Considerarei que é misericórdia com minha alma se minha fé vigiar toda essa noite de inverno e não oscilar ou adormecer até a aurora do dia de verão de meu Senhor sobre mim.
(Samuel Rutherford)
Se algum de vocês me perguntasse pelo epítome da vida cristã, eu diria que é, em uma palavra: oração.
(Charles Spurgeon)
É um pensamento vaidoso fugir da obra que Deus nos designa, com o objetivo de encontrar uma bênção maior, em lugar de buscá-la onde ela é encontrada: em amorosa obediência.
(George Eliot)
[Senhor], dize a minha alma: “Eu sou a tua salvação!”
(Salmos 35.3)
Não tenha medo de haver desassossego ou perturbação no Reino dos céus. Ele começou na eternidade, continuará ao longo da eternidade; não há pânico na Personalidade divina. Deus é paz, Deus dá paz, Deus dá descanso.
(Joseph Parker)
Deus, que alimenta os pardais, não deixará Seus santos passarem fome! Deus controla todas as coisas que preocupam Seu povo, mesmo aquelas que são mais minúsculas e menos consideradas. Isso é um encorajamento para vivermos em dependência contínua do cuidado providencial de Deus! Se Deus conta nossos cabelos, Ele conta muito mais nossa cabeça. Ele cuida de nossa vida, de nossas necessidades, de nossas preocupações e de nossa alma. A providência universal de Deus se estende a todas as criaturas e a todas as ações delas, mesmo as menores e mais minúsculas!
(Matthew Henry)
Um Salvador crucificado nunca se contentará em ter um povo auto-satisfeito, egoísta e com mentalidade mundana!
A realidade final e o fato último de nossa situação total, à qual precisamos ser ajustados, é Deus. Esta, na verdade, seria a minha definição de Deus: Deus é Aquele a quem temos, por fim, de prestar contas, a realidade final a que temos de enfrentar e a Quem temos, em último caso, de considerar.
(John Baillie)
Você pode conhecer a Deus, mas não compreendê-Lo.
(Richard Baxter)
Tudo o que precisamos é conhecer mais e mais o Senhor Jesus. Tudo vai se tornando pequeno à medida que conhecemos Cristo. Tudo o que se restringe ao tempo e ao espaço se desvanecerá quando virmos Cristo e, em nosso íntimo, haverá algo que nos sustentará através das dificuldades e nos dias maus. Veremos a grandeza de Cristo e a grandeza de nossa salvação Nele “conforme Seu propósito eterno”.
(T. Austin-Sparks)
O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: “Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.” […] Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a Sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?
(Isaías 14.24,27)
Deus sempre age como Ele mesmo: como Deus! Quando Ele mostra misericórdia, é como o Deus de toda a graça que é rico em misericórdia e ama com um grande amor. Da mesma forma, quando Ele executa ira e vingança, Ele desnuda Seu braço e golpeia como Deus!
(Ralph Venning)
Quanto mais afetados somos por nossa miséria pecaminosa, mais aptos somos para a maravilhosa misericórdia de Cristo.
(Thomas Manton)
Se esperarmos em Deus, não há perigo. Se nos apressarmos, Ele deve nos deixar ver as conseqüências disso.
Nenhum medo das consequências deve nos levar a fazer algo errado. É melhor sofrer qualquer perda, pagar qualquer preço, fazer qualquer sacrifício do que ser devorado pelo remorso! Melhor ser atirado de um lugar alto por fazer o que é certo do que ganhar honra mundana fazendo o que é errado. Melhor perder a mão direita do que perder a pureza da alma. Melhor apodrecer na prisão do que pecar contra Deus!
(J. R. Miller)
A fé é uma confiança viva e ousada na graça de Deus. Ela é tão certa e segura que um homem poderia apostar sua vida nela mil vezes.
(Martinho Lutero)
Deus está em todos os lugares por meio de Seu poder ― sustentando, mantendo, suprindo todas as coisas, e realizando com as próprias mãos as obras de Seu propósito eterno em todo o universo. Deus está em todos os lugares por meio de Sua providência ― cuidando de todas as Suas criaturas e a elas governando, executando em todos os lugares ao mesmo tempo Seus decretos eternos. Deus está em todos os lugares por meio de Sua onisciência ― contemplando todas as coisas, todos os lugares, todos os eventos, todas as pessoas, até os segredos do coração de todos os homens ao mesmo tempo.
(Don Fortner)
O proveito da oração constante não está no fato de que Deus nos ouça, mas em que nós O ouçamos.
(William McGill)
A verdadeira cura para a justiça própria é o autoconhecimento. Uma vez que os olhos de nossa compreensão forem abertos pelo Espírito, não falaremos mais de nossa própria bondade. Uma vez que vejamos o pecado que existe em nosso coração e o que a santa lei de Deus exige, a presunção pessoal morrerá. Colocaremos a mão na boca e clamaremos como o leproso: “Imundo, imundo!” (Lv 13.45).
(J. C. Ryle)
Esta é nossa grande necessidade: sermos mais semelhantes a Cristo, a fim de Sua semelhança seja vista em nossa vida. E é exatamente isso que nos é prometido quando nos rendemos em total entrega à obra de Seu Espírito. Então, quando nos aproximarmos de Cristo, seremos atraídos para Seu povo; e, em nossa busca pela unidade com os membros, seremos atraídos para mais perto da Cabeça.
(G. T. Manley)
Aqui está o tremendo mistério: que Deus é todo-poderoso, mas se recusar a coagir. Ele nos convoca à cooperação. Somos honrados com a oportunidade de participar de Suas boas ações. Lembre-se de como Ele pediu ajuda para realizar Seus milagres: encher as talhas, estender a mão e distribuir os pães.
Contra mim, a terra e o inferno tramam,
mas do meu lado está o Poder do céu.
Jesus é tudo, tudo, e Ele é meu.
(W. T. Matson)
Meu caminho não é nada fácil. Nunca estive mais feliz em Jesus e estou certo de que Ele não nos falhará. […] As dificuldades oferecem uma plataforma sobre a qual Ele se pode revelar. Sem elas, nunca nos seria possível saber como é terno, fiel e onipotente o nosso Deus.
(Hudson Taylor)
Sim, em mim habita Ele,
eu em Cristo, Ele em mim!
E minha alma tão vazia
satisfaz-se até o fim.
(Horácio Bonar)
Todo o meu tempo, minha força e meu serviço eu os dedico à honra do Senhor Jesus ― e até mesmo minhas ações mais comuns. É minha expectativa, minha esperança e meu desejo mais sinceros, meu constante objetivo e esforço: que Jesus Cristo seja engrandecido em mim.
(Matthew Henry)
Deus nunca fez uma promessa que fosse boa demais para ser verdade.
(Dwight L. Moody)
Os cristãos estão sendo indistintamente guiados para ver que nada é mais natural e belo e abençoado do que serem nada, a fim de que Deus seja tudo.
(Andrew Murray)
O mundo vence o não-regenerado cativando suas afeições e capturando sua vontade. Mas o cristão vence o mundo porque suas afeições estão fixadas em Cristo e sua vontade é rendida a Ele.
Um elemento essencial de toda a verdadeira oração é a submissão final de todos os pedidos à vontade de Deus. No entanto, esse aspecto da oração é muitas vezes esquecido ou negligenciado em nossas petições. Muitas vezes oramos fervorosamente ― mas pedimos para que nossa própria vontade seja feita, não para que se faça a vontade de nosso Pai. No entanto, é muito claro [na Escritura] que nenhuma oração é aceitável para Deus se, apesar de toda a sua intensidade e importunação, ela não é dirigida a Deus e submetida a Sua sabedoria superior.
(J. R. Miller)
As providências de Deus são muitas vezes sombrias e misteriosas. Não é fácil determinar por que o Senhor age como Ele o faz ou descobrir o objetivo preciso que Ele tem em vista. Ele prossegue em Sua obra de acordo com Seu plano eterno e pré-ordenado ― e Ele cumpre Seus propósitos muitas vezes pelos meios mais improváveis. Ele opera todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade ― e Ele opera vagarosamente, não tendo nenhum motivo para se apressar. Somos naturalmente precipitados e queremos saber, de imediato, o que Deus quer dizer. Mas Ele diz: “Aquieta-te. Espera. Observa. Deixa a paciência realizar sua obra perfeita”.
(James Smith)
O hipócrita tem Deus na boca, mas o mundo no coração.
(William Gurnall)
A graça provada é melhor do que a graça, e é mais do que graça: é a glória em sua infância. Agora vejo que a piedade é mais do que o exterior e os ornamentos deste mundo e suas vestes suntuosas. Quem conhece a verdade da graça sem uma provação? Oh! Quão pouco Cristo tem de nós a não ser que Ele ganhe (por assim dizer) com muita labuta e dores! Em quão pouco tempo a fé congelaria sem uma cruz?
(Samuel Rutherford)
Para os filhos de Deus, as aflições são enviadas em misericórdia. Elas são dirigidas pelo amor. Elas são projetadas…
para nos aproximar mais do Salvador,
para mortificar o pecado que em nós habita,
para purificar nosso coração,
para nos afastar da terra,
para elevar nossos afetos àquele mundo bendito onde não haverá mais dor.
(David Harsha)
Se guardardes o vosso coração e ouvirdes a voz de Deus e aprenderdes Dele, em uma breve hora podereis aprender mais com Ele do que aprenderíeis com o homem em mil anos.
(Tauler Johannes)
A fé não é apenas um compromisso com as promessas de Cristo; a fé é também um compromisso com as exigências de Cristo.
Uma missionária quase abandonada em uma aldeia solitária é maravilhosamente usada por Deus para instruir uma geração de jovens obreiros na China
Margaret E. Barber é um nome pouco conhecido, não só no mundo, mas também entre os cristãos.
Ela foi missionária, mas muito diferente de David Livingstone e de Hudson Taylor, que realizaram grandes coisas para o Senhor. A área de sua obra foi restrita a apenas uma pequena vila na China. Ela escreveu, mas não foi como Isaac Watts e Charles Wesley, cujos hinos aparecem em quase todos os hinários. Ela amava o Senhor, mas, apesar de ter alcançado grande maturidade espiritual, não era como Madame Guyon, Andrew Murray ou F. B. Meyer, que deixaram muitas publicações edificantes para as gerações futuras. Assemelhava-se a uma passageira solitária, que veio a este mundo silenciosamente em 1869, em Peasenhall, Suffolk (Inglaterra), e, 61 anos depois, também partiu silenciosamente. Durante a vida, ela respondeu ao chamado do Senhor duas vezes para deixar a família, sua terra natal e viajar para a China, um país bastante desconhecido e atrasado naquela época. Ela silenciosamente entregou o melhor período de sua vida ao Senhor e foi fiel até a morte.
Não foi em vão
Quando a Margaret Barber foi sepultada, um irmão citou a história de Maria de Betânia (Jo 12.1-8), dizendo que ela tinha feito tudo o que podia. Mais tarde, o irmão Watchman Nee, que não estava presente no funeral, mas fora muito influenciado por ela em sua vida espiritual, fez a seguinte observação: “Ela realmente se desperdiçou para o Senhor”.
Alguns jovens irmãos da China, que foram muito ajudados por ela, preocupavam-se com o procedimento dela e se admiravam porque ela não saía a realizar reuniões e trabalhar ativamente em outros lugares. Pelo contrário, ela vivia naquela pequena aldeia onde nada acontecia. Aquilo realmente parecia um desperdício.
Até mesmo o irmão Nee, que mais tarde se “desperdiçou” por cerca de vinte anos em uma prisão, naquela época a visitava e quase gritava para ela: “Ninguém conhece tanto o Senhor como você, e seu conhecimento da Bíblia também é profundo e vivo. Você não vê as necessidades ao seu redor? Por que você não faz alguma coisa? Você parece viver aqui sentada de braços cruzados; você está gastando seu tempo, sua energia, seu dinheiro, tudo em vão.” Hoje, muitos anos depois, podemos entender a atitude dela. Deus estava plantando uma semente de vida na China, uma semente solitária, humilde e oculta. O Senhor fez com que brotasse e frutificasse abundantemente. Porém, a coisa mais maravilhosa é que Deus fez com que desse fruto mais tarde, quando ela não poderia saber.
A vida cristã normal
Luz forte
Aqueles que conhecem o livro A vida cristã normal, de Watchman Nee, sabem que ele muitas vezes se refere a uma irmã mais velha que exerceu a maior influência sobre sua vida. É precisamente a irmã Margaret E. Barber. Quando ele soube que o Senhor a tinha tomado, ele disse: “Ela era uma pessoa muito profunda no Senhor. Sua comunhão com o Senhor e sua fidelidade a Ele, em minha opinião, são muito difíceis de encontrar no mundo.” Mais tarde, em suas mensagens, em comunhão e em conversas privadas, muitas vezes ele a mencionava. Ele a descreveu como “uma cristã brilhante. Qualquer pessoa que entrava em seu quarto sentia a presença de Deus.”
Em 1933, quando o irmão Nee visitou a Inglaterra e os Estados Unidos, encontrou muitos cristãos famosos. No entanto, mais tarde ele disse: “É difícil encontrar uma pessoa como irmã Margaret.” Em 1936, quando conversava com um colega sobre o serviço e a obra de Deus, ele suspirou e disse: “Se a irmã Margaret ainda estivesse aqui, nossa situação seria muito diferente.”
Quando o irmão Nee começou a servir ao Senhor, ele decidiu que de alguma forma tinha de obedecer à vontade de Deus. Ele pensou que o estivesse fazendo; no entanto, sempre que ele estava com a irmã Margaret e conversavam um pouco, ou lia um pouco a Bíblia com ela, descobria que estava muito longe do alvo. Quando Barber estava morando em Pai Tan Yan, ela sempre falava com o Senhor, mas o Senhor não falava apenas por meio das palavras dela, mas também por meio de sua pessoa. O irmão Nee uma vez deu o seguinte testemunho: “Eu tinha ouvido muitas vezes as pessoas falarem sobre a santidade; então, decidi saber mais sobre essa doutrina. Eu peguei um Novo Testamento e encontrei uns 200 versos sobre o assunto. Eu os escrevi e os classifiquei sem, todavia, conseguir saber o que era santidade. Eu me sentia vazio. Mas, um dia, eu encontrei uma irmã mais velha que era uma pessoa santa. A partir desse dia, meus olhos se abriram e eu vi o que era a santidade. Aquela luz era realmente forte. Aquela luz me fez sofrer, e eu não pude deixar de ver o que era a santidade.”
“Nada para mim”
Em 1922, a irmã Margaret tinha 53 anos (não é possível saber com precisão), e o irmão Nee era muito jovem, convertido fazia apenas dois anos. Ele tinha em seu coração muitos planos que esperava que Deus aprovasse. Pensou como seria maravilhoso se eles se realizassem, um por um. Quando ele levava esses planos à irmã Margaret, tentava convencê-la de que deviam ser realizados. Mas, depois ele testemunhou: “Antes de eu abrir a boca para explicar meus planos, ela falava um pouco, e tudo parecia muito para mim. A luz que se irradiava dela me fazia sentir vergonha. Descobri que minha maneira de fazer as coisas estava cheia de elementos naturais do homem, e era muito carnal. Quando a luz chegava, algo acontecia, e eu era levado a uma posição onde tinha a dizer a Deus: ‘Senhor, minha vida está concentrada em atividades carnais, mas aqui está uma pessoa que não vive assim. Ela só tem um motivo e um desejo: viver para Ti’.”
A srta. Barber anotou estas palavras em uma página: “Eu não quero nada para mim mesma; eu quero tudo para meu Senhor”. Realmente, toda a sua vida esteve de acordo com sua oração.
Margaret Barber
Dificuldades e injustiças
Margaret Barber foi enviada à China em 1899, e ensinou durante sete anos em uma escola anglicana para meninas, enquanto trabalhava para o Senhor. Mas os colegas tinham ciúmes dela e falsamente a acusaram perante os líderes da missão. Durante essa experiência, ela aprendeu a lição de viver silenciosamente na sombra da cruz. Ela preferiu sofrer a ofensa e não se defendeu até que o chefe da missão a chamou de volta para a Inglaterra e lhe disse: “Eu ordeno que você não esconda nada”. Somente então ela contou toda a verdade.
Ela admitiu ter sido ajudada espiritualmente por David Morrieson Panton, um irmão famoso por seu conhecimento sobre as profecias, que muito a influenciou, a ponto de levá-la a anelar pela vinda do Senhor. Nessa ocasião, ela esperou três anos na Inglaterra, até que o Senhor abriu um novo caminho para retornar à China. Ela passou por dificuldades econômicas. Ela disse que até para conseguir um pedaço de sabão necessitava exercitar sua fé no Senhor.
Com 42 anos regressou à China, dessa vez sem uma missão que a sustentasse. Ela aprendeu, como Abraão, a esperar que Deus se responsabilizasse por ela. Por causa do Senhor, ela foi para o interior da China. Quase chegou ao desespero por causa das pressões, mas o Senhor esteve a seu lado fortalecendo-a.
D. M. Panton
Certa vez, na maior dificuldade financeira, a srta. Barber tinha a bolsa vazia e precisava pagar muitas contas. Então, alguém lhe ofereceu certa quantia para ajudá-la, porém, quando lhe entregou a oferta, aconselhou-a a que não fosse fanática.
Embora realmente precisasse muito do dinheiro naquele momento de angústia, ela o recusou. Ela sentiu a responsabilidade de ser fiel a Deus, e Deus tinha de assumir a responsabilidade por ela. No dia seguinte, uma coisa maravilhosa aconteceu. O irmão Panton enviou-lhe, da Inglaterra, uma oferta urgente por telegrama. Barber entrou em contato com ele, perguntando porque ele havia enviado um telegrama com aquele valor. Ele respondeu que não sabia, mas, durante a oração, sentira que precisava enviar aquele valor e devia ser por telegrama.
Lições para jovens obreiros
Margaret Barber era realmente uma pessoa de oração, que sabia buscar o Senhor não só para suas necessidades diárias, mas orava também para que Ele abrisse as portas para sua obra. O Senhor lhe enviou uma companheira de trabalho e de oração, vinte anos mais jovem que ela, M. L. S. Ballord, sua sobrinha. Humanamente falando, eram duas mulheres fracas que não tinham o forte apoio de uma missão. O que elas poderiam fazer para o Senhor? Felizmente, do ponto de vista espiritual, elas não eram de forma alguma fracas.
Embora, naquela época, parecesse muito difícil ganhar a vasta China para Cristo, as duas missionárias sabiam que, para alcançar esse objetivo, era necessário que Deus levantasse muitos irmãos jovens. Então, elas começaram a orar especificamente por isso durante dez anos, e o Senhor de fato enviou um grande reavivamento a um lugar próximo de onde elas viviam e levantou alguns jovens irmãos que amavam a Deus. Um deles foi Watchman Nee.
Watchman Nee
Durante um ano e meio, possivelmente em 1922, quase todos os sábados, o irmão Nee, em companhia de outros jovens, visitavam a srta. Barber para serem orientados por ela. Mas alguns foram desistindo, pois ela exercia a disciplina de modo tão severo que não podiam suportar sua repreensão. O irmão Nee disse: “Ela repreende fortemente e sem razão. Mas, depois de ser repreendido por ela, a pessoa fica mais aliviada.” Cada vez que ele ia vê-la, preparava-se para receber uma repreensão.
Houve uma época em que sete jovens se encontravam todas as sextas-feiras. Na reunião, o irmão Nee e outro jovem responsável discutiam ardentemente. O outro era cinco anos mais velho que Nee. Cada um deles pensava que sua idéia era a melhor e criticava o ponto de vista do outro. Às vezes, o irmão Nee estava com raiva e não confessava seu erro. Então, ele foi ver a irmã Margaret no dia seguinte e contou a ela o que aconteceu, esperando que ela fosse resolver o problema corrigindo o irmão. Ela, no entanto, inesperadamente repreendeu o irmão Nee, com base no que a Bíblia diz sobre o irmão mais novo ter de respeitar o mais velho. Ao ouvir isso, o irmão Nee se defendeu, dizendo: “Eu não posso fazer isso. O cristão deve fazer todas as coisas por uma razão”. Então, a srta. Barber lhe disse que a questão não era a razão, mas o que a Bíblia ensina. “O mais jovem deve obedecer ao mais velho.” Às vezes, depois de uma acalorada discussão, o irmão Nee não conseguia dormir e chorava a noite toda. No sábado, recorria a srta. Barber para contar-lhe o motivo de sua tristeza, na esperança de que ela fosse agir com justiça. Mas, depois de ouvi-la, ele voltava para casa e chorava novamente. Estava triste e com raiva por não ter nascido antes, pois assim não teria de obedecer ao irmão, e o irmão teria de obedecer-lhe.
Uma vez, durante uma discussão, o irmão Nee concluiu acertadamente que tinha muita razão e tentou convencer a srta. Barber que seu companheiro estava errado. Dessa vez, ele pensou que iria vencer. Mas, depois de ouvi-lo, Barber disse: “Se o outro irmão está certo ou errado, é outra questão. Você acha que você se parece com uma pessoa que está carregando a cruz, acusando seu irmão diante de mim? Você se parece com um cordeiro fazendo isso?” O irmão Nee disse mais tarde: “Essas poucas palavras me envergonharam muito e eu nunca as esqueci.” Ele cria que, durante aquele ano e meio, recebera a lição mais preciosa de sua vida. Era assim que Margaret Barber orientava os jovens.
“Você deve aceitar ser quebrado”
Mais tarde, quando o irmão Nee decidiu trabalhar para o Senhor, ele visitou a irmã Barber. Ela perguntou: “Você quer trabalhar para o Senhor, mas o que o Senhor quer que você faça?” Ele respondeu: “Eu quero trabalhar para ele.” Mas a irmã Barber disse: “Se Deus não quiser que você trabalhe, o que você fará?” Ele respondeu: “Sei que o Senhor quer que eu trabalhe para Ele.”
Então, ela leu Mateus 15, sobre a multiplicação dos pães. E lhe perguntou: “O que você pensa sobre isso?” Ele respondeu: “Naquele tempo, cinco pães e dois peixes foram colocados nas mãos do Senhor, mas, depois da bênção, aquele alimento satisfez mais de quatro mil pessoas.” Então, a irmã Barber lhe disse: “Todos os pães nas mãos do Senhor foram partidos e distribuídos, e, aqueles que não foram partidos, não puderam suprir vida para os outros. Irmão, lembre-se que frequentemente somos como um pão, falando ao Senhor: ‘Senhor, eu me entrego a Ti.’ Porém, temos um desejo oculto no coração, como se estivéssemos dizendo: ‘Ó Senhor, entregar é entregar, oferecer é oferecer, porém, não me quebres.’ Nós sempre esperamos que o pão seja colocado de lado, intocado, sem ser movido, e isso é muito agradável aos olhos. Mas todo pão nas mãos do Senhor está destinado a ser quebrado. E, se você não quer ser quebrado, então, não se coloque nas mãos do Senhor.”
Para ser útil ao Senhor
Um dia, ela estava orando com o irmão Nee em uma montanha, e depois de ler Ezequiel 44, disse: “Irmão, vinte anos atrás eu li este capítulo; depois fechei a Bíblia, ajoelhei-me em oração a Deus e disse: ‘Senhor, não me deixe servir à casa, mas a Ti.” A razão que a levou a orar dessa maneira é porque houve uma classe de levitas, conforme Ezequiel 44, que serviam ativamente no templo, porém não serviam ao Senhor.
Esses conselhos da irmã Barber, dados a muitos irmãos, foram mais eficazes do que milhares de conferências e mensagens.
Deixou que Deus trabalhasse nela
Não podemos deixar de perguntar: por que Deus usou essa irmã? Qual foi o segredo de seu ministério? Por que tantas pessoas receberam ajuda dela?
Obviamente, seu ministério estava baseado em sua vida espiritual. Provavelmente, os seguintes lemas do irmão Nee podem oferecer-nos uma explicação melhor: “O que Deus enfatiza é o que somos, mais do que o que fazemos.” “A verdadeira obra emana da vida.” “O serviço que tem valor é sempre a manifestação da vida de Cristo.” “Consagrar-se a Deus não é trabalhar para Deus, mas ser trabalhado por Deus.” “Aqueles que não permitem que Deus trabalhe neles, nunca poderão trabalhar para Deus.”
A razão pela qual ela podia trabalhar para o Senhor foi porque deixou que o Senhor trabalhasse nela e realizasse nela Sua obra educativa. O coração dela era como o de Maria Madalena, completamente voltado para o Senhor.
Poucos meses depois que senhorita Barber partiu para estar com o Senhor, alguém enviou um pacote que pertencia a ela para o irmão Nee. Dentro, havia um papel com estas palavras: “Ó Deus, eu Te agradeço porque há um mandamento que diz: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda tua alma e com toda tua mente’ (Mt 22.37)”.
Ocasionalmente, ela enfrentava situações difíceis, e o preço requerido exigia tudo o que possuía, quase a própria vida. Então, ela levantava o rosto banhado em lágrimas e dizia ao Senhor: “Senhor, para que eu possa conhecer todo o Teu coração, quero que meu próprio coração seja quebrantado.” Uma vez, o irmão Nee lhe perguntou: “Qual é a sua experiência na obediência à vontade de Deus?” Ela respondeu: “Toda vez que Deus demora em mostrar Sua vontade, imediatamente concluo que dentro de mim ainda tenho um coração que não quer obedecer a ela. Eu ainda tenho um desejo errado dentro de mim. Isso pode ser comprovado por muitas experiências.” Ela perguntava muitas vezes ao irmão Nee: “Você ama a vontade de Deus?” Não perguntava se ele obedecia à vontade de Deus.
Certa vez, ela discutiu com Deus sobre determinado assunto. Ela sabia o que Deus queria e, no coração, queria a mesma coisa, mas aquilo lhe era muito difícil. O irmão Nee a ouviu orar pelo assunto do seguinte modo: “Senhor, eu confesso que eu não gosto, mas, por favor, não Te rendas a mim. Espere um pouco, e certamente eu me renderei a Ti”. Não queria que Deus se rendesse a ela, diminuindo Sua exigência. Nada era importante para ela, a não ser alegrar seu Mestre.
Com toda a razão, ela disse: “O segredo para entender a vontade de Deus é: 95% querer obedecer a Deus, e 5% entender”. Isso revela que ela compreendia profundamente a vontade de Deus.
Amor a Cristo
A casa está cheia de seu perfume
Sem dúvida, a irmã Barber foi desperdiçada para o Senhor, como o óleo precioso mencionado em João 12.3. Qual foi o resultado? “A casa se encheu com o cheiro do perfume”. Você também pode sentir a fragrância desse perfume e ser atraído pelo mesmo Senhor a quem ela buscou e amou de todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento.
A renovação de nossa natureza é um trabalho de grande importância. Não será feito em um dia. Não temos apenas uma nova casa para construir, mas uma antiga para ser demolida.
(George Whitefield)
Nós nos encontramos com Deus ao entrar em um relacionamento de dependência de Jesus como nosso Salvador e Amigo e de discipulado com Ele como nosso Senhor e Mestre.
(J. I. Packer)
Esteja avisado! A falsa doutrina e o mundanismo sempre andam de mãos dadas. O mundanismo geralmente lidera o caminho. Os primeiros modernistas não pretendiam destruir o cristianismo bíblico. Eles simplesmente tentaram tornar o cristianismo palatável para um mundo incrédulo. Isso não pode ser feito. Quando o cristianismo se torna aceitável para pessoas não-regeneradas, ele deixou de ser cristianismo!
(Don Fortner)
O último e mais elevado resultado da oração não é garantir essa ou aquela dádiva, evitar esse ou aquele perigo. O último e mais alto resultado da oração é o conhecimento de Deus – o conhecimento que é a vida eterna – e, por meio desse conhecimento, a transformação do caráter humano e do mundo.
(George John Blewett)
Cristo não procura tirar o fardo – antes, Ele nos torna fortes e corajosos para suportá-lo.
(J. R. Miller)
Eu desejo ser uma chama de fogo continuamente brilhando no serviço divino e na edificação do reino de Cristo até meu último e definitivo suspiro.
(David Brainerd)
O segredo da tranqüilidade cristã não é a indiferença, mas o conhecimento de que Deus é meu Pai, que Ele me ama, que nunca pensarei em algo que Ele tenha esquecido, e, assim, a preocupação se torna uma impossibilidade.
Devemos permitir que a Palavra de Deus nos confronte, que perturbe nossa segurança, que mine nossa complacência e derrube nossos padrões de pensamento e de comportamento.
(John Stott)
Se virmos um cisco no olho de um irmão, precisamos primeiro ver se há uma trave em no olho; talvez aquele cisco no olho de nosso irmão seja apenas um reflexo da trave em nós mesmos.
(David Watson)
Para Deus, explicar uma provação seria destruir Seu propósito, que é evocar fé simples e obediência implícita.
(Alfred Edersheim)
A tragédia da vida e do mundo não é que os homens não conheçam a Deus; a tragédia é que, conhecendo-O, eles ainda insistem em seguir seu próprio caminho.
(William Barclay)
Eu vi um Salvador sangrando – e agora odeio meu pecado!
(John Newton)
Visto que Deus nos assegurou que faz com que todas as coisas cooperem para nosso bem, paciência e resignação à vontade divina em todas as coisas é nosso dever. Em Seu tempo adequado, Ele poderá nos permitir ver tais sabedoria e bondade em todas as nossas circunstâncias, a fim de encher nosso coração com arrebatamentos de alegria. Segui-Lo é nossa tarefa – sem murmurar ou reclamar.
(Thomas Charles)
Mesmo quando não podemos ver o motivo dos tratamentos de Deus, sabemos que há amor dentro e por trás deles, e assim podemos nos alegrar sempre.
Deus não apenas nos ama e deseja nosso bem, mas Sua sabedoria é infinita. Ele sabe o que é melhor para nós, que coisas nos farão o bem de que precisamos. Nós mesmos não sabemos. As coisas que pensamos que nos trariam bênçãos talvez nos causassem danos irreparáveis! As coisas que tememos como más e das quais fugimos talvez sejam os portadores para nós do bem divino! Nós faríamos algo lamentável com nossa vida se tivéssemos o controle de todas as nossas coisas nas mãos. Se, por um dia apenas, pudéssemos resolver as coisas com nossas próprias mãos, tirando-as das mãos de Deus, destruiríamos tudo!
(J. R. Miller)
Não há nada que possamos ver na terra que não mostre a miséria do homem ou a misericórdia de Deus. Ou vemos a impotência do homem sem Deus ou a força do homem com Deus.
(Blaise Pascal)
Quanto mais eu vivo, mais consciente sou de minha fragilidade humana e da necessidade constante e esmagadora que tenho da graça de Deus.
(Elizabeth Prentiss)
O céu não é aqui, é Lá. Se aqui nos fosse dado tudo o que queremos, nosso coração se contentaria com este mundo em lugar de querer o próximo. Deus está nos atraindo para cima e para longe deste, atraindo-nos para Si mesmo e para Seu reino ainda invisível, onde certamente encontraremos o que tanto desejamos.
(Elisabeth Elliot)
É nos deveres e trabalhos comuns da vida que o cristão pode e deve desenvolver sua união espiritual com Deus.
(Thomas Merton)
O conhecimento do amor de Cristo por nós deve nos fazer amá-Lo de tal maneira que seja demonstrado em nossa atitude, em nossa conduta e em nosso compromisso de servir a Deus. A maturidade espiritual é marcada pelo conhecimento espiritual sendo colocado em ação.
(Edward Bedore)
O problema de quase toda pessoa que ora é que ela diz “Amém” e foge antes que Deus tenha a chance de responder. Ouvir Deus é muito mais importante do que dar a Ele suas idéias.
Um novo ano é sempre um bom momento para (re)começarmos a leitura da Bíblia. Sabemos dos imensos desafios que a vida moderna nos impõe até mesmo (ou principalmente) com respeito às disciplinas espirituais: comunhão com o Senhor, oração, leitura devocional e estudo das Escrituras, meditação, etc. Mas devemos insistir, pedindo a graça e o poder do Senhor. Não há outro meio de sermos cristãos maduros e bem firmados na verdade sem um contato constante, sério, profundo e intencional com o Livro Antigo. Como disse A. W. Tozer:
Nunca vi um cristão útil que não seja estudante da Bíblia. Não existem atalhos para a santidade.
Visando ajudar os leitores nessa tarefa tão vital, apresentamos – com antecedência, para que seja possível escolher – algumas sugestões de planos de leitura da Bíblia. Estão no arquivo compactado que você encontra aqui. Escolha o que for mais adequado a você e use-o com dedicação, diariamente.
Planos de leitura da Bíblia
Abaixo, comentamos alguns dos planos que você encontrará no arquivo.
O plano cronológico sugere a leitura dos livros da Bíblia, não na ordem em que se encontram, mas pela sequência dos fatos registrados. Bom para ter-se uma idéia mais histórica do relato bíblico.
O calendar_mccheyne apresenta o plano de leitura idealizado por Robert McCheyne, no qual há uma leitura individual e uma leitura em família. (É a principal indicação de nosso editor que, há alguns anos, desenvolveu uma Bíblia que traz essas leituras para cada dia do ano. Chama-se Bíblia Devocional Robert McCheyne. Infelizmente, parece que ela não é mais publicada.) E há um plano adaptado, que exclui uma das leituras diárias do plano anterior.
Há um plano para ler a Bíblia toda em três meses e um para ler apenas o Novo Testamento, Salmos e Provérbios. Há planos para novos convertidos, para crianças, em que os livros são lidos de modo alternado ou misturados. Há um plano que considera os meses tendo 25 dias, para que haja tempo para meditação e para repôr alguma leitura.
Há dois planos em formato de planilha, que permitem acompanhar seu progresso (é preciso habilitar as macros).
Independentemente do método escolhido, o fundamental é o contato diário com a Palavra de Deus. Para isso, com certeza será preciso (re)organizar a vida, estabelecer horários a fim de ser possível separar um tempo a cada dia para estar a sós com Deus e com Seu Livro.
Não há vida cristã sem a Palavra de Deus. Não há maturidade cristã sem contato constante e sério com a Sagrada Escritura. Não é possível conhecer de fato a Deus à parte da Santa Palavra. Não é possível conhecer a vontade de Deus sem buscá-la no Livro Antigo. Não é possível viver de modo agradável a Deus sem submeter-se ao Sagrado Livro. Não é possível ter uma fé robusta sem alimentá-la com o Santo Texto. Ninguém se volta para Deus sem voltar-se para Sua Palavra. Ninguém ama a Deus sem amar Seu Livro.
Leia a Bíblia na presença do Senhor, na dependência de Seu Espírito, sob a operação da cruz, com santo temor, com coração humilde, com santa expectativa, com alegria, com amor, com desejo de que Deus fale por meio dela. Já disse alguém: “Você quer ouvir Deus falar? Leia a Bíblia. Quer ouvir Deus falar com voz audível? Leia a Bíblia em voz alta!”
A equipe do Campos de Boaz deseja que o Senhor abençoe você a cada dia do novo ano por meio de Sua Palavra.
“Muitos serão purificados, e embranquecidos e provados” (Dn 12.10).
Todos os cristãos desejam ser purificados e embranquecidos – mas, quando se trata de serem provados, isso lhes é algo muito diferente. Eles encolhem à vista da própria palavra. Suas provações são para eles como um pesadelo do qual, de bom grado, escapariam. Mas as provações são uma parte necessária do processo de Deus de nos preparar para o céu.
As tempestades e os obstáculos em nossa vida operam para o bem se os acolhermos como deveríamos. Graças a eles, nossa vida é enriquecida, enobrecida e desenvolvida. Eles são bênçãos para nós, embora pareçam ser bênçãos muito disfarçadas.
A vida tem tanto seu amargo quanto seu doce. Nós não devemos esperar sempre ter apenas o doce. Às vezes, as circunstâncias estão a nosso favor e trabalham para nossa felicidade, nossa paz e nosso contentamento. Às vezes, navegamos tranqüilamente e tudo corre de forma agradável. Somos corajosos, confiantes e alegres. O sol brilha intensamente num céu sem nuvens, e todas as perspectivas parecem serenas.
Mas essa navegação tranqüila não dura para sempre. Mais cedo ou mais tarde, as nuvens devem vir e os ventos tempestuosos nos atingirão. Devemos ter o mau tempo, assim como o tempo agradável; a tempestade, assim como a calma.
O brilho do Sol e a calma são muito necessários para a vida, e operam com um propósito definido. Mas as tempestades e a chuva e o vento são igualmente necessários, e eles também cumprem seu propósito.
As provações virão – não podemos evitá-las. Podemos planejar e construir esperanças – apenas para que nossos castelos no ar desabem em volta de nossa cabeça! Se colocamos o coração nessas coisas, provavelmente ficaremos muito desapontados com seu naufrágio e nos sentiremos muito tristes com o resultado.
Quão grandemente somos afetados por nossas provações depende de nos submetermos docemente a elas ou não. Nunca devemos nos afligir com as decepções. Se o fizermos, elas crescerão apenas mais rapidamente, tanto em tamanho quanto em intensidade.
Perdas podem vir a nós – nossa propriedade pode ser assolada ou queimada. Se tivermos nosso coração posto em nossas posses, elas podem tocar um ponto sensível, e isso escurecerá nossa vida e nos deixará melancólicos e insatisfeitos.
Pobreza e muitas dificuldades incidentais podem chegar.
A doença pode colocar sua mão pesada sobre nós ou sobre nossos entes queridos, e provar cada fibra do nosso ser. A doença pode tocar os acordes da dor, uma lamentação que incita com tortura requintada! Ou pode fazer nosso sangue ferver com febre até que nossos olhos brilhem e nosso rosto enrubesça. Ou pode nos prender desesperançadamente em cadeias.
A morte pode vir e levar aqueles que nos são queridos pelos laços da natureza ou da amizade – e deixar a dor e a tristeza como nossas companheiras.
Essas coisas provam a alma, mas devem ser suportadas. Não podemos fugir delas, pois são a herança comum daqueles que habitam em tabernáculos de barro. Eles pertencem à mortalidade e às coisas mutáveis do tempo. Quão imensamente tais coisas podem nos afetar dependerá de quanto nos rebelamos contra as circunstâncias ou de quão facilmente nos submetemos e nos adaptamos à vontade de Deus. Deus pode castigar você dolorosamente, mas Ele fará isso para seu proveito, não para sua destruição.
Nossas provações são a raiz sobre a qual nossas bênçãos crescem. Essas raízes podem ser amargas, mas o fruto será, com certeza, doce, se esperarmos pacientemente por seu amadurecimento. Muitas frutas escolhidas crescem em árvores espinhosas, e, quem colher os frutos, pode esperar ser picado de vez em quando pelos espinhos.
Nós não podemos escapar das provações. A única coisa que alguns cristãos fazem ao se rebelar é aumentar o próprio sofrimento nas provações e impedir a si mesmos de receber a bênção que delas vem.
Devemos estar dispostos a sofrer quando é da vontade de Deus que soframos, e quando Ele vê que é necessário que soframos. Nosso Mestre bebeu do cálice do sofrimento, mesmo que este fosse amargo. Somos melhores que ele? Devemos nos recusar a seguir o caminho que O levou à glória?
Aquele fluir santo, Tua santa Palavra,
Que todo nosso medo enfurecido controla;
Doce paz que Tuas promessas concedem
E dão nova força às almas enfraquecidas.
(Isaac Watts)
Que idéia superlativamente grandiosa e consoladora é a da morte! Sem essa maravilhosa esperança da morte, a vida, a meu ver, escureceria na melancolia da meia-noite! Oh! A expectativa de viver sempre nesta terra amaldiçoada pelo pecado seria, de fato, uma perspectiva de desespero esmagador!
Mas, graças a Deus, por esse decreto fatal que nos condenou a morrer!
Graças a esse evangelho que nos abre a visão de uma vida gloriosa e interminável!
E graças, acima de tudo, àquele Salvador-Amigo que prometeu conduzir todos os piedosos através do sagrado transe da morte para o cenário do Paraíso e de deleite eterno!
(John Foster)
Não devemos apenas renunciar ao mal, mas manifestar a verdade. Dizemos a esse povo que o mundo é vaidade – deixemos, então, nossa vida manifestar isso. Dizemos a eles que nossa casa está lá no alto, que todas essas coisas são transitórias – nossa morada aqui demonstra isso? Oh! Que vivamos de modo consistente com o que dizemos!
(Hudson Taylor)
Jesus tem muitos que amam Seu reino celestial, mas poucos que carregam a cruz. Ele tem muitos desejosos de Seu consolo, mas poucos que aceitam a tribulação. Muitos amam a Jesus enquanto não há adversidades.
(Thomas à Kempis)
Ó eternidade! Uma vez, o consolo para nossa longa espera; agora, o êxtase de nossa alma deliciada! Porque nós estaremos…
para sempre com o Senhor,
contemplando Seu rosto límpido,
portando Seu divino nome,
bebendo nas correntes de Seus prazeres,
comendo de Seu maná escondido,
sentados sob a Árvore da Vida,
aquecendo-nos com os raios do Sol da Justiça,
cantando aleluias Àquele que nos amou, que nos lavou de nossos pecados em Seu sangue e nos trouxe aqui para estar com Ele para sempre!
(James Meikle)
Não há acidentes na vida do cristão.
(Rowland Bingham)
O arrependimento é, sob todos os pontos de vista, o mais desejável, mais necessário, mais adequado para honrar a Deus, e eu busco isso acima de tudo. O coração terno, o espírito quebrantado e contrito, estão, para mim, muito acima de todas as alegrias que eu possa esperar nesse vale de lágrimas. Eu anseio estar no meu devido lugar, com a mão na boca e com a boca no pó […] Eu sinto que essa é uma base segura. Nisso, eu não erro. […] Tenho certeza de que, seja o que for que Deus despreze […], Ele não desprezará o coração quebrantado e contrito.