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Conselho aos pais (2)

O fundamento: um casal em unidade

O fundamento da família cristã

“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma […] E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Dt 11.18,19).

Um casal em que ambos cônjuges têm um coração e uma consciência profundamente arraigados na Palavra de Deus constitui o fundamento de uma família cristã. Dessa maneira, os filhos aprenderão a conhecer o amor de Deus e a salvação pela fé em Jesus Cristo. Os pais devem ser exemplos da maneira como Deus atua. É o sentido desta instrução: “Atai-as [as palavras de Deus] por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos” (v. 18). Para os filhos, a diferença entre o que os pais dizem e o que fazem é o maior dos obstáculos para conhecerem o caminho de Deus.

A marca da Palavra de Deus deve ser vista na família, tanto no interior quanto no exterior.

O ensino de nossos filhos não se limita simplesmente ao que ouvem na reunião da igreja ou durante a leitura da Bíblia em família – ele deve ser parte integrante de nossas conversas. Em nossas conversas, freqüentemente separamos as coisas espirituais das não espirituais. Em decorrência disso, nossos filhos se tornam “bilíngües”, falam dois idiomas: o do mundo e o do cristianismo. Desse modo, não relacionam a Palavra de Deus com sua vida diária.

A marca da Palavra de Deus deve ser vista na família, tanto no interior quanto no exterior, tanto nos umbrais da casa quanto nas portas (v. 20). Fazemos muitos esforços para mostrar a face cristã da família aos demais, mas, quando a imagem exterior não corresponde à realidade interior, os filhos, quando saírem, tenderão a abandonar sua identidade cristã usada em casa. No entanto, se os pais se ocuparem de seus “umbrais” e de suas “portas”, os filhos crescerão formando seu caráter pessoal com a Palavra de Deus. Não apenas o manifestarão no mundo, mas também serão capazes de transmiti-lo a seus próprios filhos.

 

(J. P. Trotzer. Traduzido por Francisco Nunes de “El fundamento de una familia cristiana”, da revista Creced 3/2015, publicada por Ediciones Bíblicas, da Suíça. Você pode usar esse artigo desde que não o altere, não omita a autoria, a fonte e a tradução e o use exclusivamente de maneira gratuita. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Conselho aos pais (1)

Sua primeira responsabilidade é serem pais de seus filhos, não seus amigos

Sim, eu sei que isso soa estranho, contrário a tudo o que as propagandas de margarina ensinam sobre família. Mas essa é a verdade bíblica. Os pais têm responsabilidades de modo muito claro designadas por Deus em Sua Palavra, principalmente a de levar os filhos ao conhecimento e ao temor do Senhor. Isso implica uso de autoridade (não interprete como uso de violência), exemplo, amor, dedicação, oração, tempo, ensino. Se como resultado do adequado exercício de sua paternidade vocês forem amigos de seus filhos, muito melhor!

Essa busca pela amizade em detrimento do relacionamento pais-filhos impede que os filhos tenham a clara percepção de que existe, sim, uma hierarquia na família (e, por conseguinte, na sociedade), a qual deve ser respeitada e honrada. A Bíblia sempre chama os pais ao dever pelo fato de serem pais. Isso é o que os comissiona a terem de fazer o que têm de fazer. Não tenho a menor dúvida de que pais plenamente pais serão também amigos dos filhos. Mas ser amigos não pode impedir os pais do pleno cumprimento de suas obrigações, com o custo nisso implícito de não ser compreendido, da cara feia do filho, da birra, das tentativas de sabotar a autoridade…

É por serem pais que vocês devem ensinar seus filhos a respeito do Senhor quando estiverem com eles em casa, andando pelo caminho ao lado deles, ao deitar e ao levantar (Dt 6.7). O objetivo primeiro disto é que eles conheçam o Senhor, que O amem, que obedeçam a Sua Palavra.
Se produzir também amizade entre vocês, aleluia!

(Se você quiser saber a razão desta série de artigos, clique aqui.)

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Pais, jovens e filhinhos

Recentemente, fiz uma viagem de quase 15 dias. Por diversos motivos, ela foi cheia de lições e de geração de perguntas. Ao lado de meu meio século de existência, três décadas de casamento (com a mesma mulher) e um pouco mais de tempo de fé em Cristo, três filhos, um neto e muitas cicatrizes, ela me fez considerar ou reconsiderar algumas coisas, e desejo partilhar aqui um pouco do que aprendi e sobre o que estou considerando. Descobri que ainda não sei tudo, que ainda não pratiquei tudo que sei e que ainda não sei tudo que tenho de praticar.

Inicialmente, pensei em escrever um único texto, mas, com o passar dos dias, ele foi se tornando grande demais, com divisões demais. Além disso, as lições não se encerraram com a viagem. Conforme penso no assunto, conforme analiso minha vida à luz delas, conforme sou iluminado, vejo que há há mais coisas a serem ditas, em primeiro lugar a mim mesmo.
Tomo emprestado o texto de 1João 2.12-14 para dirigir meus pensamentos. Entendo que ali o apóstolo estava se dirigindo a três categorias de pessoas enfatizando sua maturidade espiritual mais do que diferentes faixas etárias. Tenho um pouco disto em mente também, mas quero destacar os diversos relacionamentos no âmbito familiar, dirigindo-me aos pais – os mais velhos da família –, aos jovens – essa nebulosa idade que demora cada vez mais tempo para terminar – e aos filhinhos – as crianças, os menores da casa.

Muito provavelmente os filhinhos não vão ler isso. Não conheço muitos (conheço algum?) que eu colocaria nessa categoria e que costume pesquisar na internet por assuntos espirituais. Mesmo assim, espero que, de algum modo, essas dicas cheguem a eles e que as pratiquem. Sei que há muitos jovens cristãos desejosos de viver uma vida de fé genuína, que agrade a Deus. Oro para seja útil o que vou escrever aqui.

Mas, sem dúvida, a grande responsabilidade pesa sobre os pais, os mais antigos na fé, os que têm descendentes biológicos ou espirituais. Recai sobre estes o chamamento bíblico de instruir as outras gerações acerca do Senhor, de Sua Palavra e de Suas obras.

Os textos vão ser chamados de Conselhos para… cada uma das categorias. Pensei em chamá-los de dicas, mas resisti à tentação de querer parecer descolado, moderninho, informal. A Bíblia usa o termo “conselho”, e ele indica seriedade, gravidade, importância, necessidade de ser ouvido. Pretendo, com a ajuda do Senhor, escrever conselhos que sejam bíblicos e proveitosos. Com certeza, não serão novos, inéditos, como se fossem uma nova revelação. Não tenho essa pretensão; muito pelo contrário. Antes, serão a aplicação dos antigos (não antiquados…) princípios bíblicos a situações práticas, aos desafios do tempo presente. Que o resultado seja a capacitação de todos – pais, jovens e filhinhos – para viverem plenamente sua vida em Cristo.

Abraço.

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