Ai de nós! Como esquecemos que somos apenas estrangeiros e peregrinos na Terra, que estamos viajando para nosso lar eterno, e que em breve estaremos lá!
(Otávio Winslow)
Deus diz ao homem quem o homem é.
(Francis Schaeffer)
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16,17). Sem meditação, as verdades que conhecemos nunca afetarão nosso coração. A meditação leva uma verdade ao coração! A leitura das Escrituras é o óleo que alimenta a lâmpada da meditação. Certifique-se de que suas meditações se baseiam nas Escrituras. Ler sem meditação é inútil. Meditar sem ler é perigoso. A razão pela qual ficamos tão frios ao ler a Palavra é porque não nos aquecemos no fogo da meditação.
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na Sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.1,2).
(Thomas Watson)
O Senhor te ouça
no dia da angústia,
o nome de Deus de Jacó
te proteja.
(Sl 20.1)
Sou Dele [de Cristo] por eleição e sou Dele por regeneração.
Sou Dele por compra e sou Dele por conquista.
Sou Dele por aliança e sou Dele por casamento. Eu sou totalmente Dele.
Eu sou supremamente Dele.
Eu sou particularmente Dele.
Eu sou eternamente Dele!
Antes eu era escravo, mas agora sou Seu filho querido.
Antes eu estava espiritualmente morto, mas agora estou espiritualmente vivo.
Antes eu estava na escuridão, mas agora ando na luz.
Antes eu era filho da ira e herdeiro do inferno, mas agora sou herdeiro do céu.
Antes eu era escravo de Satanás, mas agora sou um homem livre em Deus.
Antes eu estava sob o espírito de escravidão, mas agora recebi o Espírito de adoção, pelo qual clamo: “Aba, Pai!”
(Thomas Brooks)
A aflição não surge do pó ou chega até nós por acaso. É o Senhor quem envia aflição, e devemos reconhecer e reverenciar Sua mão nela. Que o povo de Deus se conforte o tempo todo pela doutrina da soberania divina. No que quer que lhes aconteça, os filhos de Deus devem descansar em silêncio e submissamente no seio de Deus, considerando que tudo o que lhes acontece passa pelo decreto de Seu gracioso Amigo e Pai reconciliado, que sabe o que é melhor para eles, e fará com que todas as coisas cooperam juntas para o bem deles. Oh, que vida doce e aprazível você teria sob as mais pesadas pressões da aflição e que serenidade e tranqüilidade celestial de mente você desfrutaria se alegremente concordasse com a boa vontade e o prazer de Deus, e abraçasse cada decreto divino, por mais agudo que possa ser, porque é determinado e designado para você pelo eterno conselho de Sua vontade!
Veja aqui o mal de murmurar e de reclamar de nossa sorte no mundo. Ao fazer isso, você está brigando com Deus, como se Ele estivesse errado em Seus tratos com você, e não de acordo com os desejos e vontades que você tem!
(Thomas Boston)
Devemos compreender que a vontade precisa ser persuadida pela verdade, e que é assim que Deus age. Ele nunca força nossa vontade, mas, antes, apresenta-nos a verdade de tal maneira que nós a queiramos. A verdade vem até nós, e, quando vemos a verdade, queremos ser libertados do pecado e pertencer a Deus.
Pecado é o grande mal e a arma de bloqueio para toda a nossa felicidade, é a razão para toda a miséria de todo o homem, tanto aqui quanto depois. Retire-se todo o pecado da vida do homem e nada mais o poderá ferir, pois a morte espiritual, a morte carnal e a morte eterna são seu único salário.
O fim de toda a aflição é a descoberta dos nossos pecados, desde que nos levem aos pés do Salvador. Vamos então, como o filho pródigo, voltar ao nosso Pai. Logo acharemos paz e descanso para a nossa alma.
A tua oração eliminará o teu pecado por completo, pondo-lhe fim, ou então o teu pecado dará um fim à tua oração.
Nada tem como impedir uma alma de se poder aproximar de Cristo, com exceção dum amor fútil pelas coisas que o mundo oferece. E até que uma alma esteja inteiramente liberta de tal monstruosidade, nunca poderá ter nela mesma um grande amor por Deus.
Todo aquele que se deleita com as realezas deste grande mundo pensa muito pouco, pois um dia aquilo a que admirou será testemunha veloz contra ele.
O Senhor usa a dor da tribulação para ter como separar o trigo da palha que carregou o trigo até ali.
É naqueles momentos de maior aflição que desvendamos muitas coisas acerca do real amor de Deus.
Não será qualquer tipo de sofrimento que faz um mártir, mas apenas o sofrer porque se é verdadeiro e se está em plena conformidade com a Palavra de Deus. Isto é, não apenas sofrer de forma justa, mas pela justiça; não apenas pela verdade, mas por amor à verdade; nunca apenas pela Palavra de Deus, mas de acordo com ela: dar testemunho, com a santidade, com a humildade, no mesmo espírito de mansidão que a própria Palavra de Deus requer de nós.
Cristo é o supremo desejo das nações, a alegria dos anjos e o deleite do Pai; quão grande deve ser a consolação da alma que O possuir pela eternidade afora!
Se você tiver muita curiosidade para saber tudo sobre a verdadeira essência da visão celestial, minha resposta para você será apenas que viva uma vida santa e chegue-se bem perto do Senhor para ver!
John Bunyan nasceu na Inglaterra da era puritana em 1628, numa cidadezinha rural chamada Bedford. Alguns anos depois de sua conversão, ficou viúvo e sua esposa deixou-lhe quatro filhos, sendo uma delas cega. Ele se casou novamente com uma mulher muito piedosa, Elizabeth, que foi sua companheira e ajudadora o resto da vida. Tornou-se pastor de uma congregação batista e, a partir da década de 1660, com o retorno da monarquia e a proibição do ministério de pregação leiga e não conformista, Bunyan foi encarcerado em inúmeras oportunidades. A soma do tempo em que Bunyan passou na prisão totaliza 12 anos. Em cada oportunidade de sair da prisão, prometia que voltaria a pregar. E voltava à prisão. Seus dias de encarceramento foram de muitas incertezas e dificuldades.
Foi na prisão que Bunyan escreveu sua obra-prima, O Peregrino, e sua autobiografia, Graça abundante ao principal dos pecadores. O Peregrino só perde para a Bíblia em número de exemplares vendidos e influência nos círculos cristãos mais conservadores. Mas Bunyan produziu muitas obras e escritos. Segundo o historiador Christopher Hill, ele escreveu cerca de 60 obras!
A morte de John Bunyan ocorreu em 31 de agosto de 1688.
Nosso grande problema é o tráfico de verdades não vividas. Tentamos comunicar o que nunca experimentamos em nossa vida.
(Dwight L. Moody)
Eu peço a Deus que todos os cristãos professos destes dias apliquem essas coisas a seu coração. Que nunca esqueçamos que os privilégios sozinhos não podem nos salvar. Luz e conhecimento, pregações fiéis, meios abundantes de graça e a companhia de pessoas santas são grandes bênçãos e vantagens. Felizes aqueles que os têm! Mas, no final de tudo, há uma coisa sem a qual privilégios são inúteis: a graça do Espírito Santo. A esposa de Ló teve muitos privilégios, mas não teve a graça de Deus no coração.
(J. C. Ryle)
Quando percebemos nossa alma definhando, a melhor maneira de fortalecê-la na mesma hora é meditar em algo que a desperte, como, por exemplo, na presença de Deus, ou no fato de que haveremos de prestar contas a Ele, ou no infinito amor de Deus em Cristo e nos frutos provenientes desse amor; ou na grandeza do chamamento cristão; no curto e incerto tempo desta vida e no quão pouco proveito dentro em breve terão todas essas coisas que roubam nosso coração e o que fizermos aqui. Quanto mais dermos lugar a esse tipo de pensamento para que se aprofunde em nosso coração, mais nos aproximaremos do estado de alma que haveremos de gozar no céu.
(Richard Sibbes)
Há mais mal no mínimo pecado do que na maior aflição.
(Thomas Brooks)
Enquanto Roma queimava, Nero tocava música. Assim são alguns pregadores que, enquanto as almas se perdem, ficam falando coisas secundárias.
(Charles H. Spurgeon)
Os que amam as trevas, não a luz, terão sua ruína de acordo com essa preferência.
(Matthew Henry)
Não disponha do seu tempo em nada do que você saiba que terá de se arrepender; em nada pelo que você não possa orar pela benção de Deus; em nada que você não possa avaliar com a consciência tranqüila em seu leito de morte; em nada que você não possa ser segura e devidamente encontrado fazendo se a morte o surpreendesse em seu ato.
Estamos às vésperas de um novo ano. Podemos dizer, sem dúvida, que o Senhor nos trouxe até aqui: abençoou-nos, guardou-nos, corrigiu-nos, encorajou-nos, repreendeu-nos, alegrou-nos, sustentou-nos, capacitou-nos, renovou-nos, ensinou-nos, transformou-nos, amou-nos, disciplinou-nos, misericordiou-nos (como dizia certa irmã que conheci). Suas misericórdias se renovaram em cada uma das 365 últimas manhãs, permitindo-nos ter mais um ano.
Quer tenhamos andado no vale da sombra da morte, quer tenhamos desfrutado apenas de pastos verdejantes, o certo é que o Senhor não nos desamparou nem abandonou em nenhum momento. Ele é Emanuel, Deus conosco todo o tempo, mesmo quando está em silêncio, mesmo quando não O vemos, mesmo quando tudo indica que Ele nos deixou. Cada manhã é a garantia de que na próxima manhã Ele ainda estará conosco, com novas misericórdias.
Muitas pessoas supõem que tudo se fará novo (elas mesmas, o mundo, a sociedade) pelo simples fato de um novo ano se iniciar. Evidentemente, isso é uma tolice, uma expectativa que se frustrará logo no primeiro dia. Mas o início de um novo ano é um bom momento para considerarmos nossa caminhada passada com o Senhor, para renovarmos nossa entrega a Ele, para estabelecermos alvos na vida cristã. A leitura diária da Bíblia, por exemplo, é um desses louváveis compromissos a assumir com Deus, contando, sem dúvida, com Sua graça para cumpri-lo.
A equipe do Campos de Boaz decidiu partilhar com os leitores um pouco do que aprendeu com o Senhor nesse ano. Sem dúvida, foi um ano de experiências profundas, as quais não seria possível descrever aqui em sua totalidade. Decidimos, então, por apresentar um artigo Gotas de orvalho especial, mas escolhemos chamá-lo de Gotas de orvalho especiais, por conterem um pouco da história particular de cada um de nós com nosso amado Senhor.
Rafael Bernard
Seu Livro Antigo busca me dar esperança e refrigério:
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
(Mateus 6.26)
Não é necessário cedermos ao peso deste mundo, pois o Senhor pediu que nossa carga a colocássemos sobre Ele. E, seguindo a atenção requerida pelas palavras do Mestre, um poema-canção de Stenius Marcius encoraja e corrige, pois Sua graça nos basta:
Acordo
Me diga, andorinha, você que já voou o mundo inteiro
Se houve um momento só, por cima de um continente,
Por sobre qualquer cidade, em que te faltou o céu?
Será que o infinito espaço a teu redor é suficiente
Pra voares livre e viveres feliz?
Me diga, peixinho dourado, senhor do vasto oceano,
Que brinca nas correntezas, se esconde em velhos navios
Mergulha nas profundezas, sem nunca chegar ao fim:
Será que os sete mares que são teus têm bastante água
Pra nadares livre e viveres feliz?
Puxa uma cadeira, minh’alma, que eu quero te perguntar:
Por que me roubas a calma, me botas tristeza no olhar?
Vamos entrar num acordo, vida tranqüila viver:
Lembra daquilo que o Mestre falou:
“A Minha graça te basta!”
Portanto:
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
(Mateus 6.32,33)
Jacilara Conceição
Minha gota é um hino/poema (citado abaixo) extraído de um livro em que ele foi mencionado, e fala de estágios de consagração da vida cristã.
Esse livro me trouxe muita luz com respeito ao que é ter uma vida conduzida pelo Espírito Santo, e o hino me impactou bastante, complementando a mensagem. Creio (mesmo em fraqueza e ainda não tendo alcançado esse nível) que, para termos uma vida cheio de Cristo e sermos conduzidos por Sua perfeita vontade, completando a carreira que nos foi proposta, precisamos nos dar completamente ao Senhor e vivermos na dependência Dele. Por isso, sugiro esse hino aos leitores do Campos de Boaz e oro para que não desviemos nossos olhos do Senhor, mas que busquemos conhecê-Lo mais e mais no próximo ano; que consagremos toda nossa vida ao Senhor, todos os dias de 2017. Assim, certamente, teremos um novo ano pleno e feliz na presença Daquele em quem há plenitude de alegria e delícias perpetuamente.
Grande abraço!
Ai! Que tempo vergonhoso, quando altivo resisti,
Ao meu Salvador bondoso, respondendo desdenhoso:
Quero o eu, não quero a Ti!
Mas o Seu amor vencia, quando sobre a Cruz o vi;
E Jesus por mim pedia, já meu coração dizia:
Quero o eu e quero a Ti!
Com ternura me amparava, graça e força recebi;
Mais e mais eu exultava, mais humilde segredava:
Menos do eu e mais de Ti!
Por seu grande amor vencido, tudo ao Senhor cedi;
Ao meu Salvador unido, este agora é meu pedido:
Não mais eu, só quero a Ti!
(Robert Hawkey Moreton)
Servant
Bem, a razão em especial da frase abaixo:
A consciência de nossos próprios males, falhas, incompreensões, escuridão e o nosso conhecimento parcial, deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que, encontrando-se em erro, assim estão com os corações sinceros e retos, com postura semelhante aos que estão com a verdade.
(John Owen)
deve-se ao fato de Owen resumir, de modo tão claro, a extrema cegueira que se abatera sobre mim, quando fui legalista-fariseu. Todos estavam errados, menos eu, em termos de doutrina! Doutrina era (e é) importante para mim, mas ela não é um fim em si mesma, mas o meio pelo qual eu devo ter comunhão com o Senhor Deus. Eu percebi que, quanto mais legalista, mais vazio eu era. Quanto mais fariseu, mais “seco” por dentro eu me tornava. E menos apto a discernir o certo do errado! Sim! Por ser fariseu, eu imaginava que eu, não Deus, era o ponto focal da Verdade. Graças a Deus que Ele teve compaixão e misericórdia de mim.
O versículo bíblico seria Atos 20.24, por ser este versículo como o resumo ideal e perfeito de todo o ministério do Apóstolo para os Gentios. Resume de modo cabal o que deve ser o ministério de todo servo do Senhor:
Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.
Rogo humildemente suas orações, a fim de que eu glorifique a Cristo com meu viver. Isso é tudo o que importa, isso é tudo o que vale a pena.
Tathyane Faoth
Uma frase que me foi útil durante o ano:
Um casamento baseado em necessidades não dá testemunho da glória de Deus; focaliza-se em demandas pessoais que competem por supremacia.
(Dave Harvey).
Essa frase foi libertadora para mim porque me levou a perceber que buscar um casamento em que todas as necessidades fossem supridas não era o alvo de Deus para meu marido e para mim; mas que, ao contrário, nosso esperar em Deus, nossa fé, nosso exercício da misericórdia, nossa renúncia, nosso deixar sobre a cruz todo o nosso querer e confiar Nele e em Sua obra, isso, sim, traz a glória de Deus!
Maria de Luca
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que também sejamos capazes de consolar os que passam por qualquer tribulação, por intermédio da consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
(2Coríntios 1.3,4).
No meio de toda tribulação que passei esse ano, fui sempre lembrada que a Palavra de Deus é suficiente para alimentar a fé. Eu mesma precisei ser relembrada disso todos os dias, porque as muitas distrações, e as muitas dores, podem nos fazer esquecer das promessas de Deus. Em um momento especialmente difícil, repeti a estrofe de um hino de que gosto muito. Diz assim:
Se tribulado por provas
Meu coração desmaiar,
A minha fé esvair-se
E a esperança findar:
Que Tua fé me sustente
Com Teu divino poder,
E das riquezas na glória
Parte então eu vou ter.
Tens doce voz,
Ó Senhor da esperança
Meu coração se alegra em Ti.
As orações dos irmãos a nosso favor, as manifestações de carinho, as respostas às orações me relembravam do amor e do cuidado de Deus por nós. Fui lembrada das promessas de que, ainda que andemos pelo vale da sombra da morte, não precisamos temer mal algum, porque Ele está sempre conosco. Que o Senhor dirige nossa vida tão frágil e, apesar de tão indignos, Ele insiste em nos dar provas de Seu amor, ainda que a maior delas já tenha sido dada no Calvário.
Francisco Nunes
Esse foi um ano ímpar, sob vários aspectos. Ou, talvez, um ano absolutamente comum, como pode ser um ano para um pecador à espera da plena redenção. Nada há de novo debaixo do sol: por que me surpreendo, então?
Mas algo me surpreendeu, sim. Várias vezes, e cada vez eu era surpreendido como se fosse pela primeira vez. Expressei isso numa frase:
Que os filhos de Deus nunca deixem de se maravilhar com o fato de que um Deus perfeito atende a imperfeitas orações.
Quão consolador, quão encorajador, quão terno, quão indescritível, quão imerecido: Deus ouve nossas orações! Orações imperfeitas, orações titubeantes, orações medrosas, orações sem fé. Mas Deus as ouve. Não sabemos orar como convém, mas Deus nos ouve. Não perseveremos em oração como o Senhor disse ser nosso dever, mas Deus nos ouve.
Devemos orar, aprender a orar, continuar orando, insistir em orar, almejar ter uma vida de oração séria e profunda, mas nunca esquecendo: não é por nada disso que nossas orações são ouvidas. Elas são ouvidas simplesmente porque Deus é bom e as ouve.
Gotas de orvalho
A graça ilimitada de Cristo confronta nossas mais profundas necessidades. A presença prometida de Cristo confronta nossa triste e melancólica solidão. Jesus assim encheu de graça tão transbordante, com amor tão tenro, com simpatia tão requintada, com poder tão ilimitado, com recursos tão amplos, com uma natureza tão imutável, os quais permanecem diante de nós e dizem a cada coração cambaleante: “Não temas!”
(Octavius Winslow)
Cristo se manifesta especialmente em tempos de aflição, porque então a alma se une de modo mais íntimo a Ele pela fé. A alma, em tempos de prosperidade, dispersa seus afetos, folgando na criatura; mas há um poder unificador na aflição santa, pelo qual o crente (como na chuva uma galinha apanha material para seu ninho) reúne suas melhores afeições em seu Pai e seu Deus.
(Richard Sibbes)
Deus não olha para a oratória de suas orações, ou para quão elegante elas são; nem para a geometria delas, ou para quão longas elas são; nem para sua aritmética, ou para quantas elas são; nem para a lógica de suas orações, ou para quão metódicas elas são. Para a sinceridade delas: é para isso que Ele olha.
(Thomas Brooks)
Prazer em Deus é a saúde de sua alma. Essa é a chave da adoração aceitável. Deus não está satisfeito, nem nós somos renovados, por uma obediência repleta de tarefas, mas isenta de prazer.
(Richard Baxter)
Não há nada que nos faça amar tanto uma pessoa quanto orar por ela.
(Willian Law)
Eu orei pedindo fé, achando que ela me atingiria como um raio. Mas não recebi fé. Um dia eu li: “A fé é pelo ouvir, e o ouvir, pela Palavra de Deus” (Rm 10.17). Eu havia fechado a Bíblia e pedido fé. Agora, estou estudando minha Bíblia, e minha fé está crescendo dia a dia.
(D. L. Moody)
Quanto mais maduro para a glória estiver um crente, à semelhança do milho maduro, tanto mais inclinará a cabeça para o chão. Quanto mais brilhante e clara for sua luz, tanto mais perceberá suas falhas e fraquezas, aninhadas em seu próprio coração. Quando ele, a princípio, converteu-se, diria que percebia bem pouco dessas falhas e fraquezas, em confronto com o que percebe agora. Quer alguém saber se está crescendo na graça? Verifique, em seu próprio interior, se sua humildade está aumentando.
(J. C. Ryle)
Hino a ser cantado no início de um novo ano… e a cada dia!
I Surrender All
Letra de Judson W. Van de Venter (1855-1939), música de Winfield Scott Weeden (1847-1908). Inspirada em Lucas 14.33.
Letra original
All to Jesus I surrender,
All to him I freely give;
I will ever love and trust him,
In his presence daily live.
Refrain
I surrender all,
I surrender all,
All to thee, my blessed Savior,
I surrender all.
All to Jesus I surrender,
Humbly at his feet I bow,
Worldly pleasures all forsaken,
Take me, Jesus, take me now.
All to Jesus I surrender;
Make me, Savior, wholly thine;
Let me feel the Holy Spirit,
Truly know that thou art mine.
All to Jesus I surrender,
Lord, I give myself to thee,
Fill me with thy love and power,
Let thy blessing fall on me.
All to Jesus I surrender;
Now I feel the sacred flame.
Oh, the joy of full salvation!
Glory, glory, to his name!
Tradução
Tudo a Jesus eu rendo,
Tudo a Ele livremente dou.
Eu irei amá-Lo e confiar nele,
Em Sua presença diariamente viver.
Coro
Eu rendo tudo,
Eu rendo tudo,
Tudo a Ti, meu bendito Salvador,
Eu rendo tudo.
Tudo a Jesus eu rendo,
Humildemente, a Teus pés, eu me curvo.
Prazeres mundanos, todos renunciados.
Toma-me, Jesus, toma-me agora.
Tudo a Jesus eu rendo,
Faz-me, Salvador, totalmente Teu.
Deixa-me sentir o Espírito Santo
Realmente saber que Tu és meu.
Tudo a Jesus eu rendo,
Senhor, eu me dou a Ti.
Enche-me com Teu amor e poder,
Deixa Tua bênção vir sobre mim.
Tudo a Jesus eu rendo,
Agora eu sinto a chama sagrada.
Oh, a alegria da plena salvação!
Glória, glória, a Seu nome!
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
tudo, sim, por Ti darei.
Resoluto, mas submisso,
sempre sempre seguirei.
Coro
Tudo entregarei, tudo entregarei;
Sim, por Ti, Jesus bendito, tudo entregarei.
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
corpo e alma eis aqui.
Este mundo mau renego,
ó Jesus, me aceita a mim!
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego,
quero ser somente Teu.
Tão submisso à Tua vontade,
como os anjos lá no céu.
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego.
Oh! Eu sinto Teu amor
transformar a minha vida
e meu coração, Senhor.
Tudo, ó Cristo, a Ti entrego –
oh, que gozo, meu Senhor!
Paz perfeita, paz completa,
glória, glória ao Salvador!
História
Judson W. Van DeVenter foi criado em um lar cristão. Aos 17 anos, creu no Senhor Jesus. Na universidade, graduou-se em arte e trabalhou como professor e administrador de arte do ensino médio. Viajou muito, visitando várias galerias de arte em toda a Europa.
Van DeVenter também estudou e ensinou música. Ele dominava 13 instrumentos diferentes, cantava e compunha. Ele estava muito envolvido no ministério de música da igreja metodista episcopal de que participava. Então, ficou dividido entre a carreira docente bem-sucedida e seu desejo de fazer parte de uma equipe evangelística. Essa luta interior durou quase cinco anos.
Em 1896, Van DeVenter estava conduzindo a música de um evento da igreja. Foi durante essas reuniões que ele finalmente rendeu seus desejos completamente a Deus: ele tomou a decisão de se tornar evangelista de tempo integral. Ele mesmo narra:
A canção foi escrita enquanto eu estava conduzindo uma reunião em East Palestine, Ohio (EUA), na casa de George Sebring (notável evangelista, fundador da Conferência Bíblica Campmeeting Sebring, em Sebring, Ohio, e mais tarde desenvolvedor da cidade de Sebring, Florida). Por algum tempo, eu tinha lutado entre desenvolver meus talentos no campo da arte e ir para o trabalho evangelístico em tempo integral. Por fim, a hora crucial de minha vida veio, e eu entreguei tudo. Um novo dia se iniciou em minha vida. Eu me tornei evangelista e descobri, no fundo de minha alma, um talento até então desconhecido para mim. Deus havia escondido uma canção em meu coração e, tocando um doce acorde, Ele me fez cantar.
Ao se submeter completamente à vontade de seu Senhor, uma canção nasceu em seu coração.
Winfield Scott Weeden publicou vários livros de música religiosa, mas esta canção parece ter sido sua favorita: o título dela está gravado em sua lápide.
É nos estágios sucessivos da experiência que o crente vê mais distintamente, e adora mais profundamente e se apega com mais firmeza à justiça conquistada por Cristo. Qual é a escola onde ele aprende sua insignificância, sua pobreza e sua absoluta escassez? É a escola da santa e profunda aflição. Em nenhuma outra escola isso se aprende, e com nenhum outro professor além de Deus. Ali, seus altos pensamentos são trazidos para baixo, e somente o Senhor é exaltado.
(Octavius Winslow)
O amor de uma esposa pelo marido talvez comece pela provisão de suas necessidades, mas depois ela o amará também pela doçura de sua pessoa. Assim a alma primeiramente ama a Cristo por causa da salvação, mas, quando é trazida a Ele e descobre quanta doçura há Nele, ela passa a amá-Lo por causa Dele mesmo.
(Richard Sibbes)
Aqueles pecados que parecem ser os mais doces na vida mostrarão serem os mais amargos na morte.
(Thomas Brooks)
O céu pagará qualquer prejuízo que possamos sofrer para ganhá-lo; mas nada pode pagar o prejuízo de perdê-lo.
(Richard Baxter)
A mera possessão de privilégios religiosos não salvará a alma de ninguém. Você pode ter vantagens espirituais de todo tipo; você pode viver e gozar das mais ricas oportunidades e meios de graça; você pode desfrutar da melhor pregação e das instruções mais verdadeiras; você pode morar no meio da luz, do conhecimento, da santidade e da boa companhia. Tudo isso é possível; contudo, você ainda pode permanecer não-convertido e estar perdido para sempre. Para salvar almas, é requerido muito mais do que privilégios. Joabe era o capitão de Davi, Geazi era o criado de Eliseu, Demas era companheiro de Paulo, Judas Iscariotes era discípulo de Cristo e Ló teve uma esposa mundana e incrédula. Todos eles morreram em seus pecados. Eles baixaram à cova apesar do conhecimento, das advertências e das oportunidades; e todos eles nos ensinam que os homens não necessitam só de privilégios. Eles precisam da graça do Espírito Santo.
(J. C. Ryle)
Se Cristo esperou para ser ungido com o Espírito Santo antes de sair para pregar, nenhum jovem deveria se atrever a subir a um púlpito antes de ser ungido pelo Espírito Santo.
(F. B. Meyer)
Ainda que Deus não tenha nenhuma satisfação em nos afligir, não nos poupará nem da mais dolorosa correção, se Ele puder, dessa forma, conduzir Seu amado filhinho para casa, a fim de habitar no Filho de Seu amor. Cristão, ore por graça, a fim de ver em cada tribulação, seja pequena ou grande, o Pai apontando para Jesus e dizendo: “Permaneça Nele!”
Se já morremos com Ele, não pode haver nenhuma dificuldade. Nossa face deve estar a todo momento voltada para Jerusalém. Durante toda a vida do Senhor, Ele aprendeu a lição de obediência. Por meio do sofrimento, Ele aprendeu obediência. Assim, também nós deveríamos nos armar com a disposição para sofrer.
(C. H. Yu, irmão chinês, quando em uma prisão comunista)
Esteja mais desejoso de ajuda interior e livramento do que da remoção da mão de Deus, quando Ele lançar aflição sobre você.
(Robert Chapman)
A incredulidade coloca as circunstâncias entre nós e Cristo, de modo a não vê-Lo, como os discípulos que não O conheceram através da cerração e gritaram de medo. A fé põe Cristo entre nós e as circunstâncias, de modo a não vê-las, por causa da glória daquela luz.
(F. B. Meyer)
O Sermão do Monte indica que o único direito em que o santo insiste é o direito de entregar os seus direitos.
(Oswald Chambers)
A vontade de Deus e a minha felicidade são sinônimos.
(Evan Hopkins)
Até a morte, terei empregado tudo o que existe em mim para amá-Lo.
(Irmão Lawrence)
Não há ganho algum, senão por uma perda;
Não há salvação, senão por uma cruz.
O grão de trigo, para multiplicar-se,
Precisa cair na terra e morrer.
Onde quer que você contemple campos maduros
Acenando a Deus suas copas douradas,
Esteja certo de que algum grão de trigo morreu,
Alguma alma foi ali crucificada;
Alguém lutou, chorou e orou,
E, impávido, legiões do inferno combateu.
Você, irmão, que treme de medo, se sentiria em perfeita segurança caso tivesse os olhos abertos para ver as companhias de anjos em seu derredor. Você se regozijaria em sua segurança se visse cavalos e carros de fogo a sua volta. Contudo, semelhantes defesas são como nada em comparação com a que está sempre ao seu redor. Deus é melhor do que miríades de carros. “As carruagens de Deus são vinte milhares, milhares de milhares” (Sl 68.17), mas a glória é o Senhor estar entre eles.
(Charles H. Spurgeon)
A maior angústia em quase todas as provações não é tanto o sofrimento em si, mas nosso espírito de resistência a ele.
(Jean Nicolas Grou)
Antes que nosso conhecimento possa ser de muito proveito para outros, deve tornar-se um canal de comunhão secreta entre nossa alma e Deus.
(Robert C. Chapman)
Lamentamos sempre a brevidade de nossos dias, mas agimos como se não houvesse fim para eles.
(D. L. Moody)
O resumo áureo de nossa vida deve ser este: quanto ao passado, um registro de gratidão; quanto ao presente, um registro de serviço; quanto ao futuro, um registro de confiança.
(D. M. Paton)
Em mil aflições, não são quinhentas delas que cooperam para o bem do crente, mas novecentas e noventa e nove e mais uma – as mil.
(George Muller)
Ficar desapontado consigo mesmo é ter acreditado em si mesmo.
Aquele que não se prepara para a morte é mais do que um tolo qualquer. É um louco.
(Charlos H. Spurgeon)
Os mandamentos que recebemos de nosso Senhor ou dos apóstolos não podem ser negligenciados nem ignorados por cristãos sérios e comprometidos. Deus nunca ensinou que devíamos ponderar Seus desejos e Seus mandamentos para nós, tomando por base nosso próprio julgamento e, então, decidir o que queremos fazer a respeito deles.
(A. W. Tozer)
Você que se encontra em grande prova e tentação não precisa desejar uma trilha mais fácil, pois pode ser que você, que está de guarda no meio dessa tentação, esteja mais seguro agora do que os que não são ferozmente provados e estão correndo o perigo da preguiça e da indiferença espiritual. As frias montanhas da prova podem ser mais seguras do que as tentadoras planícies do prazer.
(Charles H. Spurgeon)
Cuidado se você tem muito desejo de aprender com homens e não muito desejo de ficar calado diante de Deus. Concentrado apenas em bons livros, você aprende seus ensinos, mas não cria em você o que Deus criou no autor deles. Podemos papagaiar a Glória de Deus, repetindo o que lemos e ouvimos, mas sem autoridade para falar dela.
(Paul Washer)
Invoco a Deus como testemunha, para o dia em que deva comparecer ante nosso Senhor Jesus, que nunca alterei nem sequer uma sílaba da Palavra de Deus contra minha consciência, nem o faria hoje, ainda que me entregassem tudo quanto nesta terra há, seja honra, prazeres ou riquezas.
(William Tyndale)
Um bom cristão bendirá a Deus não apenas no amanhecer, mas também no pôr do sol. Que tenhamos seguramente, na pior circunstância que nos sobrevier, um salmo de gratidão, porque todas as coisas cooperam para o bem. Oh, que sejamos frequentes em bendizer a Deus! Nós daremos graças a Ele que nos trata sempre com favor.
(Thomas Watson)
A aflição nos ensina a conhecermos a nós mesmos. Na prosperidade, somos, na maioria das vezes, estranhos a nós mesmos. Deus nos aflige para que possamos nos conhecer melhor. É em tempo de aflições que vemos aquela corrupção em nosso coração que não acreditaríamos que estava lá. A água parece limpa num copo, mas, ponha-a no fogo, e sua impureza vai fervilhar. Na prosperidade, um homem parece ser humilde e grato, a água parece limpa; mas, ponha esse homem um pouco no fogo da aflição, e suas impurezas começam a fervilhar; muita impaciência e incredulidade começam a aparecer. “Oh”, diz um cristão, “eu nunca pensei que tinha um coração tão mau! Agora eu vejo que tenho! Eu nunca pensei que minhas corrupções fossem tão fortes e minhas virtudes, tão fracas!”
Ah, alguém diz, que essa passagem deve ter sido escrita por um homem que não conhecia o sofrimento, ou por alguém familiarizado com nada mais do que as leves irritações da vida. Não é isso. Estas palavras foram escritas sob a direção do Espírito Santo, e por alguém que bebeu profundamente do cálice do sofrimento, sim, por alguém que sofreu aflições em suas formas mais intensas. Veja o seu próprio testemunho: “Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez” (2 Coríntios 11:24-27).
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. Esta, então foi a firme convicção, não de alguém “favorito da sorte”, não de alguém que encontrou na jornada da vida um caminho atapetado, rodeado com rosas, mas, ao contrário, de alguém que foi odiado por seus parentes, que foi muitas vezes espancado, que sabia o que era ser privado não só do conforto, mas também das necessidades básicas da vida. Como, então explicar o seu alegre otimismo? Qual foi o segredo da sua dignidade sobre seus problemas e provações?
A primeira coisa com a qual o apóstolo penosamente provado consolou-se era que os sofrimentos do cristão são de curta duração – que estão limitados ao “tempo presente”. Isto está em nítido e em solene contraste com sofrimentos dos que rejeitam a Cristo. Seus sofrimentos serão eternos: para sempre atormentados no Lago de Fogo. Mas muito diferente é para o crente. Seus sofrimentos são restritos a esta vida na Terra, que é comparado a uma flor que sai e é cortada, a uma sombra que foge e não permanece. Uns poucos anos no máximo, e vamos passar deste vale de lágrimas para aquele país abençoado, onde lamentos e choros nunca mais serão ouvidos.
Em segundo lugar, o apóstolo olhou além, com os olhos da fé para “a glória”. Para Paulo “a glória” era algo mais do que um sonho lindo. Era uma realidade prática, exercendo uma poderosa influência sobre ele, consolando-o nas horas mais críticas e difíceis da adversidade. Este é um dos verdadeiros testes da fé. O cristão tem um sólido suporte na hora da aflição, quando o incrédulo não tem. O filho de Deus sabe que na presença do Pai “há fartura de alegria”, e que à sua mão direita “há delícias perpetuamente”. E a fé se apodera deles, apropria-se deles, e vive na alegria reconfortante deles até agora. Assim como Israel no deserto foi encorajado por uma visão do que os esperava na terra prometida (Nm 13:23,26), assim, aquele que hoje caminha pela fé, e não por vista, contempla o que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, mas o que Deus pelo Seu Espírito Santo tem revelado a nós (1 Cor. 2:9,10).
Em terceiro lugar, o apóstolo se regozijou “com a glória que em nós há de ser revelada”. Tudo isso significa que ainda não somos capazes de ter uma compreensão plena dessas coisas. Mas mais do que uma dica foi concedida a nós. Haverá:
(a) A “glória” de um corpo perfeito. Naquele dia esta corrupção se revestirá da incorruptibilidade, e isto que é mortal, da imortalidade. O que foi semeado em ignomínia será ressuscitado em glória, e o que foi semeado em fraqueza será ressuscitado em vigor. Assim como trouxemos a imagem do terreno, devemos trazer também a imagem do celestial (1 Coríntios. 15:49). O conteúdo dessas expressões é resumido e amplificado em Filipenses 3:20,21: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”.
(b) Haverá a glória de uma mente transformada. “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (1 Cor 13:12). Oh, que envolvimento de luz intelectual com que cada mente será glorificada! Que faixa de luz vai envolvê-la! Que capacidade de entendimento vai deleitá-la! Então todos os mistérios serão desvendados, todos os problemas resolvidos, todas as discrepâncias reconciliadas. Então cada verdade da revelação de Deus, cada evento de Sua providência, cada decisão de seu governo, ficará ainda mais transparentemente clara e resplandecente como o próprio sol. Você, em sua busca presente pelo conhecimento espiritual, lamenta a escuridão da sua mente, a fraqueza de sua memória, as limitações de suas faculdades intelectuais? Então nos regozijemos na esperança da glória que está para ser revelada em você – quando todos os seus poderes intelectuais serão renovados, desenvolvidos, aperfeiçoados, de modo que você conhecerá como você é conhecido.
(c) Melhor de tudo, haverá a glória da santidade perfeita. A obra da graça de Deus em nós, então, será completada. Ele prometeu que aperfeiçoará “o que me toca” (Salmo 138:8). Então será a consumação de pureza. Fomos predestinados para sermos “conformes à imagem de Seu Filho” (Rm 8:29), e quando O veremos “seremos semelhantes a ele” (1 João 3:2). Então, nossas mentes não serão mais contaminadas por imaginações do mal, nossas consciências não serão mais manchadas por um sentimento de culpa, nossas afeições não serão mais enganadas por objetos indignos. Que perspectiva maravilhosa é esta! A “glória” que será revelada em mim agora dificilmente pode refletir um raio solitário de luz! Em mim – tão desobediente, tão indigno, tão pecador, vivendo tão pouco em comunhão com Aquele que é o Pai das luzes! Pode ser que em mim esta glória seja revelada? Assim afirma a infalível Palavra de Deus. Se eu sou um filho da luz por estar “nele”, que é o resplendor da glória do Pai, mesmo que agora habite em meio a tons escuros do mundo, um dia irei ofuscar o brilho do firmamento. E quando o Senhor Jesus retornar a esta terra ele deve ser “admirável naquele dia em todos os que creem” (II Tes. 1:10).
Finalmente, o apóstolo aqui pesa o “sofrimento” do tempo presente em oposição a “glória”, que deverá ser revelada em nós, e como ele declarou que uma “não é digna de ser comparada” com a outra. Uma é transitória, outra é eterna. Como, então, não há proporção entre o finito e o infinito, não há comparação entre os sofrimentos da terra e a glória do céu. Um segundo de glória superarão uma vida de sofrimento. O que são os anos de labuta, de doença, de lutar com a pobreza, de tristeza em qualquer forma, quando comparados com a glória da terra de Emanuel! Beber do rio da vida na mão direita de Deus, uma respiração no paraíso, um instante em meio ao sangue lavado ao redor do trono, será mais do que compensador do que todas as lágrimas e gemidos da terra. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”.
Que o Espírito Santo permita que tanto o escritor quanto o leitor se agarrem a isso e apropriem-se com fé e vida na posse presente e gozo disso para o louvor da glória da graça divina.