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Vida cristã Watchman Nee

Cristão ou membro do Corpo (Watchman Nee)

Ser cristão é individual, ao passo que ser membro é coletivo. Ser cristão se faz por si mesmo, ao passo que ser membro é para o Corpo. Uma vez que a pessoa vê o Corpo de Cristo, ela está livre do individualismo, e já não viverá para si mesma, mas para o Corpo. O Corpo de Cristo não é uma doutrina: não é um ensinamento, mas uma vida. Se percebermos que um cristão nada mais é que um membro, não nos orgulharemos mais. Tudo depende do que vemos. Os que vêem que são membros certamente valorizam o Corpo. e honram os outros membros. Eles não vêem apenas as próprias virtudes, mas prontamente reconhecem que os demais são melhores do que eles.

Cada membro tem sua função, e todas as funções são para o Corpo. A função de um membro é de todo o Corpo. Quando um membro faz algo, todo o Corpo o faz. Não podemos separar os membros do corpo. Portanto, o movimento dos membros do Corpo deve ter em vista o Corpo. Tudo que os membros fazem deve ser para o Corpo. Efésios 4 fala que o Corpo cresce até ser varão perfeito (VRC). Não diz que os indivíduos crescem até ser varões perfeitos. No capítulo três, a capacidade de conhecer o amor de Cristo e compreender qual é a largura, o cumprimento, a altura e a profundidade do Senhor é com todos os santos. Ninguém pode conhecer ou compreender sozinho. Uma pessoa individualmente não tem tempo nem capacidade para experimentar o amor de Cristo de tal maneira.

(Extraído do livro O Mistério de Cristo)

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A. W. Tozer Vida cristã

Para que e do que fomos salvos (Aiden Wilson Tozer)

A Igreja Evangélica de hoje se encontra na delicada situação de estar errada ao mesmo tempo em que está certa; uma simples preposição nesse caso faz a diferença.

Penso que não há dúvida, mas se deixarmos a Bíblia decidir o que está certo e o que está errado, os evangélicos estão certos em sua posição doutrinária. Até o céptico H. L. Mencken disse: “Se a Bíblia é verdadeira, os fundamentalistas estão certos.” Ele não confirmou a fidelidade bíblica, mas foi inteligente o suficiente para ver que as doutrinas básicas ensinadas pelos fundamentalistas eram idênticas aquelas ensinadas pela Bíblia.

Um ponto em que estamos errados e, ao mesmo tempo certos, está na ênfase relativa que damos às preposições para e de quando estas acompanham a palavra salvos. Por uma longa geração, defendemos a palavra da verdade ao mesmo tempo em que nos afastávamos dela em espírito porque estávamos preocupados com a questão do que fomos salvos em vez da questão para que fomos salvos.

A importância correta referente a estes dois conceitos é apresentada por Paulo em sua primeira epístola aos Tessalonicences: “(…) e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o Seu Filho” (1:10).

O cristão é salvo dos seus pecados do passado. Ele não tem mais nada a ver com eles; esses pecados estão entre as coisas que devem ser esquecidas assim como o é a noite ao romper do dia. Ele também é salvo da ira vindoura. Também nada tem a ver com isso. Ela existe, mas não para ele. O pecado e a ira tem uma relação de causa e efeito, e uma vez que o pecado do cristão é anulado, a ira também é revogada. As preposições de da vida cristã dizem respeito a preposições negativas, e interessar-se profundamente por elas é viver em um estado de negação. Contudo, esta é a situação vivida por muitos cristãos sérios na maior parte do tempo.

Não fomos chamados para ter comunhão com a inexistência. Fomos chamados às coisas que existem na verdade, às coisas positivas, e é quando nos ocupamos com essas coisas que nossa alma é curada. A vida espiritual não pode se satisfazer com situações negativas. O homem que constantemente relembra as maldades dos dias em que não era convertido está olhando para a direção errada. É como um homem que tenta vencer uma corrida olhando pra trás por sobre os ombros.
O que o cristão costuma ser é a questão menos importante a seu respeito. O que deveria ser é tudo o que deveria lhe importar. Ele pode, de vez em quando, como fez Paulo, lembrar-se da vida que outrora levava para sua própria vergonha; mas isto não deve passar de um rápido retrospecto; nunca deve ser um olhar fixo. Nosso olhar permanente e prolongado está em Deus e na glória que será revelada.

De que fomos salvos e para que fomos salvos têm a mesma relação entre si como uma doença grave e a saúde recuperada. O médico deve se colocar entre esses dois elementos antagônicos para salvar alguém de uma condição e restaurá-lo à outra. Curada a terrível doença, sua lembrança deve ser banida da mente a fim de que fique mais vaga e mais fraca uma vez que se trata de um fato muito distante; e o ditoso homem, cuja saúde foi restabelecida, deve continuar a usar sua nova força para realizar algo útil para a humanidade.

Contudo, muitas pessoas permitem que o estado debilitado de seu corpo limite sua capacidade mental de modo que, após o restabelecimento do corpo, elas ainda guardam o velho sentimento de invalidez crônica que sentiam antes. Estão restabelecidas, é verdade, mas não para alguma coisa. Basta imaginarmos um grupo de pessoas testemunhando todos os domingos sobre suas últimas enfermidades e entoando cânticos tristes sobre elas e teremos um quadro perfeito de muitas reuniões cristãs de hoje.

Há uma arte por trás do esquecer, e todo cristão deve tornar-se um mestre nela. Esquecer as coisas que ficaram para traás é uma necessidade positiva para que nos tornemos simples crianças em Cristo. Se não podemos confiar em Deus para lidar com eficiência com nosso passado, podemos pegar uma esponja e começar a apagá-lo. Cinquenta anos sofrendo por nossos pecados não podem apagar a nossa culpa. No entanto, se Deus, de fato, nos perdoou e nos purificou, então, devemos dar a questão por encerrada e não perder mais tempo com lamentações que para nada mais servem.

E, graças a Deus, o esquecimento súbito de nosso conhecido passado não nos deixa com um vazio. Longe disso. O bendito Espírito Santo de Deus corre para ocupar o lugar vazio deixado por nossos pecados e falhas, trazendo consigo toda novidade de vida. Uma nova vida, uma nova esperança, novas alegrias, novos interesses, uma nova obra significativa e, o melhor de todas as coisas, um novo e suficiente objeto para o qual voltar o olhar arrebatador de nossa alma. Deus agora enche o jardim restaurado, e não há razão para termos medo de caminhar e comungar com Ele no frescor do dia.

Bem aqui está o ponto de fraqueza de muitos cristãos atualmente. Não aprendemos o que devemos enfatizar. Em particular, não entendemos que fomos salvos para conhecer Deus, entrar em Sua presença repleta de milagres pelo novo e vivo caminho e permanecer nela eternamente. Fomos chamados para uma eterna preocupação em relação a Deus. O Deus Trino, com todo o Seu mistério e majestade, é nosso e somos dEle,e a eternidade não será longa o suficiente para experimentarmos tudo o que Ele é em termos de bondade, santidade e verdade.

Nos céus, a adoração extasiada da Divindade não cessa nem de dia nem de noite. Professamos estar a caminho deste lugar; não devemos começar agora a adorar na terra como adoraremos no céu?

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Dinheiro

Para manter Mamom sob controle

Um aliado para as finanças pessoais

Dívidas, cartão de crédito, cheque especial estourado, juros escorchantes, empréstimos, horas extras, vales, adiantamento, crediário… Esse vocabulário, que gira em torno do dinheiro, é cada vez mais constante em quaisquer círculos, incluindo os cristãos. Por não conseguirem resistir às tentações de Mamom, muitos cristãos se tornam escravos de dívidas, resultado de má administração e falta de planejamento. Mas a situação não é insolúvel! O site Finanças para a vida, ligado ao Crown Ministério de Finanças, pode ajudar. Partindo de uma perspectiva bíblica, o Crown tem por alvo “ensinar 300 milhões de pessoas em todo o mundo, até setembro de 2015, a lidar com dinheiro segundo a perspectiva de Deus. No Brasil nosso alvo é alcançar 10 milhões de brasileiros”. O trabalho é feito por meio de cursos, além de orientações e ferramentas que podem ser encontradas no site.

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Leonard Ravenhill Oração

A oração é tão vasta quanto o próprio Deus (Leonard Ravenhill)

Os profetas da antigüidade, marcados por Deus, eram tremendamente conscientes da imensidão e da impopularidade da sua tarefa. Insistindo na sua própria ineficácia e insuficiência, e sentindo a pesada carga da mensagem de Deus, estes homens às vezes tentavam se livrar de tão grande responsabilidade sobre suas almas.

Moisés, por exemplo, tentou fugir do compromisso com uma nação inteira, argumentando ter uma “língua pesada” ou gaga. Entretanto, Deus não aceitou sua fuga e lhe deu um porta-voz em Arão.

Jeremias, também, arrazoou que era apenas uma criança. E, como no caso de Moisés, a desculpa não foi aceita. Pois homens escolhidos por Deus não são enviados a câmaras especiais da sabedoria humana – onde suas personalidades podem ser polidas ou seu conhecimento aperfeiçoado. Deus, pelo contrário, sempre encontra um jeito de fechar as saídas para eles e os deixar enclausurados consigo mesmo.

De acordo com o famoso poeta norte-americano, Oliver Wendell Holmes, a mente do homem, uma vez “esticada” através de uma nova idéia, nunca mais consegue voltar às suas dimensões originais. O que diríamos, então, da alma que ouviu o sussurro da Voz Eterna? “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6.63).

Nossa pregação é muito debilitada hoje, por se basear mais em pensamentos emprestados das mentes de pessoas mortas do que na inspiração do nosso Senhor. Livros são bons quando nos servem de guias, mas são péssimos quando se transformam em correntes.

Assim como na energia atômica, os cientistas modernos encontraram uma nova dimensão de poder, da mesma forma, a igreja precisa redescobrir o poder ilimitado do Espírito Santo. Precisa-se, urgentemente, de algo novo, a fim de dar um golpe na maldade desta era impregnada de pecado, e de abalar a complacência dos santos adormecidos. Pregações vigorosas e vidas vitoriosas precisam ser geradas através de vigílias prolongadas no recinto secreto de oração.

Alguém diz: “Ah, mas precisamos orar a fim de poder viver uma vida santa”. Isto está certo, mas do modo inverso, precisamos viver uma vida santa se quisermos orar. De acordo com Davi, “Quem subirá ao monte do Senhor? … O que é limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.3,4).

O segredo da oração é orar em secreto. Livros sobre oração são excelentes, mas são insuficientes. Livros sobre cozinhar podem ser muito bons, porém se tornam inúteis se não houver alimentos para se fazer algo prático; assim também é a oração. Pode-se ler uma biblioteca de livros sobre oração e não obter, como resultado, nenhum poder para orar. Precisamos aprender a orar, e para isso, é preciso orar.

Enquanto estiver sentado numa cadeira, pode-se ler o melhor livro do mundo sobre saúde física e, ao mesmo tempo, ir definhando cada vez mais. Igualmente, podemos ler sobre oração, admirar a perseverança de Moisés, ficar espantados diante das lágrimas e dos gemidos do profeta Jeremias – e ainda não estar prontos, nem para o bê-á-bá da oração intercessória. Como uma bala de rifle que nunca foi usada jamais apanhará uma presa, tão-pouco o coração que ora sem carga do Espírito conseguirá em tempo algum alcançar resultados.

“Em nome de Deus, eu vos suplico, que a oração alimente vossa alma tal qual a refeição refaz seu corpo!”, dizia o fiel Fenelon. Henry Martyn, certa vez, afirmou o seguinte: “Meu atual estado de morte espiritual pode ser atribuído à falta de tempo e tranqüilidade suficientes para minhas devoções particulares. Oh, que eu fosse um homem de oração!”

Um escritor de tempos passados declarou: “Grande parte da nossa oração é como o moleque que aperta a campainha da casa, mas corre antes de se abrir a porta”. Disso podemos estar certos: A área de recursos divinos menos explorada até agora é o lugar da oração.

Qual o Potencial da Oração?

Quem pode calcular as dimensões do poder de Deus? Os cientistas fazem estimativas do peso total do globo terrestre, os estudiosos da Bíblia chegam a decifrar as medidas da Cidade Celestial, os astrônomos contam as estrelas no céu, outros medem a velocidade do relâmpago e dizem precisamente quando o sol se levanta e se põe – no entanto, é impossível estimar o poder da oração.

A oração é tão vasta quanto o próprio Deus, porque é ele mesmo que está por trás dela. A oração é tão poderosa quanto Deus, pois ele se comprometeu a respondê-la. Que Deus tenha compaixão de nós, por sermos tão gagos e hesitantes nesta que é a atividade mais nobre da língua e do espírito do homem. Se Deus não nos iluminar no nosso recinto privado de oração, andaremos em trevas. No tribunal de Cristo, o fato mais vergonhoso que o cristão haverá de enfrentar será a pobreza da sua vida de oração.

Leia este trecho majestoso do ilustre pregador do quarto século, Crisóstomo: “O imenso poder da oração já sujeitou a força do fogo; amarrou a ira de leões, acalmou as insurreições de anarquia, pôs fim a guerras, aplacou as forças selvagens da natureza, expeliu demônios, rompeu os grilhões da morte, expandiu os limites do reino dos céus, aliviou enfermidades, afastou fraudes, resgatou cidadãos da destruição, parou o sol no seu curso, e impediu o avanço do raio destruidor.

“A oração é uma panóplia (armadura) contra todo mal, um tesouro que nunca se diminui, uma mina que jamais poderá ser esgotada, um céu sem qualquer obstrução de nuvem, um horizonte imperturbado por tempestades. É a raiz, a fonte, a mãe, de incontáveis bênçãos.”

Estas palavras são mera retórica, tentando dar uma aparência superlativa a algo comum? A Bíblia não conhece tais engenhosidades humanas.

Oh, Por um Elias!

Elias era um homem experimentado na arte da oração, que alterou o curso da natureza, estrangulou a economia de uma nação, orou e o fogo caiu, orou e o povo caiu, orou e a chuva caiu. Precisamos hoje de chuva, chuva e mais chuva! As igrejas estão tão ressecadas que a semente não pode germinar. Nossos altares estão secos, sem lágrimas quentes de suplicantes penitentes.

Oh, por um Elias! Quando Israel clamou por água, um homem feriu a rocha e aquela enorme fortaleza de pedra se transformou numa madre, que deu à luz uma fonte de águas a dar vida. “Acaso para Deus há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18.14). Que Deus nos envie alguém que possa ferir aquela rocha!

De uma coisa estejamos certos: O recinto de oração não é lugar para simplesmente entregar ao Senhor uma lista de pedidos urgentes. A oração pode mudar as coisas? Certamente, mas, acima de tudo, a oração muda os homens. A oração não só tirou a desonra de Ana, mas a mudou – transformou-a de mulher estéril em frutífera, de pessoa tristonha em alguém cheio de gozo (1 Sm 1.10 e 2.1); de fato, converteu o seu “pranto em dança” (Sl 30.11).

Quem sabe, estamos orando para dançar quando ainda não aprendemos a lamentar! Estamos buscando uma veste de louvor, quando Deus disse: “… e dar a todos os que choram … veste de louvor em vez de espírito angustiado” (Is 61.3, NVI). Se quisermos colher, a mesma ordem é dada: “Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6).

Foi preciso um homem de coração partido, que lamentava profundamente, como Moisés, para poder dizer: Ó Deus, este “povo cometeu grande pecado… Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste” (Êx 32.31,32). Somente um homem que sentisse uma profunda carga de dor, como Paulo, poderia dizer: “… tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne” (Rm 9.2,3).

Se John Knox tivesse orado: “Dá-me sucesso!”, nunca mais teríamos ouvido falar dele. Porém, ele fez uma oração expurgada de desejos pessoais: “Dá-me a Escócia, senão eu morro!”, e assim marcou as páginas da história. Se David Livingstone tivesse orado para conseguir abrir o continente africano, como prova de seu espírito indomável e habilidade com o sextante, sua oração teria morrido com o vento da floresta; porém, sua oração foi: “Senhor, quando será curada a ferida do pecado deste mundo?” Livingstone vivia em oração e, literalmente, morreu de joelhos, em oração.

A solução para este mundo tão insaciável por pecado é uma igreja insaciável por oração. Precisamos explorar novamente as “preciosas e mui grandes promessas” de Deus (2 Pe 1.4). Naquele grande dia, o fogo do juízo haverá de provar o tipo, e não a quantidade, da obra que fizemos. Aquilo que nasceu em oração passará pela prova.

Na oração, tratamos com Deus e coisas acontecem. Na oração, fome de ganhar almas é gerada; quando há fome para ganhar almas, mais oração é gerada. O coração que tem entendimento ora; o coração que ora adquire entendimento. O coração que ora, reconhecendo sua própria fraqueza, recebe força sobrenatural do Senhor. Oh, que fôssemos pessoas de oração, tal qual Elias – que era um homem sujeito aos mesmos sentimentos que nós! Senhor, ajuda-nos a orar!

Extraído de Por que tarda o pleno reavivamento, Editora Betânia

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Vida cristã Watchman Nee

Lei e graça

A graça significa que Deus fez algo por mim. A lei significa que eu faço alguma coisa por Deus. Deus tem certos requisitos santos e justos que me impõe: isto é a lei. Ora, se a lei significa que Deus requer algo da minha parte, então, ser liberto da lei significa que Ele não requer mais coisa alguma de mim, porque Ele mesmo fez a necessária provisão. A lei implica em Deus requerer que eu faça algo por Ele; a libertação da lei implica que Ele já fez por mim, por Sua graça, tudo quanto exigia de mim, isentando-me do seu cumprimento. Eu (o homem carnal de Rm 7.14) não preciso fazer nada para Deus — é isto o que significa ser liberto da lei. O problema em Romanos 7 consiste em que o homem, na carne, procura fazer alguma coisa para Deus. Esta tentativa imediatamente nos coloca de novo debaixo da lei, e a experiência de Romanos 7 começa a ser a nossa.

(Watchman Nee, A Vida Cristã Normal, pág. 102, Editora Fiel)

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John Nelson Darby Vida cristã

A fé uma vez dada (J. N. Darby)

Porém, é só sobre a base da redenção que Deus habita com o homem. Deus não habitou com Adão, quando ele estava no seu estado de inocência, nem com Abraão, apesar de o ter visitado e comido com ele. Porém, quando Israel saiu do Egito, Deus disse que os tirava para Si Mesmo, e “habitarei no meio deles”. E o tabernáculo foi edificado, e nele estava a presença de Deus no meio do Seu povo.

Certamente, agora temos plena e verdadeira redenção e o Espírito Santo veio para habitar nos que crêem, para que eles pudessem ser a expressão daquilo que Cristo Mesmo foi quando aqui andou. “Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” (1 João 4:15), e “nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do Seu Espírito” (1 João 4:13). Sempre que uma pessoa é realmente um cristão, Deus habita nele; não é meramente o caso de ter vida, mas de ter sido selado com o Espírito Santo, que é poder para toda a conduta moral. Se tão somente pudessemos crer que o Espírito de Deus habita em nós, que sujeição na haveria, e que espécie de pessoas seríamos, não entristecendo o Espírito!

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Extraído do livro A fé que uma vez foi dada aos santos, de John Nelson Darby, publicado pelo Depósito de Literatura Cristã.

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Andrew Murray Cristo Encorajamento

Cristo, nosso exemplo de obediência (Andrew Murray)

“Assim, também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos” (Rm 5.19). Estas palavras nos revelam o que recebemos graças à obra de Cristo. Da mesma forma como o fato de estarmos em Adão nos torna pecadores, por estarmos em Cristo somos feitos justos.

Essas palavras também nos revelam exatamente o que é em Cristo que nos torna justos. Assim como a desobediência de Adão nos deu a natureza de pecador, a obediência de Cristo nos faz justos. Nós devemos tudo à obediência de Cristo.

Entre todos os tesouros da nossa herança em Cristo, este é um dos mais ricos. Quantas pessoas nunca o estudaram, a tal ponto de amá-lo e se deleitar nele, e assim obter dele a bênção completa!

Ao estudarmos o papel da obediência de Cristo na sua obra para nos salvar, veremos nela a verdadeira raiz da nossa redenção e saberemos dar-lhe o devido lugar no nosso coração e na nossa vida.

“…por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores.” Como foi isso?

A única coisa que Deus pediu a Adão no paraíso foi obediência. A única coisa através da qual uma criatura pode glorificar a Deus ou gozar do seu favor e sua bênção é a obediência. A única causa do poder que o pecado conseguiu no mundo e da ruína que ele desencadeou – é a desobediência. Toda a maldição do pecado que recai sobre nós é devido à desobediência a nós imputada. Todo o poder do pecado que opera em nós nada mais é que isto: que ao recebermos a natureza de Adão, herdamos também a sua desobediência e, conseqüentemente, nascemos já como “filhos da desobediência”.

É evidente que a única obra para a qual seria necessário que Cristo viesse era, precisamente, remover essa desobediência – com sua maldição, seu domínio, sua natureza e suas obras más. A desobediência é a raiz de todo pecado e miséria. O primeiro objetivo da sua obra salvadora foi cortar de vez a raiz do mal e restaurar o homem para o seu destino original: uma vida em obediência ao seu Deus.

Como Cristo Fez Isso?

Em primeiro lugar, ele o fez vindo como o segundo Adão para desfazer o que o primeiro tinha feito. O pecado nos fez acreditar que era uma humilhação sempre ter que buscar e fazer a vontade de Deus. Cristo veio para nos mostrar a nobreza, a bênção, o caráter celestial da obediência.

Quando Deus nos deu o manto de criatura para usar, não sabíamos que sua beleza, sua pureza imaculada, era a obediência a Deus. Cristo veio e vestiu aquele manto para nos mostrar como usá-lo e como, através dele, podíamos entrar na presença e glória de Deus. Cristo veio para vencer e, assim, carregar para longe nossa desobediência, substituindo-a com sua própria obediência sobre nós e em nós. O poder da obediência de Cristo seria tão universal, tão poderoso e tão profundamente arraigado quanto a desobediência de Adão – sim, e muito mais ainda!

O objetivo da vida de obediência de Cristo era triplo: (1) Como um exemplo, para mostrar-nos o que é a verdadeira obediência; (2) Como nossa garantia, satisfazendo pela sua obediência toda a exigência da justiça divina por nós; (3) Como nossa Cabeça, para preparar uma natureza nova e obediente a ser comunicada para nós.

Obediência é Salvação

Cada pessoa que quiser compreender plenamente o que é obediência deve considerar bem o seguinte: é a obediência de Cristo que é o segredo da justiça e da salvação que encontro nele. A obediência é a verdadeira essência dessa justiça: obediência é salvação. Em primeiro lugar, preciso aceitar, confiar e regozijar-me na obediência de Cristo para cobrir, engolir e aniquilar terminantemente toda minha desobediência. Essa precisa ser a base inabalável, invariável, jamais esquecida, da minha aceitação por Deus. E, depois, a obediência dele torna-se o poder de vida da nova natureza em mim – assim como a desobediência de Adão era o poder que me governava até então.

A minha sujeição à obediência é a única maneira que posso manter a minha relação com Deus e com a justiça. A obediência de Cristo à justiça é o único começo de vida para mim; minha obediência à justiça é sua única continuação. Há somente uma lei para a cabeça e para os membros. Tão certamente como a desobediência e a morte foram a lei para Adão e sua semente, a obediência e a vida o são para Cristo e sua descendência.

O único vínculo, a única marca de semelhança, entre Adão e a sua semente é a desobediência. O único elo de ligação entre Cristo e sua semente, a única marca de semelhança, é a obediência.

Examine a Obediência de Cristo

Em Cristo, essa obediência era um princípio de vida. A obediência para ele não era um ato individual de obediência de vez em quando, nem mesmo uma série de atos, mas o espírito de toda sua vida. “Eu não vim para fazer a minha vontade.” “Eis que venho para fazer a tua vontade, ó Deus.” Ele veio ao mundo com um único propósito. Ele vivia somente para fazer a vontade de Deus. O poder supremo, a força mestre de toda sua vida, era a obediência.

Ele deseja produzir o mesmo em nós. Foi isso que prometeu quando disse: “Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu, este é meu irmão e irmã e mãe.”

O vínculo dentro de uma família é a vida comum compartilhada por todos e uma semelhança familiar. O elo entre Cristo e nós é que ele e nós juntos fazemos a vontade de Deus.

Em Cristo, essa obediência era uma alegria. “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus.” “Minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou.”

Nossa comida é refrigério e revigoramento. O homem saudável come seu pão com alegria. Mas comida é mais do que prazer – é uma necessidade vital. Da mesma forma, fazer a vontade de Deus era a comida da qual Cristo sentia fome e sem a qual ele não podia viver. Era a única coisa que satisfazia sua fome, que o refrescava, o fortalecia e o tornava feliz.

Em Cristo, essa obediência levava a uma espera pela vontade de Deus. Deus não revelou toda a sua vontade a Cristo de uma só vez e, sim, dia a dia, de acordo com as circunstâncias da ocasião. Na sua vida de obediência, havia crescimento e progresso; a lição mais difícil veio por último. Cada ato de obediência o preparava para a nova descoberta do próximo comando de Deus. Ele disse: “Tu abriste os meus ouvidos; alegro-me em fazer a tua vontade, ó Deus.”

É quando a obediência se torna a paixão da nossa vida que nossos ouvidos serão abertos pelo Espírito de Deus para aguardar os seus ensinamentos, e não nos contentaremos com nada menos que uma orientação divina para nos conduzir à vontade de Deus para nós.

Em Cristo, essa obediência foi até a morte. Quando ele disse: “Eu não vim para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”, ele estava pronto para ir às últimas conseqüências para negar a sua própria vontade e fazer a vontade do Pai. Ele não estava brincando. “Em nada a minha vontade; a todo custo a vontade de Deus.”

Esta é a obediência para a qual ele nos convida e nos capacita. Essa entrega de coração à obediência em tudo é a única verdadeira obediência, a única força capaz de nos levar à vitória. Quem dera que os cristãos compreendessem que nada menos do que isso é o que traz alegria e força para a alma!

Em Cristo, essa obediência nascia da mais profunda humildade. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que esvaziou-se a si mesmo… que tomou a forma de servo… que humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte.”

Ao homem que está disposto a se esvaziar por completo, a se tornar e a viver como servo, “um servo obediente”, a se humilhar profundamente diante de Deus e dos homens – é para este homem que a obediência de Jesus descortinará toda sua beleza celestial e seu poder constrangedor.

Pode ser que haja em nós uma vontade muito forte que secretamente confia em si mesmo e que falha nos seus esforços para obedecer. É quando caímos cada vez mais baixo diante de Deus em humildade, em mansidão, em paciência, em total resignação à sua vontade, dispostos a nos curvar em absoluta incapacidade e dependência dele, que nos será revelado que a única obrigação e bênção de uma criatura é obedecer a este glorioso Deus!

Em Cristo, essa obediência provinha da fé em total dependência da força de Deus. “Eu não faço nada por mim mesmo.” “O Pai que está em mim é quem faz as obras.”

A resposta à entrega sem reservas do Filho à vontade do Pai foi a concessão ininterrupta e irrestrita pelo Pai de todo o seu poder para operar nele.

Assim também será conosco. Se aprendermos que a proporção em que desistirmos da nossa própria vontade será sempre a mesma medida da concessão do seu poder a nós, veremos que uma rendição à obediência total nada mais é que uma fé completa de que Deus haverá de operar tudo em nós.

Vamos fixar a nossa atenção em Cristo, examinando-o como servo obediente e confiando nele como nunca antes. Seja este o Cristo que recebemos e amamos, e com quem procuramos nos parecer. Como a sua justiça é a nossa esperança, deixemos que a sua obediência seja nosso único desejo. Que nossa fé nele, com sinceridade e confiança no poder sobrenatural de Deus operando em nós, aceite Cristo, o obediente, verdadeiramente como nossa vida, aquele que habita em nós.

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Extraído de The School of Obedience (A Escola da Obediência), de Andrew Murray (1828-1917), ministro, missionário e autor na África do Sul.

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Dinheiro Igreja Vida cristã Watchman Nee

A questão das finanças (Watchman Nee)

A distinção entre a igreja e a obra deve ser claramente definida na mente do obreiro, especialmente com relação às questões financeiras. Se um obreiro fizer uma visita rápida a certo lugar a convite da igreja, então, é bem correto que ele receba hospitalidade dela. Mas se ficar por tempo indeterminado, deve assumir o encargo sozinho diante de Deus; doutro modo, sua fé em Deus minguará. Mesmo que um irmão voluntariamente lhe ofereça hospitalidade gratuita, esta deve ser declinada, pois a vida de fé deve ser cuidadosamente mantida.

É correto que os irmãos dêem ofertas ocasionais aos obreiros, como fizeram os filipenses para com Paulo, mas eles não devem assumir a responsabilidade por nenhum obreiro. As igrejas não tem obrigações oficiais por nenhum obreiro, e estes devem atentar para que elas não assumam tais obrigações. Deus nos permite aceitar ofertas, mas não é a Sua vontade que outros se tornem responsáveis por nós.

Ofertas de amor podem ser enviadas aos obreiros dos seus irmãos no Senhor, mas nenhum cristão devem considerar-se sob obrigação legal para com eles. Não são responsáveis nem por sua alimentação, hospedagem e despesas de viagens. A total responsabilidade financeira da obra repousa sobre os ombros daqueles a quem a obra foi comissionada por Deus

Não é digno de ser chamado servo de Deus quem não pode ser responsável pelas próprias necessidades e pela necessidades da obra a que Deus o chamou. Não é a igreja local, e sim, aquele a quem a obra foi comissionada, que deve arcar com todos os encargos financeiros ligados a ela.

(A Vida Cristã Normal da Igreja, Watchman Nee, Editora Árvore da Vida)

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Jonathan Edwards Vida cristã

Orgulho espiritual oculto [Jonathan Edwards (1703 – 1758)]

A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo. É a principal via de entrada de fumaça venenosa que vem do abismo para escurecer a mente e desviar o juízo. É o meio que Satanás usa para controlar cristãos e obstruir uma obra de Deus. Até que essa doença seja curada, em vão se aplicarão remédios para resolver quaisquer outras enfermidades.

O orgulho é muito mais difícil de ser discernido do que qualquer outra fonte de corrupção porque, por sua própria natureza, leva a pessoa a ter um conceito alto demais de si própria. É alguma surpresa, então, verificar que a pessoa que pensa de si acima do que deve está totalmente inconsciente desse fato? Ela pensa, pelo contrário, que a opinião que tem de si está bem fundamentada e que, portanto, não é um conceito elevado demais. Como resultado, não existe outro assunto no qual o coração esteja mais enganado e mais difícil de ser sondado. A própria natureza do orgulho é criar autoconfiança e expulsar qualquer suspeita de mal em relação a si próprio.

O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre nossos corações com respeito a essa questão e clamar àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia em seu próprio coração é insensato.
Como o orgulho espiritual é mascarado por natureza, geralmente não pode ser detectado por intuição imediata como aquilo que é mesmo. É mais fácil ser identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos quais quero mencionar junto com os frutos opostos da humildade cristã.

A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. Se alguém lhe sugere que está, de fato, saindo do caminho reto, mostra pronta disposição em examinar a questão e ouvir as advertências.
As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros: o terrível engano dos hipócritas, a falta de vida daqueles irmãos que têm amargura, a resistência de alguns crentes à santidade. A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão. A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, enquanto o crente humilde vê tanta maldade em seu próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar aos corações dos outros. Queixa-se mais de si próprio e da sua própria frieza espiritual; sua esperança genuína é que todos os outros tenham mais amor e gratidão a Deus do que ele.

As pessoas espiritualmente orgulhosas falam freqüentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. Muitas vezes, sua crítica é direcionada não só a pessoas ímpias, mas a verdadeiros filhos de Deus e a pessoas que são seus superiores. Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pela sua própria indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, eles procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que está infinitamente superior a eles, os trata.

O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. Por outro lado, o cristão humilde – mesmo sendo firme no seu dever, permanecendo sozinho no caminho do céu ainda que o mundo inteiro o abandone – não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.
Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante ao seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado não abriu sua boca, mas se entregou em silêncio àquele que julga retamente. Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver no seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.

Um outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. É natural que a pessoa sob a influência do orgulho tome todo o respeito que lhe é oferecido. Se outros demonstram disposição de se submeterem a ela e a cederem em deferência a ela, esta pessoa receberá tais atitudes sem constrangimento. Na verdade, ela se habituou a esperar tal tratamento e a formar uma má opinião de quem não lhe oferece aquilo que pensa merecer.

Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda e todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.

Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. Entrar em contendas a respeito do cristianismo por vezes é desaconselhável; no entanto, devemos tomar muito cuidado para não nos recusarmos a discutir com pessoas carnais por as acharmos indignas de nossa consideração. Pelo contrário, devemos condescender a pessoas carnais da mesma forma como Cristo condescendeu a nós – a fim de estar presente conosco na nossa indocilidade e estupidez.

(Jonathan Edwards era pastor puritano nas colônias inglesas da América do Norte no século XVIII. Acompanhou e participou do Grande Despertamento, um grande avivamento que atingiu as colônias norte-americanas, a Inglaterra e outros países, no qual George Whitefield e John Wesley também foram instrumentos. Foi autor e um dos maiores teólogos da sua geração. Este artigo foi traduzido e adaptado da sua obra: Some Thoughts concerning the Present Revival of Religion in New England [“Alguns Pensamentos a Respeito do Atual Avivamento Religioso na Nova Inglaterra”].

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O tesouro no vaso de barro (Watchman Nee)

Poder na Fraqueza

Você já começou a entender o que significa ser um cristão? Ser um cristão é ser uma pessoa em quem aparentes incompatibilidades coexistem, mas em quem é o poder de Deus que muitas vezes triunfa. Um cristão é alguém em cuja vida há um inerente e misterioso paradoxo; e esse paradoxo é de Deus. Algumas pessoas concebem o cristianismo como todo o tesouro e não o vaso. Se, por vezes, o vaso de barro é visível em um servo de Deus, elas acham que esse servo é um caso perdido, enquanto a concepção de Deus é que, nesse mesmo vaso, Seu tesouro deveria ser encontrado.

Neste ponto devemos fazer uma cuidadosa distinção entre homem e “a carne” no homem – entre a limitação que é inerente em nosso ser humano e a natureza carnal do homem com sua inveterada tendência para pecar, uma tendência que nos deixa (à parte da ajuda do Espírito Santo) totalmente impossibilitados de agradar a Deus. Essa distinção é a mais importante por causa da facilidade com que, mesmo em um filho de Deus, alguém influencia o outro, e com que a natureza humana em nós cede à natureza carnal. Que fique bem claro, portanto, que eu definitivamente não tenho a intenção, neste capítulo, de justificar ou fechar os olhos para o pecado ou a carnalidade. A carne deve ser resistida e entregue à morte – a morte da cruz. No entanto, a fraqueza, neste outro sentido, deve permanecer. Nosso bendito Senhor foi, por nossa causa, “crucificado em fraqueza”, contudo vive pelo poder de Deus (2 Co 13.4); e, quanto a nós, é em nossa fraqueza que Seu poder se aperfeiçoa. Há, portanto, uma “enfermidade” na qual é possível gloriar-se (12.9).

Assim Paulo diz-nos que ele tinha “um espinho na carne” (12.7). O que era eu não sei, mas sei que esse espinho o enfraquecia muito, e que, por três vezes, ele orou para que o espinho fosse tirado. No entanto, em resposta, Deus apenas lhe assegurou: “A minha graça te basta” (12.9). Somente isso – mas isso era suficiente.

Como o poder do Senhor pode ser manifestado à perfeição em um homem fraco? Pelo cristianismo, pois o cristianismo é isso. O cristianismo não é a remoção da fraqueza, nem é simplesmente a manifestação do poder divino. É a manifestação do poder divino na presença da fraqueza humana. Sejamos claros neste ponto. O que o Senhor está fazendo não é algo meramente negativo – ou seja, eliminar a nossa enfermidade. Nem, quanto a isso, é meramente positivo – conceder força em qualquer situação, a esmo. Não, Ele nos deixa com a enfermidade e concede a força ali. Ele está concedendo Sua força aos homens, mas essa força é manifestada em sua fraqueza. Todo o tesouro que Ele dá é colocado em vasos de barro.

Fé Quando há Dúvida

O que acabamos de dizer é uma impressionante verdade sobre a fé. Inúmeras pessoas vieram a mim e contaram seus temores e preocupações mesmo enquanto buscavam confiar no Senhor. Faziam seus pedidos, tomavam posse das promessas de Deus e, não obstante, sempre surgiam dúvidas inesperadas. Deixe-me dizer-lhe que o tesouro da verdadeira fé aparece em um vaso que pode ser dolorosamente atacado pela dúvida, e o vaso de barro, por causa da presença da dúvida, não invalida o tesouro; pelo contrário, o tesouro nesse ambiente resplandece com uma beleza maior. Não me entenda mal: não estou incentivando a dúvida. A dúvida é uma marca da deficiência em um cristão, mas eu gostaria de deixar claro que o cristianismo não é só uma questão de fé, mas da fé que triunfa na presença da dúvida.

Gosto de lembrar-me da oração da igreja primitiva para que Pedro fosse liberto das mãos dos ímpios. Quando Pedro voltou da prisão e bateu à porta da casa onde a igreja estava reunida em oração, os cristãos exclamaram: “É o seu anjo!” (AT 12.15). Você vê? Havia fé ali, a verdadeira fé, o tipo de fé que poderia trazer uma resposta de Deus; e, não obstante, ainda havia a fraqueza do homem, e a dúvida estava bem ali perto, por assim dizer. Porém, hoje, a fé que muitas pessoas que fazem parte do povo de Deus declaram exercer é maior do que a exercida pelos cristãos reunidos na casa de Maria, mãe de João Marcos. E elas têm certeza disso! Estão certas de que Deus enviará um anjo, e que todas as portas da prisão se abrirão diante delas. Se uma rajada de vento soprar: “Há um Pedro batendo na porta!”. Se a chuva começar a balbuciar: “Há um Pedro batendo na porta de novo!”.

Essas pessoas são muito crédulas, muito confiantes. Sua fé não é necessariamente um objeto genuíno. Até no cristão mais consagrado, o vaso de barro sempre está ali, e, pelo menos para ele, está sempre em evidência, embora o fator determinante nunca seja o vaso, mas o tesouro dentro dele. Na vida de um cristão normal, só quando a fé aumenta positivamente de modo a agarrar-se a Deus é que pode surgir ao mesmo tempo uma questão quanto a se talvez ele possa estar enganado. Quando ele está mais forte no Senhor, muitas vezes está mais consciente da sua incapacidade; quando ele está mais corajoso, talvez esteja mais ciente do temor no íntimo; e no ponto em que ele está mais alegre, uma sensação de angústia prontamente lhe sobrevém novamente. Somente a excelência do poder o leva às alturas. Porém este paradoxo é, em si, uma evidência, tanto de que há um tesouro como de que é ali que Deus gostaria que ele estivesse.

Deveria ser um motivo de grande gratidão a Deus o fato de que nenhuma fraqueza meramente humana precisa limitar o poder de Deus. Somos inclinados a pensar que onde há tristeza não pode haver alegria; que onde há lágrimas não pode haver louvor; que onde a fraqueza é visível falta poder; que quando estamos cercados por inimigos seremos confinados; que onde há dúvida não pode haver fé. Entretanto, deixe-me declarar com força e com confiança que Deus está procurando levar-nos ao ponto onde tudo que é humano só tem por objetivo prover um vaso de barro para conter o tesouro divino. Daqui para frente, quando estivermos conscientes da depressão, que não cedamos a essa depressão, mas nos entreguemos ao Senhor; quando a dúvida ou o temor surgir em nosso coração, que não nos entreguemos a eles, mas ao Senhor, e o tesouro resplandecerá ainda mais gloriosamente, por causa do vaso de barro.

(Extraído do livro A Direção de Deus Para o Homem, de Watchman Nee, Editora dos Clássicos, julho de 2004)

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Vida cristã Watchman Nee

A porta e o caminho (Watchman Nee)

“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.13,14).

Hoje, nosso propósito não é explicar a passagem mencionada, mas demonstrar a trajetória da vida cristã, porque os versículos acima tratam de dois grandes princípios: (1) entrar pela porta e (2) percorrer o caminho. Enfatizar um deles e excluir o outro resultará em um extremo. Deus coloca, diante do cristão, uma porta e um caminho, ou um caminho e uma porta, a fim de mantê-lo em equilíbrio.

O que significa entrar pela porta? Entrar pela porta quer dizer passar por uma crise. Assim como a passagem tem uma porta que bloqueia o seu avanço, passar pela porta significa enfrentar algo que você nunca experimentou antes. Não importa quão espessa seja a porta, não se leva cinco minutos para atravessá-la. Quando alguém passa, está, de imediato, em um novo ambiente. Há uma diferença enorme entre o cenário anterior à passagem pela porta e a cena posterior. Cinco minutos antes, a pessoa estava em um mundo particular, mas, agora, está em um mundo diferente. Anteriormente, a pessoa estava do lado de fora da porta e, agora, encontra-se do lado de dentro. Por exemplo: do lado de fora do parque Jessfield, é possível vermos poeira e carros. Porém, ao entrar pela porta do parque, sentimos, de imediato, que estamos em uma área completamente diferente.Portanto, falando em termos espirituais, entrar pela porta significa que, em um curto período de tempo, surge uma diferença tremenda. Num período tão breve, o cristão passa por uma crise, e sua condição espiritual toma outro rumo no mesmo instante.

O cristão não apenas tem de atravessar uma crise, mas deve percorrer um caminho também. O caminho é longo, e é necessário muito tempo para percorrê-lo. Leva muito tempo para atravessar a porta? É óbvio que ela pode ser atravessada com rapidez. O que, então, requer mais tempo: entrar pela porta ou percorrer o caminho? Naturalmente, percorrer o caminho exige mais tempo. Surge um grande desequilíbrio se alguém entra pela porta sem dar um passo no caminho em seguida. Depois que o cristão atravessa a porta, ele deve seguir adiante, passo a passo. Percorrer o caminho significa prosseguir gradualmente – um passo depois do outro. Para atravessar a porta, é necessário apenas um passo, mas o ato de percorrer o caminho não pode ser realizado em apenas um passo. Assim, ao entrar pela porta, o cristão imediatamente sente uma mudança distinta. Ele segue adiante (mais uns cem passos) e, então, pode ter de atravessar outra porta. Talvez, após dar mil passos, outra crise ainda o espere. O cristão deve, portanto, estar preparado para percorrer o caminho sempre que decidir atravessar uma porta. Por isso, passar pela porta significa enfrentar uma crise, enquanto percorrer o caminho quer dizer progredir.

Hoje em dia, há muitas controvérsias sobre esse assunto entre os cristãos. Alguns enfatizam a crise, enquanto outros, o progresso. Alguns consideram que entrar pela porta deve ser uma experiência suprema, enquanto outros supõem que podem prosseguir sem qualquer necessidade de atravessá-la. Ambas as posições são desequilibradas. Devemos saber que, de um lado, precisamos passar por uma crise e, por outro, prosseguir no caminho. Entrar pela porta e percorrer o caminho são dois importantes princípios bíblicos; eles devem ser igualmente enfatizados.

De acordo com a Palavra de Deus, entrar pela porta, em nossa trajetória espiritual, antecede o ato de percorrer o caminho. Em primeiro lugar, a crise; depois, o progresso. Contudo, acontece o contrário para quase toda jornada terrestre, pois esta requer normalmente caminhar antes de entrar. Na jornada espiritual, porém, o caso é outro, pois pode ser semelhante a uma viagem rumo a um palácio ou mausoléu real cercado por uma muralha gigantesca. Você precisa passar pela entrada primeiro e, depois, andar por uma extensa trilha antes de chegar ao destino. Uma vez que a Bíblia sempre apresenta a porta e o caminho juntos, podemos vê-los em ação tanto na “fé” quanto na “obediência” – dois princípios-chave da vida cristã.

(Extraído do livro Vida Cristã Equilibrada, de Watchman Nee – Editora dos Clássicos)

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Igreja Vida cristã

O sacerdócio de todos os crentes (William McDonald)

William McDonald, in Cristo Amou a Igreja

Traduzido por Viriato Sobral, 1961

Todos os crentes são sacerdotes de Deus

Cada Igreja local devia, praticamente, testemunhar desta verdade recusando o reconhecimento de qualquer outro sacerdócio, e animando todos os crentes a exercerem os privilégios e responsabilidades deste cargo sagrado.

1º – No Velho Testamento lemos que a Lei de Moisés separou a tribo de Levi e a família de Aarão para serem os sacerdotes da Nação. Estes homens usavam vestes diferentes, tinham privilégios especiais e constituíam uma casta a parte, entre Deus e a congregação de Israel. Só eles podiam entrar no lugar santo e oferecer os sacrifícios prescritos pela Lei.

2º – No Cristianismo é tudo diferente. Todos os crentes são sacerdotes, segundo o ensino do Novo Testamento.

    a) “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5).

    b) “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).

    c) “Àquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém” (Apoc. 1: 5,6).

Um grande servo de Deus, pugnando pela verdade de que o sacerdócio é privilégio de todos os crentes, escreveu: “Todos os crentes são, indistintamente, sacerdotes, e quem disser que ha sacerdotes além dos crentes nascidos de novo, seja anátema, porque uma afirmação destas não teria base alguma na Palavra de Deus; seria baseada exclusivamente em afirmações meramente humanas ou nas tradições dos homens.”

3º – Um dos importantes deveres do sacerdote é oferecer sacrifícios. No Velho Testamento os sacrifícios consistiam em animais imolados. Nesta Dispensação da Graça, contudo, os sacrifícios dos crentes são:

    a) O sacrifício do seu corpo (Rom. 12:1); não um sacrifício morto, mas “vivo, santo e agradável”, oferecido exclusivamente a Deus.

    b) O sacrifício de bens materiais. “Não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada”. (Heb. 13:16).

    c) O sacrifício de louvor. “Portanto, ofereçamos sempre por Ele, a Deus, sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu Nome”. (Heb. 13:15).

    Este sacrifício deve ser tanto individual como colectivo. Este último – o sacrifício de louvor – no qual os crentes gozam de liberdade para tomar parte na adoração pública, foi praticamente eliminado e substituído pelos monótonos serviços regulamentados e orientados dos nossos dias. Disto resulta uma multidão de sacerdotes mudos – um estado de coisas ignorado nas Escrituras.

4º – Os deveres dos sacerdotes incluem também oração, testemunho para glória de Deus, e o cuidado do Seu Povo. Portanto, os crentes deviam ter cuidado em exercer todas estas sagradas missões. O ensino das Escrituras sobre este assunto (Rom. 8:14; Gál. 5:18; João 16:13), revela que todos esses deveres devem ser postos em prática desde manhã até à noite, todos os dias da semana, e não só aos Domingos. Não se limitam as reuniões da Igreja, sejam reuniões de adoração, de estudo bíblico ou de oração, mas abrangem toda a vida do crente, tanto dentro como fora dos lugares das reuniões, sejam eles salões, capelas ou igrejas, no sentido pleno da palavra. Segundo o Novo Testamento, todo o povo de Deus é: “um reino sacerdotal e uma nação santa”, (Êxodo 19:6; 1 Pedro 2:5-9).

5º – Apesar de todos os crentes serem sacerdotes, o facto é que cada crente precisa dum Sacerdote diante de Deus. Esta necessidade é-lhe suprida plenamente no Senhor Jesus Cristo. A Epístola aos Hebreus apresenta-no-Lo como o nosso grande Sumo-Sacerdote, que se compadece das nossas fraquezas, porque em tudo foi tentado como nós, mas sem pecado. (Heb. 4:15).

6º – Portanto, cada igreja local devia reconhecer o Senhor Jesus como seu Grande Sumo-Sacerdote e, em cada crente, um sacerdote santo e real. Será isto que encontramos na cristandade hoje em dia? Ao contrário, a igreja, na sua maioria, voltou ao sistema judaico de sacerdotes. Apesar dos crentes professos dizerem que crêem no sacerdócio de todos os crentes, muitas religiões estabeleceram um sacerdócio todo seu, baseado em parte no sistema mosaico. Assim vemos:

    a) Um grupo de homens escolhidos para o Serviço Divino;

    b) Uma hierarquia eclesiástica com títulos honoríficos que os distingue dos leigos;

    c) Vestes especiais para indicar que eles pertencem a uma ordem diferente.

Além disso, muitas seitas e denominações vão buscar ao Judaísmo conceitos como estes:

    a) A consagração de templos com os seus altares, adornos eclesiásticos, e outras coisas materiais para o seu culto;

    b) Um ritualismo impressivo que apela para os sentidos do homem;

    c) Um calendário religioso com os seus dias santos e festas.

Acerca desta estranha mistura de Judaísmo e Cristianismo, o Dr. C. I. Scofield escreve: “Podemos afirmar seguramente que os judaizantes da Igreja. só por si, têm impedido o seu progresso, pervertido a sua missão e destruído a sua espiritualidade em maior escala do que todos os outros males juntos. Em vez de andar no caminho indicado da separação do mundo, e seguir o Senhor segundo a sua vocação celestial, a Igreja tem usado passagens das Escrituras, que só dizem respeito aos Judeus, para justificar a sua adaptação à presente civilização, a aquisição de fortunas fabulosas, a construção de igrejas (templos) magníficas, a divisão em clérigos e leigos dos que são iguais na fraternidade Cristã”. Deus ainda hoje chama o Seu povo a separar-se desta religião de símbolos e tipos para se unirem simplesmente no Nome do Senhor Jesus em quem encontramos toda a suficiência.

7º – Se todos os membros duma igreja actuarem segundo o ensino do Novo Testamento, em relação ao sacerdócio de todos os crentes, essa igreja será:

Uma igreja cheia do Espírito, onde os seus membros assistem regularmente ás reuniões de oração; uma igreja em que todos os membros são auxiliares práticos e colaboradores dos servos do Senhor na Sua Seara através do mundo; haverá actividade enérgica e perseverante na disseminação do Evangelho, por meio da distribuição de folhetos, testemunho pessoal e, sempre que é possível, trabalho ao ar livre.

Pelo amor de Cristo os membros de tal igreja serão constrangidos a viver num ambiente afável, no qual cada crente procura ajudar os outros em amor e num espírito de devotada consagração, estimulando-se uns aos outros ao amor e ás boas obras.

Em tais igrejas, as reuniões e serviços são dirigidos pelo Espírito Santo; e os dons do Espírito, distribuídos pelo próprio Senhor, serão desenvolvidos conforme a variedade da mesma, em comunhão fraternal e na dependência e liberdade de Cristo (1 Cor. 12:4-l1; 14:26). E quando a igreja se reúne em volta da mesa do Senhor para O louvar e adorar pelo Seu sacrifício no Gólgota, a adoração sacerdotal subirá até ao Santuário celestial, que é o mais alto privilégio do sacerdócio da Igreja.

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