Se você está combatendo o pecado, está vivo. Anime-se. Mas, se o pecado domina sem oposição, você está morto, não importa quão vivo esse pecado faça você se sentir.
(John Owen)
Nunca começo a trabalhar de manhã sem pensar que Cristo talvez venha interromper meu trabalho e começar o Dele. Não estou esperando a morte – estou esperando por Ele.
(G. Campbell Morgan)
Na igreja contemporânea tudo parece estar na moda, exceto a pregação bíblica.
(John MacArthur)
Aprenda a dizer não. Será mais útil para você do que aprender a ler em latim.
(Charles H. Spurgeon)
Deus nos prova pela forma como lidamos quando fracassamos nas provações.
(John Piper)
A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.
(John Wesley)
As pessoas podem ser objeto de muitas influências do Espírito de Deus e, mesmo assim, às vezes se deixarem levar pelas ilusões de Satanás.
A união de Assuero e Ester realizou-se na privacidade do palácio real; a festa das bodas aconteceu depois (Et 2.16-18). Aqui também (Ap 19.9) há somente um anúncio da honra de ser um dos convidados do rei. Não é dito que as bodas se realizam naquele momento, pois parece que os convidados incluirão pessoas na terra quando o Noivo retornar (Mt 22.1-14; 25.1-13), e parece que “a festa” se realizará na terra, na abertura da era do reino (Lc 22.18,30).
Aqui, portanto, temos três idéias distintas:
Os convidados não são a noiva;
deve haver um intervalo entre o “casamento” e a “festa”;
a festa deve ser na terra.
Conforme tem sido mostrado, estas características fornecem indícios para o significado exato de algumas das parábolas proféticas de Cristo.
A ausência da noiva e de sua união naquelas parábolas é significativa, mas o significado foi grandemente perdido pelo ensino posterior do Novo Testamento quanto à noiva, conforme tem sido lido nas parábolas. A omissão harmoniza-se com a característica atribuída à noiva noutra parte, de que ela deve ser composta, não de todos os salvos, mesmo desta era, mas daqueles entre os salvos que são, pela graça, sempre vigilantes, devotos, separados do mundo, imaculados e andando de roupas brancas tecidas por eles mesmos. Dentro da vasta companhia do restante dos salvos está a esfera em que as parábolas do Senhor, e muitas outras passagens, têm sua aplicação. Bem-aventurados os que são convidados, e infelizes os que perdem tal privilégio, tal como o convidado sem a veste nupcial, as virgens imprudentes e o servo infiel. E além dessa região, jaz uma esfera ainda mais ampla daqueles do tempo do fim, que nem mesmo ouviram da fama do Noivo ou viram Sua glória (Is 66.19), mas que receberão a chamada de Isaías 55.1: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas”.
Tais distinções foram sugeridas no Antigo Testamento. Nas bodas de Ester havia somente uma multidão geral de convidados, mas eles foram diferenciados entre “príncipes e servos” (Et 2.18). Todos destas duas classes foram honrados com o convite real; todavia, é óbvio que eles não eram Ester, a rainha, tampouco incluíam todos os súditos do rei. E se alguns dos convidados à ceia das bodas do Cordeiro forem aqueles anjos príncipes, que serviram fielmente nos conflitos espirituais contra o príncipe rebelde destas eras anteriores? E se os servos incluírem aqueles espíritos ministradores, que mesmo agora prestam serviço diaconal aos santos, com vistas a prepará-los para a herança vindoura (Hb 1.14)? De qualquer forma, estes não seriam a noiva. Um deles se denominou “conservo” de João e de seus irmãos (Ap 19.10). O programa do Altíssimo é bem mais amplo e majestoso do que muitos pensam, e inclui todas as Suas criaturas, celestiais e terrenas.
Salmo 45
O salmo 45 é o cântico do Noivo Real. Observe a pessoa apresentada. O Noivo é simultaneamente o Guerreiro Poderoso com uma espada (vv. 3-5), como no contexto de nossa passagem (Ap 19.11-16), e também Deus (v. 6). Todavia, Seu Deus O abençoou e ungiu (vv. 2,7), de modo que Ele é Deus exaltado por Deus, um ministério do Novo Testamento manifestado pela revelação mais clara do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Depois, o Noivo tem uma rainha cujo lugar de honra é à Sua mão direita. Em seguida, Ele tem “companheiros” (Hb 3.14 – participantes, deveria ser “companheiros de”; veja Ap 3.4,5; 14.4; 17.14; 1Rs 12.8). Assim também a rainha tem “as virgens, suas companheiras que a seguem” (v. 14), como em Mt 25.1-13, e estas participarão da “alegria e regozijo”, isto é, da festa dentro do palácio (v. 15). Os outros mencionados são certamente princesas (v. 9), o povo e a família da rainha (v. 10), e além destes círculos mais íntimos estão os povos de fora, como os de Tiro, isto é, gentios que são vistos se aproximando e honrando o Rei (v. 12), em cuja nobre ocupação a rainha é chamada a liderar: “Ele é o teu Senhor, presta-Lhe, pois, homenagem” (v. 11).
Tudo isso é altamente sugestivo da realidade e da variedade que caracterizará aqueles dias futuros, quando o céu e a terra serão unidos, um Reino, em relação com Aquele que é o Senhor de todos. Uma vasta variedade é introduzida, que eleva a mente muito além da fundamental, mas apenas inicial, distinção entre salvo e não salvo, que é o máximo que muitos penetraram nos maravilhosos conselhos do Altíssimo.
“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade correm, mas um só é que recebe o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”, isto é, o prêmio (1Co 9.24; Fp 3.12-16).
Encontrar o Noivo envolve a preparação para o casamento, e essa preparação é manifesta em termos bastante descritivos no conselho de Noemi a Rute: “Lava-te, pois, unge-te e veste os teus melhores vestidos” (Rt 3.3). Lembramos que Rebeca, em sua viagem com Eliezer para a casa de Isaque, ao vê-lo se aproximar, desceu do camelo e pôs o véu sobre si. Apocalipse 19.7,8 fala da preparação para o encontro com o Noivo, e Mateus 22.11-14 fala do que acontece aos salvos que não estão preparados para o casamento.
Tomemos o conselho de Noemi e Rute e consideremos mais detalhadamente suas palavras.
(1) Rute deve se lavar
Esse tipo é tirado do uso do lavatório de bronze usado pelos sacerdotes se purificarem da sujeira acumulada nas mãos e nos pés, após oferecerem o sacrifício para expiação sobre o altar de bronze. O modo de purificação no Novo Testamento é a lavagem da água pela Palavra, que é claramente expresso em 1João 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. O ato de Rute lavar-se tipifica o cristão se purificando dos pecados não perdoados. E, visto que nós, cristãos, prevemos a vinda próxima do Noivo, a primeira coisa que devemos fazer é nos purificar de todo pecado e injustiça conhecidos. Isso é feito pela confissão de nossos pecados.
(2) Em segundo lugar, Rute, após se lavar, deve se ungir
Essa unção era feita com óleo, símbolo do Espírito Santo. Não é suficiente lavar-nos. Devemos ser ungidos com óleos perfumados, como complemento na preparação para o encontro com o Noivo. Nós, que somos cristãos, precisamos não apenas da habitação do Espírito Santo (que temos desde a ocasião em que fomos salvos), mas precisamos de um derramamento especial do Espírito de Deus para serviço e poder. Isso nós recebemos depois que nos lavamos. O Espírito Santo é dado em poder àqueles que obedecem ao Senhor. Tal indivíduo já recebeu o Espírito de habitação quando creu (Jo 7.37-39). Essa unção sobre parte dos cristãos é tipificada pelos vasos extras que as virgens prudentes levaram e que as néscias negligenciaram (Mt 25.1-13).
(3) Em terceiro lugar, após se lavar e se ungir, Rute deve se vestir
Isto é, colocar o vestido de casamento. Consultando novamente Apocalipse 19.7,8 e também Mateus 22.1-14, entendemos que a veste nupcial é feita das boas obras, dos atos de justiça resultantes de uma vida de obediência. Existem cristãos hoje aguardando, esperando e ansiando pela vinda do Senhor, mas, por causa da ignorância sobre esse assunto, ainda não se lavaram, não se ungiram e não prepararam sua veste nupcial.
Talvez a necessidade mais premente dos cristãos hoje seja a preparação para a vinda do Noivo por meio de lavarem-se, ungirem-se e colocarem a veste nupcial.
Somente aquele que, pela graça de Deus, aprendeu a gloriar-se na morte de Cristo é capaz de verdadeiramente gloriar-se em Sua ressurreição. A cruz e a coroa não podem ser separadas.
(William Hendriksen)
O Livro de Deus é uma reserva de maná para os filhos peregrinos de Deus. E devemos cuidar disso para que a alma não fique doente e deteste o maná. A grande causa de nossa negligência com respeito às Escrituras não é falta de tempo, mas falta de coração, um ídolo que toma o lugar de Cristo. Satanás tem sido maravilhosamente sábio para afastar o povo de Deus das Escrituras. Um filho de Deus que negligencia as Escrituras não pode agradar ao Senhor da Glória: não pode fazê-lo Senhor da consciência, governante do coração, alegria, porção e tesouro da alma.
(Robert Cleaver Chapman)
Uma vez que temos a revelação completa de Deus [a Bíblia], verbalmente inspirada e imbuída de toda a autoridade, devemos rejeitar qualquer ensino ou costume que seja contrário à Palavra de Deus.
(Thomas W. Smith)
Seria trágico achar, por um instante, que Deus nos ouviu por causa da dignidade de nossas orações.
(John Newton)
O cristianismo organizado que não consegue fazer um distúrbio está morto.
(G. Campbell Morgan)
Seria uma boa disputa entre os cristãos: aquele que menos ofende e aquele que não aceita ofensa. Os melhores homens são severos com si mesmos e tenros com os outros.
(Richard Sibbes)
As pessoas sobre as quais o Senhor disse: “Ai de vós”, são estas que o mundo admira, elogia e segue. Esse é um fato terrível, que deve nos levar a examinar nosso próprio coração.
O Senhor conhece pelo nome aqueles que são Seus, mas nós os reconhecemos pelo caráter.
(Matthew Henry)
O amor é ativo por natureza.
(J. I. Packer)
O homem está preso a Deus como um peixe está preso à água. Quando um peixe procura se libertar da água, ele perde ao mesmo tempo a liberdade e a vida. Quando procuramos nos “libertar” de Deus, tornamo-nos escravos do pecado.
(Anthony A. Hoekema)
A adoração precisa ter coração e cabeça. Ela tem de envolver as emoções e o pensamento. Verdade sem emoção produz ortodoxia morta e uma igreja cheia de admiradores artificiais. Por outro lado, emoção sem verdade produz agitação vazia e cultiva pessoas superficiais que rejeitam a disciplina do raciocínio exato. A adoração verdadeira, porém, vem de pessoas com emoções profundas, grande amor e doutrina sadia. Afeições fortes por Deus, arraigadas na verdade, são os ossos e a medula da adoração bíblica.
(John Piper)
Esperar por Deus não é preguiça. Esperar por Deus não é o abandono do esforço. Esperar por Deus significa, primeiro, atividade sob comando; segundo, prontidão para qualquer novo comando que possa vir; em terceiro lugar, a capacidade de não fazer nada até que o comando seja dado.
(G. Campbell Morgan)
Fala-se muito do amor de Deus, mas pouco de Sua justiça. Por isso, muitos têm uma visão muito baixa de Deus e estão cegos para o pecado.
(Paul Washer)
Incredulidade não é falha de compreensão intelectual. É desobediência às ordens claras de Deus.
Se o que se diz convertido declara, distinta e deliberadamente, conhecer a vontade do Senhor, mas não demonstra interesse em cumpri-la, vocês não devem estimular tal presunção; porém, é seu dever deixar bem claro que ele não é salvo. Não suponham que o evangelho seja magnificado ou que Deus seja glorificado se disserem aos mundanos que eles podem ser salvos, naquele mesmo momento, simplesmente por aceitarem a Cristo como seu Salvador, enquanto ainda estão ligados a seus ídolos e, no coração, ainda estão apaixonados pelo pecado. Se eu fizer isso, estarei dizendo a eles uma mentira, pervertendo o evangelho, insultando a Cristo e transformando a graça de Deus em licenciosidade.
(C. H. Spurgeon)
O evangelho não denuncia pecado nem pronuncia julgamento. Ele anuncia salvação.
(G. Campbell Morgan)
O evangelho é a clara manifestação do mistério de Cristo.
(João Calvino)
O evangelho começa e termina com o que Deus é, não com o que queremos ou pensamos necessitar.
(Tom Houston)
A lei é o que precisamos fazer; o evangelho é o que Deus dá.
(Martinho Lutero)
Se você se apresenta neutro em relação a Cristo em seus contatos mais íntimos, há algo errado com seu cristianismo.
(Alan Redpath)
Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu reino,
que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina.
(Paulo, apóstolo)
Testemunho não é sinônimo de autobiografia! Quando estamos realmente testemunhando, não falamos de nós mesmos, mas de Cristo.
Quando esta pergunta é feita, todos respondem: “É a Igreja”, ou:“O Corpo de Cristo”, dando a entender, naturalmente, que ela é todos os salvos. Porém, as provas bíblicas para tal nunca são dadas, nem tampouco é possível fazê-lo, pois a Igreja nunca é chamada na Bíblia de “a Noiva de Cristo”. A Igreja é chamada de “Seu corpo” em Efésios 1.22,23; todavia, o Corpo e a Noiva não são sinônimos, como se tem imaginado.
Se observarmos a “lei da primeira menção”, termo com o qual todos os estudiosos da Bíblia estão familiarizados, e lembrarmos que as coisas escritas no Antigo Testamento são tipos para nosso ensino (Rm 5.4; 1Co 10.11), veremos que a noiva é tirada do corpo. Dois exemplos no Antigo Testamento ilustram esta verdade, como também muitos outros.
A primeira noiva, Eva, não era o corpo de Adão, mas foi tirada de seu corpo. Adão é um tipo de Cristo (Gn 2.21-23). Em Gênesis 24, temos a história de Abraão, que enviou seu servo para buscar uma noiva para seu filho Isaque. Muitos usam isso como um tipo de Deus, o Pai, enviando o Espírito Santo ao mundo para chamar a Igreja. É verdade que Ele faz isso, porém esse não é o ensino de Gênesis 24. O Evangelho deve ser levado ao mundo inteiro, mas nessa história Abraão não enviou seu servo aos cananeus, e, sim, a seu próprio povo, a fim de tomar uma noiva para seu filho. Os que estão familiarizados com os tipos na Bíblia podem logo ver que Gênesis 24 manifesta o seguinte: Abraão, um tipo do Pai, envia o servo, tipo do Espírito Santo, a seu próprio povo, um tipo da Igreja, para tomar uma noiva para Isaque, um tipo de Cristo.
Se a mensagem é de salvação, ela é anunciada a todos; porém, quando Deus chama para serviço, entrega, comunhão, pureza de vida, amor, devoção e muitos outros termos que são aplicáveis à palavra “noiva”, Ele não chama o mundo, mas Seu próprio povo ou família.
Nosso Senhor usou o termo “família” por causa de seu significado para nós na vida física. Nascemos a primeira vez em uma família física. Quando cremos no Senhor Jesus Cristo, confiando que Ele morreu em nosso lugar, nascemos de novo, na família de Deus. Eu creio que a palavra noiva é usada no mesmo sentido da palavra família. Sabemos que bênçãos a vida em família traz. Sabemos também que a noiva e o noivo, enquanto estão na família, compartilham de uma união e intimidade que não é partilhada pelos outros membros da família. Com esses pensamentos em mente, podemos ver como o Senhor chama aqueles que são Seus para chegarem mais perto de Si. Não é a este mundo, mas sim aos Seus que Ele diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1,2). Não serão muitos os cristãos que darão ouvidos a esse mandamento direto. Muitos que são salvos nunca experimentarão doce comunhão com o Senhor Jesus e, como Esaú, perderão as recompensas espirituais futuras por causa de satisfações carnais do momento.
Escrevendo aos coríntios carnais, Paulo diz que eles estão desposados a um marido, isto é, estão prometidos em casamento, ou, como diríamos, noivos. Isso certamente nos mostra a possibilidade de todos os cristãos serem a Noiva de Cristo. Paulo continua dizendo que teme que eles sejam enganados por satanás e tenham a mente corrompida. Esta é a situação de muitos cristãos hoje. Isto mostra a possibilidade de muitos falharem em preencher as qualificações para serem chamados a ser a Noiva de Cristo. A palavra desposados é a mesma palavra que foi usada em Mateus 1.18, onde é dito que Maria estava desposada com José. Antes de se unirem, intentou deixá-la, pois pensava que ela lhe havia sido infiel. Muitos crentes hoje são infiéis e, em certo sentido, o Senhor “os deixará”. Isto não significa a perda da salvação. Em Apocalipse 16.15 lemos: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez”. Isso não se refere à justiça com a qual somos vestidos para a salvação (Is 61.10), mas, sim, uma vestimenta de boas obras que pode ser mantida com um resultado proveitoso, ou perdida para nossa vergonha e perda de recompensas no aparecimento de Cristo (1Jo 2.28; Tt 3.8; 2Jo 1.8).
Apocalipse 19.7 mostra que a noiva se atavia para o casamento e para as bodas do casamento, providenciando para si mesma uma vestimenta de boas obras. Nos dias em que isso foi escrito, a noiva fazia literalmente seu vestido de casamento, dedicando muitas horas de trabalho a ele. Nem todos os cristãos trabalham para Cristo, por isso nem todos serão a Noiva. A falta dessa vestimenta levará um cristão infiel a ser “deixado”, por assim dizer, nas trevas do lado de fora da festa de casamento. As trevas exteriores não representam o inferno, pois há servos inúteis lá. São trevas do lado de fora da festa onde o servo infiel estará, enquanto aqueles que foram fiéis desfrutarão da comunhão e do companheirismo não partilhados por todos. Em Mateus 25.14-30, o Senhor está tratando com Seus servos, e vemos os servos inúteis lançados nas trevas exteriores. Temos uma passagem paralela em Mateus 22, na qual alguém sem a veste nupcial é lançado em trevas exteriores. Lembre-se de que ele não poderia estar lá se não pertencesse ao Senhor. Isso tem a ver com a ocasião do arrebatamento da Igreja, quando cristãos darão conta dos feitos por meio do corpo, sejam bons ou maus (2Co 5.10). Sem dúvida, cristãos desinteressados e infiéis chorarão por suas falhas, pois só depois do Milênio de Cristo é que Deus limpará de seus olhos toda a lágrima (Ap 21.4).
Apocalipse 3.18 nos aconselha a comprar roupas brancas para nos vestirmos a fim de que nossa nudez não apareça. Conforme já vimos, as vestes brancas representam os atos de justiça e as ações do povo de Deus (19.8). A palavra comprar é usada para mostrar ao filho de Deus que ele terá de pagar um preço para estar entre os que compõem a Noiva de Cristo. Sim, uma vida separada e submissa custa muito, mas quão grande será a recompensa daqueles que ousarem pagar esse preço. Isaías 55.1 será a recompensa daqueles que ousarem pagá-lo. Isaías 55.1 fala de comprar sem preço. Não falamos de dinheiro, mas o cristão que determinou em seu coração viver completamente para o Senhor Jesus Cristo sabe que custa muito. Pode custar seus amigos, parentes, pois não são muitos os que trafegam o caminho separado. O preço pode estar em muitas horas de estudo bíblico, oração e testemunho. Falando de testemunho, Apocalipse 22.17 diz: “O Espírito e a esposa dizem: Vem!” Nem todos os cristãos trabalham para o Senhor, provendo para si mesmos uma veste de boas obras, e nem todos convidam outros para virem a Cristo. Portanto, os cristãos em sua totalidade não podem ser a Noiva de Cristo.
A palavra corpo é usada para mostrar unidade. Hoje muitos cristãos estão espalhados pelo mundo; entretanto, há um só corpo. Um dia, e eu creio que será muito em breve, o Senhor Jesus Cristo virá nos ares e levará Seus filhos deste mundo, e nós estaremos com Ele para sempre (1Ts 4.15-18). Prestaremos conta de nossa vida e seremos recompensados (2Co 5.10). Os cristãos trabalham e servem ao Senhor em vários níveis e serão recompensados dessa forma. Alguns não O servem em nada e sofrerão a perda dos galardões. Os que não se proveram de uma veste nupcial estarão espiritualmente despidos e envergonhados, mas não perdidos. Em Romanos 8.35-39 aprendemos que até mesmo a nudez, que se refere à perda da veste de boas obras, não nos separará do Seu amor. Entretanto, Tito 3.8 nos diz que o aplicar-se às boas obras é proveitoso. O proveito ou perda, de acordo com o caso, se manifestará no tribunal de Cristo, onde todos os cristãos darão conta de seus feitos no corpo, se bons ou maus.
A salvação (vida eterna) é dom de Deus. É eterna e não pode ser perdida. Os galardões, as coroas e a herança no reino são baseados em nossa fidelidade a Ele. A recompensa mais elevada será estar entre aqueles que compõem a Noiva de Cristo. Esse é um termo figurativo e simplesmente se refere àqueles que têm sido puros, limpos, submissos e que vivem em comunhão e companheirismo com Ele. Em outras apalavras, aqueles que têm sido para Seu Senhor tudo aquilo que está implicado na palavra noiva.
Foi a isso que Paulo se referiu em Filipenses 3.11. Ele certamente não temia perder a ressurreição, mas desejava estar entre os chamados para fora dentre os ressuscitados para receberem o prêmio da suprema vocação de Deus. A salvação não é um prêmio, e sim a dádiva da vida eterna.
Posso dizer que a Igreja é um corpo, composto de todos os crentes em Cristo? As epístolas foram escritas para a Igreja. A igreja em Corinto, como todas as demais, era composta de duas classes de crentes: os carnais e os espirituais (1Co 3.1-3). Muitos, embora pertencendo à Igreja, permanecem carnais até o fim e serão salvos como que pelo fogo. Não pensem tais cristãos que eles serão a Noiva de Cristo.
Quem é, pois, a noiva de Cristo? Aqueles que estão provendo para si mesmos uma veste nupcial de boas obras; aqueles que estão convidando outros para virem a Cristo. Encaremos a questão, cristão amigo: nem todos estarão qualificados. E quanto a você?
Ó crente, eu te rogo que não trates as promessas de Deus como se fossem curiosidades de museu, mas use-as como fontes diárias de consolo. Confia no Senhor sempre que a situação de necessidades aparecer.
(Charles Spurgeon)
Tudo o que tenho visto ensina-me a confiar no Criador em tudo o que eu não tenho visto.
(Ralph Waldo Emerson)
Quanto mais conhecermos de Deus, mais irrestritamente confiaremos Nele; quanto maior nosso progresso em teologia, mais simples e como de criança será nossa fé.
(J. Gresham Machen)
Por que somos tão vagarosos em confiar em um Deus infinito?
(William S. Plumer)
Você nunca entenderá por que Deus faz o que faz; basta crer Nele, e isso é tudo o que é necessário. Aprendemos a confiar Nele como Ele é.
(Elisabeth Elliot)
Confiar significa recorrer aos recursos inesgotáveis de Deus.
(Anônimo)
Andar por fé significa estar preparado para confiar quando não nos é permitido ver.
(J. Blanchard)
Orgulhar-se no que os olhos vêem não é próprio da fé, mas confiar no que a Palavra revela.
A evidência de que se conhece a Deus é a obediência a Ele.
(Eric Alexander)
Um pouco de conhecimento de Deus vale muito mais do que uma grande quantidade de conhecimentos sobre Ele.
(J. I. Packer)
Sempre há uma grande parcela de conhecimento em que nada mais há do que pouca sabedoria para melhorar aquele conhecimento. O cristão que vê e evita as ciladas de Satanás e escapa delas não é o que mais conhece, mas o mais sábio. O conhecimento sem sabedoria é como o ímpeto em um cavalo cego, com freqüência provocando a queda do cavaleiro.
(Thomas Brooks)
Muito do conhecimento de um homem pode ser uma tocha que ilumina seu caminho para o inferno.
(Thomas Watson)
Os pecados por omissão são agravados pelo conhecimento.
(Thomas Manton)
Pode-se conhecer muito sobre a divindade sem haver muito conhecimento de Deus.
(J. I. Packer)
De que adianta o conhecimento mais profundo se tivermos o coração mais superficial?
(Leonard Ravenhill)
O conhecimento divino não deixa o homem estagnado.
“Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma” (Sl 106.15).
O evangelho coloca diante de nós Cristo e seu Reino em contraste com o mundo e suas atrações. Insta conosco para escolher. De fato, toda sua influência é direcionada para mostrar que a escolha é inevitável. Mas, quando a vontade faz sua escolha eterna e abre sua vida ao reinado e governo do Salvador, somente o primeiro passo na vida cristã foi dado. Existe diante de nós todo um caminho de peregrinação que teremos de percorrer com paciência na companhia de nosso Senhor.
E, no decorrer deste caminho, sempre rondando nossos passos, existe a cilada sutil de se escolher um bem menor. Pois a vida é uma longa série de escolhas, escolhas que precisam ser feitas diariamente, entre aquilo que é supremo e superior e aquilo que é secundário, entre o que agrada a si mesmo e o que agrada a Deus.
O perigo mais comum não é o que muitos imaginam: desviar-se e cair no pecado. É antes a tentação que aparece com freqüência alarmante de escolher o bom em vez do melhor, de escolher algo que tem inúmeros pontos a favor, mas não é a vontade explícita de Deus para nós.
Quando nos comprometemos a qualquer outro curso de vida, que não seja de absoluta fidelidade ao bem superior, estamos nos posicionando lamentavelmente fora do contato vivo com Deus, que às vezes pode conceder-nos nossos desejos e, ao mesmo tempo, deixar nossa alma definhar-se.
Israel, a quem este texto em Salmos se refere, foi um forte exemplo disso. O propósito de Deus para a nação era que não tivesse um soberano terreno; Ele mesmo seria seu Senhor e seu Rei. Israel seria exemplo e modelo ao mundo inteiro. Mas Israel se rebelou. O povo queria ser igual, e não diferente, às outras nações. Pediram um rei para guiá-los à batalha; queriam um monarca com toda a pompa e todo o esplendor.
Mesmo assim, Deus não os deixou a seus próprios desejos nem os rejeitou. Com efeito, Deus disse a Samuel: “Muito bem; nomeie um rei para eles; não estão escolhendo o melhor, e vou permitir que tenham o bem inferior escolhido por eles mesmos. É a única maneira de mostrar-lhes a tolice do que estão fazendo.”
A história subseqüente da nação mostrou realmente o perigo de se escolher um bem inferior. Israel tinha uma posição geográfica crucial e visada por todos os povos que levantavam impérios. Desta forma, era mais importante ainda que estivesse sob a proteção de Deus. Mas escolheu um caminho diferente, e qual foi o resultado? Desastre após desastre em guerras e conquistas por outros povos. A terra foi dilacerada por dissensões e agitações e, por fim, o povo foi retirado e levado ao cativeiro.
Se essas ilustrações de um princípio de vida puderem servir de alguma forma para nós, certamente seria para mostrar a ênfase que Deus dá às escolhas que são feitas em cada crise moral e espiritual. É comum dizer que nossas escolhas atestam nosso caráter e que a direção a que a mente da pessoa se volta involuntariamente mostra que tipo de pessoa é. A seriedade da vida é que cada dia somos testados a respeito dos fundamentos e inspirações vitais de nosso ser.
Há momentos em que somos tentados a seguir rumos em que ganho material e vantagem pessoal estão em primeiro lugar. Somos tentados a garantir para nós mesmos vantagens atuais, e a colocar conforto, facilidade e prosperidade como nossos objetivos principais. Perguntamos: “Não podemos tirar proveito máximo dos dois reinos?”
O perigo é, ao tentar conciliar as duas coisas, escolhermos o bem inferior. E, se isto acontecer, Deus não nos abandonará, pois Ele nunca faz isso. Mas Ele permite que a escolha inferior corrija nossa vontade própria e nos conduza de volta ao lugar de obediência de todo coração a Ele.
A escolha de um bem inferior pode resultar no abafamento de nossos instintos mais espirituais, na perda de uma comunhão mais íntima com Deus e na ausência daquela divina parceria de poder em que Deus fortalece e usa as pessoas para Sua glória.
É sempre um grande desafio de fé compreender o que é o melhor de Deus, mas, quando o reconhecemos, isso traz a exigência imediata de uma resposta. Seguir a luz divina que vem para nos guiar e submeter todas as nossas escolhas à vontade de Deus são os testes mais severos que a vida nos reserva. Mas feliz de fato é o homem cuja coragem não hesita, cujos ideais não são renegados, na hora de sua provação.
Nossa vida presente e o treinamento que temos aqui são apenas uma preparação para o serviço eterno. A escolha de um bem inferior sempre resultará no empobrecimento da influência presente, pois, se um homem quiser exercer influência superior, ele deve viver em função das coisas superiores.
Sabemos de pais que se dizem cristãos, mas cuja escolha de um bem inferior se reflete na vida insatisfatória de seus filhos. Em vez de buscarem primeiro o reino de Deus, a perspectiva de sua vida no lar é influenciada em grande medida pelo mundo, pelas convenções da sociedade, não pelas convicções do coração. E seus filhos tomaram uma medida muito inferior de Deus por causa dessa imagem distorcida que os pais refletiram.
O Exemplo de Nosso Senhor
Nem tudo é desalento, porém. Para nos aliviar no meio de todas essas advertências, temos sempre presente a inspiração da própria vida do Senhor, na qual encontramos o mais forte apelo ao nosso coração para escolher o mais alto. Pois, ao lermos o registro de Sua vida, nos dias de Sua carne, vemo-Lo como aquele que sempre, coerentemente, escolhia o melhor de Deus. “Desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade, e, sim, a vontade Daquele que Me enviou” (Jo 6.38). “O Filho do homem […] não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).
E, no fim de Sua vida, quando o cálice estava cheio, amargo e pesado, ouvimo-Lo no Jardim, ainda fiel ao propósito governante de Sua vida redentora: “Todavia não seja o que Eu quero, mas o que Tu queres” (Mc 14.36). E, escolhendo o melhor de Deus, Ele bebeu o cálice até o fim.
Para os homens hoje, o melhor de Deus se expressa no chamado de Cristo: Segue-Me. Segui-Lo corajosa, coerente e lealmente é escolher a melhor e mais alta de todas as alternativas da vida.
___
J. Stuart Holden era um pregador anglicano e um dos palestrantes regulares das famosas Conferências Keswick na Inglaterra no início do século 20.
Não há um minuto de tempo em toda a nossa vida em que não devamos estar perto de Deus. Ou isso ou estaremos arruinados.
(Richard Sibbes)
Embora a alma piedosa sempre deseje mais de Deus, ela nunca deseja mais do que Deus.
(Matthew Henry)
O grau de plenitude em qualquer ser concorda perfeitamente com a intensidade do verdadeiro desejo. Temos tanto de Deus quanto, na verdade, gostaríamos de ter.
(A. W. Tozer)
Se é a Deus que você está buscando em sua adoração, você não ficará satisfeito sem Deus.
(Richard Baxter)
Será que um homem que ama seu Senhor estaria disposto a ver Jesus vestindo uma coroa de espinhos, enquanto ele mesmo almeja uma coroa de louros? Haveria Jesus de ascender ao trono por meio da cruz, enquanto nós esperamos ser conduzidos para lá nos ombros das multidões, em meio a aplausos? Não seja tão fútil em sua imaginação. Avalie o preço e, se você não estiver disposto a carregar a cruz de Cristo, volte à sua fazenda ou a seu negócio e tire deles o máximo que puder, mas permita-me sussurrar em seus ouvidos: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”
(C. H. Spurgeon)
Confie tudo à altíssima providência de Deus e não permita que nada repouse em seu coração nem entre ali, exceto unicamente Deus. Todas as coisas da terra são baixas e vis demais para ocupar seu amor ou seu cuidado, ou para inquietar seu nobre coração. Que os que pertencem ao mundo se preocupem, lamentem-se ou se alegrem com as coisas do mundo. Por tais pessoas Cristo não orou. Você não pode agradar ou servir a dois senhores ao mesmo tempo. Você não pode amar coisas diversas e contrárias; então, se quer saber o que você realmente ama, marque bem aquilo que predominantemente ocupa seu pensamento. Abandone a terra e tenha o céu; abandone o mundo e tenha Deus.
(Robert Leighton)
A busca de Deus é a busca da alegria. O encontro com Deus é a própria alegria.
(Agostinho)
Incendeie-se por Deus, e os homens virão ver você pegar fogo.