Pregação é teologia que vem por meio de um homem em chamas.
(Martyn Lloyd-Jones)
Amar a pregação é uma coisa, amar as pessoas a quem pregamos é outra.
(Richard Cecil)
A chama do amor do Calvário é intensa e deve causar resplendor no púlpito.
(Christmas Evans)
Não são as palavras duras que penetram na consciência de nosso povo; é a voz do amor divino por entre os trovões.
(Robert Murray M’Cheyne)
Aquele que prega a corações quebrantados sempre prega de uma forma atual.
(Joseph Parker)
Se conseguirmos pregar somente Cristo para nosso povo, teremos pregado tudo a ele.
(Richard Baxter)
A popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição.
(Vance Havner)
O mundo está marchando para o inferno a um ritmo tão rápido que, se comparado aos modernos aviões supersônicos, estes pareceriam tartarugas. E, no entanto, para vergonha nossa, nem recordamos quando foi a última vez que passamos uma noite toda em oração a Deus, suplicando-Lhe que derrame sobre nós um avivamento que abale o mundo. Não temos compaixão pelas almas. Estamos pensando que os andaimes são o prédio. As pregações de hoje, com sua falha interpretação das verdades bíblicas, nos levam a confundir agitação com unção e comoção com avivamento.
É lá na cruz que posso ver
a Tua glória e perfeição.
Olhando as trevas, posso crer
em Teu amor e compaixão.
(Edward Denny)
Não há nenhum náufrago perdido no mais profundo mar de iniqüidade que o profundo amor de Deus não possa alcançar e remir.
(John Henry Jowett)
Nossos grandes problemas são pequenos para o infinito poder de Deus, mas nossos pequenos problemas são grandes para Seu amor de Pai.
(Donald Grey Barnhouse)
O amor de Deus é sempre sobrenatural, sempre um milagre, sempre a última coisa que poderíamos merecer.
(Robert Horn)
Deus deixa depressa Sua ira, mas nunca se arrepende de Seu amor.
(Charles H. Spurgeon)
A única base do amor de Deus é Seu próprio amor.
(Thomas Brooks)
É por termos essa percepção tão superficial do amor de Deus que temos essa percepção tão defeituosa sobre Seu modo de lidar conosco. Interpretamos cegamente os símbolos de Sua providência porque lemos muito imperfeitamente o que está gravado em Seu coração.
(Otávio Winslow)
A morte de Jesus foi a abertura e o esvaziamento de todo o coração de Deus; foi a exuberância do oceano de infinita misericórdia que anelou e desejou por uma saída; foi Deus mostrando como poderia amar um pobre e culpado pecador.
Hoje fui levado a pensar no fim da vida de Davi, conforme o registro de 1Reis.
O último versículo do livro anterior, 2Samuel, fala de algo glorioso: “E edificou ali Davi ao SENHOR um altar, e ofereceu holocaustos, e ofertas pacíficas. Assim o SENHOR se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel”. Sem dúvida, é uma bela cena. Davi, arrependido de ter ordenado o censo do reino, arrependido por seu erro ter resultado na morte de setenta mil homens do povo, oferece holocaustos ao Senhor na eira de Araúna, que agora lhe pertence, pois ele não ofereceria ao Senhor, seu Deus, holocaustos que não lhe custassem nada (2Sm 24.20).
É uma bela cena para nossa visão das coisas espirituais: temos arrependimento, holocausto, louvor, perdão de Deus… Mas falta algo, não só nessa cena como em muitas outras da vida de Davi: sua família. Davi, mais uma vez, está desacompanhado de sua família: nem uma esposa (havia tantas que podiam estar com ele…), nem um filho (dos tantos…). Por quê?
O resumo de tudo é: Davi foi um fracasso como pai, como marido, como chefe de família. Como esse texto é uma consideração rápida sobre ele, não há como aprofundar exaustivamente a afirmação. Mas basta ler a história do rei de Israel, especialmente depois de 2Samuel 11: o adultério com Bate-Seba trouxe conseqüências, especialmente sobre sua família, da qual a espada nunca se apartou (12.10). O significado é que haveria guerras, lutas, desencontros, intrigas, mortes dentro da família, mas isso não explica a omissão de Davi como pai e como marido. Os capítulos 13 a 15 exemplificam isso vergonhosamente: sua omissão no caso de estupro de sua filha Tamar por Amnom, meio-irmão dela (portanto, filho de Davi), sua incapacidade de lidar com a rebelião de Absalão, preferindo fugir covardemente a enfrentá-lo e pô-lo em seu lugar. Davi parece ter medo de exercer suas obrigações como o cabeça da casa (que paradoxo com o assombrosamente corajoso jovem pastor que enfrentou o gigante filisteu ou com o apaixonado soldado que mata o dobro de filisteus que o necessário para pagar o dote da filha do rei!)
E foi esse Davi, o solitário homem cheio de esposas e de filhos, que adorou a Deus na eira de Araúna. Linda cena, mas… vazia. O rei está acompanhado apenas de seus escravos (24.20). Somente os servos ouviram aquela declaração, sobre o preço dos holocaustos, mas nenhum filho, nenhuma esposa. Nenhum deles teve oportunidade de ouvir esse princípio tão importante acerca do dar-se ao Senhor, do ser totalmente Dele em Seu serviço. O pai de muitos filhos não tem filhos. O marido de muitas esposas não tem esposa. Só escravos: pessoas que apenas obedecem, que não precisam aprender ou praticar nada. Só seguir seu dono.
Na página seguinte da Bíblia está 1Reis, que inicia dizendo: “Sendo, pois, o rei Davi já velho, e entrado em dias, cobriam-no de roupas, porém não se aquecia” (1.1). Do holocausto à velhice, do sacrifício ao frio, das ofertas ao não se aquecer. O que aconteceu nesse meio tempo? Segundo esse registro, nada. Nada de importante. Nenhum fato digno de nota. Agora há um rei velho, decrépito, cheio de roupas, que não se aquece. A cena deveria ser patética: um velho entrouxado de roupas luxuosas, cercado de roupas reais, e tremendo de frio, batendo queixo.
É comum os velhos sentirem mais frio. Lembro-me de meu pai, antes de partir para o Senhor, sempre com seu casacão ou com seu pala de lã, com frio. Mas a cena de Davi era patética por ele ser o rei, uma figura imponente, que deveria inspirar respeito e admiração, e por estar cheio de roupas, exageradamente vestido. O rei que tinha tudo não conseguia se aquecer.
Então, seus escravos tiveram uma idéia:
“Disseram-lhe os seus servos: Busquem para o rei meu senhor uma moça virgem, que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele; e durma no seu seio, para que o rei meu senhor se aqueça. E buscaram por todos os termos de Israel uma moça formosa, e acharam a Abisague, sunamita; e a trouxeram ao rei. E era a moça sobremaneira formosa; e tinha cuidado do rei, e o servia; porém o rei não a conheceu” (vv. 2-4).
Quantas coisas há a se considerar nesses poucos versículos!
De onde os escravos tiraram essa idéia? Uma mulher que aquece mais que banhos quentes ou lareira ou aquecimento no quarto? Seria isso decorrência da fama de mulherengo de Davi, de sua lascívia, até agora, incontrolável? Seria esta a impressão final que Davi, o da eira de Araúna, passava a seus escravos: “Só uma mulher resolve meu problema”?
Por que os escravos se preocuparam com isso, não uma das tantas esposas ou um dos tantos filhos? Onde estão elas? Onde estão eles? Ninguém se preocupa com Davi? A preocupação deles é apenas com o reino (como se vê nos versículos seguintes). O que Davi fez para ser assim desprezado, deixado de lado, no fim da vida? É um velho! Merecia um pouco de atenção. Merecia? Não estaria ele colhendo o que semeou na família: desinteresse, omissão, ausência, destempero emocional…? Um velho friorento entregue pela família às idéias sem pé nem cabeça de seus escravos, que uma vez o viram apresentar holocaustos, mas muitas vezes o viram com mulheres, muitas e variadas. (Talvez mais vezes com mulheres do que vezes em comunhão com Deus…)
Se a intenção era mesmo apenas encontrar um cobertor humano para Davi, por que procurar “por todos os termos de Israel uma moça formosa” (v. 3)? Ela vai aquecer Davi por ser formosa? Ela não precisava ter outras habilidades para resolver a constante hipotermia do rei? Ou seria mais um enfeite do palácio de Davi, como o eram as outras esposas? Troféus expostos para ressaltar a virilidade de Davi? E escolheram uma “moça sobremaneira formosa” (v. 4). Uma modelo, uma miss, uma “uau!”. Era preciso mesmo isso? Parece-me apenas um conceito mundano, caído, de que beleza é o principal.
(Não são muitos os seduzidos [com trocadilho] por essa idéia? Não é imposto, a homens e a mulheres, um padrão, um conceito de beleza? Não são tantas as jovens escravizadas pela anorexia das modelos, pelo raquitismo das que desfilam nas passarelas? Não são tantas as mães que moldam suas filhas desde muito pequenas no padrão adulto de beleza artificial: maquilagem, roupas, erotismo precoce, músicas idiotas sobre “com quem será…”? Não são tantos os jovens cristãos atraídos pela falsa aparência exterior, ignorando a piedade, o “incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” [1Pe 3.4]?)
Voltemos a Davi.
O que me assombrou pela primeira vez, como se a tinta da página ainda estivesse secando, nessa antiga passagem foi a ausência da família. “Davi, o que você fez com sua família?” Agora, o velho Davi tem nos braços uma mulher linda – imagino que a mais linda que ele já viu –, mas ele é velho e friorento. E a Bíblia registra, talvez como um louvor a ele, mas, ao mesmo tempo, para envergonhar sua virilidade, sua fama de conquistador: “Porém o rei não a conheceu” (1Rs 1.4).
Ah, se fosse em outros tempos! Davi, que não respeitou a mulher do próximo, ao preço de matá-lo para ficar com ela, que a fez deitar-se com ele (provavelmente usando sua autoridade imperial sobre os súditos), não teria deixado passar incólume uma moça sobremaneira formosa, entregue a seus braços lascivos. Mas agora ele está velho e friorento. Seu corpo está impotente. Sexo, que nunca o satisfez, agora não o satisfaz mais. Mulheres, que eram sua busca, seu alvo, sua certeza de satisfação, agora de nada lhe servem. Ele só queria um banho quente permanente.
Há um detalhe curioso: a Bíblia não registra que Abisague, a tal moça linda, conseguiu aquecer o rei. Diz apenas que ela o servia e cuidava dele (vv. 4,15). Trocava suas roupas? Trocava-lhe as fraldas geriátricas? Levava-o para o banho? Dava comida na boca? A pergunta surge de novo: “Davi, o que você fez de sua família? Por que nenhuma esposa cuida de você? Por que nenhum de seus filhos cuida de você? O que você se tornou aos olhos de sua família, Davi? O que sua família se tornou a seus olhos, Davi?” Davi parece se sentir indigno de pedir o socorro a qualquer de suas esposas ou de seus filhos. É minha inferência, minha leitura do quadro todo. Davi foi rei, com a dignidade real, até o fim, mas, em algum lugar do passado, ele perdeu a dignidade como marido e pai. Agora, está com frio. E abandonado aos braços de uma mulher linda.
Ainda há mais. Por causa da preocupação com o reino, não com o rei, Bate-Seba (sim, aquela com quem ele adulterara e cujo marido ele mandou matar) vai a Davi interceder por Salomão (filho legítimo do casal, pois gerado depois de Davi ter casado com ela). Mas a cena é… desagradável, na falta de outro adjetivo: “E foi Bate-Seba ao rei na sua câmara; e o rei era muito velho; e Abisague, a sunamita, servia ao rei” (v. 15).
Imagine a cena toda: aquele homem havia adulterado com a mulher e matado o marido (honesto, leal, decente, patriótico) dela. Depois, por culpa desse pecado, o primeiro filho deles morre. Talvez ela tenha pensado que, dada a loucura toda feita em nome do amor (da lascívia é mais exato), Davi a trataria como única, como a preferida, como a especial. Que nada! Em pouco tempo, por onde vai passando, Davi coleciona mais e mais mulheres. Bate-Seba era apenas mais uma, importante, talvez, por ser a mãe de Salomão, o futuro rei. Aquele homem agora é um velho, mas ainda está no comando. Bate-Seba não tem opção: tem de ir a ele. Ao chegar lá, o vê com Abisague, a mulher linda que o serve. Bate-Seba agora é idosa, enrugada; não é mais a mulher bonita que, ao se banhar, atraiu o rei com sua beleza nua. Talvez tivesse sido tão bonita quanto Abisague. Agora é velha e Davi é velho. E seu marido está, mais uma vez, com outra mulher.
E ela não se dirige ao marido: ela fala com o rei, com seu senhor (vv. 16-20). Ela não é a esposa: é a serva (v. 17), não mãe do filho, já que o filho, um servo, é filho apenas do rei (vv. 17, 19).
Com certeza, algumas dessas expressões são justificadas pela cultura palaciana, pelo protocolo real. No entanto, a cena toda é vazia de relacionamentos de amor, de laços de família, de ternura. (Compare com o relacionamento entre Jacó e José.) Davi é um rei só, só numa numerosa família, abandonado por aqueles a quem abandonou.
Por isso, o maravilhoso e incomparável rei Davi termina a vida em um versículo: “E Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi” (2.10). Ninguém o pranteou, ninguém sentiu falta dele, nenhum feriado nacional, nenhuma comitiva palaciana, nenhuma esposa de luto, nenhum filho entristecido. Davi morreu. Só. Foi sepultado. E ponto.
Ao ler 1Reis e pensar nisso tudo, vieram-me ao coração pensamentos assustadores: “Quem vai cuidar de mim em minha velhice? Quem fará questão de cuidar de mim? O que semeio hoje em minha família? Que colheita vou ter?” O princípio é imutável: colhemos exclusivamente o que semeamos. Davi semeou solidão, omissão, abandono, desinteresse; colheu frio e tremedeira nos braços de uma linda estranha (e nem ela foi chorar sua morte).
O que eu semeio?
O que você semeia?
Ainda é tempo de iniciar uma nova semeadura.
(Publicado originalmente em 8.6.17; atualizado em 13.6.18)
Quando um pregoeiro da justiça se detém no caminho dos pecadores, nunca deverá tornar a abrir os lábios na grande congregação, enquanto seu arrependimento não for tão notório quanto seu pecado.
(John Angell James)
Complicar o que é simples, qualquer um consegue; mas simplificar o que é difícil é trabalho para um grande pregador.
(James Ussher)
Quem realmente acredita no que diz, vive de acordo com aquilo que diz.
(Richard Baxter)
O sermão nunca é um fim em si mesmo, mas um meio para se atingir um fim, que é salvar almas.
(Phillips Brooks)
Pregar o evangelho é pregar a Cristo, pois Cristo é o evangelho.
(John Stott)
A pregação não é tarefa de uma hora. É a manifestação de uma vida. É preciso vinte anos para fazer um sermão, porque são necessários vinte anos para formar o homem. O verdadeiro sermão é uma obra de vida. O sermão evoluiu porque o homem se desenvolveu. O sermão é poderoso porque o homem tem poder. O sermão é santo porque o homem é santo. O sermão está cheio de unção divina porque o homem está cheio de unção divina.
(E. M. Bounds)
Imagino por quanto tempo precisaríamos quebrar a cabeça antes de poder expressar claramente o que significa pregar com unção. Todavia, aquele que prega conhece a presença dela, e aquele que ouve, depressa percebe sua ausência.
Se você está em profunda escuridão por causa de alguma providência estranha e misteriosa, não tenha medo. Simplesmente prossiga, em fé e amor, sem duvidar. Deus está velando, e Ele tirará o bem e alguma coisa bela de seu sofrimento e de suas lágrimas.
(J. R. Miller)
Demora e sofrimento são parte certa da bênção que Deus nos prometeu.
(C. G. Trumbull)
Por que me retrair ante o arado do meu Senhor, que faz sulcos profundos em minha alma? Eu sei que Ele não é um agricultor inconseqüente. Ele tem em vista uma boa colheita.
(Samuel Rutherford)
Ah, é triste ver um crente à porta da promessa na noite escura da aflição, com receio de abrir o trinco, quando deveria chegar-se ali e buscar abrigo com confiança, como um filho na casa do pai.
(Gurnal)
Há pessoas superficiais que lançam mão levianamente de uma doutrina ou de uma promessa e falam com leviandade da falta de confiança dos que recuam ante as aflições; mas, aquele que já sofreu muito, não faz isto: ele possui brandura e suavidade e sabe o que significa sofrer.
(A. B. Simpson)
Tudo o que for bom para os filhos de Deus eles devem ter, pois tudo é deles para promovê-los ao céu; portanto, se a pobreza é boa, eles a devem ter; se a desgraça é boa, eles a devem possuir; se cruzes são boas, eles a devem ter; se a miséria é boa, eles a devem possuir; pois tudo é nosso, para servir ao nosso maior bem.
(Richard Sibbes)
Aflições nada mais são do que uma entrada escura para a casa de nosso Pai.
Dar à oração o segundo lugar é tornar Deus secundário nos negócios da vida.
(E. M. Bounds)
Dentre todos os benefícios desfrutados pelos cristãos, nenhum é mais essencial, e mesmo assim mais negligenciado, do que a oração. A maioria das pessoas considera-a uma formalidade cansativa e por isso justifica-se abreviá-la o máximo possível. Mesmo aqueles cuja profissão ou medos os levem a orar, oram com tal abatimento e com a mente tão dispersa que suas orações, em vez de trazerem bênçãos do alto, apenas aumentam sua condenação.
(Fénelon)
Coisas legítimas e certas podem se tornar erradas quando ocupam o lugar da oração. Coisas certas em si mesmas podem se tornar erradas quando têm permissão de fixar-se sem moderação em nosso coração. Não são apenas coisas pecaminosas que prejudicam a oração. Não é apenas de coisas questionáveis que devemos nos guardar. Mas sim, de coisas que são certas em seu devido momento, mas que recebem permissão de desviar a oração e fechar a porta do quarto de oração, geralmente com o argumento confortante de que “estamos ocupados demais para orar”.
(E. M. Bounds)
A oração é uma confissão de impotência e necessidade, um reconhecimento de falta de recursos próprios, reconhecimento de dependência, e uma invocação do poder soberano de Deus para que Ele faça por nós o que nós mesmos não temos capacidade de fazer.
(J. I. Packer)
Se você se entrega à oração estribado em seu próprio poder, nada obterá; mas apresente a Deus sua fraqueza, e você prevalecerá. Não há melhor argumento diante do amor divino que a fraqueza e a dor; nada pode prevalecer tanto com o grande coração de Deus como o coração desmaiado do homem.
(C. H. Spurgeon)
O valor de uma oração não é determinado por sua extensão.
(Robert Murray McCheyne)
A maioria dos problemas do homem moderno origina-se do tempo exagerado que ele passa usando as mãos e do tempo insuficiente que passa usando os joelhos.
Não sei ao certo há quanto tempo este blogue existe. Seu início se deu, com certeza, há mais de 20 anos, quando, ainda preso a uma seita cristã exclusivista, comecei a conhecer a rica herança espiritual dada pelo Senhor a Seu Corpo por meio de muitos e muitos filhos.
Conforme eu conhecia autores e suas obras, mais fascinado eu ficava… com o Senhor! Quão rico Ele é! Quão insondáveis são Suas riquezas! Quão vastos são Seus campos! Quão limitados são, mesmo os mais fiéis servos, para colher os frutos, para recolher as respigas! E quanta profundidade, quanta revelação, quanto alimento há no pouco que do Senhor conhecemos! “Eis que isto são apenas as orlas dos Seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido Dele!” (Jó 26.14).
Angustiado com a limitação, com a pobreza a que meus irmãos eram submetidos, como eu, naquele ambiente, comecei a divulgar frases, pequenos trechos, capítulos de livros desses autores até então desconhecidos, pelo menos para mim. E aquele pouquinho do sabor de favos de mel começou a me aclarar os olhos (cf. 1Sm 14.27)! E isso foi o embrião do Campos de Boaz.
Em algum momento, criei uma página na internet. Recordo que passei pelos falecidos GeoCities e Multiply; mexi com HTML, apesar de minha completa inaptidão técnica. (E eu encontrava mais e mais preciosidades que precisavam ser conhecidas por outros sedentos.) Mais tarde, abriguei o blogue em um domínio que me pertencia; a seguir, passei-o para outro. No meio desse processo todo, conheci o Rafael, um mais que irmão, profissional da área, que me ajudou a tornar o Campos um pouco menos amador. Identificando-se com o objetivo que eu tinha, o Rafa assumiu papel importante nos bastidores. Por fim, no ano passado, Campos de Boaz passou a ter seu próprio domínio.
A tarefa era grande demais para ser realizada sozinho, mesmo com a ajuda especializado do Rafa. Graças ao Senhor, paralelamente a esse desenvolvimento técnico, Ele trouxe ainda outros cooperadores, como Maria, editora, Hannah, a artista, e os demais respigadores, que têm cooperado na produção de conteúdo e em sua publicação. Todos com o mesmo objetivo do início: levar ao povo do Senhor um pouco das muitas riquezas que Ele espalhou em Seus campos ao longo dos séculos. Todos trabalhando voluntariamente, por amor ao Senhor e a Seu povo, nesse singelo serviço.
Quem visita o Campos regularmente, ou quem é assinante, percebeu que ele está diferente. Na quarta-feira 9 de maio, depois de horas de trabalho, que culminaram muitas horas anteriores (eu, leigamente, imaginava ser coisa bem simples fazer um blogue bonito), conseguimos colocá-lo no ar. (Obrigado a todos que participaram, obrigado a cônjuges e filhos pela paciência e apoio.)
Adotamos novo tema, procurando com ele atender melhor aos que acessam por dispositivos móveis. Pensamos em uma identidade visual, para dar mais harmonia ao blogue e todas as suas partes.
Também teremos novidades ao longo do ano. Além de iniciarmos novas seções, pretendemos lançar dois livros gratuitos, em formato digital. Também planejamos o início da publicação, no segundo semestre, de um devocional que será enviado por e-mail diariamente, mas também será encontrado aqui, em nossa página no Facebook e no perfil no Twitter (outra novidade. Em breve, estaremos em outras redes sociais). Depois de completarmos sua tradução, o devocional será distribuído gratuitamente, em formato digital.
Em breve, a equipe receberá mais dois voluntários para a tradução. Apesar das limitações de todos, desejamos, com isso, ampliar o número de publicações inéditas no blogue.
Reconhecemos nossa incapacidade, nossa insuficiência, nossa inconstância. Mas temos o desejo de que o Senhor abençoe os poucos pães e peixes que Lhe apresentemos a fim de que uma parcela da multidão faminta que O segue seja saciada.
Se você tiver sugestões ou pensa que pode contribuir de alguma forma (contamos, claro, com suas orações!), escreva para contato(a)camposdeboaz.com ou deixe um comentário.
O fim destinado ao homem não é felicidade nem saúde, mas, sim, santidade. O único objetivo de Deus é a produção de santos.
(Oswald Chambers)
Pela justificação de Cristo, os crentes passam legalmente a ter vida; pela santificação são tornados espiritualmente vivos; pela primeira, recebem o direito à glória; pela segunda, são tornados dignos da glória.
(George Whitefield)
Um estado de salvação é um estado de santidade. As duas coisas são inseparáveis: porque a salvação não é só a redenção da pena do pecado, mas também livramento de seu poder.
(Charles Hodge)
Santos sem santidade são a tragédia do cristianismo.
(A. W. Tozer)
Quem tem uma visão superficial da salvação deprecia a doutrina da santificação.
(John F. MacArthur Jr.)
Nossa santificação não depende de mudanças ou obras, mas em fazer essas coisas por causa de Deus quando geralmente fazemos por nossa causa. Meu tempo de trabalho não é diferente do meu tempo de oração. A oração nada mais é do que o senso da presença de Deus.
(Irmão Lourenço)
Muitas vezes, eu oro: “Senhor, faze-me tão santo quanto pode ser um pecador perdoado”.
Mil e setecentos anos já se passaram, mas Ele ainda não voltou; e isso é um longo período, segundo o cômputo humano, mas não segundo a maneira de Deus ver as coisas. Pois para Ele mil anos é como um dia; embora os santos se impacientem, porque amam, anseiam e apressam a vinda de Cristo. Porém, embora pareça tardio, Ele finalmente virá: Ele mantém-se afastado a fim de dar tempo a Seus laboriosos ministros de exercerem todos os dons que Ele lhes outorgou, e a fim de que os preguiçosos não tenham meio de desculpa.
(John Gill: 1697-1771)
Se creio que o mundo dispara em direção ao caos irrefreável, e que Cristo voltará breve, então, meu clamor deve ser dirigido em favor de meus familiares e amigos que estejam despreparados. Seria hipocrisia eu orar para Jesus vir e, no entanto, não interceder para que meus queridos estejam preparados para aquele dia. A minha oração deve ser: “Venha, Senhor. Mas, primeiro, dá a meus familiares e amigos que estejam perdidos ouvidos para ouvir. Salve-os, salve os perdidos”.
(David Wilkerson: 1931-2011)
Com sua terra sonha o peregrino,
Com sua pátria, o exilado, além.
Distante, o noivo pensa em sua amada.
De amados pais, saudade os filhos têm.
Assim também anelo ver Teu rosto,
Ó meu querido e amado Salvador.
Ah! se eu pudesse, agora, a Tua face ver!
Té quando esperarei por Ti, ó meu Senhor?
(Watchman Nee: 1903-1972)
Pensem na segunda vinda do Senhor, e as coisas deste mundo lhes parecerão muito pequenas.
(João Flavel: 1628-1691)
Em todos os nossos pensamentos acerca de Cristo, nunca esqueçamos de Sua segunda vinda.
(J. C. Ryle: 1816-1900)
Os pensamentos sobre vinda de Cristo são os mais doces e prazerosos para mim.
(Richard Baxter: 1615-1691)
Demos, pois, guarida a uma mente mais saudável, e ainda que o cego e bronco desejo da carne lhe oponha resistência, não hesitemos em esperar a vinda do Senhor não só com anseio, mas também com gemidos e suspiros, como sendo de todas as causas a mais faustosa. Pois Ele nos virá como Redentor, para que, arrebatados deste imenso abismo de tantos males e misérias, nos introduzir naquela bem-aventurada herança da vida e de Sua glória.
(João Calvino: 1509-1564)
Quem ama a vinda do Senhor não é aquele que afirma que Ele ainda está distante nem aquele que diz que está perto. É aquele que, esteja distante ou próxima, aguarda-a com fé sincera, esperança firme e amor fervoroso.
(Agostinho: 354-430)
Cristo nos disse que virá, mas não revelou quando, para que nunca tiremos nossas roupas nem apaguemos nossas lâmpadas.
(William Gurnall: 1617-1679)
O fato de que Jesus deve voltar não é razão para ficarmos olhando para as estrelas, mas para trabalharmos no poder do Espírito Santo.
(Charles H. Spurgeon: 1834-1892)
Estou diariamente esperando a vinda do Filho de Deus.
(George Whitefield: 1714-1770)
Nunca começo a trabalhar de manhã sem pensar que Ele talvez venha interromper meu trabalho e começar o Seu. Não estou esperando a morte – estou esperando por Ele.
(G. Campbell Morgan: 1863-1945)
Oh, que Cristo venha a passos largos! Ah! Se Ele dobrasse os céus como uma capa e tirasse do caminho o tempo e os dias!
(Samuel Rutherford: 1660-1661)
Não é de admirar que, ao olharmos para nosso andar à luz da vinda do Senhor, nós nos consideremos indignos Dele. Eu não poderia esperar que nos sentíssemos de outra maneira. Mas eu gostaria que tivéssemos sempre diante de nossa mente a Pessoa
do Senhor Jesus Cristo, levantando-se de Seu lugar à direita do Pai a fim de vir nos buscar. Creio que bem cedo isso iria tornar nosso andar mais consistente e colocaria nossas afeições, nosso coração e nossos pensamentos em perfeita ordem.
Ai da geração de filhos que encontra seus incensários vazios do rico incenso da oração, cujos pais estavam ocupados demais ou eram incrédulos demais para orar, e perigos indizíveis e conseqüências não previstas são sua infeliz herança. Felizes são aqueles cujos pais e mães lhes deixaram um rico patrimônio de oração.
(E. M. Bounds)
O homem que se contenta em seguir de longe a Cristo jamais conhecerá a maravilha de Sua proximidade.
(A. W. Tozer)
Um filho de Deus é eterno como Deus, pois compartilha a vida de Deus, e, quando o mundo for totalmente dissolvido em labareda de fogo, ele estará entre as estrelas da manhã ao redor do Trono.
(D. M. Panton)
Para um cristão sincero, o engano e a esperteza, que são considerados sabedoria no mundo, são considerados não apenas ilegítimos, mas também desnecessários. Ele não precisa de pequenos subterfúgios, evasivas e disfarces, pelos quais homens astuciosos se esforçam (embora muitas vezes em vão) para esconder seu verdadeiro caráter e fugir de merecido desprezo. Ele é o que parece ser, e por isso não teme ser descoberto. Ele anda na luz da sabedoria que é lá do alto e se apoia no braço do Todo-Poderoso; por isso, anda com liberdade, confiando no Senhor, a quem serve em espírito no evangelho de Seu Filho.
(John Newton)
Tornemos cada circunstância do dia uma ocasião de comunhão com Deus. Coisas pequenas nos trarão, então, grandes bênçãos.
(Robert C. Chapman)
Ore até orar de verdade.
(Moody Stuart)
Visto que somos homens, Deus nos instruirá quanto a Sua mente e a Sua vontade por meio das faculdades racionais de nossa alma.
(John Owen)
Sempre que me é dado o direito de escolher meu assunto de conversa com outrem, o Tema dos temas (Cristo) deve ter proeminência entre nós, de tal forma que eu possa saber da necessidade do outro e, se possível, satisfazê-la.
Você já ouviu Jesus proferir-lhe uma palavra dura? Se não, duvido que O tenha ouvido dizer alguma coisa.
(Oswald Chambers)
Deus não pode exigir o pagamento duas vezes: primeiro, da mão ensangüentada de meu Fiador, e, então, de novo, de mim.
(A. M. Toplady)
Hoje em dia ouvimos alguém extrair de seu contexto uma frase isolada na Bíblia e clamar: “Eureka!”, como se tivesse descoberto uma nova verdade; no entanto, não achou um diamante, mas um pedaço de vidro quebrado.
(C. H. Spurgeon)
O vigor de nossa vida espiritual está na proporção exata do lugar que a Bíblia ocupa em nossa vida e em nossos pensamentos.
(George Müller)
Não podemos fazer progresso na santidade a menos que empreguemos mais tempo lendo e ouvindo a Palavra de Deus e meditando sobre ela; pois é ela que é a verdade pela qual somos santificados.
(Charles Hodge)
O homem pode despedir a compaixão de seu coração, mas Deus nunca fará isso.
(William Cowper)
Sem a presença do Espírito Santo não há convicção, nem regeneração, nem santificação, nem purificação e nem obras aceitáveis. A vida está no Espírito vivificante.
A primeira e tão bem-vinda palavra Dele para nós foi: “Vinde a Mim todos os que estais cansados” (Mt 11.28). Aquela labuta do fútil Adão estava sobre nós, tanto no pecado como na canseira das obras.
Deixamos isso na cruz do Senhor ou ainda o estamos suportando, em parte? Marta estava atarefada com muitas coisas, ainda que pensasse estar servindo seu Senhor! Estranho que tal serviço trouxesse tensão e irritação, ressoasse nos nervos e trouxesse um julgamento errado dos outros; contudo, essa dualidade que vemos em Betânia ainda não acabou; ainda a encontramos no serviço a Deus. E muitas “separações”, muitos afastamentos devem-se a isso, e muita é a perplexidade que vem desta outra palavra sobre o supremo serviço do Senhor: “Meu jugo é suave e Meu fardo é leve” (v. 30). Em face de algumas experiências [dos cristãos], essa frase soa irônica.
O Senhor não nos chama para tal labor, mas para o descanso. “Aqueles que crêem de fato entram no descanso” (cf. Hb 4.3) e: “Eu te darei descanso” (cf. Js 1.13). Ele promete descanso, não apenas do pecado, mas do trabalho inútil e desapontador. A maldição do trabalho de Adão em todas as suas formas gera nada além de um infrutífero cansaço, uma exaustão de esforço sem recompensa, e certamente “o suor da testa”. As energias da carne, a mera intensidade da alma, as chamas de uma paixão auto-criada, tudo isso causa febre, geralmente uma grande febre que nos torna desequilibrados para servir nosso Senhor quando Ele verdadeiramente necessita de nosso ministério.
Tão insistentemente o Salvador diz para a sinceridade e o impulso carnais: “Uma coisa é necessária: que você se aquiete e ouça Meu conselho, pois Eu sou seu Senhor”. Busque a quietude.
Pois as obras estão consumadas desde a fundação do mundo, e nada podemos fazer para torná-las mais perfeitas ou adicionar algo a elas. À parte Dele, nada há do que se fez.
E então? Há o lado bom, que é a boa parceria. Ele e nós devemos agora trabalhar juntos por meio de Seu Espírito que habita interiormente, assim como Ele e o Pai trabalharam juntos na terra mediante essa habitação. É o grande jugo, o eterno propósito de Deus; mas ele é fácil e leve, pois a carga está sobre o Espírito, dentro de nosso espírito, e não é uma pressão em algum lugar na alma: nem os nervos nem o cérebro são tentados por ele, nem a carne conhece seu peso. Porém o pilar interior de Sua força é o suporte, uma pressão de cima vinda do soberano amor.
Mas agora trabalhemos e nos alegremos em trabalhar. Existe labuta e talvez haja um feliz cansaço, mas não tensão.
Para concluir, eis aqui o segredo contido em uma experiência exultante: “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1Co 15.10). Paulo enfatizou grandemente estas últimas palavras, “a graça Deus que está comigo”, por toda a vida, pois o derradeiro toque sútil do “velho homem” que busca servir a Deus é dizer “eu” no templo de Sua glória. Como disse Andrew Murray: “Onde a carne busca servir a Deus há a força do pecado”.
“Levanta-Te, Senhor, ao Teu repouso, Tu e a arca da Tua força” (Sl 132.8).