Se o próprio Cristo só iniciou Sua pregação depois de ter sido ungido, nenhum jovem deve pregar enquanto não tiver recebido a unção do Espírito Santo.
(F. B. Meyer)
Uma das maiores qualificações para sermos úteis no serviço do Senhor é um coração que verdadeiramente deseja Sua honra.
(George Müller)
Será que em nossos dias não estamos confiando demais no braço de carne? Por que não presenciamos as mesmas maravilhas que ocorreram no passado? Os olhos do Senhor não passam mais por toda a terra para mostrar-se forte para com aqueles que confiam totalmente nele? Ah, que Deus me conceda uma fé mais prática! Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Está esperando que Elias clame por Ele.
(James Gilmour)
Aquele que prega arrependimento está-se colocando contra este século, e, enquanto insistir nisso, será impiedosamente atacado pela geração cuja fraqueza moral aponta. Para tal tipo de pessoa só existe um fim: “Sua cabeça vai rolar!” É melhor ninguém começar a pregar o arrependimento enquanto não confiar a cabeça ao céu.
(Joseph Parker)
Embora o avivamento e o evangelismo estejam intimamente relacionados, são, na verdade, duas obras distintas. O avivamento é uma experiência da Igreja; o evangelismo, a expressão dela.
(Paul S. Rees)
Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para lutar contra ele e, por isso, procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de arregimentar.
(Richard Sibbes)
Ah, quem me dera um coração sensível, dominado pelo desejo de orar. Ah, quem me dera um espírito despertado diariamente cheio do poder divino. Quem me dera um coração como o do Salvador, que, mesmo agonizando, intercedeu. Dá-me, Senhor, esse mesmo amor pelos outros. Ah, que haja peso de oração em meu coração. Pai, anseio ter esse fervor, de derramar a alma em oração pelos perdidos… de entregar minha vida para que outros sejam salvos… orar, seja qual for o preço. Senhor, ensina-me, revela-me esse segredo. Estou ansiosa para aprender essa lição, ter essa grande paixão pelas almas. Anseio por isso, bendito Jesus. Pai, tenho um forte desejo de aprender Contigo essa lição. Que Teu Espírito a revele a mim.
O arrependimento também é um ato continuo durante a vida inteira. Crescerá continuamente. Eu creio que um cristão em seu leito de morte se arrependerá mais amargamente do que jamais fez. Arrepender-se é algo que se fará durante toda a vida. Pecar e arrepender-se, pecar e arrepender-se, resume a vida de um cristão. Arrepender-se e crer em Jesus, arrepender-se e crer em Jesus, conforma a consumação da felicidade.
(C. H. Spurgeon)
A fé obedece. A incredulidade se rebela. O fruto da vida de uma pessoa revela se ela é crente ou incrédula. Não há meio termo. O simples conhecimento e aceitação de fatos, sem a obediência à verdade, não é crer, no sentido bíblico. Aqueles que se apegam à lembrança de uma “decisão de fé” feita no passado, mas não demonstram qualquer evidência de que a fé continua operando em sua vida, deveriam considerar bem a exortação clara e solene das Escrituras: “O que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36).
(John MacArthur)
Não há coração que Deus não possa conquistar. Não há vida que Ele não possa mudar. Não há passado que Ele não possa perdoar.
(Steven Lawson)
Muitos oram com os lábios por aquilo que o coração não deseja.
(Jonathan Edwards)
O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo.
(C. H. Spurgeon)
Quando realizamos alguma coisa digna de louvor, devemos nos esconder sob o véu da humildade e transferir para Deus a glória de tudo quanto fizemos.
(Thomas Watson)
Todas as atividades intelectuais (por exemplo: ler, ouvir rádio, assistir televisão e filmes, estudos acadêmicos, conversas casuais) devem sempre ser submetidas ao filtro da cosmovisão cristã para determinar quais delas estão aliadas às verdades das Escrituras e quais são suspeitas de serem inimigas.
Se refletirmos quão acentuada é a tendência da mente humana para esquecer a Deus, quão grande é a inclinação dos homens para com toda espécie de erro e quão pronunciado é o gosto deles para forjar, a cada instante, novas fantasiosas religiões, poderemos perceber como foi necessária a autenticação escrita da doutrina celeste, para que ela não desaparecesse pelo esquecimento, nem se desfizesse pelo erro, nem fosse corrompida pela petulância dos homens. Deste modo, como está sobejamente demonstrado, Deus providenciou o auxilio de Sua Palavra para todos aqueles a quem quis instruir de maneira eficaz, pois sabia ser insuficiente a impressão de Sua imagem na estrutura do universo. Portanto, se desejamos com seriedade contemplar a Deus de forma genuína, precisamos trilhar a reta vereda indicada em Sua Palavra.
(John Owen)
Deus é grande, grande é Seu poder e infinita Sua sabedoria. Louvai-o, céu e terra, sol, lua e as estrelas com sua própria linguagem. “Meu Senhor e meu Criador! A magnificência de Tuas obras eu quero anunciar aos homens na medida em que minha inteligência limitada a possa compreender.”
(Johannes Kepler)
Poderia um marinheiro ficar parado ao ver o náufrago chorando? Poderia um médico ficar confortável e simplesmente deixar seus pacientes morrerem? Poderia um bombeiro ficar parado, deixando os homens queimarem e não dar uma ajuda? Você pode assentar-se tranquilamente em Sião com o mundo condenado a sua volta?
(Charles H. Spurgeon)
Fora de Jesus Cristo não sabemos o que é nem nossa vida, nem nossa morte, nem Deus, nem nós mesmos.
(Blaise Pascal)
Quem não acredita na existência de Deus é mais vil do que um demônio, pois nem no inferno existe ateísmo.
(Thomas Brooks)
Aquele que está sempre satisfeito, embora tenha tão pouco, é muito mais feliz do que aquele que está sempre a cobiçar mesmo tendo tanto.
(Matthew Henry)
Um sermão centrado em Cristo, sem uma mensagem de arrependimento, será recebido pelos incrédulos como um bom documentário sobre Jesus.
(Josh Buice)
Nenhuma afirmação tirada de seu contexto é uma garantia suficiente para ações que controlem claramente outras ordenanças. Quão excelente seria se toda a Igreja de Cristo tivesse aprendido que nenhuma lei da vida se baseia em um texto isolado. Todo falso professor que dividiu a Igreja teve um “está escrito” para pendurar em sua doutrina.
Que os santos podem se tornar culpados de fornicação é algo fora de qualquer dúvida; isso é confirmado tanto por tristes fatos quanto pelas Escrituras. “E chore por muitos que dantes pecaram e não se arrependeram da imundícia, e prostituição e lascívia que cometeram” (2Co 12.21). Qual será, então, o resultado de tais pecados cometidos após a fé e a confissão do nome de Cristo? Eles não afetarão a posição da parte culpada no futuro? Não existe nenhuma punição além da frieza e da morte espirituais agora? A Escritura nos dá um testemunho bastante diferente. Ela nos assegura que os tais, embora sejam salvos no final, não terão nenhuma parte no reino de mil anos do Salvador. “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1Co 6.9,10). “Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5.5). O reino mencionado como sendo de Cristo (ou Messias) demonstra ser o reino temporário que Jesus receberá como Filho de Davi, o Messias dos judeus.
Parece que até mesmo punição positiva será aplicada aos santos culpados desse pecado. “Porque esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais da fornicação; que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo” (1Ts 4.3-8). “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hb 13.4)
A ira de Deus contra este pecado foi vista em Seu tratamento a ele dado sob a lei, conforme nos foi indicado no resumo de Paulo a respeito dos caminhos do Senhor com relação a Seu povo do passado (1Co 10). Moisés, da mesma forma, observa este ponto, quando recorda aos israelitas os tratos do Senhor com eles: “Os vossos olhos têm visto o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor; pois a todo o homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor, teu Deus, consumiu do meio de ti” (Dt 4.3).
Esaú é caracterizado como “profano”, e sua história confirma de modo real e completo a acusação. Ele “vendeu o seu direito de primogenitura”. O que estava contido no “direito de primogenitura” não está esclarecido em cada ponto. Sob a lei, uma porção dobrada das posses do pai pertencia ao primogênito (Dt 21.17). E, quando o pai era um rei, o reino era, naturalmente, dado a ele, a menos que o Senhor, como Governador Supremo, se agradasse em ordenar de outra forma (2Cr 21.3). Porém, no caso de Esaú, podemos ver o que ele perdeu, observando o que Jacó se tornou posteriormente. O Altíssimo inseriu o nome de Jacó em Seu próprio nome. Jeová era “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”. Freqüentemente Ele é chamado apenas de “o Deus de Jacó” ou “o Deus de Israel”. Tal glória, então, foi rasgada de Esaú, o profano. De Jacó também nasceram os doze patriarcas e o próprio Messias. O reino de Deus é fundado na base das doze tribos, e o nome delas está eternamente gravado nos portões da cidade eterna de Deus. Desistir das vantagens espirituais em troca daquelas que são terrenas é o ganho da profanação; e deste crime Esaú se tornou culpado ao vender seu direito de primogenitura.
Mas ele foi ainda mais culpado por ter aceitado em troca uma insignificante remuneração de categoria humana. Foi uma “única refeição”. Se ele tivesse exigido que Jacó o sustentasse durante toda a vida, como pagamento por sua rendição, teria sido profanação. Mas, desfazer-se do direito de primogenitura pela gratificação de uma hora, foi o extremo da profanação. Sua referência a tal direito revela desprezo enquanto efetua a venda: “Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura?” (Gn 25.32). Os homens em geral apregoam o valor dos bens que estão para vender; mas o próprio Esaú deprecia a primazia daquilo que estava para lançar fora. Ele o vendeu também com um juramento recorrendo a Deus para dar testemunho à ímpia transação (v. 33). Observe outro agravante do pecado! Levando em consideração a venda, o Espírito Santo acrescenta: “E ele comeu, e bebeu, e levantou-se e saiu” (v. 34). Ele foi cuidar das suas obrigações rotineiras quando terminou a refeição, como se nada de importância particular tivesse acontecido.
Observe, entretanto, a extensão do pecado. Não foi por ter caído em idolatria, ou por ter renunciado a Deus de seu pai, que Esaú perdeu seu direito de primogenitura. Também não foi por ter repudiado Isaque como pai. Isaque ainda o reconhecia como filho, embora fosse forçado a reter a bênção do primogênito. O exemplo de Esaú é, portanto, uma lição para o crente, para alguém que será reconhecido por Deus como Seu filho no dia da recompensa.
O desfecho do caso é transformado em aviso para nós. Esaú, por fim, desejou a bênção. Quando seu pai estava para concedê-la, ele se empenhou em consegui-la, mas foi negada a ele pela providência de Deus. (Não temos necessidade de defender a conduta de Jacó, tanto pela compra do direito de primogenitura como pela tentativa de obtê-lo fraudulentamente. Isso foi incorreto à vista de Deus e, como tal, foi punido. Mas este não é o ponto de que estamos tratando agora.)
O Senhor sustentou a barganha de Esaú. Deus foi convidado como testemunha da venda, e, por Sua providência, impediu que Isaque concedesse a bênção a Esaú. Quando descobriu que seu irmão havia obtido a bênção para si, “ele [Esaú] bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai!” Mas Isaque não foi persuadido a se arrepender de suas palavras ou a revogar a bênção. “Abençoei-o e ele será bendito! E levantou Esaú a sua voz e chorou.” Embora tivesse buscado no final a bênção com lágrimas, não a obteve. (O buscar pode se referir, gramaticalmente, à (1) bênção ou à (2) mudança no propósito do pai. Eu prefiro entender como sendo a última.) Esaú não pôde levar o pai ao arrependimento por ter dado a suprema honra a seu irmão mais novo. “Ele foi rejeitado” (a palavra grega indica alguém vindo a ser um “rejeitado”, coisa que Paulo temia para si mesmo, uma vez que usa uma palavra da mesma raiz em 1Co 9.27).
Mas como o exemplo se aplica a nós, cristãos?
Em primeiro lugar, Esaú era um descendente de Abraão e o filho circuncidado de Isaque. Nisso ele corresponde aos crentes agora. Ele era em verdade um filho tanto quanto Jacó. Em todos os aspectos, o direito de primogenitura era seu. Ele lhe teria sido dado oportunamente no final, exceto por sua má conduta. Nós, cristãos, estamos, portanto, numa posição semelhante. Como nascidos de novo de Deus, somos presumivelmente herdeiros do reino. Como crentes em Jesus, antes do dia milenar e antes da inclusão de Israel, nós somos os primogênitos. Assim, essa não é uma lição para os descrentes.
Uma conduta profana, como a de Esaú, causará a perda do direito de entrar no reino, que é o direito de primogenitura a nós proposto. Podemos trocar a bênção futura espiritual pelo presente e terreno. Em milhares de casos, essa venda profana tem acontecido, e até o dia presente é negociada das mais variadas formas:
Um ministro crente vê que tais e tais doutrinas e práticas de sua denominação não têm apoio nas Escrituras. Elas ferem muito sua consciência. Mas o que ele fará se desistir de seu posto atual e dos benefícios que tira dele? Que proveito seu direito da primogenitura terá para ele, caso tenha de entregar sua posição atual e seu sustento? Assim argumenta sua incredulidade. E, sob a influência de tal motivo sem valor, ele continua numa posição que acredita ser pecaminosa. Em que tal procedimento difere do de Esaú? Em princípio, nada. Os benefícios mundanos que essa pessoa recebe por manter sua posição de infidelidade são como um prato de lentilhas e representam o preço que recebe pela venda de seu direito de primogenitura. Daí em diante, Deus o prenderá a sua barganha.
Eis um negociante cristão. Ele descobre que algumas de suas práticas comerciais não são cristãs, e sim malignas. Mas como poderá agir de forma diferente de seus vizinhos incrédulos? Se ele deseja fazer fortuna, como é o caso deles, deve agir como eles; caso contrário, será deixado para trás na competição. Ele persevera em tais feitos, até que sua consciência se torna calejada. Que diremos, então? Não é a profana barganha de Esaú que se repete? Se esse homem recebe a realidade da troca ou não, Deus o prenderá à troca feita. Eles receberam suas boas coisas agora e as obtiveram pelo sacrifício dos interesses espirituais. Quando, portanto, vier o tempo da recompensa, sua venda real será lembrada. Foi uma barganha real, embora não tenha sido formal. Ela procede de pensamentos vulgares da prometida glória de Deus. É como o desprezo de Esaú pelo direito da primogenitura, manifestado em suas ações.
Para esses, o dia da recompensa apresentará novamente a cena entre Esaú e seu pai. Esaú, apesar da venda e do juramento, ainda esperava receber plenamente a bênção do primogênito. Finalmente, quando rejeitado, podemos ouvi-lo falar como alguém que tivesse sido roubado naquilo que lhe era devido. Mas o Senhor cuidou para que ele fosse rejeitado. Assim serão tratados todos aqueles cristãos que, como Esaú, se mantém presos a suas trocas profanas das coisas espirituais pelas coisas temporais. No final, quando o reino e a glória de Cristo chegarem, eles despertarão para a percepção e valor da bênção e a desejarão ardentemente. Mas a troca permanecerá. O reino não poderá ser deles.
Observe o mais convincente ponto da representação: é uma transação entre pai e filho. O pai a recusa ao seu filho favorito. A despeito da ternura natural e especial, o choro e as lágrimas são inúteis.
Cuidado, cristão, para não desvalorizar seu direito de primogenitura e não vir finalmente a vendê-lo, embora sendo filho de Deus. Aquele que é imutável em justiça e santidade excluirá você como profano dos mil anos de glória do Messias. Pois, observe bem, Esaú não se retirou da presença do pai com uma maldição. Ele simplesmente perdeu a bênção que comerciou.
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Como Mediador de Seu povo, Jesus o guarda em perfeita segurança de dia e de noite. Ninguém, ninguém pode arrancar alguém de Seu povo de Suas mãos; Ele se responsabiliza pela completa salvação deles. Morrer pelos pecados deles e ressuscitar por causa de sua justificação, mas não prover-lhes a segurança enquanto jornadeiam num mundo de pecado e tentação – deixá-los por conta própria como presa desprotegida das corrupções do próprio coração, das maquinações de Satanás e do embaraço do poder do mundo – teria sido apenas uma salvação parcial de Seu povo. Sofrendo a oposição de um triplo inimigo – Satanás e o mundo, aliados a seu próprio coração imperfeitamente renovado e santificado, esse inimigo traidor que mora dentro do acampamento, sempre pronto a desencaminhar a alma diante dos inimigos –, como poderia um pobre e fraco filho de Deus resistir e lutar contra essa poderosa falange? Mas Cristo, que foi poderoso para salvar, também é poderoso para guardar. Nele foram feitas provisões para todas as provações, todas as circunstâncias complicadas e perigosas em que o crente possa se encontrar. A graça é suprida para sujeitar toda corrupção inata; uma armadura é providenciada para cada assalto do inimigo; sabedoria, força, consolação, compaixão, bondade: tudo, tudo de que um pobre pecador crente possivelmente possa precisar está ricamente armazenado em Jesus, o Cabeça da aliança de toda a plenitude de Deus para Seu povo.
(Otávio Winslow)
O arrependimento produzido pelo evangelho não é um ligeiro inclinar de cabeça. É uma obra no coração até que o pecado se torne mais odioso do que qualquer punição a ele.
(Richard Sibbes)
Cristo será responsivo a todos aqueles que Lhe foram dados, no último dia, e portanto não precisamos duvidar de que Ele certamente empregará todos os poderes de Sua divindade para assegurar e salvar todos pelos quais for responsável. A responsabilidade e o cuidado de Cristo pelos que Lhe foram dados se estendem até o dia da ressurreição, pois Ele não os perderá, mas reuni-los-á novamente e leva-los-á para a glória a fim de serem uma prova de Sua fidelidade; pois disse: “Nada perderei, mas ressuscitarei novamente no último dia”.
(Thomas Brooks)
Estou convencido de que o primeiro passo para se alcançar um padrão mais elevado de santidade está em reconhecer plenamente a tremenda pecaminosidade do pecado.
(J. C. Ryle)
Nunca pedi coisa alguma em oração sem um dia, afinal, recebê-la de alguma maneira, de alguma forma.
(Charles Muller)
A solução para este mundo tão insaciável por pecado é uma igreja insaciável por oração. Precisamos explorar novamente as “preciosas e mui grandes promessas” de Deus (2Pe 1.4). Naquele grande dia, o fogo do juízo haverá de provar o tipo, e não a quantidade, da obra que fizemos. Aquilo que nasceu em oração passará pela prova.
(Leonard Ravenhill)
Nosso orgulho sente desgosto por nossas falhas, e muitas vezes confundimos esse desgosto com o verdadeiro arrependimento.
Quando o pecado influencia nossas preferências, ele parece agradável e bom. A mente é naturalmente predisposta a pensar que tudo o que é agradável é correto. Portanto, quando um desejo pecaminoso vence a vontade, também lesa o entendimento.
(Jonathan Edwards)
“Deus falar” é o mesmo que “Deus agir”; para Ele, dizer e fazer são a mesma coisa.
(Matthew Henry)
Que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber nada mais, senão o que a Escritura nos ensina. Naquilo em que o Senhor fecha Seus próprios lábios que igualmente impeçamos nossa mente de avançar um passo a mais.
(João Calvino)
Abandonar o pecado é a própria essência do verdadeiro arrependimento. O arrependimento que consiste apenas em sentimentos, confissão verbal, desejos, esperança e decisão é indigno aos olhos de Deus. Os atos é que constituem a essência do “arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar”. Até que um homem cesse de fazer o mal e abandone seus pecados, ele não se arrependeu. Se queremos saber se realmente somos convertidos a Deus e se experimentamos tristeza pelo pecado e o arrependimento que causa “jubilo nos céus”, examinemo-nos e vejamos se, na verdade, abandonamos o pecado. Não descansemos até que sejamos capazes de dizer, como se estivéssemos na presença de Deus: “Odeio o pecado, e não quero mais pecar”.
(J. C. Ryle)
Guarde-se de estudar a Bíblia como mero amante de história, ou de ciência ou de poesia. Estude-a como um pecador, ansioso por saber como pode ser salvo. Leia a Bíblia para saber como Deus pode perdoá-lo, justificá-lo e conduzi-lo ao céu quando você morrer. Deixe de lado suas críticas, discussões e especulações, e aproxime-se da Bíblia como uma criancinha, como um sincero investigador, como um aluno humilde, desejoso de conhecer as Escrituras, que podem torná-lo sábio para a vida eterna. Nessa busca tão séria, deixe de lado todos os outros livros, e torne-se estudante desse único Livro de Deus. A salvação é o grande e principal tema da Bíblia, e isso é tudo que você, como pecador que vai enfrentar o trono do juízo de Deus, precisa conhecer.
(Otávio Winslow)
A hipocrisia é uma erva daninha que naturalmente brota em todo terreno. O melhor coração não está perfeitamente limpo nem livre dela.
(John Flavel)
A oração não é tanto um ato, mas é uma atitude; uma atitude de dependência, dependência de Deus.
Um outro fruto do amor é a tristeza. Onde há amor a Deus, há um lamentar-se pelos nossos pecados de dureza contra Ele. Um filho que ama o seu pai não pode senão chorar por ofendê-lo. O coração que arde em amor derrama-se em lágrimas. Oh! Como eu poderia abusar do amor de um Salvador tão precioso?! Não sofreu o bastante o meu Senhor sobre a cruz, para que eu O faça sofrer ainda mais? Devo eu dar-Lhe mais fel e vinagre para beber? Quão desleal e insincero eu tenho sido! O quanto tenho eu entristecido o Seu Espírito, negligenciado os Seus mandamentos reais, desprezado o Seu sangue! Isso abre uma veia de tristeza piedosa e faz o coração bater novamente. “Então, Pedro […] saindo dali, chorou amargamente” (Mt 26.75). Quando Pedro pensou em como Cristo afetuosamente o amava; em como ele havia sido levado até o monte da transfiguração, onde Cristo lhe mostrara a glória do céu em uma visão; pensar que ele havia negado a Cristo depois de ter recebido Dele tão notável amor, isso partiu o seu coração de tristeza; ele saiu e chorou amargamente.
Assim testemos o nosso amor a Deus. Nós vertemos as lágrimas da tristeza piedosa? Nós lamentamos a nossa dureza contra Deus, o nosso abuso de Sua misericórdia, a fato de não multiplicarmos os nossos talentos? Quão distantes estão de amar a Deus aqueles que pecam diariamente sem que isso golpeie o seu coração! Eles possuem um mar de pecados, e sequer uma gota de tristeza. Eles estão tão distantes de se preocuparem com isso, que fazem piada de seus pecados. “Quando tu fazes mal, então, andas saltando de prazer” (Jr 11.15, ARC). Ó miseráveis! Cristo sangrou pelo pecado, e vocês riem dele? Esses tais estão distantes do amor a Deus. Acaso ama o seu amigo aquele que ama causar-lhe dano?
Os pontos da história de Esaú a serem considerados são:
Esaú, por ser o filho primogênito, obteve por direito de nascimento os privilégios antes descritos como pertencentes ao primogênito. Ele não teve de conquistá-los ou comprá-los. Eles foram unidos a ele por nascimento, de acordo com a vontade de Deus. Entretanto, era sua obrigação retê-los. Esaú, porém, os considerou de tão pequeno valor que logo os negociou, trocando-os por uma gratificação passageira ao paladar. Não se tratava de dificuldade em obter qualquer outro tipo de alimento, pois ele havia chegado ao acampamento. O fato, como registrado por Deus, foi que ele desprezou o seu direito de primogenitura. Embora mais tarde, estando arrependido de sua estupidez, Esaú constatou ser impossível reverter seu próprio ato, ou mudar a mente de seu pai, no tocante a assegurar a benção mais rica que acompanhava a posse dos direitos da primogenitura.
Acreditamos ser simplesmente impossível que Esaú seja oferecido como advertência para o falso professo da fé, que não está realmente em Cristo Jesus. Isso porque Esaú era filho legitimo de Isque, e não um bastardo ou estrangeiro. Ele obteve legalmente os direitos do primogênito, não sendo um falso reclamante. Mesmo depois da perda desses direitos, seu pai o abençoou tão plenamente quanto possível, embora não lhe pudesse restituir a prioridade que ele próprio havia lançado fora. Ele não perdeu aquelas coisas que teriam feito dele uma possível representação de alguém finalmente perdido, isto é, a vida ou a filiação. Mas ele perdeu sua dignidade superior e seus privilégios.
Nenhuma dessas condições é preenchida numa pessoa não-regenerada, a despeito de quão razoável e contínua seja sua declaração de ser cristã. Pessoas assim não são filhos de Deus de modo nenhum; não serão de maneira nenhuma abençoados, e sim reprovados, não possuindo, ou melhor, não tendo possuído a vida eterna, mas sendo “filhos da ira, como os demais”. Os dois casos são totalmente diferentes; porém, o caso de Esaú mais precisamente corresponde aos genuínos cristãos caso, a que ele é aqui aplicado. “Tendo cuidado de que ninguém […]”, diz a Escritura, “seja devasso ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura”. E depois, num parágrafo diretamente ligado por uma partícula àquela advertência, é acrescentada a seguinte declaração: “Mas chegastes [vós que sois assim advertidos] […] à universal assembléia, à igreja dos primogênitos” (Hb 12.15,16,22,23). De modo que a advertência é dada àqueles que possuem direitos semelhantes na família e na esfera celestiais. A esses pode ela ter tal força. Advertir alguém contra a perda de algo que não possui é uma futilidade, que não nos atrevemos a atribuir ao Espirito do Senhor.
Mas verdadeiros crentes, nascidos de Deus e chamados para Seu reino e glória, preenchem os fatos no caso de Esaú. Tais pessoas são verdadeiramente filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, primogênitos de Sua família e possuem os direitos da primogenitura. Eles não têm de ganhá-los, comprá-los ou conquistá-los. Esses direitos são, em sua totalidade, um direito da primogenitura pela graça soberana do Senhor. Mas os filhos têm de valorizá-los e conservá-los, e são advertidos com respeito à perda deles. Sua filiação é inalienável e sua vida eterna não é passível de perda, não sendo depositada e guardada por eles, por sua conta e risco, mas “oculta juntamente com Cristo em Deus” (Cl 3.3). Se os cristãos estiverem certos de que tudo, tudo está garantido, grande será o perigo de permitir um descuido sutil de coração. Porém, se a retenção destes altos privilégios foi condicionada a nosso caminhar, forte é a motivação para avançarmos até a perfeição.
A perda dos direitos da primogenitura é mais indicada e enfatizada na história de Rúben. Sendo o filho primogênito de Jacó, essa honra era dele; mas, por se submeter aos desejos sensuais não naturais, lhe foi tirada (1Cr 5.1) e foi dada, quanto ao território, aos filhos de José, o qual recebeu em seus filhos a porção dobrada; a soberania coube à tribo de Judá na pessoa de Davi e seus filhos, incluindo o Messias; e o sacerdócio, a Levi. Isso estava na mente do escritor quando ele especificou em nossa passagem o pecado de fornicação?
Todavia, Rúben permaneceu na família e foi abençoado em medida; mas, ao mostrar que os direitos em questão uma vez perdidos não podem ser recuperados, deve-se lembrar que, nos dias do reino vindouro, a situação ocasionada pelo mal comportamento de Rúben será mantida: o Rei virá da casa de Judá, o sacerdócio em Israel será da família de Zadoque, o levita (Ez 48.11) e Efraim e Manassés possuirão a porção dobrada. Essas coisas Rúben perdeu para sempre, ainda que permanecendo na casa de Israel e partilhando de uma porção, sendo essa comum, e não de grau especial. Todas essas coisas são vistas comparando-se as declarações finais e proféticas de Jacó (Gn 49.1-4) e as de Moisés (Dt 33.6); pois, Jacó declarou que a dignidade do primogênito com sua posição de superioridade e poder pertencia a Rúben; todavia não seria dele nem nos últimos dias. Moisés garantiu vida para a tribo e nada mais: “Viva Rúben e não morra; e não sejam poucos os seus homens”.
A transferência do direito da primogenitura também é mostrado em 1Crônicas 26.10. No início desse capítulo nos é relatado um acontecimento ocorrido na família levita, trazendo a lição para nós, que somos chamados ao serviço celeste, tipificado pelo serviço no tabernáculo.
O principal tema dessa passagem em Hebreus, e na verdade de toda a carta, é resumido nas palavras de 12.28: “Recebendo um reino”. O assunto em questão é esse, e não a segurança da salvação em relação à perdição eterna. A epístola pressupõe que o benefício da salvação eterna está seguro desde o início aos considerados “santos irmãos participantes da vocação celestial” (3.1). Portanto, sendo essa chamada um privilégio pela graça de Deus em Cristo, não devemos “nos desviar Daquele que dos céus nos adverte”; isto é, Aquele que nos adverte com histórias como a de Esaú e de outros, pois, existindo no final um tremor, removamos todas as coisas abaláveis, para que somente as inabaláveis e eternas permaneçam.
Para a glória do soberano no reino, iniciando-se no milênio e prosseguindo eternamente, é que somos chamados. Devemos, então, pela graça de Deus, servir de maneira aceitável ao Deus da graça, esforçando-nos por Ele e cumprindo toda a Sua vontade, não em vaidade carnal, como se pouco importasse como vivemos e servimos, mas com “reverência e santo temor, porque o nosso Deus é fogo consumidor”, como muitos de Seu povo tem presenciado.
Clique aqui para ver o primeiro artigo desta série.
Existem dois exemplos clássicos na Palavra de Deus concernentes à perda dos direitos pertencentes ao primogênito: um se encontra na história de Esaú e outro, na de Rúben.
Rúben e o direito de primogenitura
Rúben, o primogênito de Jacó estava para herdar o direito da primogenitura. Mas, por causa de um grave pecado cometido, Rúben perdeu esse direito. O pecado de Rúben que resultou na perda de seus direitos foi uma impropriedade sexual de tal natureza que desonrou e envergonhou o pai: “Foi Rúben e se deitou com Bila, concubina de seu pai” (Gn 35.22).
Por causa desse pecado, anos mais tarde, quando Jacó chamou a sua presença os doze filhos, pouco tempo antes de sua morte, para relatar o que deveria acontecer a eles “nos últimos dias”, Rúben ouviu as seguintes palavras: “Rúben, tu és o meu primogênito, minha força, e as primícias do meu vigor, o mais excelente em altivez e o mais excelente em poder. Impetuoso como a águia, não serás o mais excelente, porque subiste ao leito de teu pai e o profanaste; subiste à minha cama” (49.3,4). A tribo de Rúben, como Jacó profetizou, não se sobressaiu. De sua tribo não veio juiz, rei ou profeta. O que Rúben perdeu, perdeu para sempre. Mas ele mesmo permaneceu como filho de Jacó e foi abençoado em certa medida, mas não como primogênito.
O direito da primogenitura de Rúben foi dividido entre três de seus irmãos. O reino foi outorgado a Judá; o serviço sacerdotal, a Levi; e a porção dobrada foi concedida a José. A tribo de Judá tornou-se a linhagem real; a tribo de Levi, a linhagem sacerdotal; e a tribo de José recebeu a porção dobrada por intermédio de seus dois filhos, Efraim e Manassés, os quais receberam a herança (1Cr 5,1,2).
Durante o milênio, a condição criada pelo pecado de Rúben irá permanecer. O rei será da casa de Judá (Ap 5.5), o sacerdote, da família de Zadoque, o levita (Ez 44.15,16; 48.11), e a porção dobrada será possuída pela casa de José graças a Efraim e Manassés (Ez 47.13; 48.4,5).
Esaú e o direito de primogenitura
Esaú, assim como Rúben, perdeu seu direito de primogenitura. Na história de Esaú, toda a herança foi para seu irmão mais novo, Jacó. Esaú perdeu o direito de primogenitura para satisfazer a um prazer da carne. Ele vendeu seus privilégios a Jacó por um simples prato de lentilhas (Gn 25.27-34).
Visto que o direito da primogenitura havia sido prometido a Jacó (v. 23), alguns duvidam que Esaú realmente o possuíra. Entretanto, Esaú não foi apenas um pretendente a ele. No original grego, a palavra “vendeu” encontrada em Hebreus 12.16 implica que o objeto vendido pertencia somente a Esaú, e que ele estava perfeitamente cônscio de suas ações quando vendeu o direito de primogenitura a Jacó.
Em Gênesis 25.34 lemos que Esaú “desprezou” seu direito de primogenitura. No grego, na versão Septuaginta do Antigo Testamento, a palavra “desprezou” significa que Esaú considerou como insignificante e uma ninharia o direito de primogenitura. Ele o julgou de pouco valor e o vendeu convicto de que estava vendendo algo sem valor real. Só mais tarde, muito mais tarde, foi que Esaú verificou o valor do que havia vendido. Como na história de Rúben, a perda de seu direito a primogenitura não afetou sua filiação, mas alterou para sempre sua posição como primogênito de Isaque.
Após Jacó ter sido abençoado como primogênito da família, Esaú, aparentemente pela primeira vez, considerou o valor do que havia perdido. Tentou reaver esse direito, mas a Escritura relata que ele “não achou lugar de arrependimento”. Após conscientizar-se do valor do direito de primogenitura e do que havia ocorrido, implorou a Isaque, seu pai, para que mudasse sua decisão e o abençoasse também. Esaú clamou a Isaque: “Acaso tens uma única bênção, meu pai?” E nos é relatado que “Esaú levantou a voz e chorou” (27.38).
A palavra “arrependimento” significa mudar a mente de alguém. Esaú esforçou-se para mudar a decisão do pai, mas ele “não achou lugar para arrependimento”, isto é, não encontrou lugar para uma mudança de mente. A American Standard Version of the Bible (1901 ed.) tem provavelmente a tradução mais acurada de Hebreus 12.17 do que as encontradas em outras versões. Esse versículo na American Standard Version diz: “Sabeis que mais tarde, quando desejou herdar a bênção, foi rejeitado; não encontrou lugar para a mudança de mente de seu pai, embora se esforçasse com lágrimas”. Isaque não podia mudar a decisão que havia tomado. O direito da primogenitura havia sido perdido e estava fora do alcance de Esaú para sempre.
Os cristãos e o direito de primogenitura
Existe na mente de muitos cristãos a idéia de que, após alguém crer no Senhor Jesus como Salvador, não importa a maneira como conduz a vida, porque todos os cristãos irão ser herdeiros com o Filho quando Ele receber o reino. Nada poderia estar tão distante da verdade. Reinar com Cristo depende de nossa identificação com Ele, compartilhando Sua rejeição e vergonha nos dias atuais. Se todos os cristãos devem governar e reinar com Cristo em Seu reino, o que quer dizer a Escritura ao declarar: “Se perseverarmos, também com Ele reinaremos; se O negarmos, Ele por Sua vez nos negará” (2Tm 2.12)? Se o cristão vive uma vida indisciplinada, segundo a natureza carnal (tipificada pela atitude de Esaú com relação ao direito de primogenitura), e não segundo a natureza espiritual (tipificada pela atitude de Jacó com relação ao direito de primogenitura), e falha em se ocupar até a vinda do Senhor (Lc 19.12,13), ou falha em usar o talento ou a mina confiada a ele pelo Senhor (Mt 25.14-30; Lc 19.15-24), esse cristão será desqualificado para ocupar um lugar no reino do Senhor.
Todo cristão é um primogênito de Deus aguardando a plena filiação e a herança pertencentes ao primogênito (Rm 8.16-23,29; Hb 2.10; 12.23). A plena filiação e a herança são futuras e podem ser perdidas, sendo uma intimamente relacionada com a outra. O parentesco do cristão com o Pai, como filho primogênito aguardando a plena filiação, não pode ser perdido, mas o parentesco como filho primogênito maduro e a participação dos direitos pertencentes ao primogênito podem ser perdidos. Conforme o registro de Esaú e Rúben, uma vez que ocorra, os direitos pertencentes ao primogênito não podem ser recuperados.
Naquele dia, quando estivermos de pé perante o Tribunal de Cristo, serão encontradas duas classes de cristãos: os que conservaram seus direitos como primogênitos e os que perderam esses direitos
Os cristãos que conservarem os direitos da primogenitura os exercitarão como “co-herdeiros” com o Filho no reino. Porém, os cristãos que os perderem se encontrarão na mesma posição de Esaú e Rúben se encontraram, buscando a perda dos direitos da primogenitura pertencentes ao primogênito. Esses cristãos buscarão lugar de arrependimento, isto é, tentarão mudar a mente do Juiz no sentido de abençoá-los juntamente com os outros que não perderam os direitos pertencentes ao primogênito. Todavia, não encontrarão lugar para mudança de mente. Será tarde demais. O direito da primogenitura terá sido perdido. A bênção com respeito à herança que aguarda os filhos primogênitos maduros de Deus será perdida, e os que a perdem não ocuparão nenhuma posição entre os “reis e sacerdotes” que reinam sobre a terra com o Filho. Os cristãos naquele dia levantarão a voz e chorarão ao se conscientizar do que foi perdido, conforme aconteceu com Esaú na tipologia.
“Venho sem demora; conserva o que tens para que ninguém tome a sua coroa” (Ap 3.11).
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(Fonte: extinta revista A Palavra Profética (set-out/1987) – Nº 3. Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
O problema de grande parte do ensino sobre santidade é que ele deixa de fora o Sermão da Montanha e nos pede que experimentemos a santificação. Esse não é o método bíblico.
(D. Martyn Lloyd-Jones)
Muitos daqueles que se denominam cristãos só possuem religiosidade suficiente para torná-los miseráveis. Não conseguem mais apreciar o mundo e ainda não entraram na “alegria do Senhor”. Permanecem ali no meio do caminho, privados dos “pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos” do Egito e, também, sem o leite e o mel e o melhor do trigo de Canaã. Esse é um lugar miserável para se estar.
(R. A. Torrey)
Quando um homem não está profundamente convicto de seus pecados, é um sinal bem certo de que ainda não se arrependeu de verdade. A experiência tem me ensinado que as pessoas que têm uma convicção muito superficial de seus pecados, cedo ou tarde recaem na velha vida que tinham. Nos últimos anos, tenho estado bem mais ansioso por uma profunda e verdadeira obra de Deus entre os já convertidos do que em alcançar grandes números [de novos convertidos]. Se um homem confessa ser convertido sem reconhecer a atrocidade de seus pecados, provavelmente se transformará num ouvinte endurecido que não irá muito longe. No primeiro sopro de oposição, na primeira onda de perseguição ou ridículo, ele será carregado de volta para o mundo.
(D. L. Moody)
Segue a sinceridade. Sê o que pareces ser. Não sejas como os remadores, que olham para um lado e remam para outro. Não olhes para o céu, com tua profissão de fé, para, então, remar em direção ao inferno, com tuas práticas. Não finjas ter o amor de Deus, ao mesmo tempo que amas o pecado. A piedade fingida é uma dupla iniqüidade.
(Thomas Watson, em seu último sermão)
“A tolice”, diz Salomão “está ligada ao coração da criança” (Pv 22.15). “A criança deixada a si mesma traz vergonha à sua mãe” (24.15). Nosso coração é como a terra onde andamos; deixe-a a si mesma, e é certo que ela produzirá ervas daninhas. Se você deseja, portanto, lidar de modo sábio com seus filhos, não deve deixar que eles sejam guiados pela própria vontade. Pense por eles, julgue por eles, aja por eles, assim como você faria por alguém que se encontra em estado de fraqueza e de cegueira; mas, pela misericórdia, nunca os entregue a suas próprias vontades e inclinações rebeldes. Não são os gostos e desejos deles que devem ser consultados. Eles ainda não sabem o que é bom para sua mente e alma, assim como também não sabem o que é bom para seu corpo. Você não deixa que eles decidam o que vão comer ou beber, ou como se vestirão. Seja consistente, e lide com a mente deles da mesma maneira. Treine-os no caminho que é bíblico e correto, e não no caminho que eles imaginam e desejam. A vontade própria é quase sempre a primeira coisa a aparecer na mente de uma criança; e seu primeiro passo deve ser resistir a ela.
(J.C.Ryle)
As menores coisas se tornam grandes quando Deus as requer de nós. Elas são pequenas somente em si mesmas. Elas são sempre grandes quando feitas por Deus e quando servem para unir-nos com Ele eternamente.
(François Fénelon)
A inquietação sempre terminará em pecado. Pensamos que um pouco de ansiedade e preocupação é indício de que somos de fato sensatos; mas é muito mais indício de que somos de fato pecadores. A impaciência brota da determinação de desejarmos fazer aquilo que queremos. O Senhor nunca se preocupava e nunca se mostrava ansioso, porque não estava aqui para concretizar Suas próprias idéias; estava aqui para pôr em prática as idéias de Deus. Se você é filho de Deus, a impaciência é pecado. Será que você tem estado alimentando sua alma com a idéia de que sua situação é grave demais para esperar em Deus? Ponha de lado todas as “suposições” e “habite na sombra do Onipotente” (Sl 91.1). Diga firmemente a Deus que você não mais se impacientará com qualquer situação. Toda a nossa impaciência e preocupação é conseqüência de fazermos planos sem levar os planos de Deus e a forma de Deus em conta.