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Cristo Serviço cristão T. Austin-Sparks

O descanso

Amados de nosso Senhor,

A primeira e tão bem-vinda palavra Dele para nós foi: “Vinde a Mim todos os que estais cansados” (Mt 11.28). Aquela labuta do fútil Adão estava sobre nós, tanto no pecado como na canseira das obras.

Deixamos isso na cruz do Senhor ou ainda o estamos suportando, em parte? Marta estava atarefada com muitas coisas, ainda que pensasse estar servindo seu Senhor! Estranho que tal serviço trouxesse tensão e irritação, ressoasse nos nervos e trouxesse um julgamento errado dos outros; contudo, essa dualidade que vemos em Betânia ainda não acabou; ainda a encontramos no serviço a Deus. E muitas “separações”, muitos afastamentos devem-se a isso, e muita é a perplexidade que vem desta outra palavra sobre o supremo serviço do Senhor: “Meu jugo é suave e Meu fardo é leve” (v. 30). Em face de algumas experiências [dos cristãos], essa frase soa irônica.

O Senhor não nos chama para tal labor, mas para o descanso. “Aqueles que crêem de fato entram no descanso” (cf. Hb 4.3) e: “Eu te darei descanso” (cf. Js 1.13). Ele promete descanso, não apenas do pecado, mas do trabalho inútil e desapontador. A maldição do trabalho de Adão em todas as suas formas gera nada além de um infrutífero cansaço, uma exaustão de esforço sem recompensa, e certamente “o suor da testa”. As energias da carne, a mera intensidade da alma, as chamas de uma paixão auto-criada, tudo isso causa febre, geralmente uma grande febre que nos torna desequilibrados para servir nosso Senhor quando Ele verdadeiramente necessita de nosso ministério.

Tão insistentemente o Salvador diz para a sinceridade e o impulso carnais: “Uma coisa é necessária: que você se aquiete e ouça Meu conselho, pois Eu sou seu Senhor”. Busque a quietude.

Pois as obras estão consumadas desde a fundação do mundo, e nada podemos fazer para torná-las mais perfeitas ou adicionar algo a elas. À parte Dele, nada há do que se fez.

E então? Há o lado bom, que é a boa parceria. Ele e nós devemos agora trabalhar juntos por meio de Seu Espírito que habita interiormente, assim como Ele e o Pai trabalharam juntos na terra mediante essa habitação. É o grande jugo, o eterno propósito de Deus; mas ele é fácil e leve, pois a carga está sobre o Espírito, dentro de nosso espírito, e não é uma pressão em algum lugar na alma: nem os nervos nem o cérebro são tentados por ele, nem a carne conhece seu peso. Porém o pilar interior de Sua força é o suporte, uma pressão de cima vinda do soberano amor.

Mas agora trabalhemos e nos alegremos em trabalhar. Existe labuta e talvez haja um feliz cansaço, mas não tensão.

Para concluir, eis aqui o segredo contido em uma experiência exultante: “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1Co 15.10). Paulo enfatizou grandemente estas últimas palavras, “a graça Deus que está comigo”, por toda a vida, pois o derradeiro toque sútil do “velho homem” que busca servir a Deus é dizer “eu” no templo de Sua glória. Como disse Andrew Murray: “Onde a carne busca servir a Deus há a força do pecado”.

“Levanta-Te, Senhor, ao Teu repouso, Tu e a arca da Tua força” (Sl 132.8).

Na fraqueza que permite o Triunfo Dele,

T. Austin-Sparks
T. Madoc-Jeffreys

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A. J. Higgins Encorajamento Serviço cristão

Diferenças e o serviço a Deus

O Corpo de Cristo não é um só membro!

Todos são diferentes; e todos sabemos disso! Um sinal de amadurecimento é a habilidade de aceitar os outros, e não pensar que todo mundo precisa agir e pensar como você.

Uma ilustração muito clara dessas diferenças é vista nos homens que foram instrumentos no retorno da Babilônia e na edificação de Jerusalém: Esdras e Neemias, Ageu e Zacarias.

Quando Esdras ouviu do fracasso do povo em manter-se separado, ele arrancou os próprios cabelos, rasgou as vestes e se assentou atônito e em arrependimento perante Deus (Ed 9.3). E o que fez Neemias? Quando ouviu do casamento de israelitas com os gentios, ele arrancou os cabelos dos culpados, e não os dele (Ne 13.25; provavelmente admiramos mais essa reação!).

Esses atos tão diferentes refletem duas personalidades totalmente diferentes – no entanto, Deus usou o homem certo no momento certo. Mais importante ainda: eles trabalharam juntos para a bênção da nação.

Quando viajou para Jerusalém, Neemias foi acompanhado dos soldados do rei. A consciência de Esdras, no entanto, depois dele testificar sobre o cuidado soberano de Deus, não lhe permitiu pedir soldados para protegê-lo (Ed 8.21-23). Será que um estava certo e o outro, errado? O que temos aqui não é uma ética que se adapta às circunstâncias, mas sim consciências sensíveis e personalidades diferentes.

Ageu e Zacarias também foram, em muitos aspectos, diferentes. Ageu era o pregador prático, sem restrições, direto, tocando na consciência, despertando o povo de sua letargia. Ele via o presente e seus efeitos futuros. Zacarias era o visionário, o homem que via o futuro e seu impacto no presente. A pregação de Ageu é relativamente fácil de entender, mesmo que seja difícil de aceitar e executar. Zacarias é difícil de entender, mas emociona o coração. Cada um desses homens influenciou o povo de Deus e fez com que os judeus se levantassem e edificassem (Ed 5.1,2). Lemos que eles prosperaram graças ao profetizar de ambos homens (6.14).

O Senhor Jesus tomou um grupo de homens de diversos ambientes e profissões, e os transformou num grupo que “alvoroçou o mundo” (At 17.6). Nenhum especialista em recursos humanos ou recrutador de executivos teria escolhido qualquer um deles para um cargo de liderança. No entanto, o Senhor trabalhou pacientemente com eles e cumpriu Sua promessa: “Vinde após Mim e Eu vos farei […]” (Mt 4.19).

Até mesmo um olhar rápido na sua igreja local revelará muitas personalidades diferentes. Uma aceitação dos outros, uma visão que enxerga, não os problemas, mas o potencial de cada um, e uma disposição para trabalhar em equipe são importantes para o crescimento e prosperidade da igreja local.

Você pode preferir, como a maioria de nós, ter um Esdras, que arrancou o próprio cabelo, a um Neemias, que pode arrancar o seu cabelo. Você pode preferir o tom meigo e emocionante de Zacarias às palavras profundas e diretas de Ageu. Mas lembre-se: Deus é quem deu ambos, e “assim formou o corpo” (1Co 12.24) de acordo com Sua sabedoria.

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Irmãos Ministério Repreensão Serviço cristão Vida cristã

Abundância de estímulos

Enfrentamos diariamente uma enxurrada de estímulos e distrações

Muitos de nós já experimentaram isto: ao nos sentarmos fora de casa para fazer uma refeição, aparece a primeira mosca. O inseto não pousa para “servir-se”, mas voa freneticamente de um lado para outro, dando a impressão de que, devido aos muitos odores, não sabe onde pousar. Isso afeta a todos os que estão ao redor da mesa, gerando agitação: o primeiro se levanta, o segundo tenta matá-la e o terceiro diz: “Fiquem quietos, não façam nada”.

Quem sabe isso ocorra simplesmente porque, devido à abundância de estímulos, a mosca não consegue decidir onde alimentar-se e, desse modo, não encontra tranqüilidade.

Como seres humanos, nós também enfrentamos uma enxurrada de estímulos e distrações, pois a cada dia nos expomos a diversas impressões. Esses estímulos freqüentemente se convertem em tentações para nossa carne, quer dizer, para a velha natureza que há no crente. Podem se apresentar de maneiras diferentes a cada um: esportes, livros, músicas, filmes, jogos de computador, celulares, internet, Facebook, salas de bate-papo, WhatsApp, carreira ou outra coisa. Nossa carne quer pecar. Em sua epístola, o apóstolo Tiago escreve: “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (1.14).

O que atrai nossa atenção não é necessariamente mau em si mesmo, porém afeta nossa carne (a concupiscência) e nos leva a querer satisfazer esse desejo, seja qual for; então, é pecado. “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (v. 15).

Embora os estímulos possam ser diferentes, têm algo em comum: absorvem nossas atenção, concentração, energia, nosso tempo e nos impedem de estar quietos. Se reagimos a esses atrativos, facilmente deixamos de ler a Bíblia, de refletir sobre o que lemos e de orar.

O leque de atividades é cada vez maior e mais variado, e atrás dele se esconde uma estratégia de Satanás:

  • Tenta evitar que o homem reflita sobre a eternidade, sobre o que vem depois da morte, sobre o motivo de sua existência e, ao final das contas, sobre o próprio Deus.
  • Como não tem podido evitar a conversão de homens em filhos de Deus, tenta impedir que se alegrem em seu andar com o Senhor Jesus. Quer evitar que tenham comunhão com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo; põe obstáculos para que não orem nem vivam para a glória de Deus. Então, usa qualquer meio para enchê-los de atividades a cada dia.

Isso acontece com você e comigo? Satanás alcança seus objetivos?

“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl 5.13). Um atleta de alto nível é muito disciplinado, treina todos os dias e se alimenta adequadamente. Ao mesmo tempo, renuncia a muitas coisas que lhe impedem de chegar à meta desejada. A vida de um filho de Deus também não pode ser passiva, pois, por si mesma, uma bola nunca rola ladeira acima, apenas ladeira abaixo.

Necessita-se de muita disciplina e de energia para renunciar ou dizer “não” a todas as tentações ou aos pensamentos. Podemos obter essa disciplina sobretudo mediante a oração. O Senhor Jesus disse a Seus discípulos no jardim do Getsêmani: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14.38).

Freqüentemente as distrações nos roubam tempo à noite; dormimos tarde e, no dia seguinte, é difícil levantar-nos. Quanto tempo nos sobra, então, para começar tranqüilamente o dia, com um adequado tempo devocional?

Um serviço de acordo com os pensamentos de nosso Senhor emana e se realiza na comunhão com Ele.

“Deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).

Estar quietos não significa cruzar os braços e não fazer nada. Se nos retiramos do ruído e dos estímulos cotidianos, da abundância das distrações, é para buscar em quietude a comunhão com nosso Pai celestial e com nosso Senhor Jesus Cristo, orando e ocupando-nos da Palavra. Assim, o Senhor nos molda, fortalece e prepara para a tarefa que nos quer dar.

Um serviço de acordo com os pensamentos de nosso Senhor emana e se realiza na comunhão com Ele. Em Marcos 6.7, o Senhor enviou os discípulos e lhes deu uma missão; quando a cumpriram, reuniram-se novamente: “E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus e contaram-Lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado (v. 30). O serviço deles começou na comunhão com o Senhor (3.13,14) e com Seu encargo, e terminou quando “Lhe contaram tudo”. Então, o Senhor Jesus “disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer” (6.30,31).

O Senhor sabia em que momento devia tirar Seus discípulos da agitação e levá-los a um lugar tranqüilo para descansar e comer algo.

Às vezes, temos a tendência a ir aos extremos: ou perdemos o tempo (esse precioso tempo que Deus nos tem dado) ou nos envolvemos em muitas atividades, e cedo ou ou tarde temos uma decepção porque estamos agindo com nossa própria força. Peçamos ao Senhor que nos ajude a ser equilibrados, seja retirando-nos, seja agindo no momento adequado.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3.1).


(Traduzido por M. Luca de Un mensaje bíblico para todos, n. 09/2015, autoria de R.P., publicado por Ediciones Bíblicas Para Todos (Suíça). Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria e de tradução e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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F. B. Meyer Vida cristã

Como podemos amá-Lo mais (F. B. Meyer)

Passe bastante tempo meditando no que Ele fez por você e no que Ele é, como o “Primeiro entre dez mil” e o “completamente desejável.”

Desperte o fogo interior através da memória, e deixe a esperança empilhar sobre ele o combustível da promessa até que a chama volte a arder.

Cultive o hábito de conversar com Ele em voz alta em uma sala vazia ou em caminhadas a sós até que Ele esteja entrelaçado aos menores episódios da sua vida (Ct 5.10,16).

Abra seu coração para a entrada do Espírito Santo, derramando o amor de Deus no coração, e direcione os raios deste amor para formar um foco ardente em que você ame a Deus com o amor que veio do coração Dele e entrou no seu.(Rm 5.5).

E especialmente, acostume-se a fazer, por amor a Ele, muitas coisas que lhe custem sacrifício e esforço. Quando mostramos amor ao próximo, entendemos Seu amor para nós mesmos. “Todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (I Jo 4.7,8).

A chave para o conhecimento do amor de Jesus não está no cantar hinos arrebatadores nem em buscar o despertamento de intensas emoções, mas na quietude diária da abnegação por amor a Ele.

E certamente esta é a maneira para nos semearmos como trigo no chão ao mesmo tempo que Ele mede o mínimo ato de amor, não pela magnitude do ato em si, mas pela força do amor que o inspira. É espantoso como podemos nos formar rapidamente na escola do amor quando começamos a colocar em prática tudo o que sabemos.


Fonte

 

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (23)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Deleitar-se [em Deus] é a única alegria capaz de satisfazer a alma. Ir para o céu e desfrutar o Senhor de modo pleno é infinitamente melhor do que as coisas mais agradáveis aqui da terra. Pais e mães, maridos, esposas ou filhos, ou, ainda, a companhia de amigos terrenos não passam de sombras mas Deus é a substância. Essas coisas são apenas raios dispersos; Deus é o Sol. Elas são apenas córregos; Deus é o oceano.

(Jonathan Edwards)

Qualquer que seja o serviço ou a obediência que prestamos a Deus ou ao homem, se disso o amor é excluído, a lei não se cumpre.

(F. B. Meyer)

A medida de nosso amor pelos outros pode ser em grande parte determinada pela freqüência e intensidade de nossas orações em favor deles.

(A. W. Pink)

Existe muito barulho religioso nesta geração, mas ainda assim não há qualquer evidência da mortificação do pecado.

(John Owen)

Eu estimo o valor das coisas apenas pelo preço que devem ganhar na eternidade.

(John Wesley)

Jesus Cristo foi de mais boa vontade para a cruz que nós para o trono da graça.

(Thomas Watson)

Não é suficiente começar a orar, nem orar corretamente. Nem é suficiente continuar a orar por um determinado tempo. Mas precisamos pacientemente em fé continuar em oração até que obtenhamos uma resposta.

(George Müller)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (18)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Não toque o seu concerto primeiro e depois afine seus instrumentos. Comece o dia com Deus.

(Hudson Taylor)

A multidão de pecados que você não comete jamais pagará a dívida por um único pecado que você comete.

(Francisco Nunes)

Se formos fracos em nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo.

(C. H. Spurgeon)

Tive muitas coisas nas mãos e as perdi todas. Mas, aquilo que fui capaz de colocar nas mãos de Deus, ainda possuo.

(Martinho Lutero)

Não se conhece o homem por sua animação, mas pela quantidade de sofrimento verdadeiro que ele é capaz de suportar.

(C. T. Studd)

Muitos dão graças a Deus quando Ele dá. Jó deu graças a Deus quando Ele lhe tirou.

(Thomas Watson)

Preocupação com a pobreza é tão fatal a uma espiritualidade frutífera quanto exultar sobre a riqueza.

(A. W. Pink)

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