Há mais mal em uma gota de pecado do que em um mar de aflições!
(Thomas Watson)
Deus, dê-me uma profunda humildade, um zelo bem direcionado, um amor ardente e um olhar singelo!
(George Whitefield)
O Espírito sopra sobre a Palavra,
e traz a verdade à vista.
(William Cowper)
O evangelho é tão simples que simples crianças podem entendê-lo, e é tão profundo que os estudos dos teólogos mais sábios nunca esgotarão suas riquezas.
(Charles Hodge)
Este é o caminho de Deus. Nas horas mais sombrias da noite, Seus passos se aproximam cruzando as grandes ondas. Quando o dia da execução está nascendo, o anjo vem à cela de Pedro. Quando a forca para Mordecai está concluída, a insônia do rei leva a uma reação a favor da raça favorecida. Ah, alma, terás de chegar ao pior que pode ocorrer contigo antes de seres libertada, mas tu serás libertada! Deus pode manter-te esperando, mas Ele sempre estará atento a Sua aliança e virá para cumprir Sua Palavra inviolável.
(F. B. Meyer)
Se o Senhor não tivera ido embora no meu auxílio,
a minha alma quase que teria ficado no silêncio.
Quando eu disse: ‘O meu pé vacila’, a Tua benignidade, Senhor, me susteve.
Na multidão dos meus pensamentos dentro de mim, as Tuas consolações recrearam a minha alma. […] O Senhor é a minha defesa
e o meu Deus é a rocha do meu refúgio.
(Sl 94.17-19,22)
A Cruz não apenas aconteceu a Jesus: Ele foi propositadamente a ela. Ele é ‘o Cordeiro morto desde a fundação do mundo’ […] A Cruz é o centro do tempo e da eternidade, a resposta para os enigmas de ambos. Quando chegamos à Cruz, não passamos por ela; nós permanecemos na vida para a qual a Cruz é a porta de entrada.
Para que Deus salve um pecador, duas coisas devem ser feitas:
Deus deve fazer algo pelo pecador, e Deus deve fazer algo no pecador.
A redenção é a obra de Deus pelos pecadores.
Regeneração é a obra de Deus nos pecadores.
Ambas são obras de Deus. O homem não pode fazer nada com respeito à regeneração e nada pode fazer com respeito à redenção.
“É necessário nascer de novo” porque, por natureza, somos filhos da carne humana, caídos, pecadores e depravados. Toda a carne está contaminada. Toda carne é corrupta. Toda carne é pecadora. Toda carne está condenada. Toda carne deve morrer. A menos que nasçamos do Espírito, nós morreremos em nossos pecados, e nossa carne será condenada de modo justo.
“Necessário vos é nascer de novo!”
Você pode reformar sua vida sem o novo nascimento.
Você pode ser batizado sem o novo nascimento.
Você pode se unir a uma igreja, ser zeloso na religião, ensinar em uma classe bíblica, servir como diácono ou ancião; você pode até mesmo pregar com grande sucesso sem nascer de novo.
“Necessário vos é nascer de novo!”, pois sem o novo nascimento: você nunca entrará no reino de Deus, você nunca fará parte da família de Deus, você nunca terá a vida eterna você nunca será admitido na presença da glória de Deus na felicidade do céu.
Apenas novas criaturas entrarão na Nova Jerusalém.
Somente homens santos entrarão na Cidade Santa.
Somente cidadãos nascidos do Céu possuirão a bem-aventurança do Céu.
Nascer de novo é ser feito nova criatura em Cristo (2Co 5.17).
No novo nascimento, Deus, o Espírito Santo, dá aos pecadores redimidos escolhidos: um novo coração para amar a Deus, uma nova vontade para se curvar ao governo de Cristo, uma nova mente para entender as coisas de Deus, uma nova natureza espiritual para conhecer as coisas espirituais, para desfrutar dela e para viver com base nelas, novos olhos, olhos de fé, com os quais ver Cristo, novos ouvidos com os quais ouvir Sua voz, novas mãos, mãos de fé, com as quais se apegam a Cristo e fazem Sua vontade, pés novos com os quais fogem para Cristo e andam com Ele em novidade da vida.
“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).
Estamos agora falando de um terceiro poder de bênção por meio da cruz. Somos freqüentemente lembrados do fato de que, na grande experiência da salvação, há tempos verbais. Fui salvo; estou sendo salvo; agora está minha salvação mais perto do que quando cri – isto é, serei salvo. O aspecto particular da Cruz que está diante de nossa mente lida com o tempo presente e progressivo da salvação. O perdão completo, suficiente, perfeito é concedido no exato momento em que cremos no Senhor Jesus Cristo. A pureza está naquele mesmo momento colocado a nossa disposição; se nos apropriamos dela ou não é outro assunto. O poder também está a nossa disposição a partir daquele momento e para sempre, mas necessariamente chegamos a compreendê-lo e a utilizá-lo apenas à medida que vivemos a vida cristã.
A Palavra da Cruz é o poder de Deus para aqueles que estão sendo salvos. A alma perdoada e purificada imediatamente confronta o futuro, e em nenhum lugar a fraqueza é mais sentida do que naquele momento. Freqüentemente, os homens são impedidos desse grande ato de entrega a Jesus Cristo, que os coloca na posição de perdão ou de pureza, ou de ambos, pelo medo do futuro. E, ainda que os homens se submetam ao chamado do Senhor e se regozijem no perdão dos pecados; mesmo que eles se submetam totalmente ao Senhor e reivindiquem a grande purificação da consciência que vem com tal rendição; mesmo que a grande paz de Deus esteja no coração deles, no entanto, quando eles enfrentam o futuro, o sentimento de fraqueza vem, talvez como nunca antes. Para esse sentimento de fraqueza a Cruz traz um evangelho, e como pelo caminho da Cruz tenho perdão e pureza e paz, assim também pelo caminho da cruz – bendito seja Deus! – existe poder para mim.
“Jesus!” Esse é o nome que O coloca além da minha compreensão, pois encontramos no Homem que tem esse nome o ponto de contato entre nós e Aquele a quem Ele veio revelar de forma suprema. Retire-O de mim e lembre-me apenas do poder executivo que Deus possui em Seu universo, e estarei perdido, pois não poderei compreender a verdade inacessível. Retire-O de mim e fale a minha alma sobre Deus, sobre as maravilhas e mistério de Seu ser, e serei totalmente incapaz de entender esse Deus – Ele será incompreensível para mim. Um evangelho que é o Evangelho de Deus, mas não é soletrado na minha linguagem e feito visível para a minha natureza finita, não é evangelho para mim.
G. Campbell Morgan (1863–1945)
Pregador inglês e importante estudioso da Bíblia, considerado por muitos como o Príncipe dos expositores da Bíblia. Foi pastor da capela Westminster (Londres) de 1904 a 1919 e de 1933 a 1943, sendo, então, substituído por Martin Lloyd-Jones.
Em 1896, D. L. Moody convidou-o para uma palestra para os alunos no Moody Bible Institute (EUA). Após a morte de Moody, em 1899, Morgan assumiu o cargo de diretor da Conferência Bíblica de Northfield. Ele foi ordenado pelos congregacionalistas em Londres e recebeu um grau de Doutor em Divindade pelo Chicago Theological Seminary em 1902. Depois de cinco anos atuando ali, ele voltou à Inglaterra em 1904 e tornou-se pastor da Capela Westminster em Londres. Suas pregações e aulas semanais de sexta-feira à noite eram freqüentadas por milhares de pessoas. Em 1910, ele contribuiu com um ensaio intitulado “Os propósitos da encarnação” para o primeiro volume de The Fundamentals, ensaios estes que são considerados por muitos como a base do moderno movimento fundamentalista.
Deixando a Capela de Westminster em 1919, retornou aos Estados Unidos, onde conduziu um ministério itinerante de pregação e ensino por 14 anos. Finalmente, em 1933, retornou à Inglaterra e à Capela de Westminster e lá permaneceu até sua aposentadoria, em 1943. Trouxe Martin Lloyd-Jones a Westminster em 1939 para dividir o púlpito e se tornar seu sucessor. Morgan era amigo de F. B. Meyer, Charles Spurgeon e muitos outros importantes pregadores de sua época.
Somente quando virmos como todas as Escrituras se acham centradas em Cristo, como a revelação do Deus Triúno, de modo que no Antigo Testamento tudo aponta para Ele e, no Novo, tudo procede Dele, é que seremos capazes de entender a Bíblia.
(William Hendriksen)
Eu posso esquecer o Getsêmane?
Ou ali Teu conflito ver,
Tua agonia e Teu suor de sangue,
Sem me lembrar de Ti?
(J. Montgomery)
Quão abençoado é ser continuamente grato ao Senhor e falar constantemente Dele!
(Norman Crawford)
Daí, alguém está certo em cantar:
Ainda que a terra se abale,
todo coração estremeça,
Jesus acalma meus temores.
Que fogos chamejem e trovões estalem,
sim, e o pecado e o inferno me assaltem,
Jesus não falhará para comigo.
(Johann Franck)
O lucro, a ambição e a superstição estão sempre em guerra contra o evangelho, mas, quando o mundo se enfurece mais fervorosamente contra os membros de Cristo, o consolo do céu é ainda mais especial para nos ajudar.
(Erasmo de Roterdã)
Busquei o Senhor, e depois descobri
que Ele movia minha alma a buscá-Lo, me buscando;
ó genuíno Salvador, não fui eu quem Te encontrou,
não, eu fui achado, fui achado por Ti.
(Anônimo)
O homem arrepende-se de verdade somente quando aprende que o pecado o tornou incapaz de arrepender-se sem a ajuda da graça renovadora de Deus.
A Bíblia não é nada mais do que a voz Daquele que se assenta no trono. Cada livro, cada capítulo, cada sílaba, cada letra da Bíblia é um pronunciamento direto do Altíssimo.
(John William Burgon)
Há mistérios de graça e de amor em cada página da Bíblia. E próspera é a alma que vê no Livro de Deus uma preciosidade cada vez maior.
(Robert Chapman)
De duas coisas a igreja necessita: mais morte e mais vida. Mais morte a fim de viver; mais vida para poder morrer.
(C. A. Fox)
Nas ambições humanas, os homens constantemente mencionam: “Onde há uma vontade certamente há um caminho!” Senhor, seja nosso ditado ainda mais excelente: “Onde nossa vontade morreu, podemos certamente encontrar Teu caminho!”
(E. L. Bevir)
Sussurros que não podem ser expressos em palavras são freqüentemente orações que não podem ser recusadas.
(C. H. Spurgeon)
Eu aprendi a amar as trevas do sofrimento; lá você pode contemplar o brilho da face de Deus.
(Madame Guyon)
Se o Senhor falhar comigo desta vez, terá sido a primeira.
Se eu e você simplesmente tivéssemos a percepção de que onde quer que estivermos, e o que quer que fizermos, Deus nos estaria vendo, isso transformaria nossa vida!
Os sentimentos não podem ser nossa autoridade final, porque, como bem sabemos, eles são instáveis e não são confiáveis. Eles vêm e vão, e você nunca sabe o que poderão ser. “Não ouso confiar na disposição mais fina”, diz um autor de hinos, porque amanhã ela poderá ter desaparecido. Se eu estiver sendo governado por meus sentimentos, ver-me-ei mudando constantemente ― às vezes feliz, às vezes infeliz, às vezes achando que está tudo bem, ora achando que tudo vai mal, ora emocionado pela leitura da Bíblia, outras vezes tendo de me esforçar para extrair algo dela, sentindo-me frio, árido, lerdo, tolo! Não seria essa sua experiência? Se é assim, como você pode confiar nos sentimentos como autoridade sobre você?
O homem que está preocupado, acima de tudo, com suas aparições públicas diante dos outros, em geral nunca se preocupa muito com sua atitude íntima diante de Deus.
O pecado vem da forma mais atrativa possível, e naturalmente, sempre oferece “vida”, sempre oferece diversão, sempre oferece sucesso, sempre oferece felicidade. Se não fosse assim, ninguém olharia para o pecado.
As pessoas nunca são salvas antes de compreenderem que não podem salvar a si mesmas. Não há nada que nos afaste mais da salvação do que pensar que podemos salvar-nos a nós mesmos.
Não há valor nenhum numa profissão de fé cristã se não for acompanhada pelo desejo de ser semelhante a Cristo, pelo desejo de livrar-se do pecado, pelo desejo de obter santidade.
O teste final quanto a se Deus está atuando em nós é ver se desejamos ser cada vez mais como Cristo: santos e puros, separados do mundo e do pecado, famintos e sedentos de justiça, para que agrademos a Deus que assim começou a agir em nós.
Dizer às pessoas que não importa o que alguém crê, contanto que viva uma vida louvável e faça o bem, não somente é uma negação do evangelho, mas é também fadado a desencorajá-las, levando-as a rejeitar a única verdade que pode salvá-las.
Nunca devemos permitir que a agitação ou a perturbação nos controlem, não importa quais sejam as circunstâncias, porque fazer isso implica em falta de fé, falta de confiança em nosso bendito Senhor e Deus.
David Martyn Lloyd-Jones foi provavelmente o maior pregador britânico do século 20. Nascido em Cardiff, Gales do Sul, em 20 de dezembro de 1899, Martyn Lloyd-Jones passou a maior parte da infância na rural Cardingshire, em Llangeitho. Em 1914, sua família mudou-se para Londres e ele concluiu a educação escolar na Escola de Gramática de St. Marylebone. Ingressou no Hospital de Bart com somente 16 anos. Ele foi bem-sucedido nos exames, mas, por ser tão jovem, teve de esperar para obter o mestrado. Nessa ocasião, já estava no Hospital de Harley Street como principal assistente clínico de Thomas Horder, um dos melhores e mais famosos médicos da época. Ele vislumbrava um futuro brilhante e lucrativo como um destacado médico. Então, algo aconteceu.
Lentamente, depois de uma profunda luta, sua mente e seu coração foram tomados pelo evangelho. Ele compreendeu que muitos de seus pacientes precisavam algo mais do que medicina comum e se entregou ao ministério cristão.
Seu estilo consistia de uma habilidosa diagnose clínica, analisando a perspectiva mundana, mostrando sua futilidade ao tratar do poder e da persistência do mal, e contrastando-a com a perspectiva cristã, sua lógica, seu realismo e seu poder. Ele tinha a habilidade de vestir sua análise clínica com uma linguagem viva e convincente, de tal maneira que ela se fixava na mente dos ouvintes. Ele poderia falar duramente sobre as tolices do mundo e dar uma visão contrastante da sabedoria e do poder de Deus de tal maneira que provocava uma forte reação por parte da audiência. As pessoas se retiravam determinadas a nunca mais voltar; contudo, voltavam no domingo seguinte até que, incapazes de continuar resistindo à mensagem, rendiam-se ao Senhor.
Depois da Segunda Grande Guerra, sua congregação cresceu rapidamente. Em 1947, as galerias foram abertas, e de 1948 até 1968, quando ele se aposentou, a congregação tinha uma freqüência média de cerca de 1.500 pessoas aos domingos pela manhã e 2.000, à noite.
Seu último sermão foi pregado em 8 de junho de 1980, na inauguração da nova capela em Barcombe, East Sussex. Ele morreu na madrugada de domingo de 1° de março de 1981, tendo dito à família: “Não orem por cura, não tentem me impedir de ir para a glória”. Mais de mil pessoas foram ao culto fúnebre em Newcastle Emlyn, em 6 de março. Um culto de ação de graças igualmente comovente e triunfante foi ministrado na capela de Westminster, em 6 de abril.
Sua voz ainda fala poderosamente em seus muitos livros expositivos, produzidos a partir de seus sermões.
Assim como o pastor usa o cajado para apartar as ovelhas dos bodes, a oração secreta é o cajado que separa os filhos de Deus dos filhos do Diabo, pois aqueles que entram em seu aposento e fecham a porta fazem-no como filhos e para orar a seu Pai. Certamente os que assim não fazem, e isso não lhes aflige, são bastardos e não filhos (Hb 12.8). A oração particular é o teste de nossa sinceridade, o indicador de nossa espiritualidade, o principal meio de crescimento na graça. A oração particular é a única coisa, acima de todas as demais, que Satanás busca impedir, pois ele bem sabe que, se puder ser bem-sucedido nesse ponto, o cristão falhará em todos os outros.
(John Bunyan)
Conhecimento teológico e viver piedoso andam de mãos dadas. Uma verdade desconhecida não pode santificar a alma.
(B. B. Warfield)
O trono de Deus não é apenas um trono de majestade, mas um trono de graça.
(João Calvino)
Em nada, a não ser no céu, vale a pena colocar nosso coração.
(Richard Baxter)
Ainda que não creiamos, isto é, ainda que o mundo inteiro não creia, o Evangelho de Deus não deve ser alterado para que se adapte aos caprichos e às fantasias do homem.
(Charles H. Spurgeon)
Obedecer a Deus não é a morte da felicidade. É a morte de tudo que o impede de ter felicidade plena e duradoura.
(John Piper)
Satanás dedica 168 horas por semana tentando enganá-lo. Você acha que pode manter uma mente renovada com um olhar de dez minutos no Livro de Deus uma vez por dia?
Há poucas advertências na Escritura mais solenes que esta. O Senhor Jesus Cristo nos diz: “Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lc 17.32).
A esposa de Ló professava a verdadeira religião: seu marido era um “homem íntegro” (2Pd 2.8). Ela deixou Sodoma com ele no dia da destruição da cidade; ela olhou para trás, em direção à cidade, em desobediência a ordem expressa de Deus; ela morreu imediatamente, transformando-se em uma estátua de sal. E o Senhor Jesus Cristo a utiliza como exemplo para Sua igreja; Ele diz: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
É uma advertência solene, quando consideramos a pessoa que Jesus menciona. Ele não nos convida a lembrar de Abraão, ou de Isaque, ou de Jacó, ou de Sara, ou de Ana, ou de Rute. Não! Ele escolhe alguém cuja alma estava perdida para sempre. Ele clama a nós: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
É uma advertência solene, quando nós consideramos sobre o tema de Jesus. Ele está falando de Sua segunda vinda, quando virá julgar o mundo; Ele está descrevendo o estado terrível de despreparo no qual muitos serão achados. Os últimos dias estão em Sua mente, quando Ele nos diz: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
É uma advertência solene, quando nós pensamos na Pessoa que a faz. O Senhor Jesus é amoroso, misericordioso e compassivo; Ele é Aquele que “não esmagará a cana quebrada nem apagará a torcida que fumega” (Is 42.3). Ele lamentou a incredulidade de Jerusalém e orou pelos homens que O crucificaram; contudo, Ele julga proveitoso nos dar esta advertência solene e nos fazer lembrar das almas perdidas. Ele nos diz: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
É uma advertência solene, quando pensamos nas pessoas para as quais Ele, primeiramente, dirigiu essas palavras. O Senhor Jesus estava falando a Seus discípulos; Ele não estava falando para os escribas e fariseus que O odiavam, mas a Pedro, Tiago e João, e muitos outros que O amaram; mesmo para esses, Ele julga proveitoso uma palavra de precaução. Ele lhes diz: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
É uma advertência solene, quando nós consideramos a maneira como Ele falou. Ele não diz somente: “Cuidado! Não sejam como a mulher de Ló!” Ele usa uma palavra diferente; Ele diz: “Lembrai-vos”. Ele fala como se nós corrêssemos o perigo de esquecer o assunto; Ele incita nossa memória preguiçosa; Ele nos ordena a manter o caso em nossa mente. Ele clama: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.
Agora, consideremos os privilégios religiosos que a esposa de Ló desfrutou.
Nos dias de Abraão e Ló, a verdadeira religião salvadora era escassa na terra; não havia ainda a Bíblia, pastores, igrejas, credos ou mesmo missionários. O conhecimento de Deus estava limitado a algumas famílias agraciadas; a maior parte dos habitantes do mundo estava vivendo em escuridão, ignorância, superstição e pecado. Talvez não houvesse um em cem que contasse com tal bom exemplo, ou com tal convivência espiritual, tal clareza de conhecimento e advertências tão claras como a esposa de Ló. Comparada com os milhões de criaturas de seu tempo, a esposa de Ló era uma mulher agraciada.
Ela teve um homem religioso como marido; ela teve Abraão, o pai da fé, como tio por meio do matrimônio. A fé, o conhecimento e as orações desses dois homens íntegros não eram desconhecidos por ela. É impossível que ela tenha morado em tendas com eles durante tanto tempo, sem saber de Quem eles eram e a Quem eles serviam. Religião para eles não era nenhum negócio formal; era o princípio governante de sua vida e a razão de suas ações. Tudo isso a esposa de Ló deve ter visto e conhecido. Esse não era um privilégio pequeno.
Quando Abraão recebeu as promessas, a esposa de Ló provavelmente estava lá. Quando ele construiu sua tenda entre Ai e Betel, é provável que ela estivesse presente; quando os anjos vieram a Sodoma e advertiram seu marido para fugir, ela os viu; quando eles os levaram pela mão e os conduziram para fora da cidade, ela era um daqueles que eles ajudaram a escapar. Mais uma vez, eu digo, esses não foram privilégios pequenos.
Contudo, quais foram os resultados positivos de todos esses privilégios no coração da esposa de Ló? Nenhum. Nada. Apesar de todas as oportunidades e dos meios de graça, de todas as advertências especiais e mensagens do céu, ela viveu e morreu sem a graça de Deus, sem Deus, impenitente e descrente. Os olhos de seu entendimento nunca foram abertos; sua consciência nunca foi realmente despertada ou estimulada; sua vontade nunca foi verdadeiramente trazida a um estado de obediência a Deus; suas afeições nunca foram fixadas nas coisas lá do alto. A forma de religião que ela teve foi mantida por conveniência e não por um verdadeiro sentir; era uma capa usada para agradar a seu marido, e não por qualquer senso de seu valor. Ela fez como outros a seu redor na casa de Ló: ela se conformou aos costumes do marido; ela não fez nenhuma oposição à religião dele; ela se permitiu ser conduzida passivamente por ele; mas em todo tempo o seu coração estava em pecado diante de Deus. O mundo estava em seu coração, e seu coração estava no mundo. Neste estado ela viveu, e nesse estado ela morreu.
Em tudo isso há muito a ser aprendido. Eu vejo uma lição aqui que é da maior importância em nossos dias. Você vive em tempos em que há muitas pessoas vivendo como a esposa de Ló. Ouça, pois, a lição que o caso dela nos ensina.
Aprenda que a mera possessão de privilégios religiosos não salvará a alma de ninguém. Você pode ter vantagens espirituais de todo tipo; você pode viver e gozar das mais ricas oportunidades e meios de graça; você pode desfrutar da melhor pregação e das instruções mais verdadeiras; você pode morar no meio da luz, conhecimento, santidade e boa companhia. Tudo isso é possível; contudo, você pode ainda permanecer não convertido, e estar perdido para sempre.
Eu ouso dizer que essa doutrina parece dura a alguns leitores. Eu conheço a idéia de que eles não querem nada mais do que privilégios religiosos para decidirem ser cristãos. Eles não são o que devem ser no momento, eles concordam; mas a posição deles é tão difícil, eles argumentam, e suas dificuldades são tantas. Dê-lhes um cônjuge crente, ou amizades cristãs, ou um patrão crente; dê a eles a pregação do Evangelho, os privilégios, e então eles caminharão com Deus.
Tudo engano! Uma completa ilusão! Para ter a alma salva, é requerido muito mais do que privilégios. Joabe era o capitão de Davi; Geazi era o criado de Eliseu; Demas era companheiro de Paulo; Judas Iscariotes era discípulo de Cristo, e Ló teve uma esposa mundana e incrédula. Todos eles morreram em seus pecados. Eles baixaram à cova apesar do conhecimento, das advertências e das oportunidades; e todos eles nos ensinam que os homens necessitam não só de privilégios. Eles precisam da graça do Espírito Santo.
Vamos valorizar nossos privilégios religiosos, mas não vamos descansar completamente neles. Vamos desejar ter o benefício deles em nossas atividades, mas não vamos colocá-los no lugar de Cristo. Vamos usá-los com gratidão, se Deus no-los der, mas nos preocupemos em que eles produzam algum fruto em nosso coração e em nossa vida. Se não produzem o bem, eles seguramente causarão dano; eles cauterizarão a consciência, eles aumentarão a responsabilidade, eles agravarão a condenação. O mesmo fogo que derrete a cera endurece o barro; o mesmo sol que faz a árvore vivente crescer seca a árvore morta e a prepara para queimar. Nada endurece mais o coração do homem do que uma familiaridade estéril com as coisas sagradas. Mais uma vez eu digo: não são somente os privilégios que fazem cristãs as pessoas, mas a graça do Espírito Santo. Sem isso, nenhum homem jamais será salvo.
Eu peço aos que lêem esta mensagem hoje, que considerem bem o que eu estou dizendo. Você vai para a Igreja do sr. A ou B; você o considera um pregador excelente; você se deleita com seus sermões; você não pode ouvir nenhum outro com o mesmo conforto; você aprendeu muitas coisas desde que começou a participar de seu ministério; você considera um privilégio ser um de seus ouvintes. Tudo isso é muito bom. É um privilégio. Eu seria grato se ministros como o seu fossem multiplicados. Mas, afinal de contas, o que você recebeu no coração? Você já recebeu o Espírito Santo? Se não, você não é melhor que a esposa de Ló.
Eu peço para os filhos de pais crentes que gravem bem o que eu estou dizendo. Ser filho de pais crentes é o mais elevado dos privilégios, pois torna-se o alvo de muitas orações. Realmente é uma bênção aprender o Evangelho na infância, e ouvir falar de pecado, de Jesus, e do Espírito Santo, e santidade, e céu desde o primeiro momento de que podemos lembrar. Mas, cuidado para que vocês não permaneçam estéreis e infrutíferos no meio de todos esses privilégios; tomem a precaução de que seu coração não permaneça duro, impenitente e mundano, sem se quebrantar às muitas vantagens que vocês desfrutam. Vocês não poderão entrar no reino de Deus pelo crédito de seus pais. Vocês próprios têm de comer o Pão da Vida e ter o testemunho do Espírito no coração. Vocês têm de ter arrependimento próprio, fé própria e sua própria santificação. Se não, vocês não serão melhor que a esposa de Ló.
Eu peço a Deus que todos os cristãos professos desses dias apliquem essas coisas ao próprio coração. Que nós nunca esqueçamos que os privilégios sozinhos não podem nos salvar. Luz e conhecimento, pregações fiéis, meios abundantes de graça e a companhia de pessoas santas são todos grandes bênçãos e vantagens. Feliz aquele que os tem! Mas, no final de tudo, há uma coisa sem a qual privilégios são inúteis: a graça do Espírito Santo. A esposa de Ló teve muitos privilégios, mas não teve a graça de Deus no coração.
Se refletirmos quão acentuada é a tendência da mente humana para esquecer a Deus, quão grande é a inclinação dos homens para com toda espécie de erro e quão pronunciado é o gosto deles para forjar, a cada instante, novas fantasiosas religiões, poderemos perceber como foi necessária a autenticação escrita da doutrina celeste, para que ela não desaparecesse pelo esquecimento, nem se desfizesse pelo erro, nem fosse corrompida pela petulância dos homens. Deste modo, como está sobejamente demonstrado, Deus providenciou o auxilio de Sua Palavra para todos aqueles a quem quis instruir de maneira eficaz, pois sabia ser insuficiente a impressão de Sua imagem na estrutura do universo. Portanto, se desejamos com seriedade contemplar a Deus de forma genuína, precisamos trilhar a reta vereda indicada em Sua Palavra.
(John Owen)
Deus é grande, grande é Seu poder e infinita Sua sabedoria. Louvai-o, céu e terra, sol, lua e as estrelas com sua própria linguagem. “Meu Senhor e meu Criador! A magnificência de Tuas obras eu quero anunciar aos homens na medida em que minha inteligência limitada a possa compreender.”
(Johannes Kepler)
Poderia um marinheiro ficar parado ao ver o náufrago chorando? Poderia um médico ficar confortável e simplesmente deixar seus pacientes morrerem? Poderia um bombeiro ficar parado, deixando os homens queimarem e não dar uma ajuda? Você pode assentar-se tranquilamente em Sião com o mundo condenado a sua volta?
(Charles H. Spurgeon)
Fora de Jesus Cristo não sabemos o que é nem nossa vida, nem nossa morte, nem Deus, nem nós mesmos.
(Blaise Pascal)
Quem não acredita na existência de Deus é mais vil do que um demônio, pois nem no inferno existe ateísmo.
(Thomas Brooks)
Aquele que está sempre satisfeito, embora tenha tão pouco, é muito mais feliz do que aquele que está sempre a cobiçar mesmo tendo tanto.
(Matthew Henry)
Um sermão centrado em Cristo, sem uma mensagem de arrependimento, será recebido pelos incrédulos como um bom documentário sobre Jesus.
(Josh Buice)
Nenhuma afirmação tirada de seu contexto é uma garantia suficiente para ações que controlem claramente outras ordenanças. Quão excelente seria se toda a Igreja de Cristo tivesse aprendido que nenhuma lei da vida se baseia em um texto isolado. Todo falso professor que dividiu a Igreja teve um “está escrito” para pendurar em sua doutrina.
Se o que se diz convertido declara, distinta e deliberadamente, conhecer a vontade do Senhor, mas não demonstra interesse em cumpri-la, vocês não devem estimular tal presunção; porém, é seu dever deixar bem claro que ele não é salvo. Não suponham que o evangelho seja magnificado ou que Deus seja glorificado se disserem aos mundanos que eles podem ser salvos, naquele mesmo momento, simplesmente por aceitarem a Cristo como seu Salvador, enquanto ainda estão ligados a seus ídolos e, no coração, ainda estão apaixonados pelo pecado. Se eu fizer isso, estarei dizendo a eles uma mentira, pervertendo o evangelho, insultando a Cristo e transformando a graça de Deus em licenciosidade.
(C. H. Spurgeon)
O evangelho não denuncia pecado nem pronuncia julgamento. Ele anuncia salvação.
(G. Campbell Morgan)
O evangelho é a clara manifestação do mistério de Cristo.
(João Calvino)
O evangelho começa e termina com o que Deus é, não com o que queremos ou pensamos necessitar.
(Tom Houston)
A lei é o que precisamos fazer; o evangelho é o que Deus dá.
(Martinho Lutero)
Se você se apresenta neutro em relação a Cristo em seus contatos mais íntimos, há algo errado com seu cristianismo.
(Alan Redpath)
Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu reino,
que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina.
(Paulo, apóstolo)
Testemunho não é sinônimo de autobiografia! Quando estamos realmente testemunhando, não falamos de nós mesmos, mas de Cristo.
O pecado é uma praga, sim, a pior e mais infecciosa praga no mundo; e, apesar disso, ah! quão poucos existem que tremem diante dela, que mantêm distância dela! “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1Co 5.6). […] O pecado que está no coração de um homem é capaz de infectar um mundo inteiro, pois é sua natureza se espalhar e infectar.
(Thomas Brooks)
Aquele que é espiritual sabe permanecer quieto. Ele consegue ficar diante de Deus em adoração, enquanto Deus torna-lhe conhecida Sua vontade. Ele pode parar e esperar ordens.
(Watchman Nee)
O primeiro fundamento da justiça é, sem dúvida, a adoração a Deus.
(João Calvino)
Se o mundo determinou ser mais mundano, a igreja deve estar determinada a estar mais centrada no evangelho.
(Albert Mohler)
A adoração pública não nos isenta da adoração secreta.
(Matthew Henry)
O homem que tenta diminuir a glória de Deus, recusando-se a adorá-Lo, é como um lunático que deseja apagar o sol, escrevendo a palavra “escuridão” nas paredes de sua cela.
(C. S Lewis)
Nossa mente é constituída de tal forma que não pode, ao mesmo tempo, concentrar-se no Senhor e fixar-se no casaco novo ou no chapéu para o próximo inverno.