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Conselho aos jovens (1)

Honrem a seus pais. Para seu próprio bem

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Sei que isso soa meio ameaçador. Não era a intenção. No entanto, não há como negar que a Bíblia fala desse assunto com extrema seriedade e solenidade. O quinto mandamento é muito sucinto e direto: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Dt 20.12). Não é preciso explicar muita coisa, não é verdade?

Talvez alguém alegue que isso é coisa do Antigo Testamento, que isso não se aplica mais, que não tem terra nenhuma dada pelo Senhor… Todas essas desculpas furadas para não obedecer à Palavra de Deus caem por terra pela pena de Paulo. Ele, apóstolo do Senhor, escrevendo sob a nova aliança, após a morte e ressurreição do Senhor Jesus, escrevendo para cristãos regenerados (as redundâncias são propositais) diz: “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.1-3).

Se havia alguma dúvida sobre o mandamento, Paulo as esclareceu. Honrar na prática é obedecer; a promessa é as coisas irem bem na vida e viver muito tempo. Simples assim.

Alguns engasgam com o “no Senhor” da ordem paulina, dizendo que isso só se aplica se os pais forem cristãos, ou seja, estiverem no Senhor. Interpretação errada. Vocês, filhos cristãos, que estão no Senhor, é que devem obedecer em tudo aquilo que não seja contrário ao Senhor. Isso é confirmado pela outra menção disso feita por Paulo: “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3.20). Ele escreve para uma igreja, portanto, para cristãos; e para os cristãos jovens ali ele diz que devem obedecer aos pais. Sem nenhuma condicional: se os pais forem cristãos, se os pais forem legais, se os pais fizerem a parte deles primeiro…

É evidente que isso tem um limite: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29. Leia o contexto todo para entender melhor). Se uma ordem ou orientação paterna for clara e frontalmente contra à verdade de Deus revelada na Bíblia, o filho não deve obedecer de forma alguma. Fora isso, não há desculpa para desobedecer, ou seja, desonrar, aos pais.

“Pra você é fácil falar isso. Você não sabe os pais que eu tenho!” Sim, é fácil falar isso mais do que praticar. Sim, não conheço (provavelmente) seus pais. No entanto, nada disso muda a verdade bíblica. Honrar os pais é uma ordem de Deus, escrita por Seu dedo em tábuas de pedra e ratificada no Novo Testamento. Não há como fugir disso.

Esse não é um assunto sem importância. Vejo muitos jovens de consciência cauterizada declarando-se seguidores de Jesus, Seus adoradores e outros tantos adjetivos, chorando emocionados no louvor, declarando fidelidade ao Senhor que, ao mesmo tempo, desonram os pais, não se importando com suas necessidades, não lhes dando ouvidos, não obedecendo, não seguindo suas ordens ou seus conselhos, zombando deles, desrespeitando-os diante de outras pessoas. A Bíblia diz que os “desobedientes aos pais e às mães […] são dignos de morte”! Grave, não é? E não, isso não está no Antigo Testamento, debaixo da implacável lei; é, mais uma vez, palavra de Paulo. Confira na sua Bíblia: Romanos 1.30,32. Mas leia a partir do v. 18 e veja quão grave a coisa é. Paulo menciona isso dentro do grande quadro em que descreve a situação do homem à parte de Deus, do homem que vive sem Deus, que vive em impiedade e injustiça (v. 18), daqueles que se negam a reconhecer o testemunho de Deus pelas coisas criadas (v. 20). Nesse contexto, o apóstolo menciona os homossexuais (vv. 26-28) e, a seguir, lista uma série de práticas pecaminosas, incluindo prostituição, maldade, homicídio… e desobediência aos pais.

Não acabou ainda. Paulo volta ao assunto mais uma vez. Ao falar a Timóteo sobre os “últimos dias” (alguém duvida que os estamos vivendo?), ele descreve o caráter dos homens que tornarão aqueles “tempos trabalhosos”, difíceis, perigosos. Entre outras características, lá está: “desobedientes a pais e maẽs” (2Tm 3.1-5). Paulo diz que Timóteo deveria se afastar de pessoas desse tipo. Ou seja, esta seria uma característica marcante dos tempos do fim, mas já no tempo de Timóteo havia gente com esse perfil.

Não há muito a explicar. Paulo não se preocupou em detalhar isso, pois a coisa é clara, evidente. É o que Deus disse e Paulo, sob a inspiração do Espírito, confirmou: filhos têm de honrar os pais.

Eu sei que não é fácil. Tive dois pais e duas mães; na verdade, tenho uma ainda: minha mãe biológica é viva. Meus pais adotivos tinham idade para serem meus avós, o que produziu muitos conflitos entre nós. Quando fui salvo pelo Senhor, essa questão de relacionamento com meus pais (lembre-se: eram dois casais!) foi uma das grandes lutas que travei. E não fiz tudo o que devia ter feito. Estive muito aquém do padrão bíblico em muitas circunstâncias. E não posso culpar ninguém nem justificar-me de modo algum: fui culpa minha não obedecer à ordem do Senhor e não depender de Sua graça para fazê-lo.

Então, voltando: eu sei que não é fácil. Ninguém disse que seria. Mas deve ser feito, pois é ordem de Deus. E tem uma promessa maravilhosa! No Senhor, é possível fazer isso.

(Se você quiser saber a razão desta série de artigos, clique aqui.)

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Desafie seus jovens (Alvin Reid)

Morgan se apresentou a mim depois que eu falei em sua igreja. Ela descreveu com entusiasmo o ministério que ela e seus amigos tinham começado para lutar contra o flagelo do tráfico de seres humanos. Eles estavam buscando oferecer a esperança do evangelho a meninas vulneráveis a essa indústria e às que foram resgatadas dela. No momento em que a conheci, ela e seus amigos tinham arrecadado quase US$ 4000 para enviar para o exterior para resgatar as jovens mulheres. Hoje em, quase dois anos depois desse encontro, eles já arrecadaram mais de US$ 40.000 para construir uma casa segura em Calul, Moldávia, um país cujo produto mais exportado são mulheres do tráfico.

Eu mencionei que Morgan tinha apenas 14 anos quando a conheci? Morgan e seus amigos Brianna, Maleah, McCall, Claire, Kristie e Elise lançaram um movimento impulsionado pelo evangelho. Um grupo de meninas do ensino médio decidiu não desperdiçar seus anos de ensino médio, para que pudessem causar um notável impacto notável em nome de Cristo.

Open Your Eyes

Morgan dá o crédito pelo ministério que fundou à família e a sua igreja, uma congregação muito séria sobre levar o evangelho às nações. Aos 13 anos, ela e a mãe saíram em uma viagem da igreja para a Índia. Morgan foi a primeira a admitir que seu ministério nunca teria decolado sem seus pais, o pastor dos estudantes e a congregação incentivando e apoiando os jovens. O ministério que essas meninas deram à luz (Save Our Sisters Today) é apenas um dos exemplos de crentes que vivem a missão enquanto ainda são jovens. Praticamente todas as igrejas têm jovens como Morgan. Mas será que as igrejas estão fazendo o que podem para encontrar esses jovens, direcionar suas paixões e comprometer-se a incentivá-los?

Os pais que amam a Jesus anseiam que seus filhos amem a Jesus também. Ministérios estudantes procuram envolver os alunos com o evangelho e ajudá-los a viver o evangelho. Mas há um problema. Muitas igrejas assumem uma postura em relação aos jovens que mais reflete a MTV do que a Bíblia. Muitas vezes, e com pouca reflexão, enxergamos adolescentes como estando apenas em uma lacuna entre a infância e a idade adulta. “Eles são apenas crianças”, dizemos. “Quando era menino fazia coisas de menino mesmo”. Ministérios jovens são muitas vezes pressionados a oferecer eventos mais do que engajamento, amenidades mais do que a verdade. Mas, se os alunos podem aprender trigonometria na escola, eles certamente podem aprender teologia na igreja.

A epidêmia da infância prolongada

Nossa cultura de hoje está repleta de jovens imaturos: o homem médio de 21 anos nos Estados Unidos joga 10.000 horas de videogame! Quando você considera, como demonstrado por Malcolm Gladwell, que levam 10.000 horas de prática espontânea para se tornar um especialista em alguma coisa, não é de se admirar que muitos caras de 20 e poucos anos estejam apanhando no mundo adulto. Além disso, o Estudo Nacional de Juventude e Religião descobriu que os jovens nas igrejas têm frequentemente recebido um ensino sobre a Bíblia a partir da perspectiva que o sociólogo Christian Smith chamou de “deísmo moralista terapêutico”. O resultado cumulativo é uma geração de jovens igrejeiros marcados mais pela atividade e moralismo do que pela missão do Deus vivo.

Mas e se pararmos essa tendência? E se desafiarmos os jovens em nossas igrejas para viver missionalmente?

Muitas vezes na Bíblia lemos sobre notáveis jovens. Vendido como escravo aos 17 anos, José viveu para Deus, independentemente das circunstâncias em que esteve. Samuel ouviu a voz de Deus ainda menino, quando a palavra de Deus era rara. Davi matou Golias quando era adolescente, o mais novo e mais esfarrapado de muitos filhos. Josias liderou um avivamento e Deus chamou a Jeremias, cada um deles, enquanto eram jovens. É possível que Daniel e seus amigos fossem tão jovens quanto os do ensino médio de hoje, quando foram deportados para a Babilônia, no entanto, permaneceram por sua fé. E no Novo Testamento, encontramos os discípulos de Jesus, eles mesmos jovens homens, bem como a exortação específica de Paulo a Timóteo de que não deixasse ninguém desprezá-lo por causa de sua juventude. Este conjunto de provas não deve ser ignorado.

Jonathan Edwards disse que o Grande Avivamento foi essencialmente um movimento da juventude. Menos de um século depois, em 1806, estudantes universitários sentados em um palheiro provocaram um movimento de missões em todo o mundo. Perto do final do século 19, um movimento voluntário estudante viu milhares de jovens a levar o evangelho às nações.

Assim, dadas as vastas mudanças dos últimos 200 anos, como devemos ver a juventude de hoje? Não como crianças terminando a infância, mas como jovens que entram na idade adulta, capazes de compreender e viver o evangelho como missionários em uma cultura cada vez mais não-cristã. Nós que somos pais e pastores de jovens devemos nos ver como estrategistas missionários equipando os alunos para viver em missão, bem agora, não mais tarde.

Cinco Sugestões

Como seria essa transformação?

1. Edifique seus pastores de jovens e pais no evangelho. Mostre-lhes, como Tim Keller observa, que o evangelho não é apenas o ABC de salvação, mas o A a Z do cristianismo. A visão missionária que não surge de resposta ao evangelho leva ao ativismo legalista, ministério não-biblicamente impulsionado.

2. Envolvê-los na missão localmente. Nós tentamos ajudar nossos próprios filhos, agora crescidos e casados, a ver a missão por meio de coisas simples, tais como maneiras como tratamos nossos vizinhos, a forma como tratamos os funcionários dos restaurantes.

3. Não deixá-los sem conhecimento sobre a missão global. Um dos meus mantras é: “Leve as crianças pra fora do país antes de terminarem o ensino médio.” Quando nossa filha Hannah tinha 18 anos, já tinhafeito viagens missionárias por quatro continentes. Nosso filho Josh viajou para três continentes e feito trabalho missionário em várias das principais cidades dos Estados Unidos. Essas viagens ajudam os adolescentes a ver que o evangelho não é apenas superstição caseira dos seus pais, ele é verdadeiro e digno de proclamação a todos, em toda parte.

4. Demonstrar vidas missionárias. Deixe-os ver você vivendo missionalmente enquanto você ensiná-los a viverem assim também. Discipulado é geralmente mais aprendido do que ensinado.

5. Acredite neles. A juventude precisa de três coisas:

1.      De uma visão para a vida tão grande quanto o evangelho;

2.      De incentivo para viver radicalmente para Jesus Cristo agora;

3.      Da permissão para fazê-lo.

Certa vez, o missionário estadista Stanley Jones foi questionado sobre como ele ajudou muitos jovens a se tornarem missionários eficazes em todo o mundo. “Eu levo uma pessoa jovem”, respondeu ele, “coloco uma grande coroa sobre sua cabeça. Então, eu a ajudo a crescer dentro dela.”

Se estamos centrados no evangelho e comprometidos a viver missionalmente, podemos fazer o mesmo com a juventude de hoje também.

 

Alvin Reid serve como professor de evangelismo e de ministério para estudantes na Seminário Telógico Batista do Sudeste. Com MDiv e PhD em evangelismo do Seminário do Sudeste e décadas de experiência no ministério de jovens, Reid tem escrito extensivamente sobre evangelismo, cristianismo missionário, avivamento espiritual e ministério estudantil, sendo autor de mais de uma dúzia de livros. Seu mais recente livro é As You Go: Creating a Missional Culture of Gospel-Centered Students (NavPress, 2013).

(Traduzido por Kairós Ramos Nunes de Challenge Your Youth)

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