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Deus fez tudo!

Jonathan Edwards

O ponto é este: ou nós devemos morrer eternamente ou o Filho de Deus deve derramar Seu sangue; ou nós ou o próprio Filho de Deus deve sofrer a ira de Deus, um dos dois: ou vermes miseráveis ​​do pó que mereceram isso ou o Filho glorioso, amável, belo e inocente de Deus.

A queda do homem trouxe a esse ponto. Uma ou outra forma tem de ser determinada, e foi determinado, pela graça estranhamente livre e sem limites de Deus, que Seu próprio Filho deveria morrer para que os ofensivos vermes pudessem ser libertados, e postos em liberdade de sua punição, e que a justiça poderia fazê-los felizes. Aqui é a graça de fato; bem podemos gritar: “Graça, graça!” para isso.

E, ademais, Deus não fez isso pelos amigos, mas por Seus inimigos e por quem O odiava. Ele não fez isso por súditos leais, mas pelos rebeldes; ele não fez isso por aqueles que eram Seus filhos, mas pelos filhos do diabo. Ele não fez isso por aqueles que eram excelentes, mas por aqueles que eram mais odiosos do que sapos ou víboras. Ele não fez isso por aqueles que poderiam ser, de alguma maneira, rentáveis ou vantajosos para Ele, mas por aqueles que eram tão fracos que, em vez de dar lucro para Deus, não eram capazes de nem ao menos ajudarem a si mesmos.

Deus deu ao homem caído um presente tal que Ele não deixou nada para o homem fazer a fim de poder ser feliz, mas apenas receber o que lhe é dado. Embora o homem tenha pecado, Deus não requer reparações a serem feitas por ele. Deus não exige dele nenhuma restituição. Se os homens vão receber Seu Filho, Ele não exige dinheiro nem preço, nem que faça qualquer penitência a fim de ser perdoado. Deus oferece-se para salvá-los a troco de nada, apenas que eles recebam a salvação como ela é oferecida, ou seja, livremente por meio de Cristo, pela fé Nele.

(Jonathan Edwards, 1703–1758))

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Hebreus 6.4-6 (Watchman Nee)

Hebreus 6.4-6 diz:

“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento”.

Esses versículos descrevem uma pessoa que possui muitas qualificações. É impossível que seja uma pessoa não-salva. Ela viu a luz, e viu o Deus revelado, o Unigênito do Pai; conheceu o amor de Deus e provou o dom celestial, o único dom, Jesus Cristo. Na Bíblia, dons, como um substantivo plural, refere-se aos dons do Espírito Santo, e dom, como um substantivo singular refere-se ao único dom, o unigênito Filho de Deus, como está em João 3:16. Esse dom é diferente dos dons do Espírito Santo. Essa pessoa não apenas tem Deus e o Senhor Jesus, mas também tornou -se participante do Espírito Santo. Ela conhece a Deus, provou do Senhor Jesus e tem o Espírito Santo vivendo dentro de si. Além disso, ela provou a boa palavra de Deus e os poderes da era vindoura. Os poderes da era vindoura são os poderes do reino milenar. Os dons e os poderes do Espírito Santo são particularmente abundantes no reino milenar. O reino milenar será repleto de obras de poder, milagres, maravilhas e outras coisas semelhantes. Dizer que alguém provou os poderes da era vindoura significa dizer que ele provou as coisas do reino milenar. Portanto, esta pessoa é definitivamente uma pessoa salva.

Se tal pessoa deixa hoje a palavra de Cristo, que ela recebeu quando creu, e escorrega e cai, não há arrependimento para ela. Ela não pode começar tudo de novo para crer no Senhor Jesus, pois já tem uma longa história com o Senhor. Ela recebeu muita chuva, porém caiu, não produz mais coisas boas para Deus, mas tem produzido cardos e abrolhos. Tal pessoa é como “a terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela, e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada, recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (vv. 7,8).

Perceba três coisas acerca desta pessoa e seu fim. Primeira coisa, ela é “rejeitada”. A palavra “rejeitada” aqui é a mesma usada em 1Coríntios 9:27, onde Paulo disse que temia que embora tivesse pregado o evangelho a outros, ele mesmo fosse desqualificado e não fosse mais usado por Deus nesta era e no reino. Ser rejeitado, ser desqualificado, significa que Deus rejeitará tal pessoa e não a usará mais no reino. Segunda coisa, esta pessoa “perto está da maldição”. O versículo não diz que ela receberá maldição, mas a punição que receberá é semelhante a uma maldição. Ela não perecerá eternamente, mas sofrerá o dano da segunda morte e padecerá a Geena de fogo no reino. Terceira coisa, “seu fim é ser queimada”. Que é isso? Por exemplo, há algumas semanas eu quis fazer uma queimada em algumas terras em Jen-ru. Poderia eu queimar a terra etername nte? Poderia queimar a terra pelo menos por cinco anos? O queimar aqui se refere a algo temporário.

Aqui se fala sobre queimar, enquanto Mateus 5 diz que alguns estarão sujeitos à Geena de fogo. Se você puser essas duas passagens juntas, elas se combinarão. Se um cristão recebe todas essas coisas maravilhosas, mas não produz bom fruto para Deus, e, sim, cardos e abrolhos, ele será queimado. Entretanto, esse queimar será apenas por breve tempo. Até mesmo um aluno do primário sabe que se você atear fogo em um terreno, o fogo irá parar após todo o mato ser queimado. A queimada no reino durará no máximo mil anos. Quanto tempo vai durar a queimada, na verdade, dependerá de você. Se você tiver produzido muitos cardos e abrolhos, então haverá mais queima. Se tiver produzido poucos cardos e abrolhos, então haverá menos queima.

Quantas coisas há em nós que ainda não foram tratadas? Quantas coisas não foram limpas pelo sangue do Senhor, e quantas coisas ainda não foram confessadas, tratadas e resolvidas com os irmãos e as irmãs? São esses os cardos e abrolhos a que o Senhor se refere. Mateus 5 diz que ninguém poderá sair dali enquanto não pagar o último centavo. Toda dívida terá de ser paga. Quando tudo houver sido queimado, toda dívida terá sido paga.

Um cristão é semelhante a um campo, e seu comportamento indevido é comparado a cardos e abrolhos. Suponha que eu possua um terreno de cinco alqueires. Seria possível, depois da queimada, que somente dois alqueires tenham sido deixados intactos e três tenham sido queimados? Isso é impossível. O que é queimado são os cardos e abrolhos. O terreno em si não pode ser queimado. Em outras palavras, somente aquelas coisas que foram amaldiçoadas em Adão e deveriam ser removidas, mas não foram, é que serão queimadas. Elas serão o material que será queimado na Geena de fogo. A vida que Deus nos concedeu não pode ser tocada pelo fogo. Portanto, depois que os cardos e abrolhos forem queimados, o terreno ainda permanecerá. Nenhuma parte dele será tirada. Não há absolutamente nenhum problema com a nossa salvação, mas sim com o que vier a crescer sobre ela, com o que for prov eniente da carne. Se tais coisas não forem tratadas com o sangue de Jesus, deveremos sofrer algum tratamento.

Agora vejamos Hebreus 10.26-29:

“Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança”.

Esses versículos referem-se a alguém que rejeitou a Cristo e voltou ao judaísmo. Ele acha que gastando alguns dólares pode comprar um touro ou um bode como oferta pelo pecado. Se, porém, alguém conheceu a Cristo e voltou ao judaísmo, ele calcou aos pés o Filho de Deus e considerou Seu sangue como algo comum. Ele está tratando o Senhor como um touro ou um bode. Para ele não existe diferença entre o Senhor e um touro ou um bode. O versículo conclui: “E ultrajou o Espírito da graça”. Enquanto o Espírito Santo está lhe dando graça, ele O está insultando por voltar ao judaísmo. Esses versículos nos mostram o caminho de um apóstata. Eu não diria que tal pessoa seja salva; somente diria que pode ser que ela seja salva; talvez nem seja salva. O apóstolo não nos diz se tal pessoa é salva ou não. Ele diz apenas que, se uma pessoa veio a Cristo e depois voltou ao judaísmo, ela sofrerá pior punição. Seu fim é uma expectação de juízo e fogo vingador. Aqui vemos uma espécie de fogo.

Juntamente com todas essas passagens, temos também as próprias palavras do Senhor em João 15. O versículo 2 diz: “Todo ramo em Mim que não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto Ele o limpa”. Esses não são ramos que nada têm que ver com Ele; são ramos que estão Nele. O que é mostrado aqui, pode não referir-se à punição temporária, mas à disciplina nesta era. Mas atente para o versículo 6: “Se alguém não permanece em Mim, é lançado fora, como o ramo, e seca; e os apanham, lançam no fogo, e são queimados”. Alguns ramos serão lançados no fogo e queimados. Alguns ramos cresceram e produziram folhas verdes, mas não têm fruto. Embora tenham vida interiormente, eles não têm fruto exteriormente. O Senhor Jesus disse que eles serão lançados fora, secarão, e queimarão no fogo. Aqui vemos claramente que os cristãos podem ter de passar pelo fogo.

Tendo lido todas essas passagens, podemos concluir que, se um cristão não lidar adequadamente com seus pecados, haverá punição à sua espera. A Bíblia nos mostra nitidamente que tipo de punição será. Não será uma punição comum, mas a punição da “Geena de fogo”. Contudo será o fogo no reino, não o fogo na eternidade.

A questão agora é esta: que tipo de pecado levará a essa condição? Desde que uma pessoa seja salva, é importante que ela lide com seus pecados. Nenhum dos pecados que ela tenha confessado, do qual tenha se arrependido, tratado e feito remissão pelo sangue do Senhor Jesus, voltará a ela no trono de julgamento. Tais pecados terão passado. Até mesmo o maior dos pecados terá passado. Mas existem muitos pecados que não serão omitidos; são os pecados que alguém contempla em seu coração. Salmos 66.18 diz: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido”. Quais são os pecados que o coração contempla? O coração é o lugar onde residem nosso amor e nossos desejos. O coração representa nossa emoção. Ele representa o homem psicológico. Se o coração contemplar a vaidade, o Senhor não nos ouvirá. Muitas confissões são feitas só porque a pessoa sabe que pecou, não há aversão pelo pecado, tampouco condenação do pecado. Tal pessoa o Senhor não ouvirá. Além disso, se temos com alguém um problema que não foi resolvido, ou se há coisas que precisam ser perdoadas e não foram, ou se procedemos mal com as pessoas ou com o Senhor, temos de tratar com estas coisas de modo específico. Ao mesmo tempo, temos de colocá-las debaixo do sangue do Senhor. Só então tais coisas estarão tratadas, e estaremos livres do julgamento vindouro.

RESUMO

Vamos agora resumir o que vimos. O futuro dos cristãos é muito simples. Para uma pessoa salva o assunto do novo céu e nova terra, incluindo toda a eternidade, está resolvido. No entanto, a era do reino é duvidosa. Ninguém ousa dizer algo sobre o que ocorrerá. O que temos de resolver hoje é o problema do reino. No reino há muitas posições de cristãos. Muitos reinarão com Cristo por ter trabalhado fielmente e por ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento. Alguns podem não ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento, contudo eles também não têm pecados. Eles viveram uma vida limpa. Apesar de não terem feito nada que mereça um mérito especial, eles pelo menos deram um copo de água para um pequenino por causa do nome do Senhor (Mt 10.42). Eles também receberão uma recompensa; entretanto, sua recompensa será bem pequena.

Na era do reino, alguns cristãos receberão recompensa no reino. Alguns receberão uma grande recompensa; outros receberão uma recompensa pequena.

Os que não receberão recompensa também estão divididos em algumas categorias. Um grupo não entrará no reino de modo algum. A Bíblia não nos diz para onde eles irão; diz apenas que serão mantidos fora do reino, nas trevas exteriores (Mt 8.12; 22.13; 25.30; Lc 13.28). Eles serão deixados fora da glória de Deus. Haverá também muitos que, além de não terem trabalhado bem, têm pecados específicos que ainda não foram tratados. Eles são salvos, mas ao morrer, ainda têm pecados com os quais não trataram e dos quais não se arrependeram; eles ainda têm o problema do pecado. Esses tais serão temporariamente submetidos ao fogo, e sairão somente depois de terem pago todo seu débito. Eu não sei, na verdade, de quanto tempo esse período será, mas durará no máximo até o final do reino.

Ainda há muitas coisas das quais não estamos esclarecidos acerca do futuro, mas a Bíblia mostrou-nos o suficiente. Embora haja detalhes que ainda não vimos, nós de fato sabemos o que os filhos de Deus enfrentarão. Alguns receberão uma recompensa; alguns experimentarão corrupção. Alguns serão aprisionados, e outros serão lançados no fogo e serão queimados.

A questão da nossa salvação está muito clara. Quando um homem crê no Senhor Jesus, tanto a salvação como a vida eterna estão determinadas para ele. Mas, da salvação até sua morte, as obras de uma pessoa, isto é, seus fracassos ou suas vitórias, determinarão seu destino no reino. Nosso Deus é um Deus justo. Por um lado, nossa salvação é livre, e os que crêem terão vida eterna. Ninguém pode contrariar esse fato. Por outro lado, não podemos pecar à vontade, simplesmente porque recebemos a vida eterna. Se produzirmos cardos e abrolhos, seremos queimados. Se o Senhor Jesus não pode desligar-nos de nossos pecados e se não resolvermos todas as coisas em nossa vida, Deus não terá escolha a não ser castigar-nos no futuro; Ele não terá escolha, senão purificar-nos com punições específicas, de maneira que possamos estar juntos com Ele no novo céu e nova terra. Deus é um Deus justo. O que Ele preparou também é justo. Desde que tenhamos visto estas coisas, devemos aprender a lição e acatar as advertências de Deus.

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Genealogia de Jesus (J. C. Ryle)

Aprendemos, por fim, desta lista de nomes [em Mateus], quão grandes são a misericórdia e a compaixão de nosso Senhor, Jesus Cristo. Pense quão pervertida e impura nossa natureza é e, então, pense que condescendência foi para Ele nascer de uma mulher e fazer-se “semelhante aos homens”. Alguns dos nomes que lemos nessa lista lembra-nos de histórias vergonhosas e tristes. Alguns deles são de pessoas não mencionadas em nenhum outro lugar da Bíblia. Mas, depois de todos, vem o nome do Senhor Jesus Cristo. Embora Ele seja o Deus eterno, humilhou-se a Si mesmo para tornar-se homem a fim de prover a salvação para os pecadores. “Já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre” (2Co 8.9).

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Carta de amor a uma lésbica (Jackie Hill)

Jackie Hill

Querida ______,

Apenas quero que você saiba que eu entendo.

Entendo como é estar apaixonada por uma mulher. Querer nada mais do que estar com ela para sempre. Sentindo como se o universo tivesse pregado uma peça sem graça em seu coração ao permitir que você caísse nas mãos de uma criatura que se parece exatamente como você.

Eu também era lésbica. Tinha atração pelo mesmo sexo desde os cinco anos de idade. À medida que eu crescia, esses sentimentos nunca diminuiram. Apenas cresceram. Eu me via tendo quedas pelas minhas melhores amigas, mas tinha muita vergonha para admitir para elas – e muito menos para mim.

Aos 17 anos finalmente tomei a decisão de ir atrás desses desejos. Envolvi-me em um relacionamento com uma jovem que se tornou a minha “primeira”. Na primeira vez que nos beijamos pareceu extremamente natural, como se esse sentimento fosse tudo que eu sempre quis. Depois dela veio outra mulher, e depois outra. Ambos os relacionamentos foram bastante sérios, cada um levou mais de um ano. Curti esses relacionamentos e amei muito essas mulheres. E cheguei ao ponto de desejar renunciar a tudo, inclusive a minha alma, para desfrutar do amor delas na terra.

Em Outubro de 2008, aos 19 anos, minha superficial realidade foi sacudida por um amor mais profundo – um vindo de fora, um sobre o qual eu já tinha escutado antes, mas nunca tinha experimentado. Pela primeira vez, estava convencida do meu pecado de uma maneira que me fez considerar tudo aquilo que eu amava (idolatrava), e suas consequências. Olhei para a minha vida e vi que eu havia estado apaixonada por tudo, exceto por Deus, e que essas decisões iriam, em última instância, ser a minha morte, eternamente. Meus olhos foram abertos, e comecei a acreditar em tudo o que Deus diz em sua palavra. Comecei a crer que aquilo que ele fala sobre pecado, morte e inferno era completamente verdadeiro.

E surpreendentemente, ao mesmo tempo em que a penalidade pelo meu pecado se tornava verdadeira para mim, assim foi com a preciosidade da cruz. Uma visão do Filho de Deus crucificado, suportando a ira que eu merecia, e uma tumba vazia mostrando o poder dele sobre a morte – todas as coisas que antes eu tinha ouvido sem nenhum interesse se tornaram a mais gloriosa revelação de um amor tangível.

Depois de perceber tudo o que eu teria que abrir mão, eu disse a Deus: “Não posso deixar essas coisas e pessoas pelas minhas próprias forças. Eu as amo demais. Mas eu sei que você é bom e forte o suficiente para me ajudar”.

Agora, com 23 anos, posso dizer com toda a honestidade que Deus fez exatamente isso. Ele me ajudou a amá-lo mais do que qualquer outra coisa.

Mas por que estou te contando isso? Eu te dei um vislumbre da minha história porque quero que você entenda que eu entendo. Mas também quero que você saiba que eu também entendo como é estar apaixonada pelo Criador do universo. Querer nada mais do que estar com ele para sempre. Sentir sua graça, a melhor notícia já anunciada para a humanidade. Ver seu perdão, ao ponto dele pegar um coração tão perverso em suas mãos de misericórdia.

Mas com isso em mente, estamos em uma cultura em que histórias como a minha parecem impossíveis ou hilárias, dependendo de quem está ouvindo. A homosexualidade está em todo lugar – da música à TV, até mesmos nos esportes. Se você acreditar em tudo o que a sociedade tem a dizer sobre homosexualidade, você chegaria à conclusão de que é completamente normal, de certa forma até mesmo admirável. Mas isso está longe da verdade. Deus nos diz que a homosexualidade é pecaminosa, abominável e antinatural (Levítico 18.22, 20.13; Romanos 1.18-32, 1 Coríntios 6.9-11; 1 Timóteo 1.8-10). Mas se tivermos que ser honestos, às vezes a atração homosexual pode parecer natural para mim.

Não acho que estou exagerando ao dizer que esse talvez seja seu dilema também. Você vê o que Deus diz sobre homosexualidade, mas o seu coração não pronuncia os mesmos sentimentos. A palavra de Deus diz que é pecaminoso; seu coração diz que se sente bem. A palavra de Deus diz que é abominável; seu coração diz que é agradável. A palavra de Deus diz que é antinatural; seu coração diz que é totalmente normal. Você percebe que há uma clara divisória entre aquilo que a palavra de Deus diz e o que o seu coração sente?

Então em qual voz você deve acreditar?

Houve um tempo em minha caminhada com Cristo onde experimentei muitas tentações para voltar ao lesbianismo. Essas tentações me fizeram duvidar da palavra de Deus. Minhas tentações e desejos começaram a se tornar mais reais do que a verdade da Bíblia. Enquanto eu orava e meditava nessas coisas, Deus colocou essa impressão no meu coração: “Jackie, você precisa crer que minha palavra é verdade mesmo quando ela contradiz a maneira como você se sente”. Uau! É isso! Ou eu creio na palavra dele ou creio em meus próprios sentimentos. Ou olho para ele para encontrar o prazer que minha alma anseia ou busco o prazer em coisas menores. Ou ando em obediência àquilo que ele falou ou rejeito a verdade dele como se fosse uma mentira.

A luta com a homosexualidade é uma batalha de fé. Deus é minha alegria? Ele é bom o suficiente? Ou ainda estou olhando para cisternas rachadas para matar a sede que somente ele pode satisfazer? Essa é a batalha. Essa é a batalha para mim, e para você.

A escolha é sua, minha amiga. Oro para que você coloque sua fé em Cristo e fuja das mentiras da nossa sociedade que coincidem com as vozes do seu coração – um coração que a Escritura diz que é corrupto e enganoso (Jeremias 17.9). Ao invés disso, corra para Jesus.

Você foi feita para ele (Romanos 11.36). Ele é, em última análise, tudo o que você precisa! Ele é bom e sábio (Salmos 145.9). Ele é a fonte de todo conforto (2 Coríntios 1.3). Ele é gentil e paciente (2 Pedro 3.9). Ele é reto e fiel (Salmos 33.4). Ele é santo e justo (1 João 1.9). Ele é o nosso verdadeiro Rei (Salmos 47.7). Ele é o nosso Salvador (Judas 1.25). E ele está te convidando para ser não apenas serva dele, mas também sua amiga. Se amor eterno é o que você está procurando em algum outro lugar, você está perseguindo o vento, procurando o que você nunca irá encontrar, lentamente sendo destruida pela sua busca.

Mas em Jesus, há plenitude de alegria. Em Jesus, há um relacionamento que vale tudo, porque ele é tudo. Corra para ele.

Traduzido por Alex Daher | iPródigo.com | Original aqui

 

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Justificação pela fé: fora de moda? (B. B. Warfield)

Às vezes nos é dito que a Justificação pela Fé está “fora de moda”, obsoleta. Seria uma pena se fosse verdade. Isso significaria que o caminho da salvação estaria fechado e “nenhuma passagem” estaria “pregada sobre as barreiras”. Não há nenhuma justificação para pecadores a não ser pela fé. As obras de um pecador serão sempre, é claro, tão pecaminosas quanto ele mesmo, e nada exceto a condenação pode ser construído sobre elas. Então onde poderia ele conseguir obras nas quais pudesse fundamentar a sua esperança de justificação, exceto em algum Outro?
A sua esperança de Justificação, lembre-se, é de ser declarado íntegro diante de Deus. Será que Deus poderia declará-lo íntegro sem ser com base em obras que são, elas mesmas, íntegras? Onde um pecador poderá arrumar obras que são íntegras? Seguramente, não em si mesmo; afinal, não se trata ele de um pecador, e todas as suas obras tão pecaminosas quanto ele? Ele precisa, então, sair de si mesmo e encontrar obras que ele possa oferecer a Deus como justas. E onde ele poderá encontrar tais obras se não em Cristo? Ou como fará ele com que elas passem a ser suas a não ser pela fé em Cristo?
Justificação pela Fé, portanto, não é oposta à justificação através de obras. Só há contradição com a justificação por nossas Próprias obras. É uma justificação pelas obras de Cristo. A questão inteira, consequentemente, é se nós podemos esperar ser recebidos no favor de Deus com base no que nós fazemos, ou apenas com base no que Cristo fez por nós. Se nós esperamos ser recebidos com base no nós mesmos fazemos – isso é chamado Justificação por Obras.
Se o nosso fundamento é o que Cristo fez por nós – isso é o que significa Justificação por Fé. Justificação por Fé significa, portanto, que nós olhamos para Cristo e para ele somente em busca de salvação, e vamos a Deus alegando que a morte e a retidão de Cristo são a base da nossa esperança de sermos recebidos no favor dEle. Se a Justificação por Fé tornou-se obsoleta, isso significa, então, que a salvação em Cristo está obsoleta. Não há nada a se fazer, se for assim, a não ser que cada homem faça o melhor que puder para se salvar.
“A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar.”
Portanto, Justificação por Fé não significa “salvação por acreditar em certas coisas” em vez de “salvação por fazer o que é certo”. Significa pleitear os méritos de Cristo perante o trono da graça em vez de nossos próprios méritos. Pode ser correto acreditar em certas coisas, e fazer coisas certas certamente é certo. A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus.
A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar. Adão, antes da queda, tinha seus próprios méritos, e porque ele os tinha ele era, em si mesmo, aceitável a Deus. Ele não precisava de Outro para se interpor entre ele e Deus, cujos méritos ele pudesse pleitear. E, por isso, não havia nenhuma conversa sobre ele ser Justificado por Fé. Mas nós não somos como Adão antes da queda; nós somos pecadores e não temos nenhum mérito em nós mesmos. Se nós tivermos que ser justificados, terá que ser com base nos méritos de Outro, cujos méritos possam ser feitos nossos pela fé.
E foi por isso que Deus enviou seu Único Filho para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Se nós não crermos nele, obviamente teremos que perecer. Mas se nós acreditarmos nele, nós não morreremos, mas teremos a vida eterna. Isso é tão somente a Justificação pela Fé. Justificação pela Fé não é nada mais, nada menos, do que obter a vida eterna crendo em Cristo. Se a Justificação por Fé está obsoleta, então a salvação em Cristo está obsoleta. E como não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre homens, pelo qual devamos ser salvos, se a salvação em Cristo está obsoleta então obsoleta está à própria salvação. Seguramente, em um mundo cheio de pecadores precisando de salvação, isso seria uma grande pena.
(Fonte)
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O verdadeiro amor (John MacArthur)

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.
“Tudo o que você precisa é de amor”, assim cantavam os Beatles. Se eles tivessem cantado sobre o amor de Deus, a frase revelaria uma certa verdade. Mas aquilo que a cultura popular diz ser amor, não se trata, na verdade, de um amor autêntico, é antes uma verdadeira fraude. Longe de ser “tudo o que precisa”, é algo que deve evitar a todo o custo.

O apóstolo Paulo fala-nos sobre esse tema em Efésios 5:1-3. Ele escreveu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos”.

A simples ordem do verso 2 (“E andai em amor, como também Cristo vos amou”) resume toda a obrigação moral do cristão. No fundo, o amor de Deus é o único princípio que define completamente o dever do cristão, e este tipo de amor é exatamente “tudo o que você precisa”. Romanos 13:8 diz, “porque quem ama aos outros cumpriu a lei”. Os mandamentos resumem-se a estas palavras: “Amarás o próximo como a ti mesmo, já que o amor é o cumprimento da lei.” Gálatas 5:14 ecoa a mesma verdade: “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Da mesma maneira Jesus ensinou que toda a lei e profetas dependem de dois princípios básicos sobre o amor – o primeiro e o segundo mandamentos (Mt. 22:38-40). Em outras palavras: “e, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3:14).

Quando o apóstolo Paulo nos diz para caminhar no amor, o contexto revela-se em aspectos positivos, pois ele fala-nos sobre sermos bons uns para os outros, misericordiosos e que nos perdoemos uns aos outros (Ef. 4:32). O modelo de tal amor, mais centrado nos outros que em si próprio, é Cristo, que se entregou para nos salvar dos nossos pecados. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João 15:13). E “amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.” (1 João 4:11).

Em outras palavras, o amor verdadeiro é sempre um sacrifício, uma entrega de nós mesmos, é misericordioso, compassivo, compreensivo, amável, generoso e paciente. Estas e muitas outras qualidades positivas e benignas (ver 1 Co. 13:4-8) são as que as Sagradas Escrituras associam ao amor divino.

Mas reparemos no lado negativo, também visto no contexto de Efésios 5. Aquele que ama os outros verdadeiramente, como Cristo nos ama, deve recusar todo o tipo de amor falso. O apóstolo Paulo nomeia algumas destas falsidades satânicas. Elas incluem a imoralidade, a impureza e a ganância. A passagem continua: “Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros.” (Ef 5:4–7).

A imoralidade é, talvez, o substituto favorito do amor na nossa atual geração. O apóstolo Paulo usa o termo grego porneia, o qual significa todo o tipo de pecado sexual. A cultura popular tenta desesperadamente desvanecer a linha que separa o amor verdadeiro da paixão imoral. Mas tal imoralidade é uma perversão total do amor verdadeiro, porque procura a autogratificação em vez do bem aos outros. A impureza é outra perversão diabólica do amor. O apóstolo Paulo emprega aqui o termo akatharsia, o qual se refere a todo o tipo de imoralidade sexual e impureza. Especificamente, ele refere-se à sujidade, à impureza e à ganância, que são as características particulares do companheirismo com mal. Este tipo de companheirismo não tem nada a ver com o amor verdadeiro, e o apóstolo afirma claramente que não tem lugar para ele no caminho do cristão.

A ganância é outra corrupção do amor que tem origem no desejo narcisista de autogratificação. É exatamente o oposto do exemplo que Cristo deu quando “se entregou por nós” (v. 2). No verso 5, o apóstolo Paulo compara a ganância à idolatria. Também isto não tem lugar no caminho do cristão e, de acordo com o verso 5, a pessoa culpada de tal pecado “não tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”

E tais pecados, diz o apóstolo Paulo, “nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos.” (v. 3). “Portanto, não sejais seus companheiros”, ou seja, daqueles que praticam tais coisas, diz-nos o verso 7.

Em outras palavras, não demonstraremos amor verdadeiro a não ser que sejamos intolerantes com todas as perversões populares do amor.

Hoje em dia, a maioria das conversas sobre o amor ignora este princípio. “O amor” foi redefinido como uma ampla tolerância que ignora o pecado e que abraça o bem e o mal de igual forma. Mas isso não é amor, é apatia.

O amor de Deus não tem nada a ver com isso. Lembra-te que a mais suprema manifestação do amor de Deus é a Cruz, sinal que Cristo “vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (V. 2). A Sagrada Escritura explica o amor de Deus em termos de sacrifício, de arrependimento pelos pecados cometidos e de reconciliação: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10). Em outras palavras, Cristo converteu-se em sacrifício para desviar a ira de um Deus ofendido. Longe de perdoar os nossos pecados com uma tolerância benigna, Deus deu o seu Filho como uma oferta pelo pecado para satisfazer a sua própria ira e justiça na salvação dos pecadores. Este é o coração do Evangelho. Deus manifesta o seu amor de uma forma que confirma a sua santidade, justiça e misericórdia sem compromisso. O amor verdadeiro “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.” (1 Co. 13:6). Este é o tipo de amor, no qual fomos chamados para caminhar. É um amor que primeiro é puro e depois, harmonioso.

Fonte: The Gospel Coalition

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Espírito Santo Salvação Steven Lawson

O agir do Espírito Santo (Steven Lawson)

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Horatius Bonar Salvação Vida cristã

Deus nos chama para fora do pecado (Horatius Bonar)

Em cada sentido e aspecto, Deus nos chama para fora do pecado. Ele está sempre a nos exortar contra tudo quanto é excessivamente pecaminoso, contra aquelas coisas abomináveis, as quais ele odeia e contra as quais ele exercerá vingança. Ele nos fala como seres “formados em iniquidade e concebidos em pecado”, carregando em nosso corpo o mal; pior ainda, saturados do mal e dominados por ele; não meramente como seres enfermos e necessitados de medicina; ou desafortunados e necessitados de comiseração; porém, como seres culpados, debaixo da lei, debaixo da condenação, mortos em delitos e pecados, com um inevitável juízo pendente sobre nós. Ele não ameniza nem tampouco agrava o nosso estado, porém calmamente nos mostra o pior, revelando-nos o que somos, convocando-nos a sermos aquilo que o quê ele propôs que fôssemos. Em seu Filho Jesus Cristo, ele nos chama para fora de toda impureza, de toda contaminação, de toda injustiça, de toda corrupção, de toda via tortuosa, de toda desobediência, de toda imundícia da carne e do espírito.

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Evangelho J. C. Ryle Mundo Salvação

Suponha que um ímpio vá para o céu (J. C. Ryle)

Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

Por um momento, suponha que você, destituído de santidade, tivesse a permissão de entrar no céu. O que você faria ali? Que possíveis alegrias sentiria no céu? A qual de todos os santos você se achegaria e ao lado de quem se assentaria? O prazer deles não é o seu prazer; os gostos deles não são os seus; o caráter deles não é o seu caráter. Como você poderia sentir-se feliz ali, se não havia sido santo na terra?

Talvez agora você aprecie muito a companhia dos levianos e descuidados, dos homens de mentalidade mundana, dos avarentos, dos devassos, dos que buscam prazeres, dos ímpios e dos profanos. Nenhum deles estará no céu.

Provavelmente, você ache que os santos de Deus são muito restritos, sérios e individualistas; e prefere evitá-los. Você não encontra nenhum prazer na companhia deles. Mas não haverá no céu qualquer outra companhia.

Talvez você ache que orar, ler a Bíblia e cantar hinos são realizações monótonas e estúpidas, coisas que devem ser toleradas aqui e agora, mas não desfrutadas. Você reputa o dia de descanso como um fardo, uma fadiga; provavelmente, você não gasta mais do que um pequeníssima parte deste dia na adoração a Deus. Lembre-se, porém, de que o céu é um dia de descanso interminável. Os habitantes do céu não descansam, noite e dia, clamando: “Santo, santo, santo é o Senhor, Deus todo- poderoso” e cantam todo o tempo louvores ao Cordeiro. Como poderia um ímpio encontrar prazer em uma ocupação como esta?

Você acha que um ímpio sentiria deleite em encontrar-se com Davi, Paulo e João, depois de ter gasto a sua vida na prática daquelas coisas que eles condenaram? O ímpio pediria bons conselhos a estes homens e acharia que tem muitas coisas em comum com eles? Acima de tudo, você acha que um ímpio se regozijaria em ver Jesus, o Crucificado, face a face, depois de viver preso nos pecados pelos quais Ele morreu, depois de amar os inimigos de Jesus e desprezar os seus amigos? Um ímpio permaneceria confiantemente diante de Jesus e se uniria ao clamor: “Este é o nosso Deus, em quem esperávamos… na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25.9)? Ao invés disso, você não acha que a língua de um ímpio se prenderia ao céu de sua boca, sentindo vergonha, e que seu único desejo seria o ser expulso dali? Ele haveria de sentir-se estranho em um lugar que ele não conhecia, seria uma ovelha negra entre o rebanho santo de Jesus. A voz dos querubins e dos serafins, o canto dos anjos e dos arcanjos e a voz de todos os habitantes do céu seria uma linguagem que o ímpio não entenderia. O próprio ar do céu seria um ar que o ímpio não poderia respirar.

Eu não sei o que os outros pensam, mas parece claro, para mim, que o céu seria um lugar miserável para um homem destituído de santidade. Não pode ser de outra maneira. As pessoas podem dizer, de maneira incerta, que “esperam ir para o céu”, mas elas não meditam no que realmente estão dizendo. Temos de ser pessoas que possuem uma mentalidade celestial e têm gostos celestiais, na vida presente; pois, do contrário, jamais nos encontraremos no céu, na vida por vir.

Agora, antes de prosseguir, permita-me falar-lhe algumas palavras de aplicação. Pergunto a cada pessoa que está lendo este artigo: você já é uma pessoa santa? Eu lhe suplico que preste atenção a esta pergunta. Você sabe alguma coisa a respeito da santidade sobre a qual lhe estou falando? Não estou perguntando se você costuma ir regularmente a uma igreja, ou se você já foi batizado, ou se você recebe a Ceia do Senhor, ou se tem o nome de cristão. Estou perguntando algo muito mais significativo do que tudo isso: “Você é santo ou não?”

Não estou perguntando se você aprova a santidade nos outros, se você gosta de ler sobre a vida de
pessoas santas, de conversar sobre coisas santas, de ter livros santos em sua mesa, se você sabe o que significa ser santo ou se espera ser santo algum dia. Estou perguntando algo mais elevado: “Você mesmo é um santo ou não?”

E por que eu lhe pergunto com tanta seriedade, insistindo com tanto vigor? Faço isto porque a Bíblia diz: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Está escrito, não é minha imaginação; está escrito, não é minha opinião pessoal; é a Palavra de Deus, e não a do homem: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Que palavras perscrutadoras e separadoras são estas! Que pensamentos surgem em meu coração, enquanto as escrevo! Olho para o mundo e vejo a maior parte das pessoas vivendo na impiedade. Olho para os cristãos professos e percebo que a maioria deles não têm nada do cristianismo, exceto o nome. Volto-me para a Bíblia e ouço o Espírito Santo: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Com certeza, este é um versículo que tem de fazer-nos considerar nossos próprios caminhos e sondar nossos corações; tem de suscitar em nosso íntimo pensamentos solenes e levar-nos à oração.

Você pode menosprezar estas minhas palavras, dizendo que tem muitos sentimentos e pensamentos sobre estas coisas, mais do que muitos podem imaginar. Entretanto, eu lhe respondo: “Isto não é mais importante. As pobres almas no inferno fazem muito mais do que isto. O mais importante não é o que você sente e pensa, e sim o que você faz”.

Você pode argumentar: “Deus nunca tencionou que todos os cristãos fossem santos e que a santidade, conforme a descrevemos, é apenas para os grandes santos e para pessoas de dons incomuns”. Eu respondo: “Não posso encontrar este argumento nas Escrituras; e leio que ‘a si mesmo se purifica todo o que nele [em Cristo] tem esta esperança’” (1 Jo 3.3). “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Você pode argumentar que é impossível ser santo e, ao mesmo tempo, cumprir todos os nossos deveres nesta vida: “Isto não pode ser feito”. Eu respondo: “Você está enganado”. Isto pode ser feito. Tendo Cristo ao nosso lado, nada é impossível.
Outros já fizeram isto. Davi, Obadias, Daniel e os servos da casa de Nero, todos estes são exemplos que comprovam isto.

Você pode argumentar: “Se nos tornássemos santos, seríamos diferentes das outras pessoas”. Eu res- pondo: “Sei muito bem disso. Mas é exatamente isso que você deve ser. Os verdadeiros servos de Cristo sempre foram diferentes do mundo que os cercava — uma nação santa, um povo peculiar. E você tem de ser assim, se deseja ser salvo!”

Você pode argumentar que a este custo poucos serão salvos. Eu respondo: “Eu sei disso. É exatamente sobre isso que nos fala o Sermão do Monte. O Senhor Jesus disse, há muitos séculos atrás: “Estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.14). Poucos serão salvos, porque poucos se dedicarão ao trabalho de buscar a salvação. Os homens não renunciarão aos prazeres do pecado, nem aos seus próprios caminhos, por um momento sequer.

Você pode argumentar que estas são palavras severas demais; o caminho é muito estreito. Eu respondo: “Eu sei disso; o Sermão do Monte o disse”. O Senhor Jesus o afirmou há muitos séculos atrás. Ele sempre disse que os homens tinham de tomar a sua cruz diariamente e mostrarem-se dispostos a cortarem suas mãos e seus pés, se quisessem ser discípulos dEle. No cristianismo acontece o mesmo que ocorre em outros aspectos da vida: sem perdas, não há ganhos. Aquilo que não nos custa nada também não vale nada.

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Espada (Charles Spurgeon)

A espada da justiça não nos ameaça mais, mas a vara de correção paternal ainda está em uso.

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A perseverança dos santos (Martin Lloyd-Jones)

A questão final com que nos defrontamos é: que é que impede este ou aquele cristão de cair e perder-se? Se não for o que temos dito aqui, isto é, que somos “chamados segundo o seu propósito” e que, porque é Seu propósito, Ele próprio nos impede de cair, bem, então, que será que nos guarda e nos impede de cair? Consideremos a situação daqueles que acreditam ser possível um cristão regenerado, nascido de novo, ir definitivamente para a perdição, cair e perder a posição de estar “em Cristo”.

O que tais pessoas acreditam é que há dois tipos de cristãos: um deles se manterá seguro à verdade e à fé, e finalmente chegará à glória; o outro não consegue manter-se seguro, por um motivo ou outro, cai, e vai para a perdição. Elas explicam a diferença entre estes dois cristãos asseverando que um teve vontade e desejo de manter-se seguro, e que o outro não teve essa vontade e esse desejo. A diferença é determinada inteiramente pela vontade, pelo desejo e pela determinação pessoal do cristão particular. Sobre esse pressuposto, esta é a única conclusão a que se pode chegar.

Entretanto, se isso fosse verdade, uma decorrência seria que tal pessoa é mais forte que Adão antes da Queda. Adão era perfeito e estava sem pecado. Tinha livre-arbítrio completo, mas escolheu deliberadamente dar ouvidos ao diabo, e por isso caiu e causou as consequências que bem conhecemos, nele e em sua progênie. Disso decorre que aquele que por seu próprio esforço conseguisse manter-se na fé teria vontade e determinação mais fortes do que as que Adão tinha. Pode-se, porém, replicar: “O cristão está em melhores condições do que Adão; ele recebeu vida divina de Cristo e, portanto, tem algo superior ao que Adão tinha. Ele recebeu em seu ser nova vida de Deus, e é isso que o capacita a permanecer firme de um modo que Adão era incapaz de o fazer”. Mas esse argumento não nos ajuda nada, pois todos os cristãos, por definição, receberam essa mesmíssima nova vida. Por conseguinte, isso não explica a diferença. A causa da diferença não pode ser a nova vida recebida, porque ambos os grupos a possuem. Somos induzidos à inevitável conclusão de que, em última análise, o que mantém o cristão em sua fidelidade ao Senhor não é nada mais nada menos que o poder da vontade e determinação do próprio homem. É uma qualidade natural e, portanto, a sua conclusão final é que não é a regeneração que determina a salvação final; é uma força natural de vontade e de entendimento, um poder inerente ao homem. Quer dizer, você é induzido a uma conclusão que está em completa contradição com a doutrina da graça. O homem não é finalmente salvo devido à ação de Deus pela qual Ele lhe dá nova vida e o regenera. O fator determinante é a capacidade pessoal do homem de persistir apegado à fé; alguns a têm, outros não. É uma qualidade natural e, assim, é uma final contradição de todo o ensino bíblico concernente à salvação, e especialmente da regeneração. Essa é a conclusão à qual você será levado inevitavelmente, se rejeitar esta doutrina da perseverança final dos santos, que se baseia no propósito de Deus […]

Se a doutrina da perseverança não fosse verdadeira, então, se acaso você se visse na glória, a glória teria que vir a você por ter-se empenhado em permanecer firme e seguro. Você, como muitos outros, receberam a mesma dádiva da salvação; os outros, tolamente, não se agarram a ela, mas você se agarrou e continua assim. Portanto, a glória vem a você por seu empenho em segurar-se à benção da salvação. Entretanto isso é uma completa contradição do ensino das Escrituras, de capa a capa. Não há quem possa gabar-se quanto a esta questão. “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. O homem não tem coisa alguma de que se gabar. E quando eu e vocês chegarmos ao céu, perceberemos plenamente que lá estamos, não porque nos seguramos firmemente quando outros desistiram, e sim porque Ele nos segurou, porque estamos no propósito de Deus e porque Ele nos guardou, apesar de nós mesmos, da nossa fraqueza e da nossa tendência de seguir os nossos caprichos pessoais. E daremos a Ele todo o louvor, toda a honra e toda a glória. Veremos que esse foi o Seu glorioso plano do princípio ao fim, e adoraremos o Cordeiro, o Filho de Deus, que realizou tudo isso. A Ele cabe toda a glória. A salvação é um feito inteiramente Seu, e o louvor e a glória são devidos a Ele, e somente a Ele.

(Extraído do livro A Perseverança Final dos Santos)

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