Fé e sofrimento


Estamos agora falando de um terceiro poder de bênção por meio da cruz. Somos freqüentemente lembrados do fato de que, na grande experiência da salvação, há tempos verbais. Fui salvo; estou sendo salvo; agora está minha salvação mais perto do que quando cri – isto é, serei salvo. O aspecto particular da Cruz que está diante de nossa mente lida com o tempo presente e progressivo da salvação. O perdão completo, suficiente, perfeito é concedido no exato momento em que cremos no Senhor Jesus Cristo. A pureza está naquele mesmo momento colocado a nossa disposição; se nos apropriamos dela ou não é outro assunto. O poder também está a nossa disposição a partir daquele momento e para sempre, mas necessariamente chegamos a compreendê-lo e a utilizá-lo apenas à medida que vivemos a vida cristã.
A Palavra da Cruz é o poder de Deus para aqueles que estão sendo salvos. A alma perdoada e purificada imediatamente confronta o futuro, e em nenhum lugar a fraqueza é mais sentida do que naquele momento. Freqüentemente, os homens são impedidos desse grande ato de entrega a Jesus Cristo, que os coloca na posição de perdão ou de pureza, ou de ambos, pelo medo do futuro. E, ainda que os homens se submetam ao chamado do Senhor e se regozijem no perdão dos pecados; mesmo que eles se submetam totalmente ao Senhor e reivindiquem a grande purificação da consciência que vem com tal rendição; mesmo que a grande paz de Deus esteja no coração deles, no entanto, quando eles enfrentam o futuro, o sentimento de fraqueza vem, talvez como nunca antes. Para esse sentimento de fraqueza a Cruz traz um evangelho, e como pelo caminho da Cruz tenho perdão e pureza e paz, assim também pelo caminho da cruz – bendito seja Deus! – existe poder para mim.
“Jesus!” Esse é o nome que O coloca além da minha compreensão, pois encontramos no Homem que tem esse nome o ponto de contato entre nós e Aquele a quem Ele veio revelar de forma suprema. Retire-O de mim e lembre-me apenas do poder executivo que Deus possui em Seu universo, e estarei perdido, pois não poderei compreender a verdade inacessível. Retire-O de mim e fale a minha alma sobre Deus, sobre as maravilhas e mistério de Seu ser, e serei totalmente incapaz de entender esse Deus – Ele será incompreensível para mim. Um evangelho que é o Evangelho de Deus, mas não é soletrado na minha linguagem e feito visível para a minha natureza finita, não é evangelho para mim.
Pregador inglês e importante estudioso da Bíblia, considerado por muitos como o Príncipe dos expositores da Bíblia. Foi pastor da capela Westminster (Londres) de 1904 a 1919 e de 1933 a 1943, sendo, então, substituído por Martin Lloyd-Jones.
Em 1896, D. L. Moody convidou-o para uma palestra para os alunos no Moody Bible Institute (EUA). Após a morte de Moody, em 1899, Morgan assumiu o cargo de diretor da Conferência Bíblica de Northfield. Ele foi ordenado pelos congregacionalistas em Londres e recebeu um grau de Doutor em Divindade pelo Chicago Theological Seminary em 1902. Depois de cinco anos atuando ali, ele voltou à Inglaterra em 1904 e tornou-se pastor da Capela Westminster em Londres. Suas pregações e aulas semanais de sexta-feira à noite eram freqüentadas por milhares de pessoas. Em 1910, ele contribuiu com um ensaio intitulado “Os propósitos da encarnação” para o primeiro volume de The Fundamentals, ensaios estes que são considerados por muitos como a base do moderno movimento fundamentalista.
Deixando a Capela de Westminster em 1919, retornou aos Estados Unidos, onde conduziu um ministério itinerante de pregação e ensino por 14 anos. Finalmente, em 1933, retornou à Inglaterra e à Capela de Westminster e lá permaneceu até sua aposentadoria, em 1943. Trouxe Martin Lloyd-Jones a Westminster em 1939 para dividir o púlpito e se tornar seu sucessor. Morgan era amigo de F. B. Meyer, Charles Spurgeon e muitos outros importantes pregadores de sua época.
Tudo o que queremos em Cristo, nós vamos encontrar em Cristo. Se queremos pouco, vamos encontrar pouco. Se quisermos muito, encontraremos muito; mas se, em total desamparo, lançarmos nosso tudo em Cristo, Ele será para nós todo o tesouro de Deus.
(Henry Benjamin Whipple)
Vive para agradar a Deus, e Ele soprará sobre ti a Sua paz. Busca a Sua glória, e Ele fará de teu coração o Seu lar. Faz a Sua vontade e, com isso, o bem virá a ti.
(F. B. Meyer)
O desejo de simplificar em demasia a Bíblia, eliminando dela os mistérios, é natural para nossa mente perversa, e não é de surpreender que até os homens bons sejam vítimas dele.
(James I. Packer)
Fazei tudo quanto Ele [Cristo] vos disser.
(João 2.5)
[O poder da cruz] permanece: em seu mistério, seu silêncio, sua influência permanecem. A cruz não se tornou obsoleta! A pregação da cruz não deixou de ser poderosa e eficaz!
(Horácio Bonar)
A vida cristã é a vida do Senhor Jesus Cristo vivida há dois mil anos vivida agora por Ele em você!
(W. Ian Thomas)
A cruz é como uma noz, cuja casca externa é amarga, mas o núcleo interno é agradável e revigorante. Assim, a cruz não oferece nenhum encanto de aparência exterior, mas, para quem carrega a cruz, seu verdadeiro caráter é revelado, e nele ele encontra os mais escolhidos prazeres da paz espiritual.
(Sadhu Sundar Singh)
Quem será este Amigo? Jesus! Isso mesmo. Sabia que você não hesitaria: é, de fato, o homem Cristo Jesus. “Debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens” ao qual essa personalidade se ajuste tão adequadamente (cf. At 4.12). Homens elevados são sinônimo de vaidade; homens inferiores são sinônimo de mentira; homens de qualquer posição são canas quebradas – de nenhum deles se pode depender. Falam com cortesia e quase se passam por honestos, mas acabam por falhar. Seja pela inconstância ou pela fragilidade, por não serem sinceros ou por não serem hábeis, falham conosco quando mais precisamos de sua ajuda. Mas não nosso “irmão mais velho”, nosso Amigo divino. Ele é Cristo Jesus, o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8).
Diga, cristão: poderia eu ter mencionado alguém cuja companhia você desejaria mais? Sei que Ele é precioso para você; precioso o tempo todo.
Jesus Cristo é o amigo mais antigo. Este é um fato que, por si só, já O aproxima de nós. “Não deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai” (Pv 27.10), indicando que alguém assim, que tem sido um amigo próximo de nossa família por muito tempo, deve, de fato, ser valorizado.
Aqui, Cristo supera infinitamente o amigo mais antigo que tivermos. Veja o que Ele diz sobre Si mesmo: “Quando [Deus] compunha os fundamentos da terra, então Eu estava com Ele, e era Seu arquiteto; era cada dia as Suas delícias, alegrando-Me perante Ele em todo o tempo; regozijando-Me no Seu mundo habitável e enchendo-Me de prazer com os filhos dos homens” (Pv 8.30,31). Eis aqui uma inigualável amizade altruísta!
No Antigo Testamento, nós O vemos freqüentemente como “Anjo do Senhor” e “Anjo da aliança” transmitindo mensagens de amor para Seu povo. Mas nenhuma expressão é mais enfática que Sua própria palavra. “Em toda a angústia deles Ele foi angustiado, e o anjo da Sua presença os salvou; pelo Seu amor, e pela Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade” (Is 63.9).
Se um completo estranho viesse em nosso favor em meio à angústia e nos oferecesse alívio, não saberíamos ao certo se confiar nele é seguro. “Como posso saber quem ou o que ele é? Talvez só queira zombar de minha dor. Se ele fizer o que diz, vou agradecer-lhe; mas não é seguro acreditar antes de ver se faz o que promete.”
Agora, a respeito de Cristo, essa refutação não existe. Ele não é um estranho. Ele é alguém com quem estamos familiarizados há muito tempo. Tem sido um amigo da família há mais dias do que conseguimos nos lembrar; e pelos dias posteriores também. Nós “temos ouvido e sabido, e nossos pais nos têm contado” (Sl 78.3) quão amável Ele lhes foi, além de termos recebido milhares de provas de Sua gentileza para conosco. Deveria eu deixar de confiar Nele agora? Não! Embora minha provação presente seja mais difícil que qualquer outra pela qual tenha passado antes, posso confiar Nele. “Eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo, lembrarei das Tuas maravilhas da antiguidade” (Sl 77.10,11), e não tenho a menor dúvida de que Ele, que tem sido meu amigo e amigo de meu pai por tantos anos, continuará a ser um amigo para mim, quando e o quanto eu precisar Dele.
Jesus Cristo é um amigo carinhoso. Encontramos pessoas que falam com muita gentileza e respeito; nada além de expressões como “querido amigo” a cada palavra e afirmações sobre “como estariam felizes em nos servir” – embora, ao mesmo tempo, tenhamos razão para pensar que não há sinceridade real em sua consideração, mas um desgosto verdadeiro. Preferiam, furtivamente, agir com grosseria para conosco.
Sempre que professa amor, Seu coração e Suas mãos acompanham o que diz. Teste-O acerca dessas coisas, das expressões comuns de consideração entre amigos, e verá como Cristo tem supremacia em todas elas.
Por exemplo: amigos sinceros compadecem-se mutuamente um do outro e compartilham alegrias e pesares. Cristo o faz: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.15,16).
Amigos sinceros amam a companhia uns dos outros e aproveitam cada oportunidade de estarem juntos. E, quando forçados a se separarem, planejam encontrar-se outra vez o mais rápido possível. Cristo age assim. Ele “anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap 1.13) e “ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó” (Sl 87.2).
Amigos sinceros preocupam-se com os interesses uns dos outros. Faça uma gentileza a um, e o outro a valorizará como se tivesse sido feito a si. Prejudique a um, e o outro se ressentirá como se tivesse sido feito a ele. Cristo sentiu a ira de Saulo contra a Igreja: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” (At 9.4).
Amigos sinceros abrem o coração com liberdade uns aos outros. São atenciosos uns para com os outros, ainda que distantes. Em tudo isso, e de várias outras formas, Jesus mostra-se o Amigo mais carinhoso e mais cheio de afeto.
Jesus Cristo é um amigo leal. Alguns seriam considerados amigos muito bons por não fazerem nada além de nos elogiar, aplaudir nossas palavras e ações – mesmo quando são erradas – e nos divertir em nossas folias e vícios. Contudo, não há amizade em nada disso. Às vezes, é muito difícil ser o lado que age com lealdade, bem como é difícil ser o lado que recebe a lealdade.
Jesus Cristo é um amigo poderoso. Talvez tenhamos muitos amigos sinceros – e, ainda assim, nunca sermos o melhor amigo para eles. Eles podem nos desejar o bem, mas isso é tudo o que podem fazer. São pobres, fracos e também precisam de ajuda. Mas, se tivermos um Amigo tão rico quanto amável, então, nos consideramos favorecidos; e, se algum dia estivermos em uma situação difícil, saberemos a que fonte recorrer.
E quem é rico como Cristo? Ele é o herdeiro de todas as coisas. “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude Nele habitasse” (Cl 2.19).
Ele é um amigo constante. “Como havia amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13.1). Não é o que costuma acontecer em amizades humanas. Às vezes, uma mera bobeira pode dissolvê-las. Aqueles que uma vez foram amigos sinceros por anos podem tornar-se inimigos amargos um do outro.
A amizade de Cristo não somente se estende por todas as mudanças da vida, como também pela morte e pela eternidade. Permita que amigos terrenos caminhem o mais perto possível; partirão após a morte. Se nos acompanharem até a beira do túmulo, ali deverão partir e despedirem-se. Mas Cristo é um amigo que estará ainda mais próximo quando todo o conforto terreno for deixado.
Se temos um tal amigo como Jesus, mostremo-nos gratos e carinhosos a Ele. Ele se compadece de nós em nossos pesares e em nossas alegrias. Será que fazemos o mesmo com Ele? Preferimos a Ele a nossa maior alegria terrena?
“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3).
“Quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre” (Sl 73.25,26).
“E assim para vós, os que credes, [a Pedra principal, que é Cristo] é preciosa” (1Pd 2.7).
Nada é grande demais e nada é pequeno demais para ser entregue às mãos do Senhor.
(A. W. Pink)
Bíblias lidas sem oração; sermões ouvidos sem oração; casamentos contraídos sem oração; viagens realizadas sem oração; residências escolhidas sem oração; amizades formadas sem oração; o ato diário de oração apressado ou realizado sem coração: estes são o tipo de degraus descendentes pelos quais muitos cristãos seguem para uma condição de paralisia espiritual, ou chegam ao ponto em que Deus lhes permite uma tremenda queda.
(J. C. Ryle)
Deus Todo-Poderoso, Pai Celestial, capacita-nos a andar na Terra assim como Teu amado Filho andou. Ele é o nosso modelo mais perfeito. Ele era manso e humilde de coração. Faz com que a mansidão Dele seja nosso traje de cobertura. Vista-nos inteiramente com humildade.
(Henry Law)
Senhor, Tu nos darás a paz, porque Tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.
(Isaías 26.12)
O Senhor sabe o que é melhor para você! Quando há uma necessidade especial de estar na fornalha, Ele sabe como apoiar você; e em que época, e de que maneira, a libertação melhor se adequará à glória Dele e a seu bem. Estes são os dois grandes fins que Ele tem em vista e que estão inseparavelmente conectados.
(John Newton)
É graça no começo e graça no final. De modo que, quando você e eu nos deitarmos em nosso leito de morte, a única coisa que nos consolará, ajudará e fortalecerá é aquilo que nos ajudou no começo. Não o que fomos, não o que fizemos, mas a Graça de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor. A vida cristã começa com graça, deve continuar com graça, termina com graça. Graça, maravilhosa graça. “Pela graça de Deus sou o que sou […] todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1Co 15.10).
(Martyn Lloyd-Jones
A marca de um santo não é a perfeição, mas a consagração. Um santo não é um homem sem faltas, mas um homem que se entregou sem reservas a Deus.
(W. T. Richardson)
(Uma carta de Charles Spurgeon, escrita aos 17 anos)
Meu querido pai,
Eu estou muito confortável aqui e, posso dizer, feliz. Não fosse por meu coração vil, eu me regozijaria. Eu sou o menor do povo de Deus – e estou certo de que sou o pior. Mas ainda sou um de Seu povo – eu creio em Jesus e confio Nele. Convicção de pecado, eu entendo, é a evidência de verdadeira vida espiritual. Eu posso me lançar em Seus braços, embora eu não possa descansar em meus méritos, porque eu não tenho nenhum. Jesus, e Jesus somente, é minha defesa certa.
Eu devo bendizer ao Senhor por tornar-me filho Dele – isso vem de Sua própria soberana misericórdia. Nenhuma boa palavra falhou. Eu tenho sentido a corrupção se levantar, e o velho homem é forte – mas a graça divina sempre vem no tempo crítico e me salva de mim mesmo! Somente o Senhor me mantém! Eu não tenho esperança de perseverar senão por Seu poder. Eu sei que Seu braço todo-poderoso é todo-suficiente.
Eu quero me sentir “menos do que nada”, mas essa é uma conquista muito grande.
Às vezes, eu derramo meu coração doce e livremente, em outro momento eu com muita dificuldade consigo apresentar uma petição. Que contraste, mistura e paradoxo eu sou! Minha maior preocupação é crescer em graça, e seguir em frente na corrida celestial!
Eu espero que o senhor e minha querida mãe estejam bem. Eu os amo.
Seu afetuoso filho,
Charles.
Lembre-se: não havia nada em você para obrigar o Senhor a amá-lo, no dia em que Ele apareceu para libertá-lo. Você era um filho da ira, como os outros. Você estava apto para o inferno e totalmente inadequado para o céu! No entanto, o Rei levou você para o palácio Dele. O Filho do Rei amou você, um criminoso condenado, e desposou você no dia em que você poderia ter sido levado à execução eterna! “Sim, ó Pai, porque assim Te aprouve!”
(Thomas Boston)
Santificação é a glória iniciada. Glória é a santificação completada.
(F. F. Bruce)
Vamos aprender a ver e a reconhecer a mão de Deus em tudo o que temos e em tudo com que nos deparamos. Tal persuasão profunda e duradoura sobre o Deus Altíssimo ordenando e superando todas as nossas preocupações pode, como a luz, difundir um brilho e uma beleza sobre tudo que nos rodeia! Considerar todo conforto da vida como um efeito e uma prova da misericórdia de Deus para conosco pode, como a lendária pedra mágica, transformar todas as nossas posses em ouro e dar valor às coisas que o olho comum julgaria insignificantes.
(John Newton)
Por um breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias te recolherei; com um pouco de ira escondi a Minha face de ti por um momento; mas com benignidade eterna Me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.
(Isaías 54.7,8)
Se Deus deu Seu Filho para morrer por nós, tenhamos cuidado de não duvidar de Sua bondade e de Seu amor em qualquer dolorosa providência de nossa vida diária. Nunca nos permitamos ter pensamentos duros sobre Deus. Nunca suponhamos que Ele nos dará algo que não seja realmente para nosso bem.
(J. C. Ryle)
Quando Cristo se revela, há satisfação na mais tênue porção e, sem Cristo, há vazio na maior plenitude.
(Alexander Grosse)
A presença de Deus é infinitamente melhor que a presença de todos os confortos exteriores. Deus está com Seu povo para aconselhá-lo em todos os casos duvidosos e difíceis e para defendê-lo e protegê-lo de todos os seus inimigos e opositores.
(Thomas Brooks)
Há tantos cristãos mirrados que devoram centenas de sermões e nunca ficam melhores, nunca ficam mais robustos na graça. Eles nunca meditam e refletem sobre o que ouvem, nem consideram o que ouvem – essa é a razão pela qual eles são tão mirrados na graça.
(Edmund Calamy)
Esta é a visão apropriada que devemos adotar sobre nossas aflições:
Elas são o resultado da bondade divina.
Elas são a disciplina de nosso Pai celestial.
Elas são as podas de um Lavrador a fim de garantir melhores frutos.
Elas são a aradura da terra não-cultivada, a fim de prepará-la para a recepção da semente.
Elas são os refinamentos da fornalha, da qual, quando somos provados, podemos sair como ouro!
“Eis que já te purifiquei […] na fornalha da aflição!” (Is 48.10).
(William Jay)
Impressione-nos a solene verdade de que, em breve, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (2Pd 3.10)! Que nos movamos nesse mundo com uma aspiração sempre aumentando em nosso coração: “Vem, Senhor Jesus! Vem depressa!”
(William Law)
Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste contra Mim, a saber, contra o teu ajudador.
(Oseias 13.9)
Grande parte de nossa dificuldade como cristãos que buscam vem de nossa indisposição de aceitar a Deus como Ele é e de ajustar nossa vida de acordo com isso. Insistimos em tentar modificá-Lo e em trazê-Lo para mais perto de nossa própria imagem.
(A. W. Tozer)
Existe uma conexão entre as estranhas providências de Deus e o que conhecemos Dele, e temos de aprender a interpretar os mistérios da vida à luz de nosso conhecimento de Deus. A menos que possamos encarar o fato mais negro e mais sombrio sem prejudicar o caráter de Deus, ainda não O conhecemos.
(Oswald Chambers)
Todos [os cristãos], embora nascidos de Deus em um instante, ainda assim, sem dúvida, crescem de modo lento.
(John Wesley)
“Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor, teu Deus” (Dt 8.5).
“Bem sei eu, ó Senhor, que os Teus juízos são justos e que segundo a Tua fidelidade me afligiste” (Sl 119.75).
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo” (Ap 3.19).
“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho” (Hb 12.6).
Amado leitor, entro, por assim dizer, no quarto em que você está deitado, enfermo, e gostaria de dizer-lhe algumas coisas para seu conforto e proveito.
Deus resolveu pará-lo no meio de sua vida atarefada, fazendo com que fique de lado por um tempo. Não é por acaso que a mão Dele desceu sobre você com aflição. Não é a esmo que Ele resolveu castigá-lo. Pode parecer mero acaso que seja você, e não outra pessoa, que esteja sendo afligido.
Aprenda isto, então: sua doença ou aflição vem de Deus. Isto é obra Dele. Foi Ele quem trouxe esse castigo sobre você. Nem mesmo um pardal cai sobre a terra sem que nosso Pai celestial o determine, e Ele valoriza Seus filhos redimidos muito mais do que os pardais.
A doença normalmente vem como mensageira do amor de Deus – ela é enviada para ser uma bênção e pode tornar-se, pela graça de Deus, uma tremenda bênção para a alma. Deus aflige os Seus filhos porque deseja fazer-lhes um grande bem.
O jardineiro corta e poda as árvores para fazê-las crescerem melhor, para produzirem mais fruto precioso. Da mesma forma, Deus muitas vezes usa Sua faca afiada com vistas a algum propósito gracioso.
O pai sábio e amoroso frustra seus filhos, e às vezes os açoita para o próprio bem deles. Assim Deus também usa sua vara de correção com essa mesma finalidade.
Às vezes, o médico prescreve remédios de gosto horrível para restaurar a saúde dos pacientes. Dessa mesma forma, Deus nos faz ingerir Seus remédios amargos, mesmo que na ocasião nos pareçam muito desagradáveis.
Porque Ele nos ama e deseja nos fazer santos como Ele é santo e felizes como Ele é feliz. Pois, como alguém já disse muito bem: “As provas de fogo produzem cristãos de ouro”! Deus teve um Filho sem pecado, mas jamais teve algum filho que não provasse a tristeza.
Deus corrige com objetivo e amor. As aflições vêm Dele; e Ele aflige, não como um juiz severo, mas como Pai e como Amigo.
Então, antes de avançar mais um passo, peça a Deus que o convença dessa preciosa verdade: “É meu Pai que me corrige – Aquele que me ama! Eu vou receber, então, esse castigo da parte Dele, e lembrar que é uma mão amorosa que bate em mim. Eu beijarei a própria vara que me açoita”. “Pai, que não seja feita a minha vontade, mas que a Tua vontade seja feita!”
É obra de seu Pai e, por isso, a ela se submete em silêncio. A coisa vem Dele, e por isso está tudo bem. O filho sente que esse castigo é necessário. Que travesseiro macio é esse, em que podemos repousar a cabeça!
“Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Rm 8.28).
Se eu de fato creio que meu pecado custou o sangue de Cristo, então, certamente meu pecado é um mal terrível.
(Jeremiah Burroughs)
Esta é uma sábia e sã fé cristã: que um homem entregue a si mesmo, sua vida e suas esperanças a Deus; que Deus encarregue-se da proteção especial desse homem; que, portanto, esse homem não tenha medo de nada.
(George MacDonald)
O que a Igreja precisa hoje não é mais ou melhores equipamentos, nem novas organizações ou mais e novos métodos, mas homens a quem o Espírito Santo pode usar: homens de oração, homens poderosos em oração. O Espírito Santo não flui através dos métodos, mas através de homens. Ele não vem sobre máquinas, mas sobre homens. Ele não unge planos, mas homens: homens de oração.
(Edward McKendree [E. M.] Bounds)
Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.
(Jr 31.3)
Oh, a paz que flui da crença de que todos os eventos nos quais estamos envolvidos estão sob o arranjo direto de Deus; que os cabelos de nossa cabeça estão todos contados; que Ele se deleita em nossa prosperidade; […] e que todas as coisas certamente trabalharão juntas para nosso bem!
(John Newton)
Não é o mero tocar da flor pela abelha que recolhe o mel, mas é a permanência dela por um tempo sobre a flor que extrai o dulçor. Não é aquele que mais lê, mas aquele que medita mais, que provará ser o cristão mais excelente, mais doce, mais sábio e mais forte.
(Thomas Brooks)
Suas aflições não foram designadas arbitrariamente. Existe uma necessidade justa em tudo o que o Senhor faz. Quando Ele coloca a mão de repreensão sobre você, e o conduz por caminhos que você não conhece, e que você nunca teria escolhido, Ele sussurra com gentil ênfase em seu ouvido: “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde”.
(John MacDuff)
Nem todo castigo traz benefício àquele que o sofre. Algumas pessoas são endurecidas pelo castigo; já outras são esmagadas por ele. Depende muito do espírito com que as aflições são recebidas. Não há mérito nas provações e tribulações em si mesmas; é somente por serem abençoadas por Deus que o cristão tira proveito delas. Conforme nos diz Hebreus 12.11, apenas aqueles que são “exercitados” pela vara de Deus produzem “fruto pacífico de justiça”. Uma consciência sensível e um coração tenro são os acessórios necessários.
Em nosso texto, o cristão é advertido contra dois perigos inteiramente diferentes: não desprezar e não desmaiar. Esses são dois extremos contra os quais é sempre necessário manter estrita vigilância. Assim como qualquer verdade da Escritura tem seu equivalente de equilíbrio, assim todo mal tem seu oposto. Por um lado, há o espírito arrogante que ri da vara, uma vontade teimosa que se recusa a humilhar-se debaixo da vara. Por outro, há um abatimento que, sob a vara, se afunda completamente e dá lugar ao desespero. Spurgeon disse: “O caminho da justiça é uma passagem difícil entre duas montanhas do erro, e o grande segredo da vida cristã é serpear seu caminho ao longo desse vale estreito”.
Há diversas maneiras pelas quais os cristãos podem “menosprezar” os castigos de Deus. Citaremos quatro delas:
Ó irmãos e irmãs, tomem cuidado! Se Deus os está castigando, “considerai os vossos caminhos” (Ag 1.5), “pondera a vereda de teus pés” (Pv 4.26). Descubram a razão do castigo. Muitos cristãos não teriam sido castigados nem com a metade do rigor se tivessem, com diligência, investigado a causa de seus castigos.
Depois de sermos advertidos contra “menosprezar” a vara, somos agora alertados a não dar lugar ao desespero quando estivermos sob a ação dela. Existem, pelo menos, três maneiras pelas quais o cristão pode “desmaiar” sob as repreensões do Senhor:
Não menospreze nem desmaie. Que a graça divina preserve desses dois extremos tanto este autor como o leitor.
Nada é mais perigoso nem de maior custo do que ser cristão!
(A. W. Tozer)
Nossas aflições são leves quando comparadas com o que realmente merecemos. Elas são leves quando comparadas com os sofrimentos do Senhor Jesus. Mas talvez sua real leveza seja mais bem vista se a compararmos com a eterna glória que nos aguarda!
(A. W. Pink)
Esteja bem certo disso: as pessoas nunca rejeitam a Bíblia porque não conseguem entendê-la. Elas a entendem muito bem!
Entendem que ela lhes condena o comportamento!
Entendem que ela lhes testemunha contra os pecados e as convoca para julgamento!
Elas tentam acreditar que a Bíblia é falsa e inútil porque não gostam de acreditar que ela é verdade.
Um modo maligno de viver sempre levantará uma objeção ao Livro Sagrado.
Os homens questionam a verdade da fé cristã porque odeiam a prática dela!
(J. C. Ryle)
O teu coração não inveje os pecadores; antes permanece no temor do Senhor todo dia.
(Provérbios 23.17)
Deus não conduz todos os Seus servos por um mesmo caminho, nem do mesmo modo, nem de uma só vez, pois Deus governa todas as coisas.
(Johannes Tauler)
Nunca tenha medo de confiar um futuro desconhecido a um Deus conhecido.
(Corrie ten Boom)
“O Filho de Deus, o qual me amou e se entregou por mim!” (Gl 2.20).
Da condenação de Cristo flui minha justificação!
De Sua agonia vem minha vitória!
De Sua dor vem meu conforto!
De Suas chagas minha cura!
Do fel e do vinagre vêm meu dulçor!
De Sua maldição vem minha bênção!
De Sua coroa de espinhos vem minha coroa de glória!
De Sua morte expiatória pelo pecado vem minha vida eterna!
(John Flavel)