A verdade que não é suavizada pelo amor pode tornar-se terrivelmente dura, e o amor que não é endurecido pela verdade pode tornar-se terrivelmente suave.
(Alistair Begg)
Nenhuma criatura, pessoa, política, nenhum governo ou império pode frustrar a vontade de Deus ou agir fora dos limites da Sua vontade.
(Dustin Benge)
Cada experiência, se oferecida a Jesus, pode ser, para você, a porta de entrada para a alegria.
(Elisabeth Elliot)
Metade dos nossos medos surge de negligenciarmos a Bíblia.
(Charles Spurgeon)
A fé espera de Deus o que está além de toda expectativa.
(Andrew Murray)
Se o Senhor me falhar desta vez, será a primeira vez.
(George Müller)
Se não tornarmos clara nossa posição, com palavras e obras, em favor da verdade e contra as falsas doutrinas, estaremos edificando um muro entre a próxima geração e o evangelho.
(Francis Schaeffer)
A vontade de Deus e a minha felicidade são sinônimos.
Em nossa comunhão com Deus, a dificuldade não está do lado Dele, mas do nosso.
(Andrew Murray)
A fé sobe as escadas que o amor construiu e olha pelas janelas que a esperança abriu.
(Charles Spurgeon)
Oh, não adies o arrependimento para o leito de morte. Será difícil lutar contra principados e potestades quando mal puderes virar na cama.
(George Whitefield)
Bem podemos, no pior que nos acontece, ter um salmo de agradecimento, porque todas as coisas cooperam para o bem.
(Thomas Watson)
Quando abrires a Bíblia para ler, diz: ‘Senhor, abre meus olhos.’
(Thomas Manton)
Deus perdoe os que fazem um mau relatório sobre a doce cruz de Cristo. São somente os nossos olhos fracos e turvos que só vêem o lado negro e nos fazem errar.
(Samuel Rutherford)
Se Cristo não tivesse vindo ao mundo para salvar os pecadores, não teríamos razão para pensar que Deus havia concedido qualquer misericórdia exterior aos homens.
(Jonathan Edwards)
Este mundo está entenebrecendo, o mal está florescendo e o pecado está aumentando. Mas o evangelho está se espalhando, o reino está avançando e a igreja está de pé.
A qualquer hora, em qualquer lugar, qualquer pessoa é salva, e é sempre somente pela graça, somente pela fé, em Cristo somente.
(Steven Lawson)
O espírito de oração é fruto e sinal do Espírito de adoção.
(John Newton)
Este é o meu conforto: Jesus é Rei.
(George Whitefield)
A salvação de Cristo é uma salvação da menor tendência ou inclinação para o pecado. É a libertação para o ar puro da maneira de pensar e de sentir de Deus. É uma salvação que torna puro o coração, com a vontade e a escolha do coração de ser puro. Para tal coração, o pecado é repugnante.
(George MacDonald)
Um leito de enfermidade muitas vezes ensina mais do que um sermão.
(Thomas Watson)
Deus está satisfeito com os santos pela beleza que colocou sobre eles.
(Jonathan Edwards)
Arrependimento diante de Deus, fé em nosso Senhor Jesus Cristo, santidade de coração e de vida, hábitos de verdadeira oração privada, amor e reverência pela Palavra de Deus: estas são as provas reais da habitação do Espírito Santo numa alma. Onde Ele estiver, essas marcas serão vistas.
(J. C. Ryle)
Por que Cristo morreu? Porque Deus é santo e justo. Por que Cristo morreu? Porque Deus é amor! Ambas as perguntas encontram resposta no caráter de Deus.
A verdadeira simplicidade, que é a honra e a força do crente, é o efeito de uma percepção espiritual das verdades do evangelho.
(John Newton)
A igreja apostólica [primitiva] pensava mais na Segunda Vinda de Jesus Cristo do que na morte e no céu. Os primeiros cristãos procuravam não uma fenda no chão chamada sepultura, mas uma fendidura no céu chamada Glória.
(Alexander MacLaren)
É bom deixar que a oração seja a primeira tarefa da manhã e a última da noite.
(Martinho Lutero)
Rogo a Deus que nenhum de nós ceda à estreiteza de espírito, mas olhe para Jesus em busca de poder sobre o ego em todas as suas formas.
(George Whitefield)
O amor tira o tédio do dever.
(Thomas Watson)
A obra de um verdadeiro convertido não está concluída. Ele encontra uma grande obra para fazer e grandes desejos a serem supridos. Ele ainda se vê como uma criatura pobre, vazia e indefesa, que ainda necessita grande e continuamente da ajuda de Deus. Ele sabe muito bem que sem Deus nada pode fazer. Após uma conversão verdadeira, a alma toma cada vez mais consciência de sua própria impotência e de seu vazio. Ainda está consciente da sua dependência universal de Deus para tudo.
(Jonathan Edwards)
Não se glorie na sua própria fé, nos seus próprios sentimentos, no seu próprio conhecimento ou na sua própria diligência. Glorie-se em nada além de Cristo.
(J. C. Ryle)
Aqueles que têm problemas com a Bíblia quase sempre não conhecem a Bíblia.
A intercessão de Cristo, que faz parte do Seu ofício sacerdotal, estava tanto nos pensamentos de Deus, a fim de que Ele mantivesse firme essa reconciliação, como estava no coração de Cristo a morte para efetuá-la.
(Stephen Charnock)
Pela graça de Deus, e por ela somente. Essa é a glória da mensagem cristã.
(Martyn Lloyd-Jones)
Um Deus menos que soberano não poderia conceder liberdade moral às Suas criaturas. Ele teria medo de fazer isso.
(A. W. Tozer)
Não valia a pena contar uma longa história sobre a prosperidade de Jó, mas o Espírito Santo de Deus nos deu detalhes de tudo o que aconteceu em suas dificuldades.
(John Nelson Darby)
A oração é o elemento do cristão, e, assim como o peixe vive na água como em seu elemento e morre quando está fora dela, assim o cristão vive em oração como em seu elemento, e seu coração morre quando está fora dela.
(William Bridge)
A incredulidade considera Deus um mentiroso? A fé considera o diabo um mentiroso. A incredulidade afasta a alma da misericórdia de Deus? A fé protege a alma da malícia do diabo. A incredulidade extingue as graças divinas? A fé as acende como grandes chamas.
(John Bunyan)
O descontente está sempre reclamando de sua condição; o espírito contente está sempre dando graças. Oh, que altura de graça é essa! Um coração contente é um templo onde os louvores a Deus são cantados – não um sepulcro onde são enterrados.
Nada pode ser mais consolador para o homem de Deus do que a convicção de que o Senhor que fez o mundo governa o mundo; e que todo acontecimento, grande e pequeno, próspero e adverso, está sob a absoluta disposição Daquele que faz bem todas as coisas.
(Jerry Bridges)
Não importa quão justas sejam tuas palavras: tu estragas tudo quando fala com raiva.
(João Crisóstomo)
Oração não é uma opção, mas uma necessidade.
(Billy Graham)
A Lei: ‘Seja justo’.
O veredito: ‘Ninguém é justo’.
O evangelho: ‘Jesus é nossa justiça’.
(Justin Joseph)
Uma prisão não é impedimento para uma vida cristã útil.
(Richard Wurmbrand)
A oração eficaz é fruto de um relacionamento com Deus, não uma técnica para adquirir bênçãos.
(D. A. Carson)
A oração é fraca.
A fé é pequena. Deus é forte.
(Mike Winger)
Somos chamados a morrer com Cristo a fim de que venhamos a viver com Ele, e a sofrer com Ele a fim de que venhamos a reinar com Ele.
Como desperta os sentimentos devocionais pela manhã, quando a mente está vazia dos negócios mundanos, ver toda a natureza derramar, por assim dizer, sua canção de louvor ao Grande Criador e Preservador de todas as coisas
(William Wilberforce)
Pela fé recebemos o próprio Cristo, e pela fé recebemos todos os benefícios de Sua mediação, aqueles que nos são oferecidos nas promessas de Deus.
(John Owen)
Nada prejudica mais a autoridade dos ministros e a eficácia de sua mensagem do que o costume de conversas vãs e frívolas.
(Robert Leighton)
As aflições dos justos quanto ao pecado vão muito além daquelas que os outros homens sofrem. Os justos são fortes para suportar outras aflições, mas tremem e desmaiam sob estas (Sl 38.4). Outras tristezas podem, no momento, ser violentas e fazer mais barulho, mas essa tristeza penetra mais profundamente na alma.
(John Flavel)
Não temas porque tua oração é gaguejante, tuas palavras são fracas e tua linguagem é pobre. Jesus pode te entender.
(J. C. Ryle)
Não há uma palavra que tenha saído dos lábios do Salvador da qual Ele tenha alguma vez se retratado.
(Charles Spurgeon)
Assim como Deus ama infinitamente Seu Filho, Ele deve ter prazer em tudo que tenha alguma semelhança com Ele.
(Jonathan Edwards)
A santidade começa em nossa mente e se desenvolve em nossas ações. Sendo isso verdade, o que permitimos entrar em nossa mente é em extremo importante.
Algumas partes das vestes do sumo sacerdote descritas por Moisés eram meros “memoriais”, ou lembretes das maiores e eternas coisas por vir. As doze pedras preciosas do peitoral do sumo sacerdote eram meramente “pedras de memória”. Elas testificavam sobre os fundamentos de doze pedras preciosas (Ap 21.19,20) da cidade eterna na qual os santos ressurretos de Deus habitarão (Êx 28.12,29; 39.7). O testemunho de Moisés sobre Melquisedeque, o sacerdote-rei, é a base do argumento sobre a intenção de Deus de deixar de lado o sacerdócio de Arão. E, por fim, o argumento sobre o descanso futuro do sétimo dia do Altíssimo se volta para o testemunho de Moisés em relação à obra da criação e à observância do descanso do sétimo dia sob a lei. O testemunho de Moisés, como afirma o Espírito de Deus, é incontestável – e os judeus estavam prontos para confessar isso. Nesta base, então, o apóstolo1 enquadraria seu argumento aos hebreus. Como poderiam eles se recusar a ouvir Moisés, sua testemunha confiável, quando ele testificou de um Mestre, Líder e Sumo Sacerdote maior?
Na afirmação “Cristo, como Filho, sobre a Sua própria casa” (Hb 3.6) não se destaca Sua fidelidade a um superior, e esse é o ponto agora diante de nós. “Tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus” (10.21; 1Pd 2.5; 4.17). De Moisés fora dito: “Fiel em toda a Minha casa”. Mas Cristo está sobre ela (10.21). Jesus estava aqui tipificado por José, tanto em sua humilhação como em sua exaltação. “José achou graça em seus olhos [de Potifar], e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39.4). Deus “me tem posto [diz José novamente] por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa e como regente em toda a terra do Egito” (45.8). Faraó, diz Estêvão, “o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa” (At 7.10).
“Cuja casa somos nós.”
Aqui, o sentido de “casa” é estreitado para significar “família”. Deus não está agora habitando “em templos feitos por mãos de homens” (17.24), pois qual edifício na terra poderia o homem construir que servisse à grandeza Daquele que enche o céu e a terra? Mas, enquanto isso, Deus olha para os redimidos de Cristo e habita neles, e a Igreja é a “morada de Deus em Espírito” (Ef 2.22), uma casa de pedras vivas (1Pe 2.5). É a nova criação espiritual, na qual o Altíssimo tem prazer. Os que crêem constituem o povo e a casa de Deus, sobre os quais Cristo preside. Mas é sob esta condição que habitam Nele: se retiverem firmemente o que já possuíam como crentes (e Paulo inclui a si mesmo, pois usa o pronome nós; Hb 3.14).
Eles deviam conservar “firmes a confiança e a glória da esperança até ao fim”. Qual é a esperança em questão? É aquela ligada ao chamamento celestial: a vinda de Cristo para reinar em Sua glória, e a associação de Sua fiel irmandade a Ele naquele dia. O esplendor dessa esperança foi ofuscada na mente deles devido à longa demora e pela pressão da perseguição. Esqueceram que “se sofrermos [com Cristo], também com Ele reinaremos” (2Tm 2.12). A vida de Cristo é o modelo a que os cristãos devem se moldar: primeiro sofrer; então, entrar na glória.
Que essa é a esperança é estabelecido por muitas provas. Esse é o propósito dos prévios dois capítulos de Hebreus, que apresentam Cristo como um segundo período a ser trazido à terra habitável. É o reino de justiça que alguém deve, como Seu seguidor, desfrutar com Cristo, no dia em que a perversidade dos inimigos de Cristo for abatida com mão forte e as obras de Deus forem postas em sujeição ao homem; é a grande salvação, o descanso de Deus, a primeira ressurreição (Hb 2.3; 4.1,3,10; Ap 20.5,6). É a vinda do reino milenar de Deus, de que Cristo tão frequentemente testificou. Porém nossa esperança é somente uma (Ef 4.4): sermos apreciados por patriarcas e profetas, e pelos aceitos por Deus mediante a Lei, assim como por aqueles julgados dignos mediante o Evangelho. É a esperança originada na liderança do Senhor. O desfrute da boa terra era a esperança ligada à missão de Moisés; a nossa é a glória de mil anos. Em Cristo “os gentios esperarão. Ora, o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15.12,13). “A graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2.11-13).
Aumentar a fé dos cristãos no retorno de nosso Senhor e encorajar sua esperança do reino são os principais objetos desta epístola.
Vislumbres daquele dia foram dadas por Moisés nos descansos ligadas aos setes da Lei. Vemos isso também anunciado na promessa de Moisés ao subir a montanha; e após o banquete dos setenta anciãos na presença de Deus, quando ele os manda ficar onde estavam, pois retornaria para eles (Êx 24.14). Aumentar a fé dos cristãos no retorno de nosso Senhor e encorajar sua esperança do reino são os principais objetos desta epístola.
Quando no início creram, eles retiveram com alegre confiança interior a expectativa do breve retorno e reino de Cristo; e todo coração transbordava para os outros com exultação da glória a ser manifesta, e sua própria participação nela. “Venha, junte-se ao povo do Senhor! Ele virá brevemente para nos fazer Seus companheiros na glória!” Mas, com a demora de ano após ano, a confiança interior decaiu e o testemunho exterior, em conseqüência, enfraqueceu (Pv 13.12).
Em quarenta dias, a expectativa do reaparecimento de Moisés se foi, e, com sua extinção, despontou a idolatria; enquanto Arão, que deixara o alto posto que lhe fora dado e descera para a planície, tornou-se o culpado fabricante de um ídolo e seu sumo sacerdote.
O Espírito de Deus, então, nos ordena a nos mantermos firmes interiormente e a, exteriormente, testificar com ousadia aos demais acerca do retorno e do reino de nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos ter firmeza até o fim – não até a nossa morte, mas até Seu reaparecimento. O enfraquecimento e o abalo dessa esperança produziram, quanto a seus efeitos, o endurecimento, a esterilidade e a desobediência dos cristãos hebreus, dos quais Paulo reclama.
“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a Sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram por quarenta anos as minhas obras” (Hb 3.7-9).
O argumento que segue a 4.12 é uma exortação aos crentes buscarem o descanso milenar e a se guardarem de provocar Deus, como fez Israel, pois o mesmo Deus que excluiu Israel da terra da promessa excluirá os ofensores no dia da recompensa, quando Cristo tomar o reino. Paulo aplica a esse propósito as advertências de Salmos 95. Assim, essa passagem corre paralelamente com as advertências do Sermão do Monte, que foi também endereçado aos crentes, e com outras passagens que tratam da entrada no reino da glória. Muitas são as passagens que tratam da recompensa vindoura, que testificam da necessidade de diligência a fim de obtê-la e da probabilidade de ser perdida.
O apóstolo caracteriza a passagem que está prestes a dar como decisiva, pois é inspirada pelo Espírito Santo, o qual fala em Salmos e em toda a Santa Escritura. Então, nosso Senhor ensina: “O próprio Davi disse pelo Espírito Santo” (Mc 12.36). “A Escritura não pode ser anulada” (Jo 10.35).
A presente dispensação é descrita como hoje. É um período especial, (1) do chamado de Deus para a obediência a Cristo e (2) do julgamento de Seu povo a caminho da glória. Com a fé no sangue de Cristo, como o Cordeiro da verdadeira Páscoa, começa nosso resgate de Satanás, do mundo e da maldição. Então, vem a passagem pelas águas do batismo, após as quais o deserto tem início. Mas multidões de crentes preferem continuar no Egito, a despeito da ordem de avançar.
“Se ouvirdes […] a Sua voz”
Jesus é nosso Moisés, o Líder para a glória. “E o lugar do Seu repouso será glória” (Is 11.10, lit.). “Por que Me chamais ‘Senhor, Senhor’, e não fazeis o que Eu digo?” (Lc 6.46). “Este é o Meu amado Filho […] escutai-O” (Mt 17.5). A obediência ao Filho é obediência também ao Pai. Essa foi a palavra que veio de Deus, quando o quadro em miniatura do reino da glória foi dado [no monte da transfiguração]. “Nem todo o que Me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus” (7.21). Hoje é o convite e o dia do julgamento; amanhã, a glória.
Não obstante, no deserto Israel desobedeceu às ordens de provas de Deus. Jeová disse aos israelitas: “Eis que tenho posto esta terra diante de vós; entrai e possui-a” (Dt 1.8). Moisés reitera a palavra: “Eis aqui o Senhor, teu Deus, tem posto esta terra diante de ti; sobe, toma posse dela” (v. 21). Eles se recusaram, afirmando que não poderiam entrar por causa dos perigos.
“Não endureçais o vosso coração”
O obediente escuta, pois é a Palavra de Deus. Porém aqueles que são rebeldes desprezam as promessas, contestam as ameaças, não obedecerão às ordens. Eles se fortalecem em sua resistência ao Altíssimo. Quantos crentes vêem o batismo, no entanto, com vários pretextos desprezam a ordem e se recusam a confissão de Cristo que ele carrega consigo!
Quem, a não ser os crentes professos, desobedecem a Cristo?
“Como na provocação, durante o dia da tentação no deserto”
Logo após deixar o Mar Vermelho, e antes de chegar ao Sinai, Israel começou a provocar Deus pela murmuração por causa da necessidade de comida no deserto. Em Refidim, os israelitas murmuraram novamente. Estavam quase prontos a apedrejar Moisés, pois pensavam que a culpa fosse dele. O Senhor ajuda em ambos os casos, mas o lugar é chamado “Tentação” e “Luta” (Êx 17). Outra vez há um clamor por água, em Cades, e o lugar também é chamado de “Luta” (Nm 20). Moisés é conduzido a fazer menção disso, mesmo em sua palavra de bênção diante da morte: “E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste [tentaste] em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá” (Dt 33.8).
Contudo parece, na passagem de que estamos tratando, que o Senhor considerou todo o tempo da jornada no deserto como um tempo de provocação e tentação. A maior crise ocorreu como registrada em Números 13 e 142, que analisaremos agora.
“Eles viram as Minhas obras por quarenta anos”
As obras da criação de Deus já haviam há muito sido completadas, e Seu repouso ali foi quebrado. Na criação, os anjos romperam em louvores e cantando hinos de alegria. Mas agora Deus trabalhava no interesse de novas obras de redenção para os israelitas: eles eram livres, eram povo de Deus. Ele os sustentou por quarenta anos, ainda que murmurassem contra Ele. Sua punição, então, seria que, quando o descanso de Deus chegasse, assim como com Seu antigo descanso na criação, eles não teriam parte nele.
Por quarenta anos o Senhor fora provocado; apesar de Suas obras maravilhosas a favor do povo, este não confiou e desobedeceu. Deus realizou as maravilhas da criação por apenas seis dias. Seus sinais redentores foram feitos por quarenta anos: sinais de poder contra os inimigos dos israelitas; sinais de favor para os israelitas, misturados com juízos contra os desobedientes que havia entre eles. As maravilhas da redenção são relatadas muito mais amplamente do que as da criação, pois elas diziam respeito a nós mais de perto, e são consideradas por nosso Deus como mais importantes e de maior glória para Ele. Mas Israel não percebeu seu significado; ele não se sujeitou ao Grande Governador.
O obediente escuta, pois é a Palavra de Deus.
Então, finalmente temos o efeito dessa contínua provocação ao Altíssimo. Ele foi ofendido. O mau comportamento de Seu próprio povo O tocou mais intimamente do que o dos egípcios. Ele descobre a fonte das provocações dos ofensores: “Estes sempre erram em seu coração” (Hb 3.10). Pois o coração por natureza é “inimigo de Deus” (Rm 8).
Eles não conheceram os caminhos de Deus
Os “caminhos” de uma pessoa significam sua conduta como consequência de seu caráter. Suponhamos que haja alguém que foi muito gentil para com um pobre homem em sua doença. Desse ato afirmo sua disposição permanente. Diria que é de um caráter benevolente. Então, de observarmos os efeitos afirmamos a natureza das coisas. […] Assim, os israelitas deveriam ter aprendido sobre o caráter de Jeová, sobre Seus atos com respeito a eles. Eles deveriam tê-Lo amado por Sua bondade e O temido por Sua impressionante justiça.
Eles não viram Sua razão nas várias provas acontecidas pelo caminho. Pensaram que, se Deus os guiasse, não haveria problemas. Porém, essa não era a mente divina. Ele condescendeu explicar-lhes Suas razões nessas provações. “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os Seus mandamentos ou não” (Dt 8.2). Eles prometeram obediência perfeita; porém eram ignorantes a respeito de seu orgulho, de sua perversidade e de sua inimizade conta Deus, e o Altíssimo exibiria o mal do coração deles, o mal em suas palavras e ações. “Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor, teu Deus” (v. 5). Moisés, no fim, assume o mesmo procedimento. “Tendes visto tudo quanto o Senhor fez perante vossos olhos, na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos e a toda sua terra; as grandes provas que os teus olhos têm visto, aqueles sinais e grandes maravilhas; porém não vos tem dado o Senhor um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje” (Dt 29.2-4).
“Assim, jurei na Minha ira que não entrarão no Meu repouso”
Eis aqui – aquilo em que muitos não acreditarão – a ira de Deus contra Seu povo por causa da contínua desobediência. Não pode nem mesmo um pai estar de modo justo zangado com a desobediência e a provocação de um filho? Por fim, ocorreu Seu juramento de exclusão.
Olhemos um pouco mais de perto para a crise que suscitou esse juramento.
O povo propôs enviar doze espias para ver a terra antes de entrar nela. A proposta emergiu em parte da descrença; mas Moisés e o Senhor a sancionaram. Os espias retornaram após quarenta dias, trazendo testemunho da fertilidade da terra, e também exemplares de uvas, romãs e figos encontrados nela. “Vamos possuir a boa terra”, disse Calebe. Então, os espias sem fé se opuseram a ele. Tão gigantescos eram os habitantes, tão fortificadas e grandes eram as cidades que eles não poderiam possuí-la. Todo o povo tomou o partido da descrença. Pesaram seus próprios poderes contra os obstáculos a serem superados, e deixaram o poder de seu Deus. Cada um encorajou o outro a não crer, até imaginaram e disseram que Jeová somente os havia guiado pelo deserto com o propósito de entregá-los à espada dos cananeus! Calebe e Josué foram encorajá-los. “A terra é boa! Se nosso Deus for conosco, os cananeus não poderão se opôr a nós. Não se rebelem contra o Senhor!” “Mas toda a congregação disse que os apedrejassem; porém a glória do Senhor apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel. E disse o Senhor a Moisés: Até quando Me provocará este povo? E até quando não crerá em Mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio dele?” (Nm 16.10,11). Moisés intercedeu, ou toda a congregação seria destruída. Em resposta, “disse o Senhor: Conforme à tua palavra lhe perdoei. Porém, tão certamente como Eu vivo e como a glória do Senhor encherá toda a terra,3 e que todos os homens que viram a Minha glória e os Meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e Me tentaram estas dez vezes e não obedeceram à Minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que Me provocaram a verá” (vv. 20-23).
Agora segue uma íntima aplicação dessa história para os crentes hoje.
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel [de incredulidade], para se apartar do Deus vivo” (Hb 3.12).
Três vezes a expressão “qualquer de vós”4 é trazida para alertar os crentes hebreus daquele tempo. “Para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (v. 13). “Pareça que algum de vós fica para trás” (4.1). O Espírito Santo previu que a objeção seria feita: “Apliquem todo tipo de advertência aos professos: eles não são dos nossos! Como podem os crentes ser acusados de incredulidade no coração?” Mas como poderiam crentes apartarem-se, no coração, do Deus vivo? Vejamos um exemplo. “Por que o Senhor nos traz a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns aos outros: Constituamos um líder e voltemos ao Egito” (Nm 14.3,4). Era o voltar atrás do coração, não realizado em ato porque Deus chegou para impedir.
Ao ouvir isso, deveríamos supor que uma negativa deve ter, por algum acidente, caído do texto, e que deveríamos ler: “Vede, irmãos, que não há em qualquer de vós um coração mau e infiel”. “Nenhum de vós se endureceu pelo engano do pecado”. Mas não: é endereçado aos descrentes entre os crentes! Em qual coração não há um pouco desse velho fermento? Os israelitas deixaram o Egito por fé na mensagem de Deus dada por Moisés, mas a alma deles recuou quando foram colocados face a face com os obstáculos na terra. “Então eu vos disse: Não vos espanteis nem os temais. O Senhor, vosso Deus, que vai adiante de vós, Ele pelejará por vós, conforme a tudo o que fez convosco, diante de vossos olhos […] Mas nem por isso crestes no Senhor, vosso Deus“ (Dt 1.29,30,32).
“Mas por que comparar um povo que anda segundo a carne com o agora povo regenerado de Deus?”
Porque assim Deus faz aqui! Porque, mesmo no regenerado, estão os remanescentes do velho Adão.
“Mas a igreja de Cristo não está debaixo da lei, mas debaixo da graça, e nenhum perigo pode ameaçá-la.”
Se é assim, esta epístola é um erro, pois é baseada no princípio oposto: que, embora os crentes estejam agora salvos pela graça, eles, no aspecto do galardão, devem, como o antigo povo de Deus, ser tratados “de acordo com as obras”. A Epístola aos Hebreus é de Deus?
“Um coração mau e infiel [de incredulidade], para se apartar do Deus vivo”
O “Deus vivo” desta passagem é o Senhor Jesus. Foi declarado que Ele é o Criador e o Sustentador de tudo. [No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3).] “Eis que Deus é grande, e nós não O compreendemos, e o número dos Seus anos não se pode esquadrinhar” (Jó 36.26). Pedro assim confessou Cristo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16). E o Filho é da mesma natureza de Seu Pai. Assim Jesus, em ressurreição, descreve a Si mesmo: “Eu sou o primeiro e o último, e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17,18). Ele é o Senhor da vida; provou assim ser na ressurreição; [Aquele que irá] introduzir outros no reino pela primeira ressurreição, por meio de Seus méritos (5.9,10). O Novo Testamento nos diz também que os israelitas no deserto tentaram a Cristo (1Co 10.9).
“Não seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns aos outros: Constituamos um líder e voltemos ao Egito” (Nm 14.3,4). Esse foi o afastamento de coração entre eles e Jeová. E um risco semelhante estava assaltando os cristãos hebreus. Eles foram tentados a retornar a Moisés e à Lei, deixando Jesus, o Senhor, por causa da perseguição e dos perigos do caminho para Seu reino milenar.
A fé amolece o coração; a incredulidade o endurece.
“Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 3.13).
O remédio a ser oposto a esse perigo é uma constante exortação de uns aos outros. Quanto quer que dure o perigo da queda, esse é o período que Deus chama de Hoje. “Hoje não endureçais vosso coração”. Estamos em constante perigo; apliquemos constantemente essa arma da exortação. Vigiemos para não deixar de confiar em Deus e para não retrocedermos com medo dos inimigos a serem encontrados, assim perdendo o dia de especial glória para o qual fomos chamados. Busquemos o prêmio de nosso chamado. Busquemos “em primeiro lugar o reino de Deus e sua [ordenada] justiça” como o meio para isso (Mt 6.33).
Aquele que ouve a Palavra de Deus não deve endurecer o coração. A fé amolece o coração; a incredulidade o endurece. A fé nos faz tremer de Sua Palavra; a incredulidade faz pouco das promessas e dos avisos do Senhor. “Desprezaram a terra aprazível; não creram na Sua palavra” (Sl 106.24). Quando os israelitas foram mandados a subir, eles não foram, apesar de Deus estar com eles. Quando foram proibidos, eles subiram, ainda que Deus estivesse contra eles. Tudo vai bem conosco quando reverenciamos a autoridade de Deus manifestada em Sua Palavra. Mas permanecer em oposição a toda ordenação Dele é perigoso. O pecado se espalha pela alma como um câncer. Nós podemos nos fazer de surdos às ameaças de Deus, mas, por fim, elas se provarão verdadeiras. Podemos nos encorajar ou consolar com o número daqueles que, como nós, desobedecem; mas a multidão dos desobedientes em Israel era teve desculpa. Seiscentos mil homens, e um igual número de mulheres, pereceram: foram apenas dois que entraram.
Essa palavra de advertência é também como um espelho para nós na história apresentada. Calebe acalma os murmúrios dos israelitas diante de Moisés, e exorta-os a subirem de uma vez e possuírem a terra. Mais tarde, Calebe e Josué exortam o povo a obedecer; mas a multidão furiosamente resiste ao apelo e clama que os dois fiéis sejam apedrejados. Então, toda esperança de restauração do povo se vai, quando a exortação é rejeitada e o coração está endurecido a ponto de procurar a morte dos servos fiéis. O pacto de Deus, assim, vai adiante contra os descrentes e rebeldes, e, enquanto eles tentam, presunçosamente, subir, são abatidos diante do inimigo, pois o Senhor não estava com eles. Quantos estão agora endurecendo-se contra o batismo, “o Reino Pessoal”, e a recompensa segundo as obras!
Notas
1O autor acredita que Paulo, chamado de “o apóstolo”, é o autor de Hebreus. Essa é a opinião mais comum entre os cristãos, mas não é unânime. (N. do R.)
2É notável que a referência aos capítulos 13 e 14 ocorra logo após a referência, em Hb 2.2, a Moisés como o “servo fiel” em Nm 12. (N. do E.)
3Eis aqui uma pista de “Meu descanso”. Eis aqui uma intimação do dia milenar, quando toda a terra será cheia da glória de Deus e o “Filho do homem” será seu centro (Sl 8). (N. do E.)
4Nos três versículos citados, as mesmas palavras gregas são usadas, apesar da diferente tradução em cada um deles. (N. do R.)
(Publicado originalmente em 16.6.16. Atualizado e republicado em 25.12.23.)
Com este livreto, damos início à publicação de algumas mensagens da exposição sobre a Epístola aos Hebreus que está sendo apresentada à igreja em Santo André pelo irmão Almir Andrade.
Segundo o autor, “se queremos aprender o que é a fé e como podemos crescer na fé, temos de começar pelo exemplo de Abel. Não é à toa que ele está aqui relacionado em primeiro lugar. Temos de nos lembrar que, sem nos apropriarmos pela fé daquilo que o Senhor Jesus realizou como oferta de Si mesmo, não alcançaremos nada de Deus. Não há outro caminho para Deus a não ser o caminho do sacrifício, e nós nos apropriamos das bênçãos da salvação, do perdão dos pecados, pela fé no sacrifício que o Senhor Jesus realizou.”
O livreto, em formato pdf, pode ser baixado aqui. Sua comercialização é expressamente proibida. Ele pode ser livremente impresso e/ou distribuído no formato digital, desde que não sofra nenhuma alteração e que sua página de créditos seja mantida.
Nós o apresentamos com a oração de que Deus use essa mensagem simples para despertar muitos de Seus filhos a viverem por fé com base no sacrifício definitivo do Senhor Jesus.
A fé nos habilita a obedecer quando a obediência custa muito ou parece irracional para a mente natural.
(Jerry Bridges)
É sinal de uma triste decadência alguém, que provou que o Senhor é gracioso, ser capaz de se satisfazer plenamente com algo aquém da luz de Sua presença, que é melhor do que a própria vida.
(John Newton)
Estuda para conhecê-Lo mais e mais, pois, quanto mais tu O conheceres, mais tu O amarás.
(George Whitefield)
A primeira e grande tarefa de um cristão diz respeito ao coração. É lá que Deus habita, pelo Espírito, nos Seus santos, e é lá que o pecado e Satanás reinam nos ímpios. Os grandes deveres e os grandes pecados são os do coração. Ali está a raiz do bem e a do mal: a língua e a vida são apenas os frutos e expressões daquilo que habita nele.
(Richard Baxter)
Estou convencido de que quanto mais luz temos, mais percebemos nossa própria pecaminosidade: quanto mais nos aproximamos do céu, mais somos revestidos de humildade.
(J. C. Ryle)
Os santos sabem que o menor pecado custou o precioso sangue de Cristo; portanto, não se atrevem a pensar com leviandade sobre qualquer pecado ou a se entregar a ele. A pureza do evangelho leva uma pessoa a manter-se afastada do pecado.
(Ralph Erskine)
A menos que o coração seja transformado, a vida nunca será inteiramente reformada.
(Matthew Henry)
A mais longa vida é ainda muito curta para honrar a Deus.