nele no que dizia respeito a mim, a minha família, a custos, despesas de viagem e todas as demais necessidades, eu descansei nas simples promessas que encontrei no sexto capítulo de Mateus. Leia Mateus 6.25-34, atentamente. Eu cri na Palavra, descansei nela e a pratiquei. Eu tomei Deus em Sua Palavra. Um estranho, estrangeiro na Inglaterra, eu sabia sete idiomas e poderia tê-los usado talvez como atividade remunerada, mas eu havia me consagrado a trabalhar para o Senhor; eu pus minha confiança no Deus que havia prometido, e Ele agiu de acordo com Sua Palavra. Eu não tinha absolutamente nada. Tive minhas provações, minhas dificuldades e minha bolsa vazia, mas as entradas agregaram milhares de dólares, 51 anos desde que a obra se iniciou. Portanto, com relação a meu trabalho pastoral, nos últimos 51 anos, tive grandes dificuldades, grandes provações e perplexidades. Sempre haverá dificuldades, sempre provações. Mas Deus tem-me sustentado sob elas e delas me livrou, e a obra prossegue.
Contudo, isso não se dá, como alguns disseram, porque sou um homem de grande poder mental, ou dotado de energia e perseverança – esses não são os motivos. A razão é que confiei em Deus; porque busquei a Deus e Ele cuidou da Instituição, que, sob direção Dele, tem cem turmas de alunos, com mestres e mestras, e outros departamentos que já mencionei em outra ocasião.
Eu não carrego fardos. E, agora, em meus 67 anos, tenho força física e vigor mental para tanto trabalho da mesma forma de quando eu era um jovem na universidade, estudando e preparando prédicas em latim. Sinto tanto vigor quanto naquele tempo. Como pode ser isso? Porque no último meio século de labor fui capaz, com a simplicidade de uma criança, de confiar em Deus. Sim, eu tive minhas provações, mas me apeguei a Deus, e por meio disso fui sustentado. Não é mera permissão, mas direção específica, que Ele dá de lançarmos os fardos sobre Ele. Oh, façamos isso! Meus amados irmãos e irmãs em Cristo: “Lança teu fardo sobre o Senhor, e Ele te sustentará” (cf. 1Pd 5.7). Dia a dia eu o faço. Hoje de manhã, levei perante o Senhor sessenta assuntos relacionados à igreja que pastoreio, e, assim é: dia após dia faço isso, e ano após ano; dez anos, trinta anos, quarenta anos.
Todavia, não imaginemos obter fé completa de uma só vez. Todas essas coisas, como salto de pleno exercício da fé, eu menosprezo. Eu não creio nisso. Eu não creio nisso. Não creio nesse tipo de fé, e desejo que você compreenda claramente que eu não creio nisso.
Essas coisas todas [relativas à fé] acontecem de maneira natural. O pouco que obtive, não o obtive todo de uma só vez. Digo tudo isso de modo particular, porque cartas chegam a mim cheias de perguntas daqueles que procuram ter sua fé fortalecida. Comece de novo, mantendo sua alma na Palavra de Deus, e você terá um aumento de sua fé conforme a exercitar.
Uma coisa mais. Alguns dizem: “Oh, nunca terei o dom da fé que o sr. Müller tem!” Isso é um erro; é o maior erro; não há nisso uma partícula de verdade. Minha fé é o mesmo tipo de fé que todos os filhos de Deus tiveram. É o mesmo tipo de fé que Simão Pedro tinha, e todos os cristãos podem obter a mesma fé. Minha fé é a fé deles, embora possa haver mais dela porque minha fé tenha sido um pouco mais desenvolvida pelo exercício do que a deles; mas a fé deles é exatamente a fé que eu exercito, possivelmente, em relação ao grau, a minha possa ser mais fortemente exercitada.
Agora, amados irmãos e irmãs, comecem aos poucos.
Inicialmente, eu era capaz de confiar no Senhor com respeito a dez dólares, depois com respeito a cem dólares, depois com respeito a mil dólares, e agora, com grande facilidade, eu posso confiar Nele com respeito a um milhão de dólares, se fosse o caso. Mas, antes de tudo, eu deveria examinar em silêncio, com critério, por vontade própria, e ver se aquilo em que eu confiava era algo conforme Suas promessas em Sua Palavra escrita.
Há mais mal em uma gota de pecado do que em um mar de aflições!
(Thomas Watson)
Deus, dê-me uma profunda humildade, um zelo bem direcionado, um amor ardente e um olhar singelo!
(George Whitefield)
O Espírito sopra sobre a Palavra,
e traz a verdade à vista.
(William Cowper)
O evangelho é tão simples que simples crianças podem entendê-lo, e é tão profundo que os estudos dos teólogos mais sábios nunca esgotarão suas riquezas.
(Charles Hodge)
Este é o caminho de Deus. Nas horas mais sombrias da noite, Seus passos se aproximam cruzando as grandes ondas. Quando o dia da execução está nascendo, o anjo vem à cela de Pedro. Quando a forca para Mordecai está concluída, a insônia do rei leva a uma reação a favor da raça favorecida. Ah, alma, terás de chegar ao pior que pode ocorrer contigo antes de seres libertada, mas tu serás libertada! Deus pode manter-te esperando, mas Ele sempre estará atento a Sua aliança e virá para cumprir Sua Palavra inviolável.
(F. B. Meyer)
Se o Senhor não tivera ido embora no meu auxílio,
a minha alma quase que teria ficado no silêncio.
Quando eu disse: ‘O meu pé vacila’, a Tua benignidade, Senhor, me susteve.
Na multidão dos meus pensamentos dentro de mim, as Tuas consolações recrearam a minha alma. […] O Senhor é a minha defesa
e o meu Deus é a rocha do meu refúgio.
(Sl 94.17-19,22)
A Cruz não apenas aconteceu a Jesus: Ele foi propositadamente a ela. Ele é ‘o Cordeiro morto desde a fundação do mundo’ […] A Cruz é o centro do tempo e da eternidade, a resposta para os enigmas de ambos. Quando chegamos à Cruz, não passamos por ela; nós permanecemos na vida para a qual a Cruz é a porta de entrada.
A pessoa ímpia teme o homem, não a Deus. O cristão forte teme a Deus, não o homem.
O cristão fraco teme demais o homem e muito pouco a Deus.
(John Flavel)
Deus não pode mudar para melhor, pois Ele já é perfeito. E, sendo perfeito, Ele não pode mudar para pior.
(Arthur Pink)
Não há consolo, a não ser no seio de Cristo. Não há segurança, a não ser ao lado de Cristo.
Não há força, a não ser no braço de Cristo.
Não há santidade, a não ser nos passos de Cristo.
(George Everard)
(Comentário sobre Elias e o ribeiro de Querite)
A educação de nossa fé é incompleta se não aprendemos que há uma providência de perder, um ministério de fracassar e de coisas se desvanecerem, um dom de vazio. As inseguranças materiais da vida contribuem para o estabelecimento espiritual dela. […] De uma maneira ou de outra, teremos de aprender a diferença entre confiar na dádiva e confiar no Doador. A dádiva pode ser boa por um tempo, mas o Doador é o Amor Eterno. […] As palavras duras de Deus nunca são Suas últimas palavras. A aflição, o desperdício e as lágrimas da vida pertencem ao interlúdio e não ao final. […] Sempre que em sua vida e na minha, alguma fonte de recursos terrestres e externos secou, foi para que aprendêssemos que nossa esperança e nossa ajuda estão em Deus, que criou o Céu e a Terra.
(F. B. Meyer)
Ensina-me, Senhor, o Teu caminho,
e andarei na Tua verdade; une o meu coração ao temor do Teu nome.
(Sl 86.11)
Nosso Senhor tem muitos filhos fracos em Sua família, muitos alunos morosos em Sua escola, muitos soldados inexperientes em Seu exército, muitas ovelhas coxas em Seu rebanho. No entanto, Ele carrega todos eles e não lança fora nenhum deles. Feliz é aquele cristão que aprendeu a fazer o mesmo com seus irmãos.
(J. C. Ryle)
A única preocupação do diabo é impedir que os cristãos orem. Ele não tem medo de estudos sem oração, trabalho sem oração e religião sem oração. Ele ri de nosso trabalho, zomba de nossa sabedoria, mas treme quando oramos.
A maneira mais fácil de escapar dos sofrimentos é estar disposto a que eles durem o tempo que Deus quiser.
(John Wesley)
Ver Cristo como Ele é e ser como Ele! Vale a pena morrer por isso e vale a pena viver por isso!
(John Newton)
Minha convicção é que quanto mais a Bíblia é estudada, mais se encontra nela o que se estudar. Luz, força, alegria, ajuda, graça e bênção novas brotam dela!
(Frederick Marsh)
Cristão! Deus está próximo sempre que tu te aproximares Dele em oração. Oh, confortadora verdade! Tu tens um Deus pronto a ouvir o mais suave suspiro de oração, ouvir cada confissão de pecados, ouvir todos os gritos por aquilo de que tens necessidade, ouvir todas as expressões de tristeza, ouvir cada lamento de aflição, ouvir todo apelo por conselho, força e apoio! Erga-te, ó minha alma! E entrega-te à oração, pois Deus está pronto a te ouvir e a responder a ti!
(Otávio Winslow)
Quando vejo
os Teus céus,
obra dos Teus dedos,
a Lua e as estrelas
que preparaste; que é o homem mortal
para que Te lembres dele?
E o filho do homem,
para que o visites?
(Sl 8.3,4)
16 de abril de 1854.
Durante a semana passada, tive um dos ataques de asma mais graves que já experimentei. Quão doloroso é trabalhar e ofegar, como eu fazia. Quão diferentes as coisas passageiras se manifestam sob tais circunstâncias! Quão prontamente alguém se sente disposto a abrir as asas e voar para longe. Que eu viva diariamente sob a impressão que senti naquele momento. Como desejo uma comunhão mais estreita com Deus, sentir mais do doce poder da piedade em meu coração, andar com Deus em confiança, depender Dele, depositar cada cuidado Nele, deixar tudo com Ele, almejar sempre e em tudo para glorificá-Lo, andar pelo mundo como alguém caminhando diretamente para o lar em Deus, para habitar com Ele e apreciá-Lo para sempre!
No entanto, sinto que preciso ser sustentado diariamente, tendo os olhos do Senhor constantemente sobre mim e Seus braços eternos sempre debaixo de mim!
“Sustenta-me, e serei salvo!” (Salmo 119.117).
(James Smith, de seu diário)
Ao pregar o evangelho a amigos e vizinhos, devemos sempre enfatizar a graça; caso contrário, podemos converter as pessoas a uma forma cristianizada de moralismo, a qual implica ser possível nos acertarmos com Deus por meio de nossas próprias obras. O Evangelho exige uma mudança de vida, mas essa mudança de vida é possibilitada pela graça e ocorre após a conversão. Se não estamos enfatizando a prioridade da graça, não somos melhores que os fariseus do primeiro século.
Louvar a Deus é um dos atos mais elevados e mais puros da religião. Na oração, agimos como homens; em louvor, agimos como anjos.
(Thomas Watson)
Uma vida gasta no serviço de Deus e em comunhão com Ele é a mais agradável vida que qualquer um pode ter neste mundo.
(Matthew Henry)
“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim não é digno de Mim; e quem o filho ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim” (Mt 10.37). Se Jesus não é amado acima de tudo, Ele não é sinceramente amado. […] Você pode amar seus amigos e seus prazeres e os confortos de sua vida, mas deve amar a Cristo acima de tudo. O amor a essas coisas deve ser tragado pelo amor a Cristo e ser subordinado a ele. Um homem que não ama a Cristo mais que ao pecado, e mais que a prazeres e a lucros não tem amor sincero a Cristo nem é salvo por Ele. […] Um verdadeiro discípulo de Cristo precisa e deve amar todas as coisas menos do que ama a Cristo, e amar a Cristo com graus predominantes de amor. O verdadeiro amor por Cristo no coração faz com que ele se incline mais a Cristo, mais do que a todas as outras coisas!
“A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor, Jesus Cristo, em sinceridade” (Efésios 6.24).
(Thomas Doolittle)
Este [Jesus], porque permanece eternamente,
tem um sacerdócio perpétuo.
Portanto,
também pode salvar perfeitamente
os que por Ele se achegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles.
(Hb 7.24,25)
Cristo é a chave que abre as portas de ouro no templo da Verdade divina!
(A.W. Pink)
Ó Senhor, perdoa o que fui, santifica o que sou e ordena o que devo ser.
(Thomas Wilson)
Quase nunca há um completo silêncio na alma. Deus está sussurrando a nós quase incessantemente. Sempre que os sons do mundo desaparecem na alma, ou arrefecem, ouvimos os sussurros de Deus. Ele está sempre sussurrando a nós, só que não ouvimos, por causa do barulho, da pressa e da distração que a vida provoca enquanto passa com pressa.