Os salmos de Davi… não são exemplos de temer o homem. O temor dele estava dentro de parâmetros piedosos. Em seu temor ele constantemente voltava-se para seu Rei. Ele é um exemplo de que experiências ruins não têm de provocar o temor pecaminoso das pessoas. Mas note o que Davi fez. Ele constantemente lembrava a si mesmo que ele permanecia na encruzilhada entre a fé em Deus e o temor do povo. Ele estava sempre alerta de sua vulnerabilidade de temer as pessoas.
Piedade (A. W. Pink)
Perceber que as Santas Escrituras são a revelação do Altíssimo, comunicando-nos Sua mente e definindo Sua vontade para nós, é o primeiro passo em direção à piedade prática.
Ninguém pode agir fora da vontade de Deus ou contra ela. Séculos atrás, Agostinho disse: “Nada, portanto, acontece a menos que o Onipotente deseja que aconteça: Ele ou permite que aquilo aconteça ou Ele mesmo a causa”. Philip Hughes disse: “Sob Deus, portanto, todas as coisas sem exceção são plenamente controladas, a despeito de todas as aparências em contrário”. Nada é tão grande ou tão pequeno que escape à mão governante de Deus. A aranha tecendo sua teia num canto e Napoleão marchando com seu exército pela Europa estão sob o controle de Deus.
Da revista A Witness and A Testimony de jan/fev de 1970, pp. 15-18
Intérpretes da Bíblia estão convencidos de que as palavras ostensivamente dirigidas ao “rei de Babilônia” em Isaías 14 têm um contexto mais amplo que só pode ser exaurido se visto como referência a um antigo ser angélico. Essa convicção é fortemente apoiada por outras declarações e alusões em diferentes partes da Bíblia, como Judas 6, 2Pedro 2.4 e Lucas 10.18.
Se isso é verdade, então, o que é dito torna claro os três passos que levaram à queda de Satanás. Eles também indicam a queda de muitas coisas que tiveram um bom começo. Há um ensinamento muito solene e valioso aqui, apesar do assunto não ser agradável.
1. Simulação
“Serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14.14)
Há muitas passagens nas Escrituras que mostram que um dos principais métodos de Satanás é a imitação de Deus e da verdade de Deus. Tanto é assim que ênfase e importância tremendas são colocadas no discernimento espiritual como dom e marca do ungido. De fato, isso é uma característica daquele que é espiritual, do homem espiritual. Podemos dizer que uma obra e função primária do Espírito Santo é o discernimento. É dito que o Espírito Santo tem, ou Ele é representado tendo, “sete olhos”, que significa a perfeição da visão espiritual. Podemos aqui introduzir outro parágrafo de muito peso de Tozer:
“Poderia ser essa nossa mais crítica necessidade?
“Quando vemos o cenário religioso hoje, somos tentados a nos fixar em uma ou outra fraqueza e dizer: ‘É isso que está errado com a Igreja. Se isso for corrigido, poderemos recapturar a glória da Igreja primitiva e ter tempos pentecostais de volta conosco outra vez.’
“Essa tendência de supersimplificar é, em si mesma, uma fraqueza, e devemos nos guardar sempre dela… Por essa razão, estou hesitante em apontar para qualquer defeito na cristandade de hoje e fazer todos os nossos problemas saírem dele apenas. Que a assim chamada “religião da Bíblia” está sofrendo rápido declínio em nosso tempo é tão evidente que não é preciso prová-lo; mas exatamente o que está trazendo esse declínio não é fácil de descobrir. Somente posso dizer que tenho observado significativa falha entre cristãos evangélicos que podem se mostrar como a causa real da maioria de nossos problemas espirituais; e, sem dúvida, se isso for verdade, então, o atendimento daquela falha deve ser nossa mais crítica necessidade.
“A maior deficiência a que me refiro é a falta de discernimento espiritual, especialmente entre nossos líderes. Como pode haver tanto conhecimento bíblico e tão pouca percepção, assim como influência moral, é um dos enigmas do mundo religioso hoje. Eu penso que seja completamente acurado dizer que nunca houve um tempo na história da Igreja em que pessoas estivessem engajadas no estudo da Bíblia como estão hoje. Se o conhecimento da doutrina bíblica fosse alguma garantia de piedade, essa seria, sem dúvida, conhecida na história como a era da santidade. Em lugar disso, poderá bem ser conhecida como a era do cativeiro babilônico da Igreja ou a era do mundanismo, em que a Noiva de Cristo professa permitiu-se ser, de modo bem-sucedido, cortejada por incontáveis caídos filhos dos homens. O corpo dos crentes evangélicos, sob influências malignas, tem, durante os últimos 25 anos1, ido mais para o mundo em completa e abjeta sujeição, evitando apenas um pouco dos pecados mais grosseiros, como bebedice e promiscuidade sexual.
“Essa desgraçada traição que tomou lugar em plena luz do dia com o pleno consentimento de nossos mestres da Bíblia e evangelistas é um dos mais terríveis adultérios na história espiritual do mundo. No entanto, eu não posso crer que a grande sujeição tenha sido negociada por homens de coração mau que estabeleceram deliberadamente destruir a fé que herdamos de nossos pais. Muitas pessoas boas e de viver correto colaboraram com os colaboracionistas que nos traíram. Por quê? A resposta só pode ser: por falta de visão espiritual. Algo como uma névoa se estabeleceu sobre a Igreja como “a face da cobertura com que todos os povos andam cobertos, e o véu com que todas as nações se cobrem” (Isaías 25.7). Tal véu uma vez desceu sobre Israel… Aquela foi a hora trágica de Israel. Deus levantou a Igreja e temporariamente deixou de lado Seu antigo povo. Ele não podia confiar Sua obra a homens cegos. Certamente precisamos de um batismo de visão clara se quisermos escapar do destino de Israel… certamente uma das maiores necessidades é do surgimento de líderes cristãos com visão profética2. Nós desesperadamente precisamos daqueles que sejam capazes de ver pela névoa. A menos que eles venham logo, será muito tarde para essa geração. E, se eles vierem, iremos, sem dúvida, crucificar alguns deles em nome de nossa ortodoxia mundana. Mas a cruz é sempre o prenúncio da ressurreição. Mero evangelismo não é nossa necessidade presente. Evangelismo não faz mais do que estender a religião, seja ela do tipo que for. Ele produz aceitação para a religião entre grande número de pessoas sem dar muita reflexão à qualidade daquela religião. A tragédia é que o evangelismo atual aceita a corrente forma de cristandade como a verdadeira religião dos apóstolos e se ocupa em fazer convertidos a ela sem questionar nada. E, a todo tempo, estamos nos afastando mais e mais do padrão do Novo Testamento. Precisamos ter uma nova reforma. É preciso vir um violento rompimento com a pseudo-religião irresponsável, de louca diversão paganizada que se passa hoje pela fé de Cristo e que está sendo espalhada por todo o mundo por homens não-espirituais usando métodos não-escriturísticos para alcançar seus objetivos.” (A. W. Tozer)
Há várias coisas no Novo Testamento que foram estabelecidas para uma testemunha de Cristo, para a edificação do Corpo de Cristo, para a glória de Cristo, as quais, pelas mesmas razões, têm sido tomadas por Satanás e simuladas, imitadas e sendo dadas como substituto para as verdadeiras, mas isso tem sido feito, no final, para desacreditar Cristo e fazer o oposto a Sua divina intenção. Parece ser muito real que muitos queridos do povo de Deus estão enganados, perplexos e sendo levados para o erro. Mistura de erro com verdade tem sido sempre um método muito bem-sucedido de sedução, desde o início. Deus é imitado na idolatria, na adoração falsa. Cristo é imitado no anticristo. O Espírito Santo é imitado na liderança e nos dons. O homem é enganado por simulação física daquilo que é espiritual. Pessoas, sob a pressão de colapso nervoso, neurose, esgotamento, acusações e condenações espirituais correm para o psiquiatra. O método é levá-las a se libertarem de suas tensões por meio da auto-expressão, divulgando coisas ocultas e, em casos extremos, pela hipnose. Isso tem um efeito psicológico e o paciente se sente “maravilhosamente livre”. Expressão; expressão! Auto-expressão! Um homem disse ao autor [deste texto] que viera do psiquiatra sentindo que ele havia “nascido de novo”, alguma coisa melhor ainda que sua conversão! Mas – sim, mas! – tudo o que ele sentia regrediu, e ficou pior do que antes.
Psicologia, a ciência da psiquê, pode ser3 a obra-prima de Satanás na simulação do espiritual e, então, mergulha a alma nas mais profundas profundezas do desespero.
Ao lado de que há uma liberação do espírito em oração e louvor, e algumas vezes ela pode ser experimentada por esses meios, e a comunhão é um grande instrumento para essa bênção, há a falsificação do canto coral barulhento e almático4 e da repetição desequilibrada. A música é, frequentemente, a maior bênção e o maior perigo. “No Espírito” é a máxima divina.
2. Exagero
“Subirei sobre as alturas das nuvens” (Isaías 14.14).
Este parágrafo todo – Isaías 14.9-15 – é um exagero, se o termo significa “acumular, ir além do normal, levar ao excesso”, etc.
“Subirei sobre…” tem este significado: “Eu vou exceder”. É a ambição correndo em delírio. É o orgulho em abundância. É algo não restringido por modéstia, humildade e dependência. É a extravagância. É algo adicionado ao que é correto e verdadeiro. É ultrapassar o limite. É a inflar-se. Isso é o perigo da alma apaixonada. Se Satanás não pode deter uma pessoa, ele vai derrubá-la. Se ele encontra devoção honesta, ele vai fazer com que ela se exceda. Se ele encontrar uma mente ativa, vai fazer com que um extra seja adicionado à verdade, para que a verdade se torne não-verdadeira.
No “rei da Babilônia” nós temos o exagero da personalidade. “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei […]?” (Dn 4.30). O eu, o ego, é assertivo, pronunciado, sobrepujante. A liderança e a habilidade natural e o dom se tornam autocracia, ditadura, mesmo tirânica. Há muitas vezes uma linha fina entre autocracia e liderança espiritual, e é aqui que o discernimento é necessário. A primeira força, compele e se faz legal. A última vem de uma profunda história de sofrimento com Deus, estabelece um alto padrão e mantém-se nele. Isso pode ser difícil para a carne nos outros de aceitar, e eles podem interpretar isso erroneamente. Liderança é um dom divino e de grande importância. Ninguém irá muito longe sem isso. Por esse motivo, Satanás tem sempre marcado essa função e quem a possui com especial atenção para exagerá-la, e a derrota é seu verdadeiro objetivo. Dependência é o refúgio do líder espiritual, e o Senhor atenta muito plenamente para isso!
Há muitos movimentos exagerados em nosso tempo. O ensino é puxado até muito além de seu verdadeiro significado. Alguma coisa correta e boa e, então, a pitada de exagero. O propósito é ser muito espiritual, ter ensino avançado, mas a linha do real significado disso tem sido cruzada, e a confusão se segue por causa de uma ênfase desequilibrada. Isso tem sido muito freqüentemente a causa de seitas e grupos exóticos e excêntricos, e seu número é uma legião. A propensão ateniense era por “alguma novidade”, a qual normalmente significa alguma nova sensação. Quão poderosamente Satanás apoia tais exageros e faz o erro crescer sem proporções! Ele sabe muitíssimo bem que segue esse caminho para encher o mundo com pessoas desiludidas que em breve não creram em nada, principalmente na verdade. Foi exatamente isso que fez o apóstolo João apontar, de modo tão forte, quase veemente, a verdade com as expressões, repetidas de maneira constante: “Este é… Esta é… Isto é…”. Veja suas cartas e note a ênfase sobre a unção que ensina todas as coisas. O contexto é o anticristo e seus enganos.
3. Predomínio
“Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono […]” (Isaías 14.13).
“Exaltar”. “Acima”. O objetivo, o alvo, o clímax da aspiração de Satanás. Isso soa fantástico e remoto. Mas não é tão remoto e impensável como parece à primeira vista. Não é esse o motivo e o estímulo de todos os poderes políticos? Se tão-somente percebermos isto: o colocar abaixo esta pretensão foi a razão para a Encarnação, pois todo pecado tem florescido dessa raiz. O nascimento, a infância, a vida adulta, o ensino e a cruz de Jesus Cristo foram um positivo contrabalanço para o poder e a glória mundanos. Ele nunca procurou “causar uma boa impressão”, atrair pessoas para Si ou para Sua causa por meio de prestígio, artifícios, glamor ou por mostra de glória natural.
Mesmo de sua glória e posição corretamente celestial Ele se esvaziou. Seu reino e Seu reinado não eram deste mundo.
Tudo isso foi para refazer algo que havia sido distorcido. Esse algo está em todos nós. Nós adoramos o ídolo do sucesso. Nós temos uma concepção totalmente falsa de força, poder e importância. Jesus veio para corrigir isso em Sua própria pessoa. “Fazes com [a fim de] que ele tenha domínio” (Sl 8.6).Sim, mas não auto-centrado. “Trazendo muitos filhos à glória” (Hb 2.10). Sim, mas à glória de Sua infinita graça, favor sem qualquer mérito! Nós reinaremos com Ele, sim, mas como adoradores do Cordeiro (cf. Ap 20.6)!
O teste para qualquer coisa é se ela realmente exalta Cristo. Não só em palavras, que podem ser uma forma de simulação e de exagero. A garota do templo possuída por demônios em Filipos podia patrocinar e pregar o evangelho, mas aquilo era uma coisa profunda de Satanás, e o apóstolo não estava barateando o evangelho para o diabo a fim de ganhar popularidade. A santidade de Cristo é o critério!
Assim, nós – muito brevemente, claro – notamos o caminho da maldição de Satanás, o caminho de sua queda. O julgamento sobre sua simulação, seu exagero e seu predomínio é: “E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is 14.15).
Que contra o que é falso, o Senhor produza a verdadeira similitude de Cristo, o verdadeiro magnificar de Cristo, a verdadeira exaltação e supremacia de Cristo!
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(Traduzido por Francisco Nunes de Simulation – Exaggeration – Predomination, publicado por Emmanuel Church, Tulsa, Oklahoma, EUA, 1995.)
1Como Tozer faleceu em 1963, e considerando-se que ele tenha escrito isso no último ano de vida, a afirmação se refere ao estado dos cristãos por volta do final da década de 1930! Infelizmente, a situação apenas piorou nos últimos 80 anos, incluindo os pecados que Tozer dizia serem ainda evitados. (N.T.)
2Com certeza, Tozer não estava se referindo àquilo que hoje é chamado de “profético”: dança, pintura, atos, declarações e outros tantos absurdos “proféticos”. A visão profética é de acordo com a Escritura: a denúncia de tudo aquilo que não é de acordo com a completa verdade Escriturística, que rouba o lugar de Deus como Senhor absoluto, que rouba o lugar de Sua Palavra como verdade absoluta, que entroniza o homem em lugar de Cristo, que desvia os filhos de Deus para homens em lugar de levá-los à submissão a Cristo. As “coisas proféticas” modernas são muito mais ocultismo e mundanismo do que a mínima prática profética bíblica. Tozer e Austin-Sparks podem ser considerados como profetas neste sentido bíblico. (N.T.)
3É importante notar que o autor não afirma que ela é, mas que pode ser. A psicologia desvinculada da verdade bíblica ignora a realidade do pecado, a natureza pecaminosa do homem, de sua inclinação espontânea para o mal, sua incapacidade de curar sua incapacidade de fazer somente o bem, etc. Ela propõe, grosso modo, que o homem faz o que faz mais por influência externa e que, por isso, tem condições de se curar, “reprogramando-se”, tomando novas atitudes e disposições. Isso, sem dúvida, é uma falsificação da obra profunda e única do Espírito Santo. (N.T.)
4Neologismo para traduzir o termo soulical, indicando o que tem origem na alma, procede da alma, diz respeito apenas à alma. (N.T.)
Os reis
Há não muito tempo, encontramos uma carta numa antiga revista A Witness and A Testimony1, que foi escrita em janeiro de 1945; e, mesmo sabendo o que, na Inglaterra, as pessoas haviam sofrido nos intensos anos da II Guerra Mundial, parece que a tinta ainda está úmida e isto foi escrito para o Corpo de Cristo ontem.
Amados de Deus,
Que tempo de testes para a fé os santos enfrentam exatamente agora! E que tempo de fúria satânica! O que isso tudo significa? Parece haver somente duas respostas. Ou o Senhor está preparando movimento novo, e talvez final, para a consumação de Seu propósito na terra – o qual requer um estado que irá garantir profundidade, força e permanência, de modo que aquela plenitude real deverá marcar a recolha das colheitas para a glória em Sua manifestação – ou este é o fim de uma fase e o Senhor está vindo para os frutos maduros. Se Apocalipse 12 representa uma situação do fim dos tempos, então há muita coisa aqui que se ajusta com aquilo. As palavras aqui são, sem dúvida, proféticas, pois Apocalipse não foi escrito como história, mas como profecia em sua maior parte, isto é, não o que era passado, mas o que era naquele momento e o que viria a ser. O grande tema desse capítulo é: “Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado” (v. 10; grifos do autor).
Salvação aqui é “livramento de cada calamidade, vitória sobre inimigos, recuperação de doença e libertação do cativeiro”. O reino e a autoridade [poder] aqui referidos são resistidos pelo grande acusador, e uma grande batalha nos céus é travada para lograr o estabelecimento deles [o reino e a autoridade] pela emancipação dos eleitos tirados da esfera do poder de Satanás. Isso não joga luz sobre o teste de fé e o intenso conflito pelo qual os santos estão passando? Aqui está a explicação para as manifestações de resposta à oração há tanto tempo esperadas, as libertações postergadas, a passagem do poder de Deus da esfera temporal para a espiritual em nossa experiência: “O esconderijo da Sua força”.
A combinação de fé testada em relação às coisas visíveis e o intenso conflito na vida espiritual é muito verdadeiro em relação a esse assunto. Conforme clamamos por “salvação” em um ou outra de suas formas, e temos ficado apenas conscientes do conflito e da demora, o acusador vem e levanta perguntas sérias sobre nosso relacionamento com Deus e do relacionamento de Deus conosco. É a velha pergunta: “Se és Filho de Deus…” Assim, nós somos derrubados, ele acusa e busca fazer-nos aceitar que fomos colocados de lado, que fomos dispensados, que Deus não tem mais o que fazer conosco. O triunfo sobre isso é por testemunhar contra ele por meio do sangue do Cordeiro, pela declaração de nosso testemunho e pela eliminação do interesse próprio e de não amar-preocupar-se com a vida até a morte. O resultado é que ele é derrubado, e isso é a natureza e o objetivo da provação e da batalha. Que imensa questão está amarrada a uma pequena palavra: se. “Se… então, por quê?” Essa foi a pergunta de Gideão. Que foi apresentado a Cristo.
Mas, louvado seja Deus, o fim é revelado: o acusador é derrubado e o reino, o poder, a autoridade de Deus e de Seu Cristo são vistos chegando. Apesar de não querermos sugerir que um complexo-de-satanás deva ser desenvolvido, queremos instar que uma olhada para além das coisas, para a parte e o lugar dele nelas, será uma grande libertação da paralisia das próprias coisas. Quer estejamos vivos para isso ou não, “temos que lutar […] contra as hostes espirituais da maldade” (Ef 6.12; grifo do autor), e somente quando atacarmos as forças espirituais por trás das coisas, na infinita virtude do sangue do Cordeiro, poderemos permanecer de posse da chave da situação. Mas vamos lembrar do valor do “eles” (Ap 12.11). É necessária uma ação coletiva, e nós precisamos tomar com muito mais seriedade a oração unida contra as forças espirituais. Assim, qualquer que seja o significado imediato da presente experiência, a necessidade é a mesma: um povo com força espiritual para levar à derrubada de Satanás, ou em situações e posições específicas ou na sua expulsão final das regiões celestiais.
Que o Senhor nos fortaleça com poder para essa batalha que, conforme Ele desejar que enfrentemos, teremos no novo ano.
Vosso, em Sua vida e esperança
T. Austin-Sparks
Irmãos, ao lermos essa carta, a frase “O esconderijo de Sua força” destaca-se, e nós só a encontramos uma vez na Escritura, em Habacuque 3.4. Quando uma frase ou palavra é mencionada somente uma vez na Palavra de Deus, usualmente se refere a algo que é importante para Deus e para Seu povo. Habacuque é um pequeno livro profético que foi, provavelmente, escrito ao mesmo tempo em que Jeremias profetizou e a nação de Israel, como um todo, estava em um estado de idolatria e apostasia, como “aconteceu nos dias de Ló”.
Pouco se sabe de Habacuque além do que está em seus escritos, que nos permitem imediatamente reconhecer que era um guerreiro de oração, profundamente comprometido com o propósito de Deus. Ele era um homem que devia ter uma comunhão sem sombras com seu Senhor, pois três capítulos de seu livro são escritos em forma de colóquio, o que significa um discurso mútuo entre os que são íntimos e familiarizados um com o outro.
Assim, Habacuque e o Senhor estão mantendo uma comunhão recíproca, Espírito a espírito, alma a alma, profundeza a profundeza. Quando o discurso mútuo começa, vemos que Habacuque está desencorajado por não poder ver na esfera temporal que Deus estava trabalhando nas coisas de acordo com Seu plano: os ímpios governavam e pareciam não sofrer julgamento e os justos estavam sofrendo grandemente.
Habacuque ora (1.1-4):
“Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? […] Por que razão me mostras a iniqüidade [problemas, com referência especial à natureza e às conseqüências da malignidade], e me fazes ver a opressão [injustiça que vem para o justo e o honesto]?”
“Até quando, Senhor! Até quando!” Habacuque perguntou isso como muitos de nós o fazem em tempos de tribulação. No entanto, algo que precisamos saber é que o clamor de Habacuque não é por seus desejos pessoais, mas está orando em nome de todos aqueles que sofrem nos tempos maus.
Deus responde a Habacuque (vv. 5-11):
“Vede entre os gentios e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando for contada. […]” O Senhor menciona do julgamento que estava por vir. Ele diz a Habacuque que, não importa quão ruins as coisas possam parecer no reino natural, Ele está trabalhando nelas de acordo com o conselho de Sua própria vontade.
Habacuque continua o discurso com seu Senhor, por vezes ainda desencorajado, mas também encorajado, pois diz (vv. 12-17; 2.1):
“Sobre a minha guarda estarei e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for argüido.”
Deus lhe responde e lhe diz que Seu propósito e conselho certamente virá no tempo que Ele determinou (2.2-20):
“A visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.” E diz que, durante o tempo da espera, a fé do fiel será provada! “O justo pela sua fé viverá.”
Esta é a única ordem que o Senhor dá a Habacuque: “Mas o justo pela sua fé viverá”. Nessa escritura, a palavra “mas” é muito importante. É uma conjunção adversativa, marcando geralmente um contraste distintivo, uma contradistinção em relação a tudo que o cerca. Em outras palavras, o Senhor está dizendo: “Quando as coisas parecem piorar, quando o inimigo parece estar conseguindo vencer, o justo deve viver por sua fé”. O Senhor está dizendo a Habacuque que a vida dele deve ser um contraste distinto, deve ser diametralmente oposta a tudo que Satanás instiga no mundo ou no meio do povo de Deus. Habacuque deve viver e se mover e ter seu ser na esfera da fé.
Então, o Senhor continua a falar do julgamento, bem como muitas palavras proféticas que seriam (e são) muito difíceis para os fiéis entenderem. No entanto, bem no meio de todo esse julgamento, Ele espantosamente declara:
“Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar. […] Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.” (2.14,20)
Quando Deus partilha isso com Habacuque, o profeta irrompe numa gloriosa oração que é um salmo de louvor bem como uma oração de guerra do Espírito. Pois, mesmo que possa parecer que todas as coisas não estejam funcionando de acordo com o propósito de Deus, Habacuque vem a perceber que o exato oposto é verdadeiro: Deus está de fato ocultando Seu poder, e no reino invisível o inimigo está sendo derrotado e os eleitos de Deus estão sendo libertados para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
“[…] e ali estava o esconderijo da sua força. […] e os montes perpétuos foram esmiuçados; ou outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem” (3.4,6).
Amados, vamos nos tornar guerreiros de oração, tal como Habacuque, por unir-nos aos justos de todas as eras que, no meio de suas provações, viveram pela fé no Filho de Deus, e vamos, no Espírito, abraçar o encargo de nosso Senhor para Seu povo (o nome Habacuque implica “aquele que abraça o encargo”) e cantar como Habacuque:
“Porque ainda que a figueira não floresça
nem haja fruto na vide;
ainda que decepcione o produto da oliveira
e os campos não produzam mantimento;
ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas
e nos currais não haja gado;
todavia eu me alegrarei no Senhor,
exultarei no Deus da minha salvação.
O Senhor Deus é a minha força,
e fará os meus pés como os das cervas
e me fará andar sobre as minhas alturas”
(vv. 17-19).
Amém! Amém! Amém!
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1 Essa revista, Uma Testemunha e um Testemunho, cujo editor era T. Austin-Sparks, não é mais publicada. Ele partiu para o Senhor na primavera de 1971.
(Traduzido por Francisco Nunes do livreto The hiding of His power, publicado em 1994 por Emmanuel Church, Tulsa, Oklahoma, EUA, sem indicação de autoria.)
Nada é tão pequeno ou trivial que escape à atenção do controle soberano de Deus; nada é tão grande que esteja além de Seu poder para controlá-lo. O insignificante pardal não pode cair no chão sem a vontade de Deus; o poderoso império romano não pode crucificar Jesus Cristo a menos que o poder para isso lhe seja dado por Deus (veja Mt 10.29; Jo 19.10,11). E o que é verdadeiro em relação ao pardal e a Jesus é verdadeiro para você e para mim. Nenhum detalhe de sua vida é insignificante demais para a atenção de seu Pai celestial; nenhuma circunstância é grande demais que Ele não possa controlá-la.
(Traduzido por Francisco Nunes. Original aqui.)
Intelecto (Ravi Zacharias)
Nosso intelecto não foi planejado para ser um fim em si mesmo, mas somente um instrumento para a própria mente de Deus.
“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar…” (Colossenses 3.4)
Um dos principais objetivos do Espírito Santo é levar os cristãos serem de fato identificados com Cristo como o Senhor ressurreto e exaltado e fazer Sua vida ressurreta real na experiência deles. Conforme a era avança para sua consumação – a manifestação de Cristo –, duas características vão se tornar cada vez mais evidente. Por um lado, coisas, homens, movimentos, instituições, organizações, etc. predominarão e atrairão multidões após si e as ligarão a si. Por outro lado, com o crescente desapontamento e desilusão com essas coisas, uma minoria irá se voltar para o Senhor a fim de encontrar apenas nele sua vida.
Três elementos serão inseparáveis de tudo isso. Um é o inequívoco desenvolvimento do princípio do anticristo, que irá definitivamente suplantar Cristo ou tentar fazê-lo. O segundo é o cristianismo feito pelo homem como alternativa para Cristo em sua plenitude, uma imitação da vida nascida e sustentada por seu próprio ímpeto. O terceiro, uma profunda e genuína busca por realidade, verdade e conhecimetno interior do próprio Senhor. No primeiro caso, aquilo será uma descarada adoração do homem na força humana: um tremendo transbordar de humanismo, o deslumbramento e a glória do homem. No terceiro, Cristo será a vida completamente.
Se o cristão é ligado a alguma coisa, tal como ensinamento, tradição, instituição, movimento ou pessoa, o fim certamente será uma limitação da vida e, por fim, confusão e desapontamento, talvez algo pior. O Novo Testamento torna inquestionavelmente claro e enfático que o destino de tudo é Cristo ser tudo em todos. Nós temos de aprender que a verdadeira obra do Espírito Santo é ligar tudo a Cristo. Ele, Cristo, tem de ser a vida de nosso espírito, o “homem interior”, para que sejamos fortes no Senhor, não em nós mesmos, não nos outros, não em coisas. Nós deveremos sobreviver à adversidade apenas por Sua força em nós.
Cristo terá de ser a vida de nossa mente. A perplexidade nos encontrará sem o poder para explicar ou entender, mas o Espírito nos ensinará e liderará.
Cristo precisará ser a vida de nosso corpo. Há algo como a vida Divina para o corpo físico. Nem sempre o Senhor escolhe curar o corpo, mas sempre quer ser a vida dele, mesmo no sofrimento, para cumprir Seu propósito.
É o próprio Senhor, e que seja assim, que muitas vezes tem de se colocar contra um pano de fundo de inabilidade natural. O poder de Sua ressurreição é a lei da união com Cristo do início ao fim. Dias de terrível pressão virão sobre o povo do Senhor. Seu inimigo está se aproveitando de cada pequeno ataque. A única suficiência está no próprio Senhor como nossa vida.
Aos novos crentes, Barnabé “exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração” (Atos 11.23). Há uma absoluta verdade nisso que será pressionada sobre nós até o tempo “quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar”.
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(Traduzido por Francisco Nunes de um folheto publicado por Emanuel Chuch, Tulsa, OK, EUA. Para conhecer mais sobre ele, clique aqui.)
Creio que não há um assunto com tanto potencial para nos abençoar quanto nos arruinar tal qual o sexo. Deus criou algo tremendamente precioso e sagrado para que pudéssemos nos aproximar dEle. O homem em sua condição caída, porém, faz dele algo que serve unicamente ao seu prazer.
Por quê falar de sexo? Bem, em primeiro lugar, porque todo mundo pensa em sexo. Por mais clichê e desrespeitosa que seja a máxima de que “para chamar a atenção de jovens, tem que falar de sexo”, há nela algo de muito verdadeiro. É fundamental que todo e qualquer cristão tenha um entendimento bíblico a respeito do sexo. Mas o assunto hoje em dia tem sido abordado das seguintes maneiras:
Primeiro, há quem tome a máxima citada acima e abuse dela. Fala-se então do sexo de maneira explícita, descarada e quase beirando o deboche. Afinal, devemos “rasgar o verbo” e “falar a língua dos jovens”. Se a gente não falar assim, supostamente, o jovem não vai gostar. Vai ser careta. Por mais que seja verdadeira a noção de que devemos falar aberta e claramente a respeito do assunto, creio que essa abordagem trata de sexo de uma maneira caricata, muito aquém do quão sagrado é o tema.
Segundo, há aqueles que evitam o assunto a qualquer custo. Para esses, é melhor não trazer o tema à tona para evitar de incitar os jovens a pensar nisso. Melhor deixar quieto para não “atiçar” a garotada. Novamente, creio que isso seja igualmente errado. Por mais que se evite o assunto em casa e na igreja, a realidade é que isso está estampado em outdoors, na televisão, internet e afins. E se você não está disposto a falar sobre isso, há candidatos de sobra para educar nossos jovens quanto ao sexo.
Uma terceira abordagem é mais silenciosa e bem menos atraente. Ao abordarmos o tema pela perspectiva bíblica, inevitavelmente haverá quem diga que estamos sendo ingênuos. Da mesma maneira, há quem condenará um suposto exagero de interpretação, como se estivéssemos forçando a Palavra a dizer coisas que não diz. A verdade é que a Bíblia fala muito claramente sobre o sexo. E é isso que quero mostrar para que possamos entender o peso que isso tem na nossa caminhada com Cristo.
Começo hoje uma série de posts sobre o sexo e qual deve ser a nossa postura quanto a ele, a partir da perspectiva bíblica. Não tratarei de tudo em apenas um texto, pois ficaria gigante e pesado (tanto para escrever quanto para ler). A cada post abordarei um tópico diferente no intuito de cercar o assunto com o máximo de embasamento bíblico e entendimento possível. Se você tiver alguma pergunta, por favor deixe um comentário abaixo que tentarei respondê-la num post futuro. Eu quero responder as perguntas que surgirem pois meu objetivo é munir o leitor com o máximo de informação possível para que ele não seja levado por uma onda de pensamento mundana. Os comentários do blog são moderados por mim, então, sinta-se a vontade para deixar uma pergunta sem medo de que seja vista por todos. Prometo a vocês o devido anonimato. Só publicarei comentários que forem explicitamente autorizados por você. Se não quiser que sua pergunta seja publicada, por favor me avise que assim o farei. Desde já, agradeço pela sua confiança.
Vamos lá, então, arregaçar as mangas e entrar no assunto que tanto ocupa a nossa vida.
O homem à imagem de Deus
Em Gênesis 1.26 temos o relato da criação do homem “à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Diferente de todo o resto da criação, o homem foi feito para refletir Deus na terra. Somos então como “retratos vivos” de Deus, uma representação terrena de uma realidade divina. Mas antes de sermos criados vem a seguinte pergunta: por quê Deus criou o homem? Tim Keller responde sucinta e brilhantemente:
Por quê Deus criaria a humanidade se Ele tinha um amor e uma comunhão perfeita na Trindade? A única resposta: para compartilhar o seu amor com outros.
Ou seja, nós fomos criados por amor. Pura e simplesmente. Deus nos criou porque o seu amor transbordou e Ele escolheu compartilhar isso conosco. Ele ainda nos fez à sua imagem, sempre em amor a si mesmo. O aspecto que devemos ressaltar aqui é a origem, o ponto de partida. De onde viemos? Para quê viemos? Viemos de e para Deus, porque dEle e por Ele são todas as coisas. (Rm 11.36) Logo, toda a criação fala dEle. (Sl 19.1) Tudo que somos deve apontar de volta para Ele. Mas por quê? Simplesmente porque Deus não divide a sua glória com ninguém. Imagine que Deus fosse modesto e ao ser louvado dissesse: “Imagina, quem, eu? Soberano? Perfeito? Ah, vai… não chega a tanto.” Se isso acontecesse, Ele estaria mentindo. Mas Deus é perfeito e não pode fazer isso. Logo, se Ele não for o alvo maior da sua própria criação e devoção, então está sendo incoerente consigo mesmo!
Da mesma maneira, devemos viver a partir desse paradigma, desse padrão: Deus nos criou para Ele, para a glória única e exclusiva dEle. E disso não abre mão. Foi Deus que nos deu vida, que nos dá um propósito e que deve reger tudo que fazemos. Somos um ‘tipo’ de Deus. O que quero dizer com isso? Trabalharemos com o termo grego tupos, cujo significado remete a algo como uma marca ou impressão física deixada por um martelo, por exemplo. Ou seja, ao dizer que somos um ‘tipo’ de Deus, entendemos que remetemos àquele que nos criou, que temos quase que uma “impressão digital” de Deus em nós.
A noção de ‘tipos’ é muito comum na Bíblia. Paulo afirma que Jesus era o segundo Adão, por exemplo. Da mesma maneira que o pecado entrou no mundo por meio de uma só homem, a salvação aconteceu da mesma maneira. (Rm 5.18) A Páscoa do AT remete à Páscoa do NT. O sangue de um cordeiro “salvava” o povo do Egito da morte ao marcar a porta daqueles que eram do Senhor. Da mesma maneira, é o sangue do Cordeiro que nos marca e nos salva da morte eterna.
Após entendermos a noção de ‘tipo’ e tudo que já mencionamos acima, temos que trazer isso de volta para o assunto principal.
O que a imagem de Deus e o fato de sermos um ‘tipo’ dEle tem a ver com o sexo?
Tem TUDO a ver. Quando entendemos que a nossa vida deve servir para apontar de volta para Ele, temos que carregar esse propósito para todos os aspectos da nossa vida. Inclusive a maneira que lidamos com a nossa sexualidade.
O que temos de guardar a partir disso é a noção de que nós devemos viver a nossa vida integralmente de acordo com um padrão instituído por Deus, cujo alvo final é a glória dEle. Ao trazer isso para o sexo, devemos nos apegar com toda a nossa força ao que Paulo diz:
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. – Romanos 12.1,2
Ao tratarmos de sexo, o mundo deixa muito claro qual é o padrão que devemos seguir. A Bíblia, porém, nos diz o contrario. Devemos viver toda a nossa vida como um culto a Deus a fim de gozarmos da boa, agradável e perfeita vontade do Pai.
O mundo já deixa bem claro que devemos buscar, acima de tudo, o prazer próprio. Mas o que temos que lembrar é que o sexo segundo o padrão bíblico não é algo penoso, como se não houvesse prazer nele. Muito pelo contrário! O sexo, quando praticado segundo o padrão de Deus, foi feito para que possamos experimentar o prazer de Deus para nós, algo muito maior do que qualquer outro! Um Deus bom não pode criar coisas ruins. O primeiro capítulo de Gênesis deixa bem claro que após criar tudo, Deus contemplou aquilo tudo e viu que era MUITO bom! Da mesma maneira, o sexo criado por Deus é muito bom! Aliás, é algo tão bom que mesmo quando praticado fora dos padrões bíblicos, pessoas conseguem ter prazer nele. Acontece que enquanto o prazer proposto por Deus para o sexo foi feito para nos aproximar dEle e termos vida abundante, o sexo fora desse padrão traz afastamento e morte.
Qual é o sexo, então, segundo o padrão de Deus? Qual é o prazer que temos ao nos submetermos à vontade do Pai? Se somos um ‘tipo’ de Deus e fomos criados conforme a imagem e semelhança dEle, qual é o propósito do sexo e para quê que ele foi criado?
Essas e outras perguntas serão abordadas nos textos a seguir…
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Conferência com Christian Chen. Tema: O relógio de sol do rei Acaz e o salmo 126
Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.
(Fonte)