Ó minha alma, este não é o momento de desesperar-se. Enquanto meus olhos puderem encontrar uma promessa na Bíblia, enquanto houver um momento restante de respiração ou de vida neste mundo, ainda esperarei ou buscarei por misericórdia, ainda lutarei contra a incredulidade e o desespero.
(John Bunyan)
A oração não é vencer a relutância de Deus. É se apoderar de Sua vontade.
(Martinho Lutero)
O teste final da nossa espiritualidade é a medida do nosso maravilhamento diante da graça de Deus.
(Martyn Lloyd-Jones)
Não te esforces apenas para pregar com exatidão, mas para viver com exatidão; deixa que a inadequação de uma ação em tua vida te perturbe mais do que a inadequação de palavras em teus discursos. Este é o caminho para ter sucesso em tua missão e dela prestar contas com alegria.
(John Flavel)
Nos últimos dez anos, Deus me capacitou a manter um propósito perfeito e ininterrupto de servi-Lo de todo o coração. Nenhuma tentação desviou-me desse propósito inabalável. “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36) tem sido meu lema. Meu coração anseia por Ele, e, à medida que O busco em oração fervorosa, paciente e cheia de fé e em busca diligente de Sua Palavra, Ele está aprofundando a obra da graça em minha alma.
(Samuel Logan Brengle)
Pela demora do arrependimento, o pecado se fortalece e o coração se endurece. Quanto mais tempo o gelo congela, mais difícil é quebrá-lo.
(Thomas Watson)
Conhecer Jesus é a descrição mais curta da verdadeira graça. Conhecê-Lo melhor é a marca mais segura do crescimento na graça. Conhecê-Lo perfeitamente é a vida eterna.
(John Newton)
Se tu não escolheste o Reino de Deus em primeiro lugar, no final não fará diferença o que escolheste em lugar dele.
Nada pode ser mais consolador para o homem de Deus do que a convicção de que o Senhor que fez o mundo governa o mundo; e que todo acontecimento, grande e pequeno, próspero e adverso, está sob a absoluta disposição Daquele que faz bem todas as coisas.
(Jerry Bridges)
Não importa quão justas sejam tuas palavras: tu estragas tudo quando fala com raiva.
(João Crisóstomo)
Oração não é uma opção, mas uma necessidade.
(Billy Graham)
A Lei: ‘Seja justo’.
O veredito: ‘Ninguém é justo’.
O evangelho: ‘Jesus é nossa justiça’.
(Justin Joseph)
Uma prisão não é impedimento para uma vida cristã útil.
(Richard Wurmbrand)
A oração eficaz é fruto de um relacionamento com Deus, não uma técnica para adquirir bênçãos.
(D. A. Carson)
A oração é fraca.
A fé é pequena. Deus é forte.
(Mike Winger)
Somos chamados a morrer com Cristo a fim de que venhamos a viver com Ele, e a sofrer com Ele a fim de que venhamos a reinar com Ele.
Algumas partes das vestes do sumo sacerdote descritas por Moisés eram meros “memoriais”, ou lembretes das maiores e eternas coisas por vir. As doze pedras preciosas do peitoral do sumo sacerdote eram meramente “pedras de memória”. Elas testificavam sobre os fundamentos de doze pedras preciosas (Ap 21.19,20) da cidade eterna na qual os santos ressurretos de Deus habitarão (Êx 28.12,29; 39.7). O testemunho de Moisés sobre Melquisedeque, o sacerdote-rei, é a base do argumento sobre a intenção de Deus de deixar de lado o sacerdócio de Arão. E, por fim, o argumento sobre o descanso futuro do sétimo dia do Altíssimo se volta para o testemunho de Moisés em relação à obra da criação e à observância do descanso do sétimo dia sob a lei. O testemunho de Moisés, como afirma o Espírito de Deus, é incontestável – e os judeus estavam prontos para confessar isso. Nesta base, então, o apóstolo1 enquadraria seu argumento aos hebreus. Como poderiam eles se recusar a ouvir Moisés, sua testemunha confiável, quando ele testificou de um Mestre, Líder e Sumo Sacerdote maior?
Na afirmação “Cristo, como Filho, sobre a Sua própria casa” (Hb 3.6) não se destaca Sua fidelidade a um superior, e esse é o ponto agora diante de nós. “Tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus” (10.21; 1Pd 2.5; 4.17). De Moisés fora dito: “Fiel em toda a Minha casa”. Mas Cristo está sobre ela (10.21). Jesus estava aqui tipificado por José, tanto em sua humilhação como em sua exaltação. “José achou graça em seus olhos [de Potifar], e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39.4). Deus “me tem posto [diz José novamente] por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa e como regente em toda a terra do Egito” (45.8). Faraó, diz Estêvão, “o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa” (At 7.10).
“Cuja casa somos nós.”
Aqui, o sentido de “casa” é estreitado para significar “família”. Deus não está agora habitando “em templos feitos por mãos de homens” (17.24), pois qual edifício na terra poderia o homem construir que servisse à grandeza Daquele que enche o céu e a terra? Mas, enquanto isso, Deus olha para os redimidos de Cristo e habita neles, e a Igreja é a “morada de Deus em Espírito” (Ef 2.22), uma casa de pedras vivas (1Pe 2.5). É a nova criação espiritual, na qual o Altíssimo tem prazer. Os que crêem constituem o povo e a casa de Deus, sobre os quais Cristo preside. Mas é sob esta condição que habitam Nele: se retiverem firmemente o que já possuíam como crentes (e Paulo inclui a si mesmo, pois usa o pronome nós; Hb 3.14).
Eles deviam conservar “firmes a confiança e a glória da esperança até ao fim”. Qual é a esperança em questão? É aquela ligada ao chamamento celestial: a vinda de Cristo para reinar em Sua glória, e a associação de Sua fiel irmandade a Ele naquele dia. O esplendor dessa esperança foi ofuscada na mente deles devido à longa demora e pela pressão da perseguição. Esqueceram que “se sofrermos [com Cristo], também com Ele reinaremos” (2Tm 2.12). A vida de Cristo é o modelo a que os cristãos devem se moldar: primeiro sofrer; então, entrar na glória.
Que essa é a esperança é estabelecido por muitas provas. Esse é o propósito dos prévios dois capítulos de Hebreus, que apresentam Cristo como um segundo período a ser trazido à terra habitável. É o reino de justiça que alguém deve, como Seu seguidor, desfrutar com Cristo, no dia em que a perversidade dos inimigos de Cristo for abatida com mão forte e as obras de Deus forem postas em sujeição ao homem; é a grande salvação, o descanso de Deus, a primeira ressurreição (Hb 2.3; 4.1,3,10; Ap 20.5,6). É a vinda do reino milenar de Deus, de que Cristo tão frequentemente testificou. Porém nossa esperança é somente uma (Ef 4.4): sermos apreciados por patriarcas e profetas, e pelos aceitos por Deus mediante a Lei, assim como por aqueles julgados dignos mediante o Evangelho. É a esperança originada na liderança do Senhor. O desfrute da boa terra era a esperança ligada à missão de Moisés; a nossa é a glória de mil anos. Em Cristo “os gentios esperarão. Ora, o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15.12,13). “A graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2.11-13).
Aumentar a fé dos cristãos no retorno de nosso Senhor e encorajar sua esperança do reino são os principais objetos desta epístola.
Vislumbres daquele dia foram dadas por Moisés nos descansos ligadas aos setes da Lei. Vemos isso também anunciado na promessa de Moisés ao subir a montanha; e após o banquete dos setenta anciãos na presença de Deus, quando ele os manda ficar onde estavam, pois retornaria para eles (Êx 24.14). Aumentar a fé dos cristãos no retorno de nosso Senhor e encorajar sua esperança do reino são os principais objetos desta epístola.
Quando no início creram, eles retiveram com alegre confiança interior a expectativa do breve retorno e reino de Cristo; e todo coração transbordava para os outros com exultação da glória a ser manifesta, e sua própria participação nela. “Venha, junte-se ao povo do Senhor! Ele virá brevemente para nos fazer Seus companheiros na glória!” Mas, com a demora de ano após ano, a confiança interior decaiu e o testemunho exterior, em conseqüência, enfraqueceu (Pv 13.12).
Em quarenta dias, a expectativa do reaparecimento de Moisés se foi, e, com sua extinção, despontou a idolatria; enquanto Arão, que deixara o alto posto que lhe fora dado e descera para a planície, tornou-se o culpado fabricante de um ídolo e seu sumo sacerdote.
O Espírito de Deus, então, nos ordena a nos mantermos firmes interiormente e a, exteriormente, testificar com ousadia aos demais acerca do retorno e do reino de nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos ter firmeza até o fim – não até a nossa morte, mas até Seu reaparecimento. O enfraquecimento e o abalo dessa esperança produziram, quanto a seus efeitos, o endurecimento, a esterilidade e a desobediência dos cristãos hebreus, dos quais Paulo reclama.
“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a Sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram por quarenta anos as minhas obras” (Hb 3.7-9).
O argumento que segue a 4.12 é uma exortação aos crentes buscarem o descanso milenar e a se guardarem de provocar Deus, como fez Israel, pois o mesmo Deus que excluiu Israel da terra da promessa excluirá os ofensores no dia da recompensa, quando Cristo tomar o reino. Paulo aplica a esse propósito as advertências de Salmos 95. Assim, essa passagem corre paralelamente com as advertências do Sermão do Monte, que foi também endereçado aos crentes, e com outras passagens que tratam da entrada no reino da glória. Muitas são as passagens que tratam da recompensa vindoura, que testificam da necessidade de diligência a fim de obtê-la e da probabilidade de ser perdida.
O apóstolo caracteriza a passagem que está prestes a dar como decisiva, pois é inspirada pelo Espírito Santo, o qual fala em Salmos e em toda a Santa Escritura. Então, nosso Senhor ensina: “O próprio Davi disse pelo Espírito Santo” (Mc 12.36). “A Escritura não pode ser anulada” (Jo 10.35).
A presente dispensação é descrita como hoje. É um período especial, (1) do chamado de Deus para a obediência a Cristo e (2) do julgamento de Seu povo a caminho da glória. Com a fé no sangue de Cristo, como o Cordeiro da verdadeira Páscoa, começa nosso resgate de Satanás, do mundo e da maldição. Então, vem a passagem pelas águas do batismo, após as quais o deserto tem início. Mas multidões de crentes preferem continuar no Egito, a despeito da ordem de avançar.
“Se ouvirdes […] a Sua voz”
Jesus é nosso Moisés, o Líder para a glória. “E o lugar do Seu repouso será glória” (Is 11.10, lit.). “Por que Me chamais ‘Senhor, Senhor’, e não fazeis o que Eu digo?” (Lc 6.46). “Este é o Meu amado Filho […] escutai-O” (Mt 17.5). A obediência ao Filho é obediência também ao Pai. Essa foi a palavra que veio de Deus, quando o quadro em miniatura do reino da glória foi dado [no monte da transfiguração]. “Nem todo o que Me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus” (7.21). Hoje é o convite e o dia do julgamento; amanhã, a glória.
Não obstante, no deserto Israel desobedeceu às ordens de provas de Deus. Jeová disse aos israelitas: “Eis que tenho posto esta terra diante de vós; entrai e possui-a” (Dt 1.8). Moisés reitera a palavra: “Eis aqui o Senhor, teu Deus, tem posto esta terra diante de ti; sobe, toma posse dela” (v. 21). Eles se recusaram, afirmando que não poderiam entrar por causa dos perigos.
“Não endureçais o vosso coração”
O obediente escuta, pois é a Palavra de Deus. Porém aqueles que são rebeldes desprezam as promessas, contestam as ameaças, não obedecerão às ordens. Eles se fortalecem em sua resistência ao Altíssimo. Quantos crentes vêem o batismo, no entanto, com vários pretextos desprezam a ordem e se recusam a confissão de Cristo que ele carrega consigo!
Quem, a não ser os crentes professos, desobedecem a Cristo?
“Como na provocação, durante o dia da tentação no deserto”
Logo após deixar o Mar Vermelho, e antes de chegar ao Sinai, Israel começou a provocar Deus pela murmuração por causa da necessidade de comida no deserto. Em Refidim, os israelitas murmuraram novamente. Estavam quase prontos a apedrejar Moisés, pois pensavam que a culpa fosse dele. O Senhor ajuda em ambos os casos, mas o lugar é chamado “Tentação” e “Luta” (Êx 17). Outra vez há um clamor por água, em Cades, e o lugar também é chamado de “Luta” (Nm 20). Moisés é conduzido a fazer menção disso, mesmo em sua palavra de bênção diante da morte: “E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste [tentaste] em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá” (Dt 33.8).
Contudo parece, na passagem de que estamos tratando, que o Senhor considerou todo o tempo da jornada no deserto como um tempo de provocação e tentação. A maior crise ocorreu como registrada em Números 13 e 142, que analisaremos agora.
“Eles viram as Minhas obras por quarenta anos”
As obras da criação de Deus já haviam há muito sido completadas, e Seu repouso ali foi quebrado. Na criação, os anjos romperam em louvores e cantando hinos de alegria. Mas agora Deus trabalhava no interesse de novas obras de redenção para os israelitas: eles eram livres, eram povo de Deus. Ele os sustentou por quarenta anos, ainda que murmurassem contra Ele. Sua punição, então, seria que, quando o descanso de Deus chegasse, assim como com Seu antigo descanso na criação, eles não teriam parte nele.
Por quarenta anos o Senhor fora provocado; apesar de Suas obras maravilhosas a favor do povo, este não confiou e desobedeceu. Deus realizou as maravilhas da criação por apenas seis dias. Seus sinais redentores foram feitos por quarenta anos: sinais de poder contra os inimigos dos israelitas; sinais de favor para os israelitas, misturados com juízos contra os desobedientes que havia entre eles. As maravilhas da redenção são relatadas muito mais amplamente do que as da criação, pois elas diziam respeito a nós mais de perto, e são consideradas por nosso Deus como mais importantes e de maior glória para Ele. Mas Israel não percebeu seu significado; ele não se sujeitou ao Grande Governador.
O obediente escuta, pois é a Palavra de Deus.
Então, finalmente temos o efeito dessa contínua provocação ao Altíssimo. Ele foi ofendido. O mau comportamento de Seu próprio povo O tocou mais intimamente do que o dos egípcios. Ele descobre a fonte das provocações dos ofensores: “Estes sempre erram em seu coração” (Hb 3.10). Pois o coração por natureza é “inimigo de Deus” (Rm 8).
Eles não conheceram os caminhos de Deus
Os “caminhos” de uma pessoa significam sua conduta como consequência de seu caráter. Suponhamos que haja alguém que foi muito gentil para com um pobre homem em sua doença. Desse ato afirmo sua disposição permanente. Diria que é de um caráter benevolente. Então, de observarmos os efeitos afirmamos a natureza das coisas. […] Assim, os israelitas deveriam ter aprendido sobre o caráter de Jeová, sobre Seus atos com respeito a eles. Eles deveriam tê-Lo amado por Sua bondade e O temido por Sua impressionante justiça.
Eles não viram Sua razão nas várias provas acontecidas pelo caminho. Pensaram que, se Deus os guiasse, não haveria problemas. Porém, essa não era a mente divina. Ele condescendeu explicar-lhes Suas razões nessas provações. “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os Seus mandamentos ou não” (Dt 8.2). Eles prometeram obediência perfeita; porém eram ignorantes a respeito de seu orgulho, de sua perversidade e de sua inimizade conta Deus, e o Altíssimo exibiria o mal do coração deles, o mal em suas palavras e ações. “Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor, teu Deus” (v. 5). Moisés, no fim, assume o mesmo procedimento. “Tendes visto tudo quanto o Senhor fez perante vossos olhos, na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos e a toda sua terra; as grandes provas que os teus olhos têm visto, aqueles sinais e grandes maravilhas; porém não vos tem dado o Senhor um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje” (Dt 29.2-4).
“Assim, jurei na Minha ira que não entrarão no Meu repouso”
Eis aqui – aquilo em que muitos não acreditarão – a ira de Deus contra Seu povo por causa da contínua desobediência. Não pode nem mesmo um pai estar de modo justo zangado com a desobediência e a provocação de um filho? Por fim, ocorreu Seu juramento de exclusão.
Olhemos um pouco mais de perto para a crise que suscitou esse juramento.
O povo propôs enviar doze espias para ver a terra antes de entrar nela. A proposta emergiu em parte da descrença; mas Moisés e o Senhor a sancionaram. Os espias retornaram após quarenta dias, trazendo testemunho da fertilidade da terra, e também exemplares de uvas, romãs e figos encontrados nela. “Vamos possuir a boa terra”, disse Calebe. Então, os espias sem fé se opuseram a ele. Tão gigantescos eram os habitantes, tão fortificadas e grandes eram as cidades que eles não poderiam possuí-la. Todo o povo tomou o partido da descrença. Pesaram seus próprios poderes contra os obstáculos a serem superados, e deixaram o poder de seu Deus. Cada um encorajou o outro a não crer, até imaginaram e disseram que Jeová somente os havia guiado pelo deserto com o propósito de entregá-los à espada dos cananeus! Calebe e Josué foram encorajá-los. “A terra é boa! Se nosso Deus for conosco, os cananeus não poderão se opôr a nós. Não se rebelem contra o Senhor!” “Mas toda a congregação disse que os apedrejassem; porém a glória do Senhor apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel. E disse o Senhor a Moisés: Até quando Me provocará este povo? E até quando não crerá em Mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio dele?” (Nm 16.10,11). Moisés intercedeu, ou toda a congregação seria destruída. Em resposta, “disse o Senhor: Conforme à tua palavra lhe perdoei. Porém, tão certamente como Eu vivo e como a glória do Senhor encherá toda a terra,3 e que todos os homens que viram a Minha glória e os Meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e Me tentaram estas dez vezes e não obedeceram à Minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que Me provocaram a verá” (vv. 20-23).
Agora segue uma íntima aplicação dessa história para os crentes hoje.
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel [de incredulidade], para se apartar do Deus vivo” (Hb 3.12).
Três vezes a expressão “qualquer de vós”4 é trazida para alertar os crentes hebreus daquele tempo. “Para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (v. 13). “Pareça que algum de vós fica para trás” (4.1). O Espírito Santo previu que a objeção seria feita: “Apliquem todo tipo de advertência aos professos: eles não são dos nossos! Como podem os crentes ser acusados de incredulidade no coração?” Mas como poderiam crentes apartarem-se, no coração, do Deus vivo? Vejamos um exemplo. “Por que o Senhor nos traz a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns aos outros: Constituamos um líder e voltemos ao Egito” (Nm 14.3,4). Era o voltar atrás do coração, não realizado em ato porque Deus chegou para impedir.
Ao ouvir isso, deveríamos supor que uma negativa deve ter, por algum acidente, caído do texto, e que deveríamos ler: “Vede, irmãos, que não há em qualquer de vós um coração mau e infiel”. “Nenhum de vós se endureceu pelo engano do pecado”. Mas não: é endereçado aos descrentes entre os crentes! Em qual coração não há um pouco desse velho fermento? Os israelitas deixaram o Egito por fé na mensagem de Deus dada por Moisés, mas a alma deles recuou quando foram colocados face a face com os obstáculos na terra. “Então eu vos disse: Não vos espanteis nem os temais. O Senhor, vosso Deus, que vai adiante de vós, Ele pelejará por vós, conforme a tudo o que fez convosco, diante de vossos olhos […] Mas nem por isso crestes no Senhor, vosso Deus“ (Dt 1.29,30,32).
“Mas por que comparar um povo que anda segundo a carne com o agora povo regenerado de Deus?”
Porque assim Deus faz aqui! Porque, mesmo no regenerado, estão os remanescentes do velho Adão.
“Mas a igreja de Cristo não está debaixo da lei, mas debaixo da graça, e nenhum perigo pode ameaçá-la.”
Se é assim, esta epístola é um erro, pois é baseada no princípio oposto: que, embora os crentes estejam agora salvos pela graça, eles, no aspecto do galardão, devem, como o antigo povo de Deus, ser tratados “de acordo com as obras”. A Epístola aos Hebreus é de Deus?
“Um coração mau e infiel [de incredulidade], para se apartar do Deus vivo”
O “Deus vivo” desta passagem é o Senhor Jesus. Foi declarado que Ele é o Criador e o Sustentador de tudo. [No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3).] “Eis que Deus é grande, e nós não O compreendemos, e o número dos Seus anos não se pode esquadrinhar” (Jó 36.26). Pedro assim confessou Cristo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16). E o Filho é da mesma natureza de Seu Pai. Assim Jesus, em ressurreição, descreve a Si mesmo: “Eu sou o primeiro e o último, e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17,18). Ele é o Senhor da vida; provou assim ser na ressurreição; [Aquele que irá] introduzir outros no reino pela primeira ressurreição, por meio de Seus méritos (5.9,10). O Novo Testamento nos diz também que os israelitas no deserto tentaram a Cristo (1Co 10.9).
“Não seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns aos outros: Constituamos um líder e voltemos ao Egito” (Nm 14.3,4). Esse foi o afastamento de coração entre eles e Jeová. E um risco semelhante estava assaltando os cristãos hebreus. Eles foram tentados a retornar a Moisés e à Lei, deixando Jesus, o Senhor, por causa da perseguição e dos perigos do caminho para Seu reino milenar.
A fé amolece o coração; a incredulidade o endurece.
“Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 3.13).
O remédio a ser oposto a esse perigo é uma constante exortação de uns aos outros. Quanto quer que dure o perigo da queda, esse é o período que Deus chama de Hoje. “Hoje não endureçais vosso coração”. Estamos em constante perigo; apliquemos constantemente essa arma da exortação. Vigiemos para não deixar de confiar em Deus e para não retrocedermos com medo dos inimigos a serem encontrados, assim perdendo o dia de especial glória para o qual fomos chamados. Busquemos o prêmio de nosso chamado. Busquemos “em primeiro lugar o reino de Deus e sua [ordenada] justiça” como o meio para isso (Mt 6.33).
Aquele que ouve a Palavra de Deus não deve endurecer o coração. A fé amolece o coração; a incredulidade o endurece. A fé nos faz tremer de Sua Palavra; a incredulidade faz pouco das promessas e dos avisos do Senhor. “Desprezaram a terra aprazível; não creram na Sua palavra” (Sl 106.24). Quando os israelitas foram mandados a subir, eles não foram, apesar de Deus estar com eles. Quando foram proibidos, eles subiram, ainda que Deus estivesse contra eles. Tudo vai bem conosco quando reverenciamos a autoridade de Deus manifestada em Sua Palavra. Mas permanecer em oposição a toda ordenação Dele é perigoso. O pecado se espalha pela alma como um câncer. Nós podemos nos fazer de surdos às ameaças de Deus, mas, por fim, elas se provarão verdadeiras. Podemos nos encorajar ou consolar com o número daqueles que, como nós, desobedecem; mas a multidão dos desobedientes em Israel era teve desculpa. Seiscentos mil homens, e um igual número de mulheres, pereceram: foram apenas dois que entraram.
Essa palavra de advertência é também como um espelho para nós na história apresentada. Calebe acalma os murmúrios dos israelitas diante de Moisés, e exorta-os a subirem de uma vez e possuírem a terra. Mais tarde, Calebe e Josué exortam o povo a obedecer; mas a multidão furiosamente resiste ao apelo e clama que os dois fiéis sejam apedrejados. Então, toda esperança de restauração do povo se vai, quando a exortação é rejeitada e o coração está endurecido a ponto de procurar a morte dos servos fiéis. O pacto de Deus, assim, vai adiante contra os descrentes e rebeldes, e, enquanto eles tentam, presunçosamente, subir, são abatidos diante do inimigo, pois o Senhor não estava com eles. Quantos estão agora endurecendo-se contra o batismo, “o Reino Pessoal”, e a recompensa segundo as obras!
Notas
1O autor acredita que Paulo, chamado de “o apóstolo”, é o autor de Hebreus. Essa é a opinião mais comum entre os cristãos, mas não é unânime. (N. do R.)
2É notável que a referência aos capítulos 13 e 14 ocorra logo após a referência, em Hb 2.2, a Moisés como o “servo fiel” em Nm 12. (N. do E.)
3Eis aqui uma pista de “Meu descanso”. Eis aqui uma intimação do dia milenar, quando toda a terra será cheia da glória de Deus e o “Filho do homem” será seu centro (Sl 8). (N. do E.)
4Nos três versículos citados, as mesmas palavras gregas são usadas, apesar da diferente tradução em cada um deles. (N. do R.)
(Publicado originalmente em 16.6.16. Atualizado e republicado em 25.12.23.)
A igreja está em dívida com prisões por causa de muitos escritos excelentes.
(Matthew Henry)
O conhecimento de ter sido o instrumento para arrancar um único tição do fogo eterno proporcionará [ao pregador] uma satisfação mais real do que a certeza de ter realizado os mais elevados objetivos da ambição literária.
(John Angell James)
Uma recepção da verdade apenas como opinião é diferente de receber a verdade salvificamente. Muitos são ortodoxos, ou têm tanto julgamento e conhecimento que defendem estritamente a verdade, mas o coração não está possuído pela vida e pelo poder dela.
(Thomas Manton)
Todo cristão pode saber que o dia da sua morte será o melhor dia de sua vida.
(Derek Thomas)
Quando não consigo ler, quando não consigo pensar, quando não consigo nem orar, posso confiar.
(Hudson Taylor)
Todo homem é tão santo quanto realmente deseja ser.
(A. W. Tozer)
Se as pessoas lessem mais a Bíblia e estudassem o que há nela sobre o céu, não teriam a mente tão mundana como têm. Elas não teriam o coração voltado para as coisas daqui, mas buscariam as coisas imperecíveis do alto.
Salmo 3. Salmo de Davi, quando fugiu diante da face de Absalão, seu filho
Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários!
São muitos os que se levantam contra mim.
Muitos dizem da minha alma: ‘Não há salvação para ele em Deus!’ (Selá.)
Porém Tu, Senhor, és um escudo para mim; a minha glória e o que exalta a minha cabeça.
Com a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o Seu santo monte.
Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou.
Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam.
Levanta-Te, Senhor; salva-me, Deus meu; pois feriste a todos os meus inimigos no queixo; quebraste os dentes aos ímpios.
A salvação vem do Senhor; sobre o Teu povo seja a Tua bênção. (Selá.)
Confiar no Senhor ou nos meios – Saul e Davi
Em que depositava Saul mais confiança: no Senhor ou na armadura? Na armadura, sem dúvida; e é assim com todos aqueles que não andam verdadeiramente por fé: apoiam-se nos meios, e não em Deus.
O homem dos meios e o homem da fé estão realmente diante de nós, e nós percebemos imediatamente como o último está longe de agir segundo os meios. Ora, Davi sentiu que as vestes e a couraça de Saul representavam esses meios, e portanto recusou-os. Se Davi tivesse partido com eles, a vitória não teria sido tão claramente do Senhor. Mas Davi havia confessado sua fé na libertação do Senhor, e não na armadura de Saul.
Tem-se dito, e muito bem, que o perigo para Davi não foi quando se encontrou com o gigante, mas quando se viu tentado a usar a armadura de Saul. Se o inimigo tivesse sido bem-sucedido em induzi-lo a ir com ela, tudo estava perdido; mas, mediante a graça, ele a rejeitou, e assim entregou-se inteiramente nas mãos do Senhor, e nós sabemos qual a segurança que encontrou nelas. É isto que a fé sempre faz: deixa tudo, inteiramente, ao cuidado de Deus. Não se trata de confiar no Senhor e na armadura de Saul, mas somente no Senhor.
E não podemos aplicar esse princípio ao caso de um pobre pecador desamparado a respeito do perdão dos seus pecados? Creio que sim. Satanás procura tentar o pecador a acrescentar alguma coisa à obra consumada de Cristo – alguma coisa que diminua a glória do Filho de Deus como o único Salvador de pecadores. Ora, àqueles que assim fazem eu gostaria de dizer que seja o que for que acrescentem à obra de Cristo só conseguem inutilizá-la.
Em resumo: devemos ter, portanto, somente Cristo; e não Cristo e as nossas obras, mas simplesmente Cristo, porque Ele é suficiente; não precisamos de nada mais, e não podemos passar com menos. Desonramos a suficiência do Seu sacrifício expiatório sempre que procuramos ligar alguma coisa nossa com ele, precisamente como Davi teria desonrado o Senhor indo ao encontro do gigante filisteu com a armadura de Saul.
—
(Publicado originalmente em 19.10.17. Revisado e republicado em 16.10.23.)
À primeira vista, tratar desse tema não é algo edificante. Porém, a Bíblia apresenta o diabo como um ser que realmente existe e sempre se opõe a Cristo e a Seu povo. Por isso, não podemos simplesmente deixar o assunto de lado.
“O diabo peca desde o princípio” (1Jo 3.8). Ele é “o príncipe deste mundo” e “o deus deste século” (Jo 12.31; 2Co 4.4). Ele é poderoso, mesmo que não seja todo-poderoso. Desde o nascimento, todo ser humano está no ambiente onde ocorre o domínio de Satanás. Aqueles que aceitaram o Senhor Jesus como seu Salvador foram tirados “da autoridade das trevas” e transportados “para o reino do Filho” amado do Pai (Cl 1.13). Eles deixaram o domínio de Satanás, que é caracterizado por trevas, e estão agora no domínio de Cristo, caracterizado por luz (At 26.18). Essa mudança é imensa e, para todos os que agora estão ao lado de Cristo, é motivo diário de gratidão e alegria.
No entanto, mesmo que o diabo não domine mais os crentes, ele é e continua sendo inimigo deles. Ele é o grande adversário de Cristo e faz todo o possível para prejudicar aqueles que creram em Cristo. O diabo tem dois aliados terríveis: a carne em nós e o mundo que nos rodeia.
Fomos tirados do poder do diabo; ele, porém, está sempre contra nós e tenta nos prejudicar. Ele é nosso adversário (1Pd 5.8). A história de Jó destaca isso, e muitas outras passagens bíblicas revelam sua atividade contra os crentes (p. ex.: Zc 3.1; 1Cr 21.1). Satanás pode até encher-lhes o coração (At 5.3). Suas artimanhas são muitas e diversas, e somos instados a resistir a suas ciladas (Ef 6.11). Portanto, é útil conhecermos seu caráter. Vamos considerar algumas das advertências que Deus nos dá em Sua Palavra sobre como Satanás age.
Mentiras. O diabo é o grande mentiroso, e é chamado de “pai da mentira” (Jo 8.44). Vemos isso desde Gênesis 3, quando ele entrou em cena pela primeira vez, no jardim do Éden. Todas as atividades do diabo são marcadas por mentiras. Tudo o que ele diz ou tudo aquilo em que ele nos tenta fazer acreditar não é verdade: ele distorce os fatos ou os nega.
Engano. Está intimamente ligado à mentira. Satanás sempre tenta enganar os homens. Ele “se transfigura em anjo de luz” e envia seus mensageiros que se transfiguram “em ministros da justiça” (2Co 11.14-15). O maior engano de Satanás ainda não chegou; ele se dará quando “o iníquo” – o anticristo – “cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” for revelado (2Ts 2.8,9). Mas o princípio já está ativo hoje.
A distorção da verdade. Isso também está intimamente ligado às mentiras. Satanás é astuto para alterar a Palavra de Deus, adaptando-a aos seus planos e, depois, fazendo-nos acreditar que esse é o pensamento de Deus. Foi assim que ele conseguiu derrubar Eva (Gn 3.1). Mesmo na tentação do Senhor Jesus no deserto, ele tentou alcançar seu objetivo usando uma citação do Antigo Testamento, certamente sem sucesso (Lc 4.10,11).
Imitação do que é divino. Satanás procura imitar o que é divino para nos confundir e desestabilizar. Ele trouxe feiticeiros do Egito para imitar os milagres de Moisés (Êx 7.22). No campo onde se semeia boa semente, ele semeia joio que se parece com o grão bom. Ele assim trabalha para corromper a colheita (Mt 13.25,39). Para saber como as imitações diferem da verdade, precisamos de discernimento espiritual.
Sedução. Satanás sempre tentará induzir os crentes ao mal e à independência de Deus. Jesus disse a um de Seus discípulos: “Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo” (Lc 22.31). Ele conhece nossas fraquezas e sabe como nos derrubar usando, por exemplo, sedução moral (1Co 7.5). Nessa área, o diabo tem obtido muitas vitórias, pois muitos cristãos não estão suficientemente vigilantes. O apóstolo João nos adverte seriamente contra “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16).
Neutralizar o efeito da Palavra. Um dos esforços constantes de Satanás é tentar eliminar o efeito da Palavra de Deus em nosso coração, a fim de que não haja fruto para Deus em nossa vida. Se não permanecermos vigilantes e aceitarmos a Palavra, o diabo tira a semente que Deus nos semeia no coração quando a lemos ou a ouvimos (Mt 13.19).
Colocar obstáculos à obra de Deus. Paulo e seus colaboradores tiveram de experimentar o empenho de Satanás em sua oposição à obra do Senhor. Deus pode permitir que Satanás crie obstáculos a ela, ou até mesmo que a impeça. Embora as intenções daqueles missionários fossem boas e seus motivos, corretos, Satanás os impediu de ir a Tessalônica, e isso aconteceu duas vezes (1Ts 2.18). Portanto, devemos levar em conta o fato de que Satanás, ainda hoje, está fazendo tudo o que pode para impedir que a obra do Senhor seja realizada.
Perseguição. A Bíblia nos apresenta o diabo não apenas como alguém que ataca de forma sutil e oculta, mas também como um “leão que ruge” que procura alguém para devorar (1Pd 5.8). Foi sob esse caráter que os crentes de Esmirna lidaram com ele: o diabo iria lançar alguns deles na prisão (Ap 2.10). O grande número de mártires na história da Igreja evidencia tristemente essa atividade.
Sofrimento. A história de Jó nos conta como Satanás ataca diretamente um crente, infligindo-lhe grande sofrimento físico. Paulo também sofreu ataques desse tipo, e os descreve como um mensageiro de Satanás esbofeteando-o (2Co 12.7). Mas lembremos que o diabo não pode fazer nada se Deus não permitir. Deus está acima de todas as coisas. Isso também fica muito claro na história de Jó. É Deus quem determina a intensidade e a duração da provação (1Co 10.13; 1Pd 1.7).
Ao falar de Satanás, Paulo escreveu aos coríntios: “Não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). É muito importante levar isso em consideração e saber com que inimigo estamos lidando. É necessário conhecer suas intenções e seus métodos, para não subestimar o perigo que representam para nós.
Para concluir esse tópico negativo com algo positivo, vamos mencionar dois fatos encorajadores.
Satanás é um inimigo derrotado. “Para isso o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8). “Pela morte”, o Senhor Jesus aniquilou “o que tinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14). A obra de Cristo na cruz foi o triunfo sobre Satanás e todas as hostes espirituais do mal (Ef 6.12): “Na cruz […] Despojando os principados e as potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo” (Cl 2.14,15).
Essa vitória na cruz logo será visível. Paulo escreve aos romanos: “O Deus da paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés” (16.20). O diabo será amarrado e lançado no abismo (Ap 20.2,3). Depois disso, será solto por um pouco de tempo e, então, “lançado no lago de fogo e enxofre” por toda a eternidade (vv. 7,10).
Podemos suportar melhor a aflição do que a prosperidade, pois na prosperidade nos esquecemos de Deus.
(Dwight L. Moody)
A vida cristã é a vida que o Senhor Jesus Cristo viveu dois mil anos atrás sendo vivida agora por Ele no cristão!
(Ian Thomas)
Quando há algo na Palavra de Deus de que eu não gosto, o problema não está na Palavra de Deus. Está em mim.
(R. C. Sproul)
Nós precisamos de ventos e tempestades para exercitar nossa fé, para arrancar o ramo podre da auto-dependência e nos enraizar mais firmemente em Cristo.
(C. H. Spurgeon)
Orar corretamente significa continuar orando até que Deus responda!
(John Hyde)
Resolução 1: Eu viverei para Deus.
Resolução 2: Se ninguém mais o fizer, eu ainda o farei.
(Jonathan Edwards)
Não subestime o impacto de uma vida solitária vivida para a glória de Deus.
(Alistair Begg)
A Bíblia não é um livro para preguiçosos! Grande parte do seu tesouro, assim como os minerais valiosos armazenados nas entranhas da terra, só se rendem ao buscador diligente.
Exemplos de prática cristã ilustrados pela vida dos santos da Bíblia (final)
O assunto não foi tratado exaustivamente, pois isso seria quase impossível, mas, para a primeira parte do assunto, doze graças principais foram escolhidas, e selecionados cerca de doze melhores exemplos de cada uma. Para a segunda parte, que se refere especificamente ao apóstolo Paulo, foi elaborada uma lista que busca ser completa.
Parte 2: Exemplo de Paulo, o apóstolo, em:
Estar desejoso de conhecer a Cristo, e o poder de Sua ressurreição, e a comunhão de Seus sofrimentos, sendo conformado à Sua morte (Fp 3.10)
Não estar satisfeito com as realizações presentes, mas avançando (Fp 3.12)
Esquecer as coisas que ficam para trás e estender a mão para as que estão adiante, avançando para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.13,14)
Ser um pacificador (Fp 4.2)
Ter aprendido a estar contente em todas as situações (Fp 4.11,12)
Fazer todas as coisas por meio de Cristo que o fortalecia (Fp 4.13)
Não desejar dádivas, mas o benefício daquele que oferta (Fp 4.17)
Estar plenamente satisfeito (Fp 4.18)
Advertir todo homem em toda sabedoria pela pregação de Cristo (Cl 1.28)
Trabalhar e se esforçar, de acordo com a operação de Deus (Cl 1.29)
Cuidar fervorosamente até mesmo de santos a quem não conhecia pessoalmente (Cl 2.1)
Regozijar-se na ordem e na fé dos santos (Cl 2.5)
Elogiar quando devido (Fp 2.29,30; Cl 4.12,13; 1Ts 4.9)
Empenhar-se em ser exemplo em todas as coisas (1Ts 1.5)
Manter-se livre de falsidade, impureza ou culpa (1Ts 2.3)
Não usar palavras lisonjeiras (1Ts 2.5)
Nem usar pretexto de avareza (1Ts 2.5)
Não buscar a glória dos homens (1Ts 2.6)
Ser gentil, assim como uma ama cuida dos filhos (1Ts 2.7)
Trabalhar noite e dia, a fim de não ser pesado para ninguém (1Ts 2.9)
Viver santamente, com justiça e sem culpa (1Ts 2.10)
Exortar, consolar e orientar os outros, como um pai faz com os filhos (1Ts 2.11,12)
Ter o mesmo amor, mesmo quando ausente (1Ts 2.17)
Diligência em ensinar sobre as coisas por vir (Paulo estava apenas há três semanas em Tessalônica, e não encontrou crentes lá quando chegou) (2Ts 2.5)
Ter profunda percepção da própria pecaminosidade (1Tm 1.15,16)
Confiar no Deus vivo (1Tm 4.10)
Serviço consciente (2Tm 1.3; At 24.16)
Ter confiança total em Cristo (2Tm 1.12)
Ter gratidão pelo amor e pela bondade recebidos, e afetuosa lembrança do serviço que lhe foi prestado (2Tm 1.16-18)
Suportar todas as coisas por amor dos eleitos (2Tm 2.10)
Ter combatido o bom combate, terminado a carreira e guardado a fé (2Tm 4.7)
Ter amor pela manifestação do Senhor (2Tm 4.8)
Ter lembrança pessoal e individual dos santos e amor por eles (últimos capítulos de Rm, de 1Co, de 2Tm, etc.)
Cuidar dos pequenos assuntos relacionados aos desejos pessoais dos santos (Tt 3.13)
Ter mais desejoso de suplicar do que de ordenar (Fm 8,9)
Buscar oportunidade para serviço voluntário, em vez de forçoso (Fm 13,14)
Ter disposição de sofrer o dano em lugar do devedor (Fm 18,19)
Confiar nas orações feitas a seu favor (Fm 22)
Sempre se lembrar de que a graça é a maior necessidade dos santos (introdução e conclusão de suas cartas)
Exemplos de prática cristã ilustrados pela vida dos santos da Bíblia (9)
O assunto não foi tratado exaustivamente, pois isso seria quase impossível, mas, para a primeira parte do assunto, doze graças principais foram escolhidas, e selecionados cerca de doze melhores exemplos de cada uma. Para a segunda parte, que se refere especificamente ao apóstolo Paulo, foi elaborada uma lista que busca ser completa.
Parte 2: Exemplo de Paulo, o apóstolo, em:
Ser fiel em repreender o pecado (2Co 13.2)
Não procurar agradar aos homens, mas a Deus (Gl 1.10; 1Ts 2.4)
Não consultar carne e sangue (Gl 1.16)
Não se sujeitar a falsos mestres (Gl 2.5)
Lembrar dos pobres (Gl 2.10)
Dizer a verdade mesmo ao custo de provocar inimizade (Gl 4.16)
Não recuar da ofensa da cruz (Gl 5.11)
Gloriar-se em nada a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 6.14)
Estar crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14)
Orar pelos santos (Ef 1.16; 3.14; Fp 1.4; 1Ts 3.10)
Ter humildade quanto às realizações espirituais (Ef 3.8)
Confiar no interesse amoroso dos santos (Ef 6.21)
Ter saudade dos santos (Fp 1.8)
Regozijar-se de Cristo ser pregado, mesmo que por razões indignas (Fp 1.18)
Ter confiança de que em nada será envergonhado (Fp 1.20)
Ter Cristo como viver e o morrer como lucro (Fp 1.21)
Ter desejo por partir e estar com Cristo, mas desejar permanecer na carne por causa da Igreja (Fp 1.23,24)
Ter regozijo na unidade do Espírito guardada pelos santos (Fp 2.2)
Ter regozijo na proclamação da palavra pelos santos (Fp 2.16)
Ter regozijo em ser oferecido como libação pelos santos (Fp 2.17)
Ter preocupação em saber o estado dos santos (Fp 2.19)
Ter, de bom grado, enviado Epafrodito, a fim de que ele e os filipenses pudessem ter o conforto de ver um ao outro (Fp 2.25)
Considerar tudo como perda por causa de Cristo (Fp 3.7)
Exemplos de prática cristã ilustrados pela vida dos santos da Bíblia (8)
O assunto não foi tratado exaustivamente, pois isso seria quase impossível, mas, para a primeira parte do assunto, doze graças principais foram escolhidas, e selecionados cerca de doze melhores exemplos de cada uma. Para a segunda parte, que se refere especificamente ao apóstolo Paulo, foi elaborada uma lista que busca ser completa.
Parte 2: Exemplo de Paulo, o apóstolo
Dor pelo pecado da igreja (2Co 2.4)
Triunfo contínuo em Cristo (2Co 2.14)
Não corromper a Palavra de Deus (2Co 2.17)
Ser vaso para o tesouro de Deus (2Co 4.7)
Ocupado não com as coisas visíveis, mas com as invisíveis (2Co 4.18)
Disposto a estar ausente do corpo e estar presente com o Senhor (2Co 5.8)
Ser cooperador de Deus (2Co 6.1)
Não escandalizando em nada, para que o ministério não seja censurado (2Co 6.3)
Triste, mas sempre alegre (2Co 6.10)
Pobre, mas enriquecendo a muitos (2Co 6.10)
Nada tendo, e possuindo tudo (2Co 6.10)
Nem prejudicando, corrompendo ou defraudando qualquer homem (2Co 7.2)
Dando prova de cuidado pelas almas dos santos (2Co 7.12)
Regozijando-se com os que se alegram (2Co 7.13)
Não guerreando segundo a carne e descartando as armas carnais (2Co 10.3,4)
Zelo para que os santos sejam fiéis a Cristo (2Co 11.2)
Pregando o evangelho sem esperar recompensa (2Co 11.7-9)
Não apenas sentindo, mas expressando amor (2Co 11.11)
Simpatia por fracos e ofendidos (2Co 11.29)
Gloriando-se nas enfermidades, porque mostram o poder de Cristo (2Co 12.9)
Tendo prazer em enfermidades, injúrias, necessidades, perseguições e angústias por amor de Cristo (2Co 12.10)
Gastando alegremente e sendo gasto pelos santos (2Co 12.15)