Cristo foi mais voluntariamente à cruz do que nós vamos ao trono da graça.
(Thomas Watson)
A graça de Deus é tão poderosa que tem a capacidade de subjugar nossa resistência natural a ela.
(R. C. Sproul)
Deus é fiel e verdadeiro; portanto, Sua Palavra é fiel e verdadeira.
(Charles Spurgeon)
O ponto focal da adoração no céu por toda a eternidade será a manifestação da glória da graça de Deus no Cordeiro morto.
(John Piper)
Não se esforce em sua própria força; jogue-se aos pés do Senhor Jesus e espere Nele com a certeza de que Ele está com você e trabalha em você. Esforce-se em oração; deixe a fé encher seu coração ― assim você será forte no Senhor e no poder da força Dele.
(Andrew Murray)
A maturidade vem da obediência, não necessariamente da idade.
(Leonard Ravenhill)
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo
para confundir as sábias;
e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo
para confundir as fortes.
Nem a eloquência, nem a profundidade de pensamento faz um verdadeiro grande pregador. Somente uma vida de oração e meditação fará dele um vaso pronto para o uso do Mestre e próprio para ser empregado na conversão de pecadores e na edificação dos santos.
(George Müller)
O dia nasce da noite; a primavera, do inverno; as flores, da geada; a alegria, da angústia; a frutificação, da poda; o Monte das Oliveiras, do Getsêmani; a ascensão, do Calvário; a vida, da morte; e o Cristo formado em nós, das dores de uma criação em processo de parto.
(F. B. Meyer)
Para aqueles que pregam: estude muito, aprofunde-se, escreva bem, ore com afinco, pregue a verdade, exalte a Cristo, ame as pessoas, confie em Deus, comece de novo.
(Steven Lawson)
A marca de um santo não é perfeição, mas consagração. Um santo não é um homem sem falhas, ele é um homem que se entregou sem reservas a Deus.
(W. T. Richardson)
Quando o Espírito Santo convence do pecado, ou a pessoa se converte ou fica zangada.
(D. L. Moody)
Deus é completamente soberano. Deus é infinito em sabedoria. Deus é perfeito em amor. Deus em Seu amor sempre deseja o que é melhor para nós. Em Sua sabedoria, Ele sempre sabe o que é melhor, e, em Sua soberania, Ele tem o poder de realizá-lo.
(Jerry Bridges)
Bem sei eu que tudo podes,
e que nenhum dos Teus propósitos pode ser impedido.
“Estou há tanto tempo convosco, e não Me tendes conhecido, Filipe?” (Jo 14.9).
Leia também Fp 1.10; Hb 8.11; 1Jo 2.20,27.
É da maior importância para os filhos de Deus reconhecerem plenamente que, acima de todas as coisas, o objetivo de Deus é que eles O conheçam. Esse é o objetivo que governa todos os Seus tratos conosco. Essa é a maior de todas as nossas necessidades.
Isso é o segredo da força, da perseverança e do serviço. Isso determina a medida de nossa utilidade para Ele. Essa era a única paixão da vida do apóstolo Paulo. Essa era a causa de seu incessante trabalho a favor dos santos. Isso é o coração e o ponto central da Epístola aos Hebreus. Esse era o segredo da vida, do serviço, da persistência, da confiança do Senhor Jesus como Filho do homem.
Todos esses fatos precisam ser examinados mais de perto. Começamos sempre com o Senhor Jesus como o representante de Deus, o Homem de acordo com a mente divina. Em Sua vida na terra, não houve parte ou aspecto que não tivesse a força e a habilidade enraizadas em, e derivada de, Seu conhecimento interior de Seu Pai, Deus. Nunca podemos esquecer que Sua vida era de absoluta dependência de Deus, voluntariamente aceita. Ele atribuía tudo ao Pai: palavra, sabedoria e obras. Os milagres foram possíveis por meio de Seus apóstolos como por meio Dele mesmo. Isso não coloca os apóstolos no mesmo nível pessoal que Ele. Sua deidade permanece. Ele é Deus manifestado na carne, mas Ele aceitou, do ponto de vista humano e em relação ao homem, as limitações e a dependência do homem para que Deus pudesse ser Deus manifestado. Há uma sujeição aqui segundo a qual, de Si mesmo, Ele não é capaz de fazer coisa alguma (Jo 5.19). O princípio de toda a Sua vida, em cada fase e detalhe, era Seu conhecimento de Deus. Ele conhecia o Pai no que diz respeito às palavras que falava, as obras que fazia, aos homens e mulheres com quem tratava; com respeito ao momento de falar, agir, ir, permanecer, render-se, recusar, silenciar; com respeito aos motivos, pretensões, declarações, inquisições, sugestões dos homens e de Satanás. Ele sabia quando podia e quando não podia entregar Sua vida. Sim, tudo aqui é governado por aquele conhecimento interior de Deus. Há numerosas evidências em Atos como a prática, e nas Epístolas como a doutrinária, revelação da mente de Deus, de que Deus definiu que esse princípio deve ser mantido como a lei básica da vida de Seu povo ao longo do tempo. Esse conhecimento, no caso do Senhor Jesus, era o segredo de Sua completa supremacia e de Sua absoluta autoridade.
Mestres em Israel o procuraram, e a questão que apressou a busca deles foi o conhecimento. “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” (3.10). Nicodemos tinha ido ao único que sabe, cuja autoridade é superior à dos escribas, não somente em nível, mas em espécie.
Até o fim do Evangelho de João, o qual especialmente traz uma percepção sobre esse assunto, “conhecer” ocorre mais de cinqüenta vezes. Nosso Senhor afirmou que “a vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (17.3). Isso não significa que a vida eterna é dada meramente com base em conhecê-la. Pode haver vida com conhecimento muito limitado. Mas vida em plenitude é intimamente relacionada com aquele conhecimento, e o aumento crescente dele se manifesta em vida crescente. Isso funciona nos dois sentidos: do conhecimento para a vida e da vida para o conhecimento.
Vendo, então, que o Senhor Jesus, como homem, representa o homem de acordo com Deus, estamos bem preparados para ver que o objetivo dominante dos tratos divinos conosco é que conheçamos o Senhor.
Isso explica todas as experiências, provações, os sofrimentos, as perplexidades, fraquezas, situações desagradáveis ou difíceis, os becos sem saída, as confusões, pressões que sofremos. Mesmo que o refinamento do espírito, o desenvolvimento das graças, a remoção das impurezas sejam propósito do fogo, no entanto, acima e por meio de todas essas situações há um único objetivo: que conheçamos o Senhor. Há somente uma maneira de realmente conhecermos o Senhor, e é experimentalmente.
Nossa mente está, com muita frequência, ocupada com serviço e obras; pensamos que fazer coisas para o Senhor é o principal objetivo da vida. Estamos preocupados com a obra à qual consagramos a vida, com nosso ministério. Pensamos em equipar-nos para isso em termos de estudo e de conhecimento de coisas. Ganhar almas ou ensinar os crentes ou capacitar pessoas para a obra estão mais no primeiro plano. Estudo da Bíblia e conhecimento das Escrituras, com eficiência na questão de liderar no serviço cristão como o fim em vista, são assuntos de importância premente para todos. Está tudo bom e correto com essas importantes questões, mas, acima de tudo, o Senhor está mais interessado em nosso conhecimento Dele do que com qualquer outra coisa.
É muito possível ter uma maravilhosa compreensão das Escrituras, uma ampla e íntima familiaridade com a doutrina, defender as verdades cardinais da fé, ser um incansável obreiro no serviço cristão, ter uma grande devoção pela salvação dos homens e, ainda assim, infelizmente, ter um conhecimento interior pessoal de Deus muito inadequado e limitado.
Muitas vezes o Senhor tem de tirar nossa obra para que possamos descobri-Lo. O valor último de qualquer coisa não é a informação que sobre ela damos, não é a ortodoxia da doutrina, não é a quantidade de obra que fazemos, não é a medida da verdade que possuímos, mas apenas o fato de conhecermos o Senhor de modo profundo e poderoso.
Isso é o que permanecerá quando tudo o mais passar. Isso é o que fará a permanência de nosso ministério depois de nós termos ido. Embora possamos ajudar outros de muitas maneiras e por muitos meio por toda a duração da vida deles, nosso real serviço a eles é baseado em nosso conhecimento do Senhor.
O maior dos problemas da vida cristã é o problema da direção
Quanto tem sido disso e escrito sobre esse assunto! A última palavra para muitos é: “Ore sobre isso, confie isso a Deus, faça o que parece ser certo e confie que Deus vai fazer tudo dar certo.” Isso nos parece fraco e inadequado. Não vindicamos a capacidade de estabelecer as bases abrangentes e conclusivas da direção, mas temos a forte convicção de que a única coisa para nos dar direção para os eventos, incidentes e contingências da vida, mais do que qualquer outra, é um conhecimento permanente, pessoal e interior do Senhor. Uma coisa é chamar um amigo em situações de emergência ou em ocasiões especiais para aconselhamento sobre o caminho a ser tomado; outra bem diferente é viver com aquele amigo de modo que aquilo que é derivado da percepção da mente dele em relação a todas as coisas é que vai governar em questões particulares.
Nós queremos instruções, ordens; o Senhor quer que tenhamos uma “mente”. “Haja em vós o mesmo sentimento”1 (Fp 2.5). “Nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Cristo tem uma consciência e, por meio do Espírito Santo, Ele nos deu e desenvolve em nós essa consciência. A afirmação inspirada é que “vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo [‘que vos ensina com respeito a todas as coisas’, na tradução usada pelo autor]” (1Jo 2.20). Não somos servos, somos filhos. Ordens, como tais, são para servos; uma mente é para filhos.
Há um assustador estado de coisas entre o povo do Senhor hoje. Há muitos cristãos que têm a vida quase inteiramente naquilo que é exterior a eles: em seus conselhos e direção, no que os sustêm e apoia, em seu conhecimento, em seus meios de graça. Inteligência pessoal, interior, espiritual é algo muito raro. Não é de admirar que o inimigo seja tão bem-sucedido em ilusões, falsificações e imitações. Nossa maior salvaguarda contra isso é um profundo conhecimento do Senhor por meio da disciplina.
Conhecer o Senhor de modo real significa manter-se constante quando outros estão perdendo o controle – constância nos tempos de ardente provação. Aqueles que conhecem o Senhor não fazem as coisas por si mesmos nem tentam começar as coisas. Eles são cheios de amor e de paciência, e não são abalados quando tudo parece estar se espatifando. Confiança é um fruto essencial e inevitável desse conhecimento, e naqueles que conhecem o Senhor há uma quieta força serena que fala de uma grande profundidade de vida.
Para concluir, indico que em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência [conhecimento]” (Cl 2.3), e que a vontade do Senhor para nós é que haja uma percepção sempre crescente e uma apreciação pessoal Dele, em quem toda a plenitude habita.
Temos apenas apresentado fatos sobre a vontade do Senhor para todos os Seus e a maior necessidade deles.
A ausência desse real conhecimento do Senhor tem provado ser o mais trágico fator na história da Igreja.
Cada novo nascer de uma condição anormal tem revelado a apavorante fraqueza entre o povo do Senhor por causa dessa falha. Ondas de erro, o balançar do pêndulo para alguma aceitação popular nova, uma grande guerra com seus horrores e seus multifacetados testes da fé: tudo isso tem assolado multidões e as deixado em ruínas espirituais.
Essas coisas estão sempre à mão, e nós escrevemos essa mensagem para instar com os filhos de Deus para ter cada trato definido com Ele a fim de que Ele possa tomar todas as medidas necessárias com eles para que O conheçam.
1A palavra grega aqui, na ACF, traduzida por sentimento é traduzida em inglês por mente. A mesma palavra é vertida para pensar em Rm 12.3 e em Cl 3.2. (N. do T.)
“A minha alma espera somente em Deus; Dele vem a minha salvação. Só Ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei grandemente abalado” (Sl 62.1,2).
É possível estar continuamente esperando em Deus, mas não somente Nele. Pode haver outra confiança secreta interferindo e impedindo a bênção que era esperada, e por isso a Palavra deve vir apenas para lançar sua luz no caminho para a plenitude e a certeza da bênção. “Minha alma espera somente em Deus. Só Ele é minha rocha”. “Minha alma espera somente em Deus”. Há apenas um Deus, apenas uma fonte de vida e alegria para o coração, e só Ele é minha rocha. Minha alma espera somente Nele.
Você deseja ser bom: “Não há nenhum bom senão Deus”, e nada é bom senão aquilo que é recebido diretamente Dele. Você busca ser santo: “Não há nenhum santo senão o Senhor”, e não há santidade senão no que Ele por Seu Espírito de santidade a cada momento sopra no interior do que crê. Você poderia viver e trabalhar para Deus e Seu reino, por outros e pela salvação deles? Ouça o que Ele diz: “O Deus eterno, o criador dos confins da terra”, só Ele “não fracassa, nem se cansa. Ele dá força para o cansado e para aqueles que não têm poder Ele acrescenta força”. “Aqueles que esperam no Senhor renovarão suas forças”. Só Ele é Deus, só Ele é sua rocha. “Minha alma espera somente em Deus”.
“Minha alma espera somente em Deus”. Você será muito atraído para colocar sua confiança em igrejas e doutrinas, nos esquemas e planos e dispositivos humanos, em recursos da graça e em instrumentos divinos. Mas minha alma só espera no próprio Deus. Os compromissos mais sagrados se tornam um laço quando confiamos neles. A serpente ardente se torna apenas metal, a arca e o templo, uma confiança vã. Deixe apenas o Deus vivo ser sua esperança e mais nada ou ninguém além Dele.
“Minha alma espera somente em Deus”. Os olhos e as mãos, a mente e o pensamento podem estar intensamente envolvidos nas obrigações da vida, mas “minha alma espera somente em Deus”. Você, que é um espírito imortal, não criado para este mundo e sim para a eternidade, para Deus, deve compreender seu destino. Conheça seu privilégio e espere somente em Deus. Não permita que os interesses pelos pensamentos e exercícios religiosos o enganem, porque eles freqüentemente tomam o lugar da espera em Deus. Que o seu próprio eu, seu mais profundo ser, com todo poder, espere somente em Deus. Deus é para você, você é para Deus; espere somente Nele.
Sim, “minha alma espera somente em Deus”. Tome cuidado com dois inimigos: o mundo e o ego.
Tome cuidado para que nenhuma satisfação terrena, embora pareça inocente, o impeça de dizer: “Seguirei a Deus, minha indescritível alegria”. Lembre e estude o que Jesus disse sobre negar a si mesmo: “Que o homem negue a si mesmo”. Agradar o ego nas pequenas coisas pode fortalecê-lo para sua afirmação nas coisas grandes.
“Minha alma espera somente em Deus”; deixe que Ele seja toda a sua salvação e todo o seu desejo. Diga continuamente e com um inteiro coração: “Dele vem minha expectativa; somente Ele é minha rocha; não serei movido”. Qualquer que seja sua necessidade espiritual ou temporal, qualquer que seja o desejo ou oração de seu coração, qualquer que seja seu interesse em conexão com a obra de Deus, na igreja ou no mundo, na solidão ou na correria do mundo: “Minha alma espera somente em Deus”.
Deixe suas expectativas serem somente Dele. Somente Ele é a sua rocha. “Minha alma espera somente em Deus”. Nunca se esqueça das duas verdades fundamentais sobre as quais essa abençoada espera descansa. Se você já está inclinado a pensar que esta espera é muito difícil, elas lhe farão lembrar. São elas: sua impotência absoluta e a total suficiência de Deus.
Considere profundamente a total pecaminosidade de tudo o que é do ego e não pense em deixá-lo ter qualquer fala. Considere profundamente a total pecaminosidade de tudo aquilo que é do ego e nunca permita que ele tenha lugar. Faça profundo seu relacionamento com a dependência de Deus, a fim de receber a cada momento o que Ele dá. Faça ainda mais profunda Sua aliança de redenção, com Sua promessa de restaurar mais gloriosamente do que nunca o que você perdeu e por Seu Espírito, dar interiormente a presença real e o poder divino do Filho.
E assim, espere contínua e exclusivamente em seu Deus. “Minha alma espera somente em Deus”. Nenhuma palavra pode expressar, nem coração algum conceber as riquezas da glória desse mistério do Pai e de Cristo. Nosso Deus, na infinita ternura e onipotência de Seu amor, espera ser a vida e a alegria em você.
Cuidado para não dar aos servos de Cristo a honra que a ninguém é devida além de Cristo. Cuidado para não dar a ordenanças a honra devida ao Senhor. Cuidado para não descansar o fardo de sua alma em coisa alguma a não ser em Cristo, e em Cristo exclusivamente. Cuidado para não ter uma fé que seja inútil e que não pode salvar.
(J. C. Ryle)
O orgulho espiritual tende a falar dos pecados de outras pessoas com amargura ou com riso e leviandade e certo ar de desprezo. Mas a pura humildade cristã tende a estar calada sobre esses problemas ou a falar deles com aflição e compaixão.
(Jonathan Edwards)
Não se preocupe com aquilo que não entendes em tua Bíblia. Preocupe-se com aquilo que entendes e não praticas.
(Corrie Ten Boom)
Apresente Cristo ao mundo como Ele é, por meio de seu comportamento em relação a Ele. Ele é totalmente desejável? Deixe todo o mundo ver e saber que Ele o é, mediante seu deleite Nele e sua comunhão com Ele, por meio de seu entusiasmo por Ele e pela prontidão em separar-se de qualquer outra coisa desejável por causa Dele.
(John Flavel)
Não há outra forma de viver a vida cristã a não ser mediante uma contínua morte para o eu.
(François Fenelon)
Muitas pessoas que parecem arrepender-se são como marinheiros que lançam ao mar seus pertences em uma tempestade, ansiando novamente por eles quando chega a bonança.
(Anônimo)
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará,
mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.
Você pode enganar a si mesmo com belos pensamentos sobre amar a Deus, mas é necessário provar seu amor a Deus amando seu irmão. Esse é o único padrão que Deus usará para avaliar seu amor por Ele.
(Andrew Murray)
Deus pode fender rochas, abrir o mar, destrancar os tesouros do ar e retirar o que desejar das reservas da terra. Se Ele ordenar, as aves trarão carne e os peixes, moedas. Ele levanta as ilhas como se fossem poeira; portanto, como é fácil para Ele tomar as cargas que você tem, por maiores que sejam.
(F. B. Meyer)
Nossa fé está senda provada no fogo; e, como o ourives, o cuidado de Deus é pelo ouro, não pelo fogo.
(D. M. Paton)
Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
(1Co 15.19)
O veneno não mata e a comida não nutre, a menos que permaneçam no corpo. Mas, quando os pensamentos de uma pessoa estão impregnados de tristeza, todos os dias e temores amargos penetram em seu coração, ela provavelmente ficará abatida com “um espírito de enfermidade” (Lc 13.11). Nesse caso, ela se torna incapaz de desviar o coração de pensar em seu sofrimento para meditar na promessa renovadora da ressurreição.
(William Gurnall)
Permaneça em Cristo: na fornalha ardente, você verá alguém como o Filho do homem como nunca antes; a remoção das impurezas e o refino do ouro serão efetuados e a semelhança do próprio Cristo será refletida em você.
Tenho muito mais medo da frieza e da formalidade daqueles que se dizem cristãos do que das palestras e discursos dos ateus! Uma reunião de oração como aquela do dia de Pentecostes abalaria permanentemente os ateus e agnósticos do mundo inteiro!
(D. L. Moody)
Crente, reivindique pela fé como propriedades suas a morte e a vida de Jesus. Entre na sepultura e descanse do ego e das suas obras – o repouso de Deus. Com Cristo, que entregou Seu espírito nas mãos de Deus, humilhe-se e desça cada dia para aquela perfeita insuficiência própria e para a dependência de Deus. Deus o levantará e o exaltará. Desça cada manhã para a suficiência profunda da sepultura de Jesus; a cada dia a vida de Jesus se manifestará em você.
(Andrew Murray)
Aquele que não crê que a Bíblia é a Palavra de Deus deve ser encorajado a estudá-la. Anteriormente eu também duvidava que fosse a Palavra de Deus, mas hoje a firme confiança que tenho veio mais do estudo da própria Bíblia do que de qualquer outra fonte. Aqueles que duvidam são geralmente os que estudam sobre a Bíblia e não os que investigam e buscam dentro dos próprios ensinamentos da Bíblia.
(R. A. Torrey)
Precisamos entender que a finalidade da oração em secreto não é meramente entregar para Deus uma lista de pedidos. É verdade que “a oração muda as coisas”? Definitivamente, sim; contudo, antes de tudo ela muda as pessoas. No caso de Ana, por exemplo, a oração não apenas removeu seu opróbrio, mas transformou a própria vida: de estéril tornou-se fértil; de espírito em luto, passou a regozijar-se (1Sm 1.10; 2.1). A oração converteu seu “pranto em folguedos” (Sl 30.11).
(Leonard Ravenhill)
Ó Tu que vieste do Alto
Repartir o puro fogo celestial, Acende uma chama de amor sagrado No altar indigno do meu coração.
Faze-o queimar ali para a Tua glória
Com brilho inextinguível;
E retornar trêmula para sua origem
Em humilde oração e fervoroso louvor.
(Charles Wesley)
Não extingais o Espírito.
(1Ts 5.19)
Que visão maravilhosa do amor do Espírito, como Autor de oração! Quantas vezes a culpa nos faz andar cabisbaixos, a alma coberta com a vergonhosa sensação de miséria e indignidade! Essa percepção de destituição impede o crente de buscar ajuda, assim como a penúria, os trapos imundos e a repugnância do mendigo o fazem se afastar da porta onde poderia receber alívio. É precisamente nesta hora que o bendito Espírito, com toda a Sua graça e ternura, vem e revela Jesus ao coração como Aquele que preenche tudo e que oferece pleno e livre acesso a Deus e intimidade com Ele.
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1).
A Epístola aos Hebreus tem um valor especial para os dias de hoje porque existe uma difundida concepção de Cristo que é mais baixa do que aquela do Novo Testamento. Ao nos voltarmos para a carta aos hebreus, vemos quão separado Cristo está de todas as outras coisas, e a razão disso é Seu ser e Sua obra. Duas vezes na carta, o escritor chama seus leitores para “considerá-Lo” [a Cristo]. Na primeira ocasião, ele diz: “Considerem o apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (3.1), e, mais tarde, acrescenta: “Considerai, pois, Aquele que suportou tais contradições dos pecadores” (12.3). É evidente que essa carta foi escrita para os hebreus, porém seus ensinamentos são para todos os cristãos. O escritor estava supremamente consciente do fato de que o povo hebreu foi criado e escolhido por Deus a fim de ser Seu instrumento para alcançar todas as nações; e, quando trata dessa grande verdade do ponto de vista dos hebreus, assim o fazia no interesse de todos aqueles que estavam no propósito de Deus. Portanto, embora a carta seja um documento hebreu, ela também é preeminentemente um documento humano; e, embora Cristo seja apresentado a nós tendo como pano de fundo o que aconteceu com os hebreus, Ele permanece em primeiro plano claramente revelado como relacionado ao propósito de Deus para a humanidade. Nas sentenças de abertura do livro somos conduzidos a estar frente a frente com uma declaração decisiva. Ali há dois fatos definidos: o primeiro: Deus; o segundo: Deus fala.
O primeiro indica a realidade de que Deus é a verdade de toda a literatura bíblica. Não podemos ler a primeira sentença em Hebreus sem sermos lembrados da primeira frase em Gênesis: “No princípio, Deus”. Aqui, e na verdade em qualquer outro lugar da Bíblia, a realidade de Deus é reconhecida e referida sem nenhum argumento. O segundo fato definido é que Deus se faz conhecido a nós, que Ele fala. Isso imediatamente apresenta Deus como mais do que uma energia ou uma idéia, antes como tendo inteligência e fazendo-nos conhecido Seu pensamento.
Posteriormente na carta, o escritor diz: “É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam” (11.6). Essa declaração acompanha as declarações a que nos referimos, isto é, a existência de Deus e o fato de que Ele se aproxima da humanidade para se fazer conhecido. As declarações são de que Deus falou na história de duas maneiras.
Lembremo-nos novamente que a carta foi dirigida aos cristãos hebreus. Necessariamente sua perspectiva é limitada por esse fato. Podemos parar por um momento e ter um panorama mais amplo. Não há dúvida que Deus falou a outras pessoas, e de outras formas, as quais prestarão contas por certos elementos da verdade a serem descobertos em cada forma de pensamento religioso. Todavia, cremos que Seu discurso supremo e central a todas as pessoas veio por meio do povo hebreu. Desse ponto de vista, o escritor, olhando a história humana, diz: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneira, aos pais, pelos profetas”, referindo-se a toda a economia passada, e continua: “A nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (1.1).
Se pesquisarmos a literatura do Antigo Testamento, que nos dá uma ideia daquilo a que o escritor se refere pela frase “no passado”, descobriremos que, em Seu tratamento com a humanidade, está registrado que Deus falou primeiro por intermédio de anjos ― nenhum profeta ou sacerdote é encontrado em Gênesis. Depois, Ele falou pelos líderes Moisés e Josué. Ele nunca falou aos homens diretamente, com respeito a Seu governo, por meio de reis. Então, vieram os profetas, e devemos encontrar todas essas referências ao longo da carta. Devemos pesquisar a carta imaginando ser um hebreu cristão lendo-a e encontrando uma resposta às coisas que ele pode estar inclinado a dizer, se fosse tentado a pensar que, na passagem do esplendoroso ritual da economia mosaica para a simplicidade encontrada em Cristo, algo vital fosse perdido.
“As coisas de nossa religião foram ministradas por anjos”, ao que o escritor responde: “Isso é verdade, mas o Filho é superior aos anjos”. “Mas”, diz o hebreu cristão, “tivemos um grande líder dado por Deus, Moisés”. “Isso”, diz o escritor, “é igualmente verdadeiro, mas ele foi um servo na casa, e o Filho é maior que o servo, e, além disso, ao guiar o povo para sair, Moisés foi incapaz de guiá-los para a possessão”. “Que sendo confirmada”, diz o hebreu, “Josué nos guiou para a terra”. “Ele o fez”, diz o escritor, “mas não pôde dar descanso. O Filho não somente guia para sair, mas guia para entrar, e dá descanso.”
Continuando, o hebreu poderá se referir ao sacerdócio e ao sistema ritualístico do passado. “Isso”, responde o escritor, “é verdade, e foi divinamente arranjado, mas não tornou nada perfeito, e a vinda do Filho foi a vinda do Sacerdote com a melhor aliança e a melhor adoração.” “E ainda”, o hebreu pode dizer, “tivemos profetas que nos falaram a palavra de Deus”. “Isso é verdade”, é o argumento do escritor da carta, “mas tudo o que eles falaram foi parcial. A Palavra de Deus por meio do Filho é completa e final”. Por isso, vemos que a declaração de que Deus falou em tempos passados, de várias formas, é reconhecida por toda parte como sendo verdadeira. Deus certamente estava fazendo a Si mesmo e a Seu caminho conhecidos ao longo de todo esse período, mas finalmente falou em Seu Filho.
A questão que se levanta é: por qual razão Deus adotou esse método de tratar com o povo? Podemos encontrar ajuda nas palavras que nosso Senhor ofereceu aos discípulos no final de Seu ministério: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16.12). Dessas palavras vemos que o método divino caracteriza-se sempre por um processo e uma progressão. Deus tinha coisas para dizer no passado, porém somente as falou quando o povo foi capaz de suportá-las. Isso continuou até o tempo em que Deus falou em Seu Filho, e a diferença entre o passado e este é a diferença entre o processo e o final. A finalidade da fala de Deus por meio de Seu Filho é assim sugerida nas sentenças inicias e arguidas ao longo de toda a escrita. Aqui deveria ser dito que, embora a fala do Filho fosse final, o povo não compreendeu completamente aquela fala. Apesar de ainda sê-lo conforme estamos capacitados a suportar, agora, sob a liderança do Espírito da verdade, é o da interpretação da fala final de Deus.
Agora voltemos a considerar Aquele referido como “o Filho”. No parágrafo de abertura (Hb 1.2,3) temos uma sétupla descrição. Primeiro Ele é declarado ter sido apontado por Deus “herdeiro de todas as coisas”, e, em conexão a isso, é feita uma declaração de que, por meio Dele, o universo foi moldado (“por quem fez também o mundo”), uma declaração revelando-O como o que rege todos os movimentos na história humana.
Passando dessa declaração concernente à posição de Cristo, o escritor fala do fato essencial de Seu ser, e declara que Ele é “o resplendor da glória de Deus”, ou seja, Aquele mediante o qual houve a manifestação daquela glória. Assim sendo, Ele é descrito como “a expressa imagem do Seu ser”. A idéia é que o mistério fundamental da divindade, que não pode ser compreendido ou completamente interpretado pelo intelecto humano, foi visto no Filho.
Voltando dessa sublime referência, o autor então diz do Filho: “Sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder” (v. 3). Isso pode se referir à ordem material do universo, como na referência de Paulo de que todas as coisas se fundamentam ou convergem Nele, mas eu tendo a crer que a referência é antes ao mundo da autoridade moral. Uma vez mais, naquilo que é apenas uma referência passageira, o mistério redentor da cruz é reconhecido nas palavras: “Havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados” (v. 3), até que por fim é declarado que, tendo Ele feito isso, “assentou-se à destra da Majestade nas alturas”.
Este é o Cristo; este é o Filho; este é Aquele por quem Deus agora falou.
Tendo assim descrito o Filho, o escritor diz: “Quando introduz no mundo o Primogênito” (v. 6). Aqui, os tradutores verteram uma palavra grega como “mundo”, mas há quem sugira que, em vez de “mundo”, deveria ser “a terra inabitada”. Sugiro que seria muito melhor transliterar a palavra grega: “Quando introduz na economia o Primogênito”. Esta palavra, “economia”, era de uso comum nos tempos de nosso Senhor e dos escritores do Novo Testamento, e referia-se ao Império Romano. Agora, diz o escritor, o Filho é vindo à economia que Ele estabeleceu, e, quando Ele vem, todos os anjos O adoram. Este é o Filho por quem Deus falou, e ainda está falando. Quando Deus falou ao povo em Cristo, Ele disse tudo o que tinha a dizer, o que significa que Ele disse tudo o que precisamos ouvir para nossa vida terrena. Sou cuidadoso em colocar isso dessa forma porque existem coisas não ditas em Cristo durante a vida presente. Paulo, escrevendo aos coríntios, disse: “Agora conhecemos em parte”, e o que é certo é que em Cristo podemos saber tudo o que precisamos para os dias de hoje.
Para retornar àquela idéia limitada, pergunto: “Quais são as coisas que precisamos saber? Quais coisas são essenciais para o bem-estar da natureza humana?” A primeira é a autoridade. Não há nada de que o mundo mais precise hoje do que autoridade, porém deve ser uma autoridade que traga o consentimento do governado. Os métodos humanos constantemente têm sido de coação às pessoas para fazerem coisas sem seu consentimento. No final, isso sempre falha. Quando Deus falou no Filho, Ele nos deu um Rei, no qual, sendo conhecido em Si mesmo e cujas palavras sendo corretamente compreendidas, encontraremos a autoridade à qual podemos nos render em perfeito acordo. Esse mesmo caráter final da autoridade traz consigo um senso de deficiência, e, além disso, suscita o próximo elemento da necessidade humana. É a de um mediador ou árbitro, que deve estar entre Deus e a humanidade e agir de forma a provocar uma reconciliação. Isso é perfeitamente provido no Filho.
A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar no coração daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo. É a principal via de entrada de fumaça venenosa que vem do abismo para escurecer a mente e a desviar o juízo. É o meio que Satanás usa para controlar cristãos e obstruir uma obra de Deus. Enquanto essa doença não for curada, em vão se aplicarão remédios para resolver quaisquer outras enfermidades.
O orgulho é muito mais difícil de ser discernido do que qualquer outra fonte de corrupção porque, por sua própria natureza, leva a pessoa a ter um conceito alto demais de si própria. É alguma surpresa, então, verificar que a pessoa que pensa de si mais do que deve está totalmente inconsciente desse fato? Ela pensa, pelo contrário, que a opinião que tem de si mesma está bem fundamentada e que, portanto, não é um conceito elevado demais. Como resultado, não existe outro assunto no qual o coração esteja mais enganado e que seja mais difícil de ser sondado. A própria natureza do orgulho é criar autoconfiança e expulsar qualquer suspeita de mal em relação a si próprio.
O orgulho toma muitas formas e manifestações e envolve o coração como as camadas de uma cebola – ao se arrancar uma camada, existe outra por baixo dela. Por isto, precisamos ter a maior vigilância imaginável sobre o coração com respeito a essa questão e clamar Àquele que sonda as profundezas do coração para que nos auxilie. Quem confia no próprio coração é insensato.
Como o orgulho espiritual é mascarado por natureza, geralmente não pode ser detectado por intuição imediata como aquilo que de fato é. É mais fácil ser identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos quais quero mencionar junto com os frutos opostos da humildade cristã.
A pessoa espiritualmente orgulhosa sente que já está cheia de luz, não necessitando assim de instrução. Assim, terá a tendência de prontamente rejeitar a oferta de ajuda nesse sentido. Por outro lado, a pessoa humilde é como uma pequena criança que facilmente recebe instrução. É cautelosa no seu conceito de si mesma, sensível à sua grande facilidade em se desviar. Se alguém lhe sugere que está, de fato, saindo do caminho reto, mostra pronta disposição em examinar a questão e ouvir as advertências.
As pessoas orgulhosas tendem a falar dos pecados dos outros: o terrível engano dos hipócritas, a falta de vida daqueles irmãos que têm amargura, a resistência de alguns crentes à santidade. A pura humildade cristã, porém, se cala sobre os pecados dos outros ou, no máximo, fala a respeito deles com tristeza e compaixão.
A pessoa espiritualmente orgulhosa critica os outros cristãos por sua falta de crescimento na graça, enquanto o crente humilde vê tanta maldade no próprio coração, e se preocupa tanto com isso, que não tem muita atenção para dar ao coração dos outros. Queixa-se mais de si próprio e da sua própria frieza espiritual; sua esperança genuína é que todos os outros tenham mais amor e gratidão a Deus do que ele.
As pessoas espiritualmente orgulhosas falam frequentemente de quase tudo que percebem nos outros em termos extremamente severos e ásperos. É comum dizerem que a opinião, conduta ou atitude de outra pessoa é do diabo ou do inferno. Muitas vezes, sua crítica é direcionada não só a pessoas ímpias, mas a verdadeiros filhos de Deus e a pessoas que são seus superiores. Os humildes, entretanto, mesmo quando recebem extraordinárias descobertas da glória de Deus, sentem-se esmagados pelas próprias indignidade e impureza. Suas exortações a outros cristãos são transmitidas de forma amorosa e humilde e, ao lidar com seus irmãos e companheiros, procuram tratá-los com a mesma humildade e mansidão com que Cristo, que é infinitamente superior a eles, os trata.
A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.
O orgulho espiritual comumente leva as pessoas a se comportarem de modo diferente na sua aparência exterior, a assumirem um jeito diferente de falar, de se expressar ou de agir. Por outro lado, o cristão humilde – mesmo sendo firme em seu dever, permanecendo sozinho no caminho do céu ainda que o mundo inteiro o abandone – não sente prazer em ser diferente só para ser diferente. Não procura se colocar numa posição onde possa ser visto e observado como uma pessoa distinta ou especial; muito pelo contrário, dispõe-se a ser todas as coisas a todas as pessoas, a ceder aos outros, a se adaptar aos outros e a agradá-los em tudo menos no pecado.
Pessoas orgulhosas dão muita atenção a oposição e a injúrias; tendem a falar dessas coisas freqüentemente com um ar de amargura ou desprezo. A humildade cristã, em contraste, leva a pessoa a ser mais semelhante a seu bendito Senhor, o qual, quando foi maltratado, não abriu a boca, mas se entregou em silêncio Àquele que julga retamente (1Pd 2.21-23). Para o cristão humilde, quanto mais clamoroso e furioso o mundo se manifestar contra ele, mais silencioso e quieto ficará, com exceção de quando estiver em seu quarto de oração: lá ele não ficará calado.
Outro padrão de pessoas espiritualmente orgulhosas é comportar-se de forma a torná-las o foco de atenção. É natural que a pessoa sob a influência do orgulho tome todo o respeito que lhe é oferecido. Se outros demonstram disposição de se submeterem a ela e a cederem em deferência a ela, essa pessoa receberá tais atitudes sem constrangimento. Na verdade, ela se habituou a esperar um tratamento assim e a formar uma má opinião de quem não lhe oferece aquilo que pensa merecer.
Uma pessoa sob a influência de orgulho espiritual tende mais a instruir aos outros do que a fazer perguntas. Tal pessoa naturalmente assume ar de mestre. O cristão eminentemente humilde pensa que precisa de ajuda de todo o mundo, enquanto a pessoa espiritualmente orgulhosa acha que todos precisam do que ela tem para oferecer. A humildade cristã, sentindo o peso da miséria dos outros, suplica e implora; o orgulho espiritual, em contraste, ordena e adverte com autoridade.
Assim como o orgulho espiritual leva as pessoas a assumirem muita coisa para si mesmas, de forma semelhante as induz a tratar os outros com negligência. Por outro lado, a pura humildade cristã traz a disposição de honrar a todas as pessoas. Entrar em contendas a respeito do cristianismo por vezes é desaconselhável; no entanto, devemos tomar muito cuidado para não nos recusarmos a discutir com pessoas carnais por as acharmos indignas de nossa consideração. Pelo contrário, devemos condescender a pessoas carnais da mesma forma como Cristo condescendeu a nós – a fim de estar presente conosco na nossa indocilidade e estupidez.
Há mais mal em uma gota de pecado do que em um mar de aflições!
(Thomas Watson)
Deus, dê-me uma profunda humildade, um zelo bem direcionado, um amor ardente e um olhar singelo!
(George Whitefield)
O Espírito sopra sobre a Palavra,
e traz a verdade à vista.
(William Cowper)
O evangelho é tão simples que simples crianças podem entendê-lo, e é tão profundo que os estudos dos teólogos mais sábios nunca esgotarão suas riquezas.
(Charles Hodge)
Este é o caminho de Deus. Nas horas mais sombrias da noite, Seus passos se aproximam cruzando as grandes ondas. Quando o dia da execução está nascendo, o anjo vem à cela de Pedro. Quando a forca para Mordecai está concluída, a insônia do rei leva a uma reação a favor da raça favorecida. Ah, alma, terás de chegar ao pior que pode ocorrer contigo antes de seres libertada, mas tu serás libertada! Deus pode manter-te esperando, mas Ele sempre estará atento a Sua aliança e virá para cumprir Sua Palavra inviolável.
(F. B. Meyer)
Se o Senhor não tivera ido embora no meu auxílio,
a minha alma quase que teria ficado no silêncio.
Quando eu disse: ‘O meu pé vacila’, a Tua benignidade, Senhor, me susteve.
Na multidão dos meus pensamentos dentro de mim, as Tuas consolações recrearam a minha alma. […] O Senhor é a minha defesa
e o meu Deus é a rocha do meu refúgio.
(Sl 94.17-19,22)
A Cruz não apenas aconteceu a Jesus: Ele foi propositadamente a ela. Ele é ‘o Cordeiro morto desde a fundação do mundo’ […] A Cruz é o centro do tempo e da eternidade, a resposta para os enigmas de ambos. Quando chegamos à Cruz, não passamos por ela; nós permanecemos na vida para a qual a Cruz é a porta de entrada.
O amor arde como fogo e sobrevive à base de calor. O ar que a verdadeira experiência cristã respira e o pão de que ela se alimenta são feitos de chama. E ela suporta qualquer coisa, menos uma chama fraca. E, quando a atmosfera que a cerca é fria ou morna, morre congelada ou à míngua. Não há oração verdadeira sem chamas.
Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar do fervor espiritual. É pelo fogo que a oração sobe aos céus. O fogo empresta asas à oração, dando-lhe acesso a Deus; comunica-lhe energias e torna-a aceitável diante do Senhor. Sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração.
A causa de Deus foi confiada aos homens. Deus mesmo se confia aos homens. Os crentes que oram são os vice-governadores Dele. Estes é que fazem a obra de Deus e realizam Seus planos.
A direção de Paulo é muito específica: “Não andeis ansiosos por nada”. Por nenhuma coisa. Por nada, por nenhuma condição, por nenhuma chance ou acontecimento. Não se perturbe por nada que possa criar ansiedade. Tenha uma mente liberta de todas as preocupações, de todos os cuidados, de toda aflição, de todos os medos. Quantas possibilidades estão na oração para remediar a situação de mente da qual Paulo está falando! Orar sobre tudo pode silenciar cada distração, sumir com a ansiedade e libertar todo medo de vidas escravizadas. Apenas oração sobre tudo pode levar o medo embora, aliviar o coração de cargas desnecessárias e salvar do pecado de ficar se preocupando com coisas que não podemos resolver.
A Igreja está procurando por métodos melhores; Deus está buscando homens melhores.
Falar aos homens a respeito de Deus é uma grande coisa; mas falar a Deus a favor dos homens e ainda maior. Quem não aprendeu a falar com Deus em favor dos homens não pode falar bem e com real sucesso aos homens de Deus. Mais do que isto: as palavras sem oração, tanto no púlpito como fora dele, são palavras que amortecem.
Cristo, que nisso e em outras coisas é nosso exemplo, empregou muitas noites inteiras em oração. Seu costume era orar muito. Ele tinha lugar habitual para orar. Longo tempo gasto em oração constitui a vida e o caráter de Cristo. Paulo orava de noite. Daniel orava três vezes por dia deixando de lado muitas coisas importantes. A oração de Davi pela manhã, ao meio-dia e à noite indubitavelmente, em muitas ocasiões, prolongava-se muito. Embora não tenhamos dados específicos do tempo que esses santos homens da Bíblia gastaram em oração, há evidências de que dedicaram muito tempo, e, em algumas ocasiões, era seu costume empregar longos períodos para oração. Não queremos afirmar que o valor de suas orações foi medido pela duração, mas nosso propósito é imprimir em nossa mente a necessidade de permanecer em comunhão com Deus. Se em nossa fé não se nota esta característica, ela é vazia e superficial.
Edward McKendree Bounds, mais conhecido por E. M. Bounds, ministro metodista e escritor devocional, nasceu em 15 de agosto de 1835, em Shelby County, Missouri (EUA) e morreu em 24 de agosto de 1913. Estudou Direito e, aos 21 anos, já estava praticando a advocacia. Após advogar por três anos, começou a pregar na Igreja Episcopal Metodista do Sul. No tempo de seu pastorado em Brunswick, Missouri, foi declarada uma guerra, e ele foi feito prisioneiro de guerra por rejeitar fazer o juramento de lealdade ao Governo Federal. Depois de solto, ele serviu como capelão do Quinto Regimento de Missouri, para o Exército Confederado, até o término da guerra, quando capturado e mantido como prisioneiro em Nashville, Tennessee. Após a guerra terminar, Bounds serviu como pastor de igrejas em Tennessee, Alabama, St. Louis, Missouri. Gastou os últimos dezessete anos da vida com sua família em Washington, Georgia, escrevendo seus livros sobre vida espiritual. Seu fervor e sua profunda devoção à oração são misturados com uma influência da teologia reformada, que é evidente em suas muitas obras. É muito conhecido por seus livros sobre oração.
“Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou” (Jo 14.27). Não se trata apenas de paz, mas de “Minha paz”. Não apenas Deus me dá paz, como “a paz de Deus”, a profunda quietude de Deus, guarda meu coração (Fp 4.7). Nós nos perturbamos quando as coisas não vão bem, mas lembremos que Deus escolheu este mundo para ser o cenário de Seu plano, o centro daquilo que Ele propôs fazer. Ele tinha um propósito definido no qual Satanás se meteu (com conseqüências que pouco conseguimos compreender); no entanto, apesar dele, Deus mantém uma profunda e imperturbável paz. […] Essa é a paz que nos é dada. Paulo diz que a paz de Deus deve ser como uma guarda militar para proteger meu coração. O que isso significa? Significa que um inimigo deve passar pela guarda antes de poder tocar-me. A guarda deve ser vencida antes que meu coração seja tocado. Por isso, atrevo-me a ser tão pacífico quanto Deus é, pois a paz de Deus ― a mesma paz que guarda a Deus ― é a que me guarda.
(Watchman Nee)
Tenho tantas coisas para fazer que necessito passar várias horas orando antes de poder fazê-las.
(John Wesley)
No céu ninguém usa coroa se não carregar uma cruz aqui embaixo.
(Charles H. Spurgeon)
À destra de Deus há prazeres para sempre. Você pode comer e beber em abundância e nunca estar em perigo de excesso.
(Jonathan Edwards)
Nunca prego um sermão sem pensar que é possível que o Senhor venha antes de eu ter oportunidade de pregar outro.
(D. L. Moody)
Quero ter fervor para com Deus. Afinal, de tudo o que Deus nos ordena, o principal é a oração. Ah, como desejo ser um homem de oração!
(Henry Martyn)
O aposento da oração! Que lugar abençoado! O Espírito paira sobre ele. Pois todas as realizações da graça provém do ventre da oração.