Se você crê no que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que crê, mas, sim, em si mesmo.
(Agostinho de Hipona)
A primeira coisa que se vai quando começamos a nos desviar é a alegria do Senhor.
(Evan H. Hopkins)
Fé, fé poderosa a promessa vê
e repousa apenas nisto:
ri de impossibilidades,
e diz que será feito.
(Charles Wesley)
Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração.
(Rm 12.12)
Toda a Palavra de Deus é um campo – e Cristo é o tesouro escondido nesse campo!
(Thomas Brooks)
A fé é o reconhecimento da inteira ausência de toda bondade em nós e o reconhecimento da cruz como substituto de todo o desejo de nossa parte. Toda a obra é de Cristo, não nossa, do começo ao fim.
(Horácio Bonar)
Deus não escolhe covardes destituídos de firmeza para pôr Sua glória no rosto deles. Temos muitos homens feitos de açúcar, em nossos dias, que se desfazem na corrente da opinião popular; mas esses homens nunca subirão ao monte do Senhor, nem permanecerão em Seu santo lugar, nem usarão os símbolos de Sua glória.
O Espírito Santo não pode fazer Sua habitação em alguém ainda não perdoado.
(Horácio Bonar)
Pois eu não procuro entender para poder crer; mas creio para poder entender, pois creio por isto: a menos que eu creia, não consigo entender.
(Anselmo de Cantuária)
Deixe-as fingir o quanto quiserem: a verdadeira razão pela qual as pessoas desprezam o novo nascimento é porque elas odeiam uma nova vida. Aquele que não pode suportar viver para Deus irá tão pouco suportar ouvir sobre ser nascido de Deus.
(John Owen)
Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando todo o entendimento à obediência de Cristo.
(2Coríntios 10.3-5)
O reino dos céus não vem de fato quando a vontade de Deus é a nossa lei; ele vem plenamente quando a vontade de Deus é a nossa vontade.
(George MacDonald)
Conhecer a vontade de Deus é o maior conhecimento; encontrar a vontade de Deus é a maior descoberta; fazer a vontade de Deus é a maior conquista.
(Autor desconhecido)
Não há situação tão caótica que Deus não possa, a partir dela, criar algo que seja sobrepujantemente bom. Ele fez isso na criação. Ele fez isso na cruz. Ele está fazendo isso hoje.
Ela é a “bem-aventurada esperança” (Tt 2.13), a certeza que esperamos realizar-se, a plena convicção pela qual aguardamos, a esperança que anima, que nos abençoa, que é bendita: a segunda vinda do Senhor Jesus! Ela animou os cristãos perseguidos do passado, os que deram a vida ao testemunharem do Senhor, os que pregaram em terras inóspitos a povos cruéis, os que perderam tudo por causa de sua fidelidade Àquele que lhes era tudo. Ela animou pregadores na prisão, mártires na fogueira, desterrados em ilhas áridas. Ela encheu de conforto anônimos entregues ao serviço do Rei dos reis. Ela motivava os apóstolos a prosseguirem, mesmo quando abandonados por todos, mesmo quando sentenciados à morte, mesmo quando considerados como lixo desse mundo. A doce voz Daquele que prometera voltar sustentava a jornada dos peregrinos pelo mundo que lhes crucificou o Amado.
Todos os que foram animados pela “bendita esperança” tinham plena consciência de que estamos em um campo de batalha, que o mundo não é nosso lugar, que nosso Rei foi aqui odiado – por isso também deveríamos sê-lo – e morto, mas voltará vitorioso para tomar os Seus e julgar os que se mantém rebeldes.
Infelizmente, tudo muito diferente de muitos do povo de Deus hoje. Estes estão confortáveis nesse mundo, divertindo-se, mesmo com “entretenimento cristão”, casando-se e dando-se em casamento, fazendo planos para aqui permanecer por longos dias, conformados aos esquemas do presente século, fazendo questão de serem tomados por “egípcios” em lugar de preferir os sofrimentos pelo nome do Senhor. Para estes, a volta do Senhor é mero assunto de especulações teológicas, de discussões sem importância; é apenas tema para “ficção evangélica”. Nada que faça diferença no dia a dia, nos pensamentos, nas escolhas, nos projetos, na vida de oração, na comunhão com outros santos, no relacionamento com os ímpios, no desespero por pregar o evangelho, por suspiros por mais de Cristo.
Quem ainda se lembra que sua Pátria não é desse mundo? Quem vive com os olhos na eternidade? Quem anseia, com lágrimas, que seu Senhor volte? Quem vive de tal maneira que, se possível for, “obrigue” o Senhor a voltar um dia mais cedo? Quem clama para que Ele volte, como na letra daquele maravilhoso hino?
Todos os cristãos, sem exceção, são tentados a esquecer, a, no mínimo, serem menos influenciados pela “bendita esperança”. Somos todos bombardeados o tempo todo com deslumbrantes convites de ficarmos por aqui, de fincarmos raízes nesse mundo, de não sermos tão radicais na fé, na condenação ao pecado, na afirmação de que só há um Caminho para Deus… Somos tentados a relativizar, a contemporizar, a vivermos apenas uma religião particular, que não incomode ninguém. Somos tentados a negar nosso Senhor e a desejar que Ele não volte.
Nesse Gotas de Orvalho Especial, de número 200, queremos ser sacudidos, despertados, encorajados, envergonhados por aquilo que nossos antepassados espirituais falaram da volta do Senhor. Eles almejaram tanto presenciar aquilo que nós, muito provavelmente, testemunharemos. Como podemos almejar menos do que eles?
Oh! Quão esplêndida é a glória futura! Quão perfeita é a salvação que Deus preparou para nós! Levantemo-nos e elevemo-nos. Que o céu assim nos encha para que a carne não encontre mais base nem o mundo exerça nenhuma atração! Que o amor do Pai esteja assim em nós a fim de não mantermos mais nenhuma comunicação com Seu inimigo! Que o Senhor Jesus satisfaça nosso coração a fim de não desejarmos mais ninguém! E que o Espírito Santo gere em cada crente a oração: “Vem, Senhor Jesus!”
(Watchman Nee)
Nunca prego um sermão sem pensar que é possível que o Senhor venha antes de eu ter oportunidade de pregar outro.
(D. L. Moody)
Estou diariamente esperando a vinda do Filho de Deus.
(George Whitefield)
Oh, que Cristo venha a passos largos! Ah! Se Ele dobrasse os céus como uma capa e tirasse do caminho o tempo e os dias!
(Samuel Rutherford)
Nunca começo a trabalhar de manhã sem pensar que Cristo talvez venha interromper meu trabalho e começar o Dele. Não estou esperando a morte – estou esperando por Ele.
(G. Campbell Morgan)
“Certamente cedo venho” (Ap 22.20). Depois de uma tão longa espera, quão abençoado é isso! Depois de tantas dores, provações, dificuldades, perigos, quão doce é ter uma palavra assim, e saber que Aquele que fala é o santo e o verdadeiro, e seguramente está prestes a vir na fidelidade de Seu amor! Ele não falhará em confirmar o penhor que deu a nosso coração. Ele está vindo, e vindo em breve para nós.
(William Kelly)
Que, pela graça de Deus, conservemos esta bendita esperança sempre e constantemente viva em nossa alma, e fiquemos em viva comunhão com Ele, enquanto atravessamos este mundo, não como pertencendo ao mundo, mas como separados para o Senhor que entregou a Si mesmo por nós. Que estejamos tão ocupados com Ele a ponto de ficarmos real e verdadeiramente esperando por Ele, aguardando e almejando ouvir Sua voz.
(W. Scott)
Embora nossa milícia terrena possa ser desesperadora, ela não é para sempre. Não! Ela é breve, muito breve. Seu fim está próximo, muito próximo. E com o fim virão triunfo, honra e cânticos de vitória. Então, também, a paz se seguirá e o retorno do soldado desgastado na guerra para sua morada tranqüila.
(Horácio Bonar)
Cristãos que estão realmente se preparando para a vinda iminente do Senhor estão vivendo hoje na atitude sempre vigilante de coração, de vida e de conduta que brota de um constante e predominante objetivo: poderem ser considerados dignos de escapar do julgamento de ira que virá rapidamente no fim desta era.
(Sarah Foulkes)
Será que você pode dizer: “Estou aguardando Cristo”? […] Não pergunto a você se você entende a respeito da vinda do Senhor, [mas] será que você está verdadeiramente esperando pelo Filho de Deus vindo do céu? Você gostaria que Ele viesse hoje? […] O que você pensaria se soubesse que Ele vem hoje? Será que isso é exatamente o que sua alma está desejando?
(John Nelson Darby)
Falta pouco pra chegarmos,
nossos pés descansarão.
Sem pecados, sem tristezas,
os que O seguem O ouvirão
com doçura sussurrando:
“Não temais! Avançai mais!
A jornada em breve acaba,
não caminhareis inda mais!”
(Margaret E. Barber)
Em breve voltarás, Jesus, Senhor!
Que gozo, que prazer, nosso Senhor,
Teu rosto contemplar, ser como Tu, Senhor!
Contigo sempre estar, nosso Senhor!
“Há um amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24). Tal amigo é o Senhor Jesus! Ele é assim um amigo de cada um em Seu povo – como se Ele não fosse amigo de ninguém mais. Jesus é um amigo onipotente, um amigo onisciente, um amigo onipresente, um amigo todo-suficiente, um amigo soberano, um amigo imutável, um amigo atento, um amigo amoroso, um amigo fiel, um amigo compassivo, um amigo íntimo, um amigo em todos os casos e em todos os lugares, nosso melhor amigo!
“[Jesus], como havia amado os Seus […] amou-os até o fim” (Jo 13.1).
(Thomas Brooks)
Eu faço uma regra do dever cristão nunca ir a um lugar onde não haja espaço para meu Mestre, assim como para mim.
(John Newton)
Confie nisto: à obra de Deus feita do modo de Deus nunca faltarão os suprimentos de Deus.
(J. Hudson Taylor)
Um cristão é um pecador salvo pela graça soberana, admitido à comunhão com o Deus Altíssimo, guardado pela força da Onipotência, guiado com sabedoria infalível, sustentado em meio às cheias do Jordão, transportado por anjos para o paraíso celestial, para ali receber a coroa da imortalidade e a palma da eterna vitória! Oh! Que honras terrenas podem ser comparadas a estas! Honras terrenas! Não as nomeie – elas são colocados na balança, e achadas mais leves que a vaidade! Mas, cristãos, suas honras não são sombrias, mas substanciais. Portanto, não as esqueçam. Aproveitem-nas. Elas são poços de salvação – bebam delas livremente. Elas são o orvalho do céu – deixem-nas refrescarem sua alma! São cachos de frutos vindos da cruz e ribeiros vindos do oceano da felicidade celestial! “Comei, amigos; bebei abundantemente, ó amados!” (Ct 5.1). “Far-me-ás ver a vereda da vida; na Tua presença há fartura de alegrias; à Tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl 16.11).
(William Nicholson)
Deus suaviza a dor exterior com a paz interior.
(Thomas Watson)
Deus toma um curso seguro com Seus filhos, para que eles não sejam condenados com o mundo. Ele permite que o mundo os condene para que eles não amem o mundo. Para que possam ser crucificados, o mundo deve ser crucificado para eles. Portanto, eles se encontram com tais cruzes, abusos e injustiças no mundo. Por não permitir que pereçam com o mundo, Deus lhes envia aflições no e pelo mundo.
(Richard Sibbes)
O contentamento cristão é aquela doce, interior, tranqüila e graciosa disposição de espírito que se submete livremente à disposição sábia e paternal de Deus em todas as condições e nela se deleita.
O que mais minha alma pode desejar para assegurar sua felicidade? “Eu sou do Senhor” – palavras deliciosas, tão doces quanto a harmonia do céu! Milhares de vezes pode essa declaração encantadora ser feita e, ainda assim, nem todo o seu poder ser sentido, nem todo o seu valor ser compreendido, nem toda a sua glória ser vista! “Eu sou do Senhor!” Então, saúdo a pobreza com todos as suas labutas, perseguição com todas as suas carrancas, labores com toda a sua arduidade. Então, saúdo a morte que acabará com todos os meus conflitos aqui, e me conduzirá para casa, para Aquele de quem eu sou – que me amou e se entregou por mim!
(William Nicholson)
Se eu pedir para ser libertada da provação, em vez de ser libertado por meio dela, para o louvor de Sua glória; se me esqueço que o caminho da Cruz leva à Cruz e não a um canteiro de flores; se eu regular minha vida por essas linhas, ou até mesmo inconscientemente meu pensamento, de modo que fique surpresa quando o caminho for áspero e achar estranho “Não considere isso estranho, conte tudo como alegria”, então, eu não sei nada do amor do Calvário.
(Amy Carmichael)
Senhor, nada para Ti é ajudar, quer o poderoso quer o de nenhuma força. Ajuda-nos, pois, Senhor, nosso Deus, porque em Ti confiamos e no Teu nome viemos contra esta multidão. Senhor, Tu és nosso Deus; não prevaleça contra Ti o homem.
(2Crônicas 14.11)
Avivamento é tão somente a vida do Senhor Jesus derramada em corações humanos. Jesus é sempre vitorioso. No céu, Ele está sendo louvado perpetuamente por Sua vitória. Qualquer que seja nossa experiência de fracasso e aridez, Ele nunca é derrotado.
(Roy Hession)
Estes são os cristãos mais felizes: os que têm os pensamentos mais baixos de si mesmos e a cujos olhos Jesus é mais glorioso e precioso!
(John Newton)
Deus sempre dá Seu melhor para aqueles que deixam a escolha com Ele.
Estamos agora falando de um terceiro poder de bênção por meio da cruz. Somos freqüentemente lembrados do fato de que, na grande experiência da salvação, há tempos verbais. Fui salvo; estou sendo salvo; agora está minha salvação mais perto do que quando cri – isto é, serei salvo. O aspecto particular da Cruz que está diante de nossa mente lida com o tempo presente e progressivo da salvação. O perdão completo, suficiente, perfeito é concedido no exato momento em que cremos no Senhor Jesus Cristo. A pureza está naquele mesmo momento colocado a nossa disposição; se nos apropriamos dela ou não é outro assunto. O poder também está a nossa disposição a partir daquele momento e para sempre, mas necessariamente chegamos a compreendê-lo e a utilizá-lo apenas à medida que vivemos a vida cristã.
A Palavra da Cruz é o poder de Deus para aqueles que estão sendo salvos. A alma perdoada e purificada imediatamente confronta o futuro, e em nenhum lugar a fraqueza é mais sentida do que naquele momento. Freqüentemente, os homens são impedidos desse grande ato de entrega a Jesus Cristo, que os coloca na posição de perdão ou de pureza, ou de ambos, pelo medo do futuro. E, ainda que os homens se submetam ao chamado do Senhor e se regozijem no perdão dos pecados; mesmo que eles se submetam totalmente ao Senhor e reivindiquem a grande purificação da consciência que vem com tal rendição; mesmo que a grande paz de Deus esteja no coração deles, no entanto, quando eles enfrentam o futuro, o sentimento de fraqueza vem, talvez como nunca antes. Para esse sentimento de fraqueza a Cruz traz um evangelho, e como pelo caminho da Cruz tenho perdão e pureza e paz, assim também pelo caminho da cruz – bendito seja Deus! – existe poder para mim.
“Jesus!” Esse é o nome que O coloca além da minha compreensão, pois encontramos no Homem que tem esse nome o ponto de contato entre nós e Aquele a quem Ele veio revelar de forma suprema. Retire-O de mim e lembre-me apenas do poder executivo que Deus possui em Seu universo, e estarei perdido, pois não poderei compreender a verdade inacessível. Retire-O de mim e fale a minha alma sobre Deus, sobre as maravilhas e mistério de Seu ser, e serei totalmente incapaz de entender esse Deus – Ele será incompreensível para mim. Um evangelho que é o Evangelho de Deus, mas não é soletrado na minha linguagem e feito visível para a minha natureza finita, não é evangelho para mim.
O príncipe dos expositores da Bíblia
G. Campbell Morgan (1863–1945)
Pregador inglês e importante estudioso da Bíblia, considerado por muitos como o Príncipe dos expositores da Bíblia. Foi pastor da capela Westminster (Londres) de 1904 a 1919 e de 1933 a 1943, sendo, então, substituído por Martin Lloyd-Jones.
Em 1896, D. L. Moody convidou-o para uma palestra para os alunos no Moody Bible Institute (EUA). Após a morte de Moody, em 1899, Morgan assumiu o cargo de diretor da Conferência Bíblica de Northfield. Ele foi ordenado pelos congregacionalistas em Londres e recebeu um grau de Doutor em Divindade pelo Chicago Theological Seminary em 1902. Depois de cinco anos atuando ali, ele voltou à Inglaterra em 1904 e tornou-se pastor da Capela Westminster em Londres. Suas pregações e aulas semanais de sexta-feira à noite eram freqüentadas por milhares de pessoas. Em 1910, ele contribuiu com um ensaio intitulado “Os propósitos da encarnação” para o primeiro volume de The Fundamentals, ensaios estes que são considerados por muitos como a base do moderno movimento fundamentalista.
Deixando a Capela de Westminster em 1919, retornou aos Estados Unidos, onde conduziu um ministério itinerante de pregação e ensino por 14 anos. Finalmente, em 1933, retornou à Inglaterra e à Capela de Westminster e lá permaneceu até sua aposentadoria, em 1943. Trouxe Martin Lloyd-Jones a Westminster em 1939 para dividir o púlpito e se tornar seu sucessor. Morgan era amigo de F. B. Meyer, Charles Spurgeon e muitos outros importantes pregadores de sua época.
Tudo o que queremos em Cristo, nós vamos encontrar em Cristo. Se queremos pouco, vamos encontrar pouco. Se quisermos muito, encontraremos muito; mas se, em total desamparo, lançarmos nosso tudo em Cristo, Ele será para nós todo o tesouro de Deus.
(Henry Benjamin Whipple)
Vive para agradar a Deus, e Ele soprará sobre ti a Sua paz. Busca a Sua glória, e Ele fará de teu coração o Seu lar. Faz a Sua vontade e, com isso, o bem virá a ti.
(F. B. Meyer)
O desejo de simplificar em demasia a Bíblia, eliminando dela os mistérios, é natural para nossa mente perversa, e não é de surpreender que até os homens bons sejam vítimas dele.
(James I. Packer)
Fazei tudo quanto Ele [Cristo] vos disser.
(João 2.5)
[O poder da cruz] permanece: em seu mistério, seu silêncio, sua influência permanecem. A cruz não se tornou obsoleta! A pregação da cruz não deixou de ser poderosa e eficaz!
(Horácio Bonar)
A vida cristã é a vida do Senhor Jesus Cristo vivida há dois mil anos vivida agora por Ele em você!
(W. Ian Thomas)
A cruz é como uma noz, cuja casca externa é amarga, mas o núcleo interno é agradável e revigorante. Assim, a cruz não oferece nenhum encanto de aparência exterior, mas, para quem carrega a cruz, seu verdadeiro caráter é revelado, e nele ele encontra os mais escolhidos prazeres da paz espiritual.
“Há um amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24).
Quem será este Amigo? Jesus! Isso mesmo. Sabia que você não hesitaria: é, de fato, o homem Cristo Jesus. “Debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens” ao qual essa personalidade se ajuste tão adequadamente (cf. At 4.12). Homens elevados são sinônimo de vaidade; homens inferiores são sinônimo de mentira; homens de qualquer posição são canas quebradas – de nenhum deles se pode depender. Falam com cortesia e quase se passam por honestos, mas acabam por falhar. Seja pela inconstância ou pela fragilidade, por não serem sinceros ou por não serem hábeis, falham conosco quando mais precisamos de sua ajuda. Mas não nosso “irmão mais velho”, nosso Amigo divino. Ele é Cristo Jesus, o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8).
Diga, cristão: poderia eu ter mencionado alguém cuja companhia você desejaria mais? Sei que Ele é precioso para você; precioso o tempo todo.
Jesus Cristo é o amigo mais antigo. Este é um fato que, por si só, já O aproxima de nós. “Não deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai” (Pv 27.10), indicando que alguém assim, que tem sido um amigo próximo de nossa família por muito tempo, deve, de fato, ser valorizado.
Aqui, Cristo supera infinitamente o amigo mais antigo que tivermos. Veja o que Ele diz sobre Si mesmo: “Quando [Deus] compunha os fundamentos da terra, então Eu estava com Ele, e era Seu arquiteto; era cada dia as Suas delícias, alegrando-Me perante Ele em todo o tempo; regozijando-Me no Seu mundo habitável e enchendo-Me de prazer com os filhos dos homens” (Pv 8.30,31). Eis aqui uma inigualável amizade altruísta!
No Antigo Testamento, nós O vemos freqüentemente como “Anjo do Senhor” e “Anjo da aliança” transmitindo mensagens de amor para Seu povo. Mas nenhuma expressão é mais enfática que Sua própria palavra. “Em toda a angústia deles Ele foi angustiado, e o anjo da Sua presença os salvou; pelo Seu amor, e pela Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade” (Is 63.9).
Se um completo estranho viesse em nosso favor em meio à angústia e nos oferecesse alívio, não saberíamos ao certo se confiar nele é seguro. “Como posso saber quem ou o que ele é? Talvez só queira zombar de minha dor. Se ele fizer o que diz, vou agradecer-lhe; mas não é seguro acreditar antes de ver se faz o que promete.”
Agora, a respeito de Cristo, essa refutação não existe. Ele não é um estranho. Ele é alguém com quem estamos familiarizados há muito tempo. Tem sido um amigo da família há mais dias do que conseguimos nos lembrar; e pelos dias posteriores também. Nós “temos ouvido e sabido, e nossos pais nos têm contado” (Sl 78.3) quão amável Ele lhes foi, além de termos recebido milhares de provas de Sua gentileza para conosco. Deveria eu deixar de confiar Nele agora? Não! Embora minha provação presente seja mais difícil que qualquer outra pela qual tenha passado antes, posso confiar Nele. “Eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo, lembrarei das Tuas maravilhas da antiguidade” (Sl 77.10,11), e não tenho a menor dúvida de que Ele, que tem sido meu amigo e amigo de meu pai por tantos anos, continuará a ser um amigo para mim, quando e o quanto eu precisar Dele.
Jesus Cristo é um amigo carinhoso. Encontramos pessoas que falam com muita gentileza e respeito; nada além de expressões como “querido amigo” a cada palavra e afirmações sobre “como estariam felizes em nos servir” – embora, ao mesmo tempo, tenhamos razão para pensar que não há sinceridade real em sua consideração, mas um desgosto verdadeiro. Preferiam, furtivamente, agir com grosseria para conosco.
No entanto, Jesus não é um desses. Jamais engano algum foi ouvido em Sua boca.
Sempre que professa amor, Seu coração e Suas mãos acompanham o que diz. Teste-O acerca dessas coisas, das expressões comuns de consideração entre amigos, e verá como Cristo tem supremacia em todas elas.
Por exemplo: amigos sinceros compadecem-se mutuamente um do outro e compartilham alegrias e pesares. Cristo o faz: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.15,16).
Amigos sinceros amam a companhia uns dos outros e aproveitam cada oportunidade de estarem juntos. E, quando forçados a se separarem, planejam encontrar-se outra vez o mais rápido possível. Cristo age assim. Ele “anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap 1.13) e “ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó” (Sl 87.2).
Amigos sinceros preocupam-se com os interesses uns dos outros. Faça uma gentileza a um, e o outro a valorizará como se tivesse sido feito a si. Prejudique a um, e o outro se ressentirá como se tivesse sido feito a ele. Cristo sentiu a ira de Saulo contra a Igreja: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” (At 9.4).
Amigos sinceros abrem o coração com liberdade uns aos outros. São atenciosos uns para com os outros, ainda que distantes. Em tudo isso, e de várias outras formas, Jesus mostra-se o Amigo mais carinhoso e mais cheio de afeto.
Jesus Cristo é um amigo leal. Alguns seriam considerados amigos muito bons por não fazerem nada além de nos elogiar, aplaudir nossas palavras e ações – mesmo quando são erradas – e nos divertir em nossas folias e vícios. Contudo, não há amizade em nada disso. Às vezes, é muito difícil ser o lado que age com lealdade, bem como é difícil ser o lado que recebe a lealdade.
Mas Cristo é um amigo leal. “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo” (Ap 3.19).
Jesus Cristo é um amigo poderoso. Talvez tenhamos muitos amigos sinceros – e, ainda assim, nunca sermos o melhor amigo para eles. Eles podem nos desejar o bem, mas isso é tudo o que podem fazer. São pobres, fracos e também precisam de ajuda. Mas, se tivermos um Amigo tão rico quanto amável, então, nos consideramos favorecidos; e, se algum dia estivermos em uma situação difícil, saberemos a que fonte recorrer.
E quem é rico como Cristo? Ele é o herdeiro de todas as coisas. “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude Nele habitasse” (Cl 2.19).
Ele é um amigo constante. “Como havia amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13.1). Não é o que costuma acontecer em amizades humanas. Às vezes, uma mera bobeira pode dissolvê-las. Aqueles que uma vez foram amigos sinceros por anos podem tornar-se inimigos amargos um do outro.
Mas, uma vez que Cristo estabelece Seu amor, Ele nunca mais o toma. Sua afeição não muda por causa de nossa condição. Ele nunca se envergonha de nós por sermos pobres e estarmos em sofrimento.
A amizade de Cristo não somente se estende por todas as mudanças da vida, como também pela morte e pela eternidade. Permita que amigos terrenos caminhem o mais perto possível; partirão após a morte. Se nos acompanharem até a beira do túmulo, ali deverão partir e despedirem-se. Mas Cristo é um amigo que estará ainda mais próximo quando todo o conforto terreno for deixado.
Se temos um tal amigo como Jesus, mostremo-nos gratos e carinhosos a Ele. Ele se compadece de nós em nossos pesares e em nossas alegrias. Será que fazemos o mesmo com Ele? Preferimos a Ele a nossa maior alegria terrena?
“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3).
“Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és Meu. Quando passares pelas águas estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque Eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.1-3).
“Quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre” (Sl 73.25,26).
“E assim para vós, os que credes, [a Pedra principal, que é Cristo] é preciosa” (1Pd 2.7).
Nada é grande demais e nada é pequeno demais para ser entregue às mãos do Senhor.
(A. W. Pink)
Bíblias lidas sem oração; sermões ouvidos sem oração; casamentos contraídos sem oração; viagens realizadas sem oração; residências escolhidas sem oração; amizades formadas sem oração; o ato diário de oração apressado ou realizado sem coração: estes são o tipo de degraus descendentes pelos quais muitos cristãos seguem para uma condição de paralisia espiritual, ou chegam ao ponto em que Deus lhes permite uma tremenda queda.
(J. C. Ryle)
Deus Todo-Poderoso, Pai Celestial, capacita-nos a andar na Terra assim como Teu amado Filho andou. Ele é o nosso modelo mais perfeito. Ele era manso e humilde de coração. Faz com que a mansidão Dele seja nosso traje de cobertura. Vista-nos inteiramente com humildade.
(Henry Law)
Senhor, Tu nos darás a paz, porque Tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.
(Isaías 26.12)
O Senhor sabe o que é melhor para você! Quando há uma necessidade especial de estar na fornalha, Ele sabe como apoiar você; e em que época, e de que maneira, a libertação melhor se adequará à glória Dele e a seu bem. Estes são os dois grandes fins que Ele tem em vista e que estão inseparavelmente conectados.
(John Newton)
É graça no começo e graça no final. De modo que, quando você e eu nos deitarmos em nosso leito de morte, a única coisa que nos consolará, ajudará e fortalecerá é aquilo que nos ajudou no começo. Não o que fomos, não o que fizemos, mas a Graça de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor. A vida cristã começa com graça, deve continuar com graça, termina com graça. Graça, maravilhosa graça. “Pela graça de Deus sou o que sou […] todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1Co 15.10).
(Martyn Lloyd-Jones
A marca de um santo não é a perfeição, mas a consagração. Um santo não é um homem sem faltas, mas um homem que se entregou sem reservas a Deus.
(Uma carta de Charles Spurgeon, escrita aos 17 anos)
Meu querido pai,
Eu estou muito confortável aqui e, posso dizer, feliz. Não fosse por meu coração vil, eu me regozijaria. Eu sou o menor do povo de Deus – e estou certo de que sou o pior. Mas ainda sou um de Seu povo – eu creio em Jesus e confio Nele. Convicção de pecado, eu entendo, é a evidência de verdadeira vida espiritual. Eu posso me lançar em Seus braços, embora eu não possa descansar em meus méritos, porque eu não tenho nenhum. Jesus, e Jesus somente, é minha defesa certa.
Eu devo bendizer ao Senhor por tornar-me filho Dele – isso vem de Sua própria soberana misericórdia. Nenhuma boa palavra falhou. Eu tenho sentido a corrupção se levantar, e o velho homem é forte – mas a graça divina sempre vem no tempo crítico e me salva de mim mesmo! Somente o Senhor me mantém! Eu não tenho esperança de perseverar senão por Seu poder. Eu sei que Seu braço todo-poderoso é todo-suficiente.
Eu quero me sentir “menos do que nada”, mas essa é uma conquista muito grande.
Às vezes, eu derramo meu coração doce e livremente, em outro momento eu com muita dificuldade consigo apresentar uma petição. Que contraste, mistura e paradoxo eu sou! Minha maior preocupação é crescer em graça, e seguir em frente na corrida celestial!
Eu espero que o senhor e minha querida mãe estejam bem. Eu os amo.
Lembre-se: não havia nada em você para obrigar o Senhor a amá-lo, no dia em que Ele apareceu para libertá-lo. Você era um filho da ira, como os outros. Você estava apto para o inferno e totalmente inadequado para o céu! No entanto, o Rei levou você para o palácio Dele. O Filho do Rei amou você, um criminoso condenado, e desposou você no dia em que você poderia ter sido levado à execução eterna! “Sim, ó Pai, porque assim Te aprouve!”
(Thomas Boston)
Santificação é a glória iniciada. Glória é a santificação completada.
(F. F. Bruce)
Vamos aprender a ver e a reconhecer a mão de Deus em tudo o que temos e em tudo com que nos deparamos. Tal persuasão profunda e duradoura sobre o Deus Altíssimo ordenando e superando todas as nossas preocupações pode, como a luz, difundir um brilho e uma beleza sobre tudo que nos rodeia! Considerar todo conforto da vida como um efeito e uma prova da misericórdia de Deus para conosco pode, como a lendária pedra mágica, transformar todas as nossas posses em ouro e dar valor às coisas que o olho comum julgaria insignificantes.
(John Newton)
Por um breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias te recolherei; com um pouco de ira escondi a Minha face de ti por um momento; mas com benignidade eterna Me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.
(Isaías 54.7,8)
Se Deus deu Seu Filho para morrer por nós, tenhamos cuidado de não duvidar de Sua bondade e de Seu amor em qualquer dolorosa providência de nossa vida diária. Nunca nos permitamos ter pensamentos duros sobre Deus. Nunca suponhamos que Ele nos dará algo que não seja realmente para nosso bem.
(J. C. Ryle)
Quando Cristo se revela, há satisfação na mais tênue porção e, sem Cristo, há vazio na maior plenitude.
(Alexander Grosse)
A presença de Deus é infinitamente melhor que a presença de todos os confortos exteriores. Deus está com Seu povo para aconselhá-lo em todos os casos duvidosos e difíceis e para defendê-lo e protegê-lo de todos os seus inimigos e opositores.