Não podemos mudar Deus. Deus é imutável. Se mudanças devem ser feitas, elas precisam ser feitas em nós.
(R. C. Sproul)
A Palavra de Deus é a verdade, quer creiamos nisso, quer não. A incredulidade humana não pode alterar o caráter de Deus.
(A. W. Tozer)
Uma reprovação severa por vezes é uma pérola preciosa e um doce bálsamo. As feridas de pecadores que se sentem seguros não serão curadas com palavras doces.
(Richard Sibbes)
Onde quer que o homem esteja, seja o que for que faça, seja onde for, ele está constantemente diante da face de Deus.
(Abraham Kuyper)
Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece. […] Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a Minha palavra e crê Naquele que Me enviou tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
(Jo 3.36; 5.24)
A mais pura alegria no mundo é a alegria em Cristo.
(Robert Murray McCheyne)
Onde a verdade for, eu irei, e, onde a verdade está, eu estarei, e nada, a não ser a morte, poderá me separar da verdade.
(Thomas Brooks)
Há um nome para os pastores que nunca falam de pecado, arrependimento ou inferno: eles são chamados de falsos mestres.
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
(Mt 6.26)
Irmãos, é mais fácil falar contra mil pecados de outros do que mortificar um só pecado em nós mesmos.
(John Flavel)
O evangelho não é um anúncio de que Deus relaxou Sua justiça ou baixou o padrão de Sua santidade.
(Arthur W. Pink)
Deus é o Deus que nos liberta das mais escuras e profundas implicações de nosso próprio coração rebelde e nos leva em segurança para o lar.
(Alistair Begg)
Não importa quanto já tenhamos caminhado com Jesus, nós precisamos ouvir novamente: ‘Não ameis o mundo’.
(Kevin DeYoung)
Nossa alma é como o leito de um rio: nós fomos feitos para a água, fomos feitos para que Deus nos encha, e Ele mesmo é nossa água: Ele é a água da vida para nós.
(Stephen Kaung)
Só Deus, por Seu Espírito, faz novas todas as coisas. Só Ele pode restaurar e renovar o homem e o universo. Ele faz isso hoje, ainda que num sentido restrito. Ele o fará completamente, depois, quando Cristo voltar.
(William Hendriksen)
O labor de Paulo no evangelho é um modelo a ser imitado. Ele trabalhava até a exaustão, disposto a ser a libação na oferta a Deus pelas almas ganhas (Fp 2.16,17). Ele tinha uma dívida que nunca poderia saldar, e vivia a sua vida em devoção ao Senhor a quem ele tudo devia (Rm 1.14).
Qualquer coisa que fazemos na vida cristã é mais fácil do que orar.
(Martin Lloyd-Jones)
Aquele que aprecia Cristo faz Dele sua maior alegria. Ele pode deleitar-se em Cristo quando outros deleites se forem.
(Thomas Watson)
Lembra-te: quem quer que diga que teus pecados são muitos para serem perdoados, não é Deus, não é Cristo.
(Robert Murray McCheyne)
A melhor maneira de vencer o mundo não é com moralidade ou auto-disciplina. Cristãos vencem o mundo por ver a beleza e a excelência de Cristo. Eles vencem o mundo por ver algo mais atrativo que o mundo: o Senhor Jesus Cristo!
(Thomas Chalmers)
É uma inquestionável verdade que toda doutrina que vem de Deus leva a Deus, e que qualquer uma que não tenda a promover a santidade não é de Deus.
(George Whitefield)
Que inefável maravilha saber que todas as nossas preocupações são mantidas sob controle por mãos que sangraram por nós.
(John Newton)
A vida é curta, e nós somos morosos, e as coisas eternas são necessárias, e as almas que dependem de nosso ensino são preciosas.
(Richard Baxter)
Graças Te dou, ó Senhor,
porque, ainda que Te iraste
contra mim,
a Tua ira se retirou,
e Tu me consolas.
Eis que Deus é
a minha salvação; Nele confiarei e não temerei;
porque o Senhor Deus é
a minha força e
o meu cântico,
e se tornou
a minha salvação.
Quando um cristão evita ter comunhão com outros cristãos, o diabo sorri. Quando ele pára de estudar a Bíblia, o diabo ri. Quando ele pára de orar, os demônios gritam de alegria.
(Corrie Ten Boom)
Vamos nos regozijar na lembrança de que nosso santo Cabeça sobrepujou todo o sofrimento e triunfou sobre a morte.
(Charles Simeon)
A pergunta não é “Por que há apenas um Caminho para Deus?” mas: “Por que há um Caminho?”.
(R. C. Sproul)
Quando os homens esquecem o mundo vindouro e se concentram somente na vida presente, este mundo se torna um tipo de inferno vivo.
(Martyn Lloyd-Jones)
Não existe pecado pequeno, pois não existe um Deus pequeno contra o qual se peque.
(Thomas Brooks)
Deus não pode mudar para melhor, pois Ele já é perfeito. E, por ser perfeito, Ele não pode mudar para pior.
(A. W. Pink)
O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia. Em Ti confiarão os que conhecem o Teu nome, porque Tu, Senhor, nunca desamparaste os que Te buscam.
(Sl 9.9,10)
O que Deus tira de mim é menos do que Lhe devo, e o que Ele deixa para mim é mais do que mereço.
(William Gurnall)
Uma vez que a alegria da intimidade com Deus tenha sido experimentada, a vida se torna insuportável sem ela.
O perdão é libertar o prisioneiro, apenas para descobrir que o prisioneiro era eu.
(Corrie Ten Boom)
Algumas pessoas, para descobrir Deus, lêem livros. Mas existe um grande livro: a própria aparência das coisas criadas. Olha para cima de ti! Olha para baixo de ti! Lê-o. Deus, a quem tu desejas descobrir, nunca escreveu aquele livro com tinta. Em vez disso, Ele colocou diante de teus olhos as coisas que fez. Tu podes pedir uma voz mais alta do que essa?
(Santo agostinho)
O que é pecado?
É a glória de Deus não honrada.
A santidade de Deus não reverenciada.
A grandeza de Deus não admirada.
O poder de Deus não elogiado.
A verdade de Deus não buscada.
A sabedoria de Deus não estimada.
A beleza de Deus não valorizada. A bondade de Deus não saboreada.
A fidelidade de Deus não confiável.
Os mandamentos de Deus não obedecidos.
A justiça de Deus não respeitada.
A ira de Deus não temida.
A graça de Deus não apreciada.
A presença de Deus não valorizada.
A pessoa de Deus não amada.
Isso é pecado.
(John Piper)
Aquele que faz do comer da árvore da vida sua ocupação diária não terá apetite para outros frutos, mesmo que a árvore que os carrega pareça estar no meio do paraíso.
(John Owen)
É absolutamente inútil dizer a um homem que adote o ponto de vista cristão sobre o evangelho a menos que ele tenha, primeiramente, o ponto de vista cristão sobre o pecado.
(J. Gresham Machen)
Sua fé não falhará enquanto Deus a sustentar. Você não é suficientemente forte para decair enquanto Deus estiver resolvido a sustentá-lo.
(J. I. Packer)
O Senhor, vosso Deus, é misericordioso e compassivo, e não desviará de vós o rosto, se vos converterdes a Ele.
Devemos aprender a viver no lado celestial e olhar para as coisas do alto. Contemplar todas as coisas como Deus as vê, como Cristo as observa, vence o pecado, desafia Satanás, dissolve as perplexidades, eleva-nos acima das provações, separa-nos do mundo e vence o medo da morte.
(A. B. Simpson)
A natureza da salvação de Cristo é lamentavelmente deturpada pelo evangelista atual. Ele anuncia um Salvador do inferno em vez de um Salvador do pecado. E é por isso que tantos são fatalmente enganados, pois há multidões que desejam escapar do lago de fogo, mas não desejam ser libertadas de sua carnalidade e de seu mundanismo.
(A. W. Pink)
É por causa da conversa apressada e superficial sobre Deus que o senso de pecado é tão fraco e que nenhum motivo tem poder para ajudar o pecador a odiar o pecado e a fugir dele como deveria.
(A. W. Tozer)
Deus teve um Filho na Terra sem pecado, mas nunca um sem sofrimento.
(Agostinho)
O pecado para um crente é horrível, porque crucificou o Salvador; o crente vê em cada iniqüidade os cravos e a lança.
(Charles Spurgeon)
Oração que não resulta em conduta pura é uma ilusão. Perdemos todo o trabalho e a virtude de orar se isso não corrigir a conduta. É da própria natureza das coisas que devemos ou parar de orar ou parar a má conduta.
(E. M. Bounds)
Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Nossa caminhada conta muito mais do que nossa conversa, sempre!
(George Müller)
Se existe algo que a história nos ensina, este ensino é que os ataques mais devastadores desfechados contra a fé sempre começaram com erros sutis surgidos dentro da própria igreja.
(John MacArthur Jr.)
Um cristianismo suave e protegido, com medo de ser magro e solitário, sem vontade de enfrentar as tempestades e enfrentar as alturas, acabará gordo e imundo nas gaiolas da conformidade.
(Vance Havner)
O mundo inteiro me parece um imenso vácuo, um vasto espaço vazio, de onde nada desejável, ou pelo menos satisfatório, pode derivar; e desejo diariamente morrer cada vez mais por isso; mesmo que eu não consiga esse conforto das coisas espirituais que sinceramente desejo.
(David Brainerd)
Tão logo um homem é limpo do pecado, ele é vestido com louvor.
(Charles Spurgeon)
Descobri que há três estágios em toda grande obra de Deus: primeiro, é impossível; depois, é difícil, e, então, está feito.
(Hudson Taylor)
Se alguém Me serve, siga-Me,
e, onde Eu estiver,
ali estará também o Meu servo.
E, se alguém Me servir, Meu Pai o honrará.
Hoje em dia, nada é mais necessário entre os pregadores do que termos a coragem de nos libertar das mil e uma trivialidades em que somos solicitados a desperdiçar nosso tempo e força, e retornar resolutamente ao ideal apostólico que tornava necessário o ofício do pastorado. Nós continuaremos firmemente na oração e no ministério da Palavra.
(G. Campbell Morgan)
Não é a boca que é a principal coisa a ser vista na oração, mas se o coração está tão cheio de afeto e sinceridade na oração com Deus que é impossível expressar seu senso e desejo; pois um homem deseja de fato quando seus desejos são tão fortes, muitos e poderosos, que todas as palavras, lágrimas e gemidos que podem vir do coração não podem expressá-los.
(John Bunyan)
Nossa vida está cheia da mídia que se destina à distração perpétua, com seus ruídos de fundo que abafam a clareza e a curiosidade provenientes do silêncio.
(David de Bruyn)
É conveniente que um pecador perdoado conheça a força do seu pecado, para que não o favoreça nem menospreze o perdão recebido.
(Richard Baxter)
Para sustentar a crença de que Deus não existe, o ateísmo deve demonstrar conhecimento infinito, o que equivale a dizer: “Eu tenho conhecimento infinito de que não existe um conhecimento infinito”.
(Ravi Zacharias)
Libertação do pecado é uma bênção muito maior do que libertação da aflição.
(Daniel Defoe)
Em Cristo, na cruz do Calvário, “a misericórdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram”.
Um dos perigos mais graves que assola o ministério é a dispersão incansável de energias por uma incrível multiplicidade de interesses que não deixa margem de tempo e força para uma comunhão receptiva e arrebatadora com Deus.
(Andrew Bonar)
Há muitas coisas que o mundo chama de decepção, mas não existe essa palavra no dicionário de fé. O que para os outros são decepções, para os crentes, são indicações do caminho de Deus.
(John Newton)
Orei quinze anos pela conversão de meu irmão mais velho. Quando ele parecia estar ficando cada vez mais longe de qualquer esperança de conversão, eu orei.
(R. A. Torrey)
O mundo pergunta: “O que um homem possui?” Cristo pergunta: “Como ele o usa?”
(Andrew Murray)
Muitas pessoas, em seus sofrimentos e tristezas, consideram-se dignas de dó, ao mesmo tempo em que dão pouca atenção ao pecado causador do problema ou ainda continuam a cometê-lo!
(Richard Baxter)
Nunca devemos cessar de orar. Nenhum caso é sem esperança enquanto Cristo viver.
(Charles Spurgeon)
Que poderia em mim achar,
pra tais afrontas suportar?
A igreja está tentando pregar moralidade e ética sem o evangelho como base. Ela está pregando moralidade sem piedade. E isso não funciona. Nunca funcionou e nunca funcionará.
(Martyn Lloyd-Jones)
O eterno amor de Deus, o Pai, deve ser nossa única esperança e única consolação. Permita-lhe sustentar você em todas as provações.
(George Whitefield)
Esteja bem seguro de que, se você caminhar com o Senhor, e olhar para Ele, e esperar ajuda Dele, Ele nunca falhará com você.
(George Müller)
Um cristão humilde estuda as próprias enfermidades e as excelências de Outro.
(Thomas Watson)
Pecado não é fraqueza ― é uma doença. É uma flagrante rebelião contra Deus, e a magnitude dessa rebelião é expressa pela cruz do Calvário.
(Oswald Chambers)
A adoção nos dá o privilégio de filhos; a regeneração, a natureza de filhos.
(Stephen Charnock)
Redentor! Os Teus eleitos
bem-aventurados são;
do pecado redimidos, nunca mais perecerão.
A cura divina é bíblica ou anti-bíblica? O Senhor é “socorro bem presente na angústia” (Sl 46.1): isso significa apenas que o cristão deve buscar Dele graça para, pacientemente, suportar aflições? As Escrituras têm muito mais a dizer com relação ao corpo; será uma grande perda se ignorarmos isso.
1. Nossos deveres na enfermidade
É claro para nós que muitos cristãos estão vivendo abaixo de seus privilégios nessa questão. Jeová-Rafah (“o Senhor que te sara” [Êx 15.26]) é, verdadeiramente, um dos Seus títulos tanto quanto Jeová-Tsidkenu (“o Senhor justiça nossa” [Jr 23.6]).
Quais são os deveres e privilégios do cristão quando ele adoece? Primeiro, esforçar-se para determinar a ocasião e a causa de sua enfermidade. É fácil descobrir se a doença advém de ignorar as ordens da prudência comum (Pv 23.21; Gl 6.7,8). Se não conseguimos atribuir nosso atual problema de saúde à negligência física ou à insensatez, então, procuremos identificar a causa moral. “Esquadrinhemos nossos caminhos, e provemo-los” (Lm 3.40), fazendo um esforço honesto para descobrir o que tem entristecido o Espírito (Ef 4.30). É provável que haja algo contrário em mim sobre o que Ele está indicando Sua desaprovação (Mc 7.21-23), e pelo que Ele requer que eu me humilhe (Sl 139.23,24). O ponto de lepra de minha alma que precisa ser purificado pode ser um espírito de egoísmo, a permissão ao orgulho, as obras da vontade própria, as agitações da rebeldia quando a providência divina cruza meu caminho, o exercício da justiça própria.
Se nós temos estabelecido algum ídolo, ele precisa ser lançado fora (1Co 10.14; Sl 32.5);
– se nós temos cedido à lascívia, isso precisa ser mortificado (Cl 3.5);
– se nós tomamos um caminho proibido, ele precisa ser abandonado (Pv 14.12);
– se nós temos intencionalmente deixado um dever, ele precisa ser retomado.
Se temos sido descuidados, então, não devemos nos surpreender se ficarmos acamados por algum tempo. Isso é a fim de que haja tempo para relações estreitas entre a alma e Deus, para que as “coisas ocultas das trevas” sejam trazidas à luz e tratadas fielmente (1Co 4.5).
Algumas aflições são produzidas pelo diabo. Nós lemos em Jó, e de uma mulher “a qual há dezoito anos Satanás a tinha presa” (Lc 13.16). Está escrito: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7) – ao que deve ser adicionado “Ao qual resisti firme na fé” (1Pd 5.9).
Algumas enfermidades físicas são enviadas sobre os santos para seu aperfeiçoamento em vez de correção, para que eles produzam algum fruto espiritual superior (Gl 5.22,23). Portanto, o crente que deseja luz sobre sua situação deve esperar no Senhor para que este lhe mostre por que contende com ele (Jó 10.2).
2. 2Crônicas 7.14
“E se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.”
Alguns podem contestar que tal passagem não é aplicável a nós, pois Deus lidava com Israel de acordo com a Lei, ao passo que lida conosco de acordo com as riquezas da graça. Essa afirmação é completamente anti-bíblica. Manter os requisitos de santidade e exercer misericórdia com respeito ao penitente sempre caracterizou os caminhos de Deus em todas as épocas. O ensino do Novo Testamento nesse assunto é precisamente o mesmo que o do Antigo.
“Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem [que morreram]” (1Co 11.29,30).
Os coríntios eram culpados de transformar a Mesa do Senhor em um banquete carnal. Deus não toleraria tal irreverência. Ele os visitou com um julgamento temporal, punindo-os fisicamente. Portanto, esta passagem é estritamente análoga àquela em 2Crônicas 7.
Porém, tanto na primeira, quanto nesta o remédio é graciosamente revelado: “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” (1Co 11.31). Se os coríntios se condenassem honestamente por sua conduta indecorosa diante de Deus, o julgamento divino seria removido e os muitos enfermos, curados. “Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (v. 32). Deus está nos castigando aqui para que escapemos da dor eterna futuramente.
Ora, em 2Crônicas 7.14 nós encontramos o povo de Deus sendo tratado por seus pecados. Como a libertação seria obtida? Primeiro, eles deveriam “se humilhar”. Isso tem o mesmo significado da expressão “julgar a nós mesmos” em 1Coríntios 11.31. Uma palavra em Levítico 26.41,42 fornecerá a ajuda necessária: “Se então o seu coração incircunciso se humilhar, e então tomarem por bem o castigo da sua iniqüidade, também Eu Me lembrarei da minha aliança”.
Humilharmos a nós mesmos sob a vara de Deus é parar de perguntar: “O que eu fiz para merecer isso?”, é parar de resistir à vara e curvar-se humildemente, reconhecendo que minha conduta vil merece isso. Davi se humilhou quando declarou: “Bem sei eu, ó Senhor, que os Teus juízos são justos, e que segundo a Tua fidelidade me afligiste” (Sl 119.75). Julgar a nós mesmos é tomar posição do lado de Deus contra nós mesmos. Enquanto não o fizermos, a vara não terá completado o efeito para o qual foi designada (Hb 12.11).
“E orar” é a próxima coisa. Nós oramos com um senso mais profundo da santidade divina e de nossa vileza, por um coração contrito e quebrantado (Sl 34.18; 51.17), por fé na misericórdia de Deus, por purificação e restauração para comunhão.
“E buscar a Minha face”. Isso é um passo adicional. Expressa termos ainda mais diligência e fervor. O Onisciente não pode ser enganado por meras palavras. Ele requer uma busca de coração, para que nós tenhamos, de fato, um encontro face a face com Aquele a quem desagradamos. Deus não encobrirá nossos pecados; nós também não deveríamos fazê-lo.
“E se converter dos seus maus caminhos”. Se eles precisam ser libertados do julgamento de Deus, eles devem necessariamente abandonar seus pecados, sem nenhuma reserva secreta, com o firme propósito no coração de não retornar para eles jamais (Sl 85.8). Arrependimento é mais do que lamentar pelo passado. Inclui a resolução de que não haverá repetição no futuro.
“Então, Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” Aqui está a graciosa promessa: é certo que será ouvido por Deus, o perdão é assegurado e a cura está disponível para ser reivindicada por fé. Deus concederá cura imediata e completa em toda situação? Não; 2Crônicas 7.14 não se compromete nem com a cura imediata nem completa.
Auxílio de médicos e uso de medicamentos
Os homens de Jericó buscaram a Eliseu dizendo: “As águas são más” (2Rs 2.19). E o profeta disse: “‘Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal’. E lho trouxeram. Então, saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele e disse: ‘Assim diz o Senhor: Sararei a estas águas; e não haverá mais nelas morte nem esterilidade’” (2Rs 2.20,21).
Deus podia ter curado aquelas águas sem qualquer sal, assim como Ele poderia ter tornado doce as águas amargas de Mara sem ordenar que Moisés lançasse certa árvore nelas (Êx 15.23-35). Às vezes o Senhor se agrada de usar meios (tais como médicos e medicamentos), e, em outros momentos, Ele os dispensa, pois exerce Sua soberania tanta de uma forma como de outra.
A doutrina da soberania torna o assunto mais intrigante, e Deus assim o deve ter planejado. O homem natural quer que tudo lhe seja facilitado. Mas o modo de Deus é manchar o orgulho humano, fazer-nos perceber nossa insuficiência, colocar-nos de joelhos. “Ó minha alma, espera somente em Deus, porque Dele vem a minha esperança” (Sl 62.5). Deus é soberano e não age de modo uniforme. Nós somos agentes responsáveis e dependentes Dele, e portanto não devemos agir nem irracional nem presunçosamente.
Quando sarou a terra de Israel, Deus por vezes usou certos meios; em outros momentos, foi sem o uso de qualquer meio. O mesmo se dá quando Ele cura nosso corpo. A um homem cego Cristo deu visão instantaneamente (Mc 10.46-52), mas, a outro, Ele colocou as mãos nos olhos do homem uma segunda vez antes da completa restauração (8.22-25).
Longe de nós afirmar que todos os que recorrem a médicos e a remédios estão perdendo o melhor do Senhor. Mas é Sua vontade que alguns O glorifiquem “em meio ao fogo” (Is 24.15). Deus enviou um anjo para libertar Pedro da prisão, mas permitiu que Estêvão fosse apedrejado até a morte.
Nós devemos nos apropriar da promessa de 2Crônicas 7.14, humildemente e não presunçosamente. Tendo corrigido qualquer erro diante de Deus, agora implore com Sua Palavra:
“Senhor, eu tenho buscado me humilhar diante de Ti e orar, buscar Tua face e renunciar a meus caminhos iníquos. E Tu me asseguraste que irás me perdoar e me curar. Faz como disseste. Mas, Senhor, eu não conheço Teus pensamentos. É Tua vontade pôr Tua mão restauradora sobre mim neste momento? Caso seja, habilita-me a confiar em Ti de todo o coração. Ou Tu gostarias que eu usasse alguns recursos, como médicos e medicamentos? Sendo assim, faz com que eu conte que Tu os torna eficazes para mim, para que eu confie em Ti e não neles, para que a glória seja toda Tua”.
Dois aspectos da fé
“Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9.29). Deus promete honrar a fé onde quer que Ele a encontre. Mas qual é a fé aqui mencionada? É aquela que descansa sobre a segura Palavra de Deus e é composta por dois elementos principais: submissão e expectativa.
Alguns supõem que submissão – como expressa em: “Todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua” (Lc 22.42) – faz de expectativas reais coisas impossíveis. Mas isso está errado e se deriva de uma concepção equivocada do que consiste a expectativa espiritual. Comecemos por afirmar que onde não há uma genuína submissão à vontade de Deus não pode haver uma expectativa verdadeira. Submissão espiritual é apresentar uma causa diante do Senhor e pedir-Lhe que lide com ela da maneira que Ele achar melhor. Se há dependência de Sua sabedoria e de Sua bondade, isso é o exercício da fé. E se houver confiança de que Ele assim o fará, isso é a expectativa de fé, a expectativa, não de que Ele conceder o que a natureza carnal deseja, mas que Ele dará o que Lhe trará mais glória e será para o bem maior de quem pede. Qualquer coisa além disso é presunção.
3. Tiago 5.14-16
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (vv. 14,15).
Uma lista de dons sobrenaturais durante o período apostólico é encontrada em 1Coríntios 12.9,10, incluindo o de cura. Os reformadores consideraram [que a função desses] dons sobrenaturais era principalmente autenticar o cristianismo e confirmá-lo em países pagãos. O propósito deles foi apenas temporário; assim que as Escrituras foram escritas, eles foram revogados (1Co 13.8). Mas Tiago 5.14-16 é colocado à parte. Cremos que esse princípio e essa promessa gerais são válidos para todas as gerações, com exceção apenas dos períodos de grande declínio espiritual. Em tempos normais, é privilégio do santo, quando gravemente doente, chamar os presbíteros (pastores, ministros) da igreja local à qual pertence. Os que pregam a Palavra de Deus a ele certamente seriam os mais aptos para apresentar sua causa diante do Senhor (Jó 42.8). Eles devem orar por ele, encomendando-o à misericórdia de Deus e buscando restauração para ele, se isso estiver de acordo com a vontade divina. Se o enfermo deseja ser ungido com óleo, seu pedido deve ser atendido.
Deve-se ressaltar que essas promessas de Deus relacionadas às misericórdias temporais e terrenas são diferentes daquelas relativas às coisas eternas e espirituais. As primeiras são gerais e indefinidas, e não incondicionais e absolutas como são muitas das últimas. Portanto, nós devemos pedir em completa submissão à soberana vontade de Deus, com a qual Ele tem a liberdade para torná-las reais quando e a quem Ele quer.
Desse modo, a oração de fé aqui não é uma expectativa definida de que Deus irá curar, mas uma garantia pacífica de que Ele fará o que Lhe dá mais glória e para o bem do enfermo.
Fé é confiança e submissão, bem como expectativa. Não há fé mais forte do aquela que tem tanta confiança na sabedoria e na bondade de Deus que conduz a pessoa a dizer: “Faze-nos aquilo que te pareça bom e reto” (Js 9.25). Naqueles aspectos em algumas necessidades específicas não estão cobertas por uma promessa expressa, a fé deve contar com a misericórdia e o poder do próprio Deus (Sl 59.16).