Quanto mais o povo de Deus aprender a reconhecer a atuação do diabo para impedir as orações, maior a liberdade do Espírito que terá para resolver os problemas da vida.
(F. J. Perryman)
Parece que a Igreja parou num ponto qualquer entre o Calvário e o Pentecostes.
(J. I. Brice)
Reconhecemos o valor da oração devido aos esforços que os espíritos malignos fazem para nos perturbar quando estamos orando; e conhecemos experimentalmente o fruto da oração quando vemos a derrota desses nossos inimigos.
(João Clímaco)
Sempre que fazemos a vontade de Deus, somos livres. Sempre que nos separamos da vontade de Deus, somos escravos.
(A. W Tozer)
Não temos de implorar o perdão de Deus. Confessar significa concordar com Deus que o pecado é culpa nossa, e arrepender-nos. Isso glorifica a Deus. Glorifique-O por meio da fé.
(John MacArthur Jr.)
Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos vacilantes.
(John Wesley)
A única fé que salva é a daquele que se atira em Deus, para viver ou morrer.
Cada vez que o pregador se levanta para proclamar as riquezas insondáveis de Cristo, existe forte possibilidade de que irá entregar a mensagem de Deus a alguma alma pela última vez aquém da eternidade. Como precisa ter a certeza de ser o homem de Deus com a mensagem de Deus! E isso será determinado em parte pela vida que ele vive.
(Roberto L. Summer)
Nossas orações precisam ser apoiadas numa energia que nunca esmorece, numa persistência que não aceita não como resposta e numa coragem que nunca se rende.
(E. M. Bounds)
O chamado da cruz é para que participemos da paixão de Cristo. Precisamos trazer em nós as marcas dos cravos.
(Gordon Watt)
Ó corrente de águas vivas! Ó chuva de graça! Ninguém que espera por Ti espera em vão.
(Tersteegen)
Deve-se manter o hábito da oração diária. É bom ter horas regulares para devoção, e, na medida do possível, ir ao mesmo lugar para orar. No entanto, o espírito de oração é melhor que o hábito da oração. É melhor ser capaz de orar em todo momento do que ter a regra de orar apenas em certos momentos e ocasiões.
(C. H. Spurgeon)
Eu preciso passar mais tempo com Deus mesmo quando não sei o que orar.
(Andrew Murray)
E, quanto à verdade, não podemos abandoná-la, mesmo que isso implique na perda da vida, pois não vivemos para esta geração nem para servir aos príncipes, mas para o Senhor.
Se o próprio Cristo só iniciou Sua pregação depois de ter sido ungido, nenhum jovem deve pregar enquanto não tiver recebido a unção do Espírito Santo.
(F. B. Meyer)
Uma das maiores qualificações para sermos úteis no serviço do Senhor é um coração que verdadeiramente deseja Sua honra.
(George Müller)
Será que em nossos dias não estamos confiando demais no braço de carne? Por que não presenciamos as mesmas maravilhas que ocorreram no passado? Os olhos do Senhor não passam mais por toda a terra para mostrar-se forte para com aqueles que confiam totalmente nele? Ah, que Deus me conceda uma fé mais prática! Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Está esperando que Elias clame por Ele.
(James Gilmour)
Aquele que prega arrependimento está-se colocando contra este século, e, enquanto insistir nisso, será impiedosamente atacado pela geração cuja fraqueza moral aponta. Para tal tipo de pessoa só existe um fim: “Sua cabeça vai rolar!” É melhor ninguém começar a pregar o arrependimento enquanto não confiar a cabeça ao céu.
(Joseph Parker)
Embora o avivamento e o evangelismo estejam intimamente relacionados, são, na verdade, duas obras distintas. O avivamento é uma experiência da Igreja; o evangelismo, a expressão dela.
(Paul S. Rees)
Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para lutar contra ele e, por isso, procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de arregimentar.
(Richard Sibbes)
Ah, quem me dera um coração sensível, dominado pelo desejo de orar. Ah, quem me dera um espírito despertado diariamente cheio do poder divino. Quem me dera um coração como o do Salvador, que, mesmo agonizando, intercedeu. Dá-me, Senhor, esse mesmo amor pelos outros. Ah, que haja peso de oração em meu coração. Pai, anseio ter esse fervor, de derramar a alma em oração pelos perdidos… de entregar minha vida para que outros sejam salvos… orar, seja qual for o preço. Senhor, ensina-me, revela-me esse segredo. Estou ansiosa para aprender essa lição, ter essa grande paixão pelas almas. Anseio por isso, bendito Jesus. Pai, tenho um forte desejo de aprender Contigo essa lição. Que Teu Espírito a revele a mim.
O mundano nunca chora em segredo sobre o esfriamento do coração ou por atos de incredulidade. Os “gemidos” ou os “suspiros” são a prova da vida espiritual, o caminhar atrás da santidade, a fome e sede de justiça.
O verdadeiro amor é intensamente prático: não considera vil qualquer empreendimento, nem julga humilhante qualquer tarefa, sempre que pode aliviar os sofrimentos de algum irmão em Cristo. Quando o Senhor do amor esteve na terra, Seus pensamentos se voltaram para a fome física das multidões e para o conforto dos pés de Seus discípulos!
Nenhum pecador jamais foi salvo por entregar o coração a Deus. Não somos salvos por nossa entrega, somos salvos pelo que Deus entregou.
O sucesso de um falsificador de moedas depende de quão parecida a moeda falsa se torna com a genuína. A heresia não é uma negação completa da verdade, e sim uma perversão da verdade.
Assim como a desesperança do pecador de receber qualquer ajuda de si mesmo é o primeiro requisito para uma conversão real, também a perda de toda confiança em si mesmo é o principal fator para o crescimento do crente na graça.
Ah, se pudéssemos sentir-nos mais preocupados com o estado de inanição em que se encontra hoje a causa de Cristo na terra, com os avanços do inimigo em Sião e com a devastação que o diabo tem efetuado nela! Mas, infelizmente, um espírito de indiferença vem imobilizando muitos de nós.
O fundamento de todo verdadeiro conhecimento de Deus deve ser uma clara apreensão mental de Suas perfeições como reveladas nas Escrituras. Não se pode confiar em um Deus desconhecido, nem adorá-Lo ou servir a Ele.
Deus não pode mudar para melhor, pois é perfeito, e, sendo perfeito, não pode mudar para pior.
Ele [Deus] é solitário em Sua majestade, único em Sua excelência, incomparável em Suas perfeições. Ele tudo sustenta, mas Ele mesmo é independente de tudo e de todos. Ele dá bens a todos, mas não é enriquecido por ninguém.
A preocupação com a pobreza é tão fatal para o fruto espiritual quanto a alegria maligna por causa de riquezas.
Nossa leve tribulação que é para um momento, “produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4.17). O presente está influenciando o futuro. Não é para nós argumentarmos e filosofarmos sobre isto, mas submeter-nos a Deus e a Sua Palavra e crer nisso. Experiências, sentimentos, observação da vida dos outros podem parecer negar esse fato. Aflições muitas vezes só parecem nos amargurar e nos fazer mais rebeldes e descontentes. Mas deixe-me lembrá-lo que aflições não são enviadas por Deus com a finalidade de purificar a carne ― elas são intencionadas para o benefício do novo homem. Além disso, aflições nos ajudam a nos preparar daqui por diante para a glória. Aflição afasta nosso coração do amor pelo mundo; faz-nos almejar mais por aquele tempo em que seremos tirados desse mundo de pecado e tristeza; vai nos permitir apreciar as coisas que Deus tem preparado para os que O amam. Então, é para isso que a fé é convidada: a colocar em um prato da balança a aflição presente, no outro, a glória eterna. Eles merecem ser comparados? Não, realmente. Um segundo de glória vale mais do que o contrapeso de uma vida inteira de sofrimentos. O que são anos de labuta, de doença, de lutar contra a pobreza, de perseguição, sim, da morte como mártir, quando comparado com as glórias que estão à mão direita de Deus, que é eterno! Uma respiração no céu extinguirá todos os ventos adversos da terra. Um dia na casa do Pai vale mais que o contrapeso dos anos que passamos neste triste deserto terreno. Que Deus nos conceda a fé que nos habilite a esperançosamente nos agarrarmos a esse futuro e a viver alegremente no presente com essa promessa.
Nascido em 1° de abril de 1886, em Nottingham (Inglaterra), Arthur Walkington Pink abandonou o teosofismo em 1908, quando experimentou a conversão ao evangelho. Em 1910, aceitou o chamado para trabalhar como pregador num campo de minas em Silverton (Colorado, EUA). Chegou a pregar mais de 300 vezes ao ano. Mais tarde, viajou para a Austrália, onde suas pregações foram muito bem recebidas. Ali pastoreou uma igreja batista até que, em 1928, regressou à terra natal, onde, devido à perseguição que sofreu por causa da fidelidade às Escrituras, foi obrigado a se dedicar à escrita e ao aconselhamento de crentes por correspondência, tendo, em 1946, já escrito 20.000 cartas à mão.
Leitor incansável que era, em 1932 já havia lido toda a Bíblia mais de 50 vezes e milhares de livros teológicos, especialmente de autores reformados e puritanos.
Pink é o que todo bom leitor de teologia procura: erudição misturada com piedade. Seus comentários são inspiradores, não somente demonstrando a reverência do autor a Deus e à Escritura, mas também incitando o leitor a fazer o mesmo. Sua maneira cativante de descrever as verdades divinas, sua capacidade extraordinária de expor as mais difíceis passagens e seu rico e belo linguajar dificilmente encontram paralelo em toda a história do cristianismo.
Em 1922, ele começou a publicar uma revista mensal intitulada Studies in Scriptures (Estudos nas Escrituras), que circulava entre os cristãos de língua inglesa ao redor do mundo, porém em pequena tiragem. Em 1934, Pink retornou a Inglaterra e dedicou-se a escrever livros e panfletos. Ele morreu de anemia aos 66 anos em Stornoway, Escócia, em 15 de julho de 1952.
Após sua morte, suas obras foram republicadas pela Banner of Truth Trust, alcançando um público muito maior. O biógrafo Iain Murray observa que “a grande difusão de seus escritos depois de sua morte o tornou o mais influente autor evangelista da segunda metade do século 20”. Seus escritos despertaram um reavivamento da pregação expositiva e chamaram os leitores a viverem pela Palavra.
A Bíblia não é nada mais do que a voz Daquele que se assenta no trono. Cada livro, cada capítulo, cada sílaba, cada letra da Bíblia é um pronunciamento direto do Altíssimo.
(John William Burgon)
Há mistérios de graça e de amor em cada página da Bíblia. E próspera é a alma que vê no Livro de Deus uma preciosidade cada vez maior.
(Robert Chapman)
De duas coisas a igreja necessita: mais morte e mais vida. Mais morte a fim de viver; mais vida para poder morrer.
(C. A. Fox)
Nas ambições humanas, os homens constantemente mencionam: “Onde há uma vontade certamente há um caminho!” Senhor, seja nosso ditado ainda mais excelente: “Onde nossa vontade morreu, podemos certamente encontrar Teu caminho!”
(E. L. Bevir)
Sussurros que não podem ser expressos em palavras são freqüentemente orações que não podem ser recusadas.
(C. H. Spurgeon)
Eu aprendi a amar as trevas do sofrimento; lá você pode contemplar o brilho da face de Deus.
(Madame Guyon)
Se o Senhor falhar comigo desta vez, terá sido a primeira.
O arrependimento também é um ato continuo durante a vida inteira. Crescerá continuamente. Eu creio que um cristão em seu leito de morte se arrependerá mais amargamente do que jamais fez. Arrepender-se é algo que se fará durante toda a vida. Pecar e arrepender-se, pecar e arrepender-se, resume a vida de um cristão. Arrepender-se e crer em Jesus, arrepender-se e crer em Jesus, conforma a consumação da felicidade.
(C. H. Spurgeon)
A fé obedece. A incredulidade se rebela. O fruto da vida de uma pessoa revela se ela é crente ou incrédula. Não há meio termo. O simples conhecimento e aceitação de fatos, sem a obediência à verdade, não é crer, no sentido bíblico. Aqueles que se apegam à lembrança de uma “decisão de fé” feita no passado, mas não demonstram qualquer evidência de que a fé continua operando em sua vida, deveriam considerar bem a exortação clara e solene das Escrituras: “O que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36).
(John MacArthur)
Não há coração que Deus não possa conquistar. Não há vida que Ele não possa mudar. Não há passado que Ele não possa perdoar.
(Steven Lawson)
Muitos oram com os lábios por aquilo que o coração não deseja.
(Jonathan Edwards)
O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo.
(C. H. Spurgeon)
Quando realizamos alguma coisa digna de louvor, devemos nos esconder sob o véu da humildade e transferir para Deus a glória de tudo quanto fizemos.
(Thomas Watson)
Todas as atividades intelectuais (por exemplo: ler, ouvir rádio, assistir televisão e filmes, estudos acadêmicos, conversas casuais) devem sempre ser submetidas ao filtro da cosmovisão cristã para determinar quais delas estão aliadas às verdades das Escrituras e quais são suspeitas de serem inimigas.
Ó Senhor, Teu desejo não é transformar o deserto, mas, sim, guardar nossos passos para que não nos desviemos do caminho que Teus próprios pés antes trilharam.
(F. E. Bevan)
Talvez seja maior o poder da Divina Providência que guarda o cristão dia a dia, ano após ano ― orando, cheio de esperança, correndo, crendo apesar das dificuldades ― do que aquele poder que o mantém firme no momento de seu sacrifício como mártir.
(R. Cecil)
A coroa de ferro dos sofrimentos antecede a coroa de ouro da glória.
(F. B. Meyer)
Você sentirá o amor de Deus por você mais intensamente conforme compreender a fé mais profundamente.
(Andrew David Naselli)
Houve uma profundidade de sabedoria no mandamento de nosso Senhor para dar a outra face, mas eu digo que, quando o fizer, certifique-se de manter sua língua nela.
(C. T. Studd)
Os mais habilidosos com as Escrituras são tolos, a menos que reconheçam que precisam de Deus como seu professor todos os dias da vida.
(João Calvino)
É doce não ser nada e menos do que nada para que Cristo possa ser tudo em todos.
A leitura da Bíblia, com regularidade e sinceridade, é o grande segredo para alguém permanecer firme na fé.
Aqueles que buscam felicidade somente nesta vida, e desprezam a religião da Bíblia, não têm idéia do verdadeiro conforto que estão perdendo.
Livre-se para sempre da vã idéia de que, se um crente não está crescendo na graça, isso não é culpa dele.
Seus pecados não são perdoados por aquilo que você é ou espera ser nem por causa de qualquer coisa que você fez ou sofreu; você está perdoado por causa do nome de Cristo, e todos os santos de Deus podem dizer o mesmo.
Eu peço aos que lêem esta mensagem hoje que considerem bem o que eu estou dizendo. Você vai para a igreja do sr. A ou B; você o considera um pregador excelente; você se deleita com seus sermões; você não consegue ouvir nenhum outro com o mesmo conforto; você aprendeu muitas coisas desde que começou a participar de seu ministério; você considera um privilégio ser um de seus ouvintes. Tudo isso é muito bom. É um privilégio. Eu seria grato se ministros como o seu fossem multiplicados. Mas, afinal de contas, o que você recebeu no coração? Você já recebeu o Espírito Santo? Se não, você não é melhor que a esposa de Ló.
Eu peço a Deus que todos os cristãos professos destes dias apliquem essas coisas ao coração. Que nós nunca esqueçamos que os privilégios sozinhos não podem nos salvar. Luz e conhecimento, pregações fiéis, meios abundantes de graça e a companhia de pessoas santas são todos grandes bênçãos e vantagens. Felizes aqueles que os têm! Mas, no final de tudo, há uma coisa sem a qual privilégios são inúteis: a graça do Espírito Santo. A esposa de Ló teve muitos privilégios, mas não teve a graça de Deus em seu coração.
A falta de tranqüilidade é uma das grandes características do mundo. A pressa, o vexame, o fracasso e os desapontamentos nos confrontam por todos os lados. Mas há esperança. Existe uma arca de refúgio para o cansado, tal como houve para a pomba solta por Noé. Em Cristo encontramos descanso ― descanso para a consciência e para o coração, descanso fundamentado no perdão de todo pecado, descanso que é resultado da paz com Deus.
Precisamos ter cuidado em não murmurar quando passamos por tempos de aflição. Devemos conservar na mente o fato de que, em cada tristeza que nos sobrevém, há um significado, uma razão e um recado de Deus para nós.
Jó pensou que conhecia seu coração, mas a aflição veio e ele descobriu que não o conhecia. Davi pensou que conhecia seu coração, mas ele aprendeu pela amarga experiência quão tristemente ele estava enganado. Pedro pensou que conhecia seu coração, e em pouco tempo estava se arrependendo em lágrimas. Oh, orem, amados, se amam a própria alma, orem por alguma compreensão da própria corrupção de vocês; os mais santos de Deus nunca perceberam completamente a extrema pecaminosidade do velho homem que estava neles.
John Charles Ryle nasceu em Macclesfield, na Inglaterra. Foi regenerado no ano de 1838, enquanto ouvia a leitura de Efésios 2 em uma capela de Oxford. Ele concluiu os estudos e pretendia seguir carreira nos negócios da família; no entanto, em 1841, o banco de seu pai faliu, deixando os Ryles em estado de pobreza e miséria. Durante essa fase, ele foi ordenado ao ministério em Winchester. Mesmo vivendo em um contexto político-religioso difícil e pertencendo a uma igreja estatal, J. C. Ryle exerceu um ministério muito vigoroso, pastoreando com fidelidade e dedicação. Durante seu pastorado, foram construídos quarenta locais de reunião, bem como construiu diversas capelas e escolas. J. C. Ryle, no período em que viveu, foi considerado um homem famoso, notável e amável, um campeão e expoente da fé evangélica reformada. Certa vez, Charles Spurgeon teceu o seguinte comentário sobre Ryle: “Ele é o melhor homem da Igreja da Inglaterra”. J. C. Ryle foi uma voz solitária clamando no deserto do conflito da religião estatal com o anglo-catolicismo. Em 1899, resolveu demitir-se do bispado, falecendo com 83 anos em junho de 1900.
Salvem alguns, ó cristãos! Tentem de todas as maneiras salvar algumas pessoas do fogo eterno e da escuridão infindável que fatalmente as aguardam. Salvem-nas pelas suas lágrimas, seu lamento e seu clamor por elas. Que este seja o grande objetivo da vida de cada um, a exemplo do apóstolo Paulo: que por todos os meios vocês salvem alguns.
(C. H. Spurgeon)
Qual é a causa da maioria dos desvios? Acredito que, como regra geral, uma das principais causas é a negligência da oração privada. As pessoas são desviadas em seus joelhos, muito antes de se desviarem abertamente aos olhos do mundo.
(J. C. Ryle)
Faça de Deus o objeto peculiar de seus louvores.
(Jonathan Edwards)
A religião verdadeira é uma coisa muito prática se não a adulterarmos.
(C. T. Studd)
Todo pecado é um tipo de ateísmo prático ― é um agir como se Deus não estivesse ali.
(Tim Keller)
O inverno prepara a terra para a primavera, assim as aflições santificadas preparam a alma para a glória.
(Richard Sibbes)
Tome para si a responsabilidade de elevar seus sentimentos em todas as suas atividades para mais próximo do céu.
Então, disse Jesus a Seus discípulos: “Se alguém quiser…”. A palavra “quiser” aqui significa “desejam”, como no versículo “todos os que piamente querem viver” (2Tm 3.12). Isso significa “estar determinado”. “Se alguém quiser [desejar] vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si sua cruz [não uma cruz, mas a sua cruz] e siga-Me”. E em Lucas 14.27, Cristo declarou: “E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após Mim, não pode ser Meu discípulo”. Portanto, não é uma opção. A vida cristã é muito mais do que subscrever um sistema de verdades, adotar um código de conduta ou submeter-se a ordenanças religiosas. Acima de tudo, a vida cristã é uma experiência pessoal de comunhão com o Senhor Jesus. E, apenas na proporção em que sua vida é vivida em comunhão com Cristo, você estará vivendo a vida cristã – somente nesta medida.
A vida cristã é uma vida que consiste em seguir a Jesus. “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si sua cruz e siga-Me”. Espero que você e eu ganhemos distinção pela proximidade com que seguimos a Cristo, e então teremos de fato comunhão íntima com Ele. Existe um grupo descrito nas Escrituras do qual é dito: “Estes são os que seguem o Cordeiro por onde quer que vá”. Mas, infelizmente, há um grupo, um grande grupo, que parece seguir o Senhor de forma irregular, espasmódica, ocasional e distante, não de todo o coração. Há muito do mundo e deles mesmos na vida deles, e tão pouco de Cristo. Três vezes mais feliz será aquele que, como Calebe, perseverar em seguir o Senhor.
Acima de tudo, a vida cristã é uma experiência pessoal de comunhão com o Senhor Jesus.
Ora, amados, nosso principal interesse e objetivo é seguir a Cristo, mas existem dificuldades pelo caminho. Existem obstáculos na vereda, e é a eles que a primeira parte de nosso texto se refere. Você nota que a palavra “siga-Me” vem no final. “A si mesmo” fica no caminho, e o mundo com suas milhares de atrações e distrações é um obstáculo; portanto, Cristo diz: “Se alguém quiser vir após Mim [primeiro], renuncie-se a si mesmo [segundo], tome sobre si a sua cruz e [terceiro] siga-Me”. E aí nós aprendemos a razão pela qual tão poucos cristãos professos seguem a Cristo de perto, clara e consistentemente.
O primeiro passo em direção ao seguir diário a Cristo é o negar a si mesmo. Há uma grande diferença, meus irmãos e irmãs, entre negar-se a si mesmo e a assim chamada auto-negação. A idéia popular, tanto para o mundo como entre os cristãos, é a de desistir das coisas que gostamos. Existe uma grande diversidade de opiniões sobre o que deveria ser abandonado. Há alguns que limitariam isso ao que é caracteristicamente mundano, como ir ao cinema, dançar e assistir às corridas. Há outros que limitariam isso a determinado período de tempo quando a diversão e outras coisas que são seguidas durante o resto do ano são rigidamente evitadas naquela época. Mas tais métodos, assim como os outros, só promovem o orgulho espiritual, pois certamente eu mereço algum crédito se desisto de tanta coisa! Ah, meus amigos, o que Cristo fala em nosso texto (que o Espírito de Deus aplique isso a nossa alma) como sendo o primeiro passo para segui-Lo é a negação do próprio eu, não simplesmente algumas coisas que agradam o eu, não algumas coisas que o eu deseja, mas a negação do próprio eu.
O que significa “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo”? Significa, em primeiro lugar, abandonar sua própria justiça, mas quer dizer muito mais que isso. Significa parar de insistir sobre os próprios desejos, significa repudiar o próprio eu. Significa parar de considerar o próprio conforto, o sossego, a satisfação, o engrandecimento, os próprios benefícios. Significa acabar com o eu. Significa, amados, dizer com o apóstolo: “Para mim, o viver é…” , não o eu, mas “Cristo”. Para mim, o viver é obedecer a Cristo, servir a Cristo, honrar a Cristo, gastar-me para Ele. Esse é o significado! E, “se alguém quiser vir após Mim”, diz nosso Mestre, “renuncie-se, a si mesmo se negue”, ou seja, deixe o eu ser repudiado, ser aniquilado. Vemos isso, em outras palavras, em Romanos 12.1: “Apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”.
Para mim, o viver é obedecer a Cristo, servir a Cristo, honrar a Cristo, gastar-me para Ele.
Agora o segundo passo para seguirmos a Cristo é tomar a cruz. “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz”. Ah, meus amigos, viver a vida cristã é algo mais do que ter uma vida fácil e tranqüila; é um compromisso sério. É uma vida que tem de ser disciplinada com sacrifício. A vida de discipulado começa com a auto-renúncia e continua com a auto-mortificação. Em outras palavras, nosso texto se refere à cruz não apenas como um objeto de fé, mas como um princípio de vida, como um distintivo do discipulado, como uma experiência da alma. E, atentem! Assim como é verdade que a cruz foi o único caminho de Jesus de Nazaré para o trono do Pai, o único caminho para uma vida de comunhão com Deus, e da coroa ao final para o crente, é pela cruz. Os benefícios legais do sacrifício estão assegurados pela fé, quando a culpa do pecado é cancelada; mas a cruz só se torna eficaz sobre o poder do pecado que habita em nós quando nós a tomamos diariamente.
Eu quero chamar sua atenção para o contexto. Mateus 16.21 diz: “Desde então, começou Jesus a mostrar a Seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais sacerdotes e dos escribas, e ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-O de parte, começou a reprendê-Lo”. Pedro vacilou e disse: “Tem compaixão de Ti, Senhor”. Isso expressa a lógica do mundo. Este é o teor da filosofia do mundo: auto-proteção e egoísmo. Mas o que Cristo pregou não foi “poupar-se”, e sim “sacrificar-se”. O Senhor Jesus viu na sugestão de Pedro uma tentação de Satanás e afastou-o de Si: “Então, disse Jesus aos Seus discípulos: Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a Si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me”. Em outras palavras, o que Cristo disse foi: “Eu estou subindo para Jerusalém, para a cruz; se algum de vocês quiser Me seguir, há uma cruz para ele. E, como Lucas 14 diz: “Qualquer que não levar a sua cruz […] não pode ser Meu discípulo” (v. 27). Não apenas Jesus devia subir para Jerusalém e ser morto, mas todo aquele que o seguir deve tomar sua cruz. O “deve” é tão imperativo em um caso como no outro. A cruz de Cristo permanece única em seu caráter expiatório, mas, no viver diário, ela é compartilhada por todo aquele que passou da morte para a vida.
Assim como é verdade que a cruz foi o único caminho de Jesus de Nazaré para o trono do Pai, o único caminho para uma vida de comunhão com Deus, e da coroa ao final para o crente, é pela cruz.
Então, o que “a cruz” significa? O que Cristo quis dizer com “qualquer que não levar a sua cruz”? Meu amigos, se é deplorável que nesses últimos tempos uma pergunta como esse precise ser feita, é ainda mais deplorável que a grande maioria do próprio povo de Deus tenha concepções anti-bíblicas da razão da existência da “cruz”. O crente em geral parece considerar a cruz a que se refere o texto como qualquer aflição ou dificuldade que possa lhe sobrevir. Qualquer coisa que venha perturbar nossa paz, que seja desagradável à carne, que nos irrita, é vista como uma cruz. Um diz: “Bem, essa é minha cruz!”; outro diz que outra coisa é a cruz dele. Meus amigos, a palavra nunca é utilizada dessa forma no Novo Testamento. A palavra “cruz” nunca é encontrada na forma plural, nem precedida por um artigo indefinido: “uma cruz”. Note também que no texto, nossa cruz está ligada a um verbo na voz ativa, e não na passiva. Não é uma cruz que é colocada sobre nós, mas uma cruz que deve ser “tomada”. A cruz significa realidades definidas que incorporam e expressam as principais características da agonia de Cristo.
Outros entendem que “a cruz” se refere a deveres desagradáveis que eles cumprem sem disposição ou a hábitos carnais que rejeitam. Eles imaginam que tomam “a cruz” quando, empurrados pela consciência, se abstêm de coisas realmente desejadas. Tais pessoas invariavelmente transformam suas “cruzes” em armas para agredir outras. Elas ostentam sua auto-negação e andam por aí insistindo que as demais deveriam imitá-las. Tais concepções da “cruz” são tão farisaicas quanto falsas, e tão prejudiciais quanto errôneas.
Agora, na medida em que o Senhor me permitir, deixem-me mencionar três coisas que a cruz significa.
Primeiro, a cruz é a expressão do ódio do mundo. O mundo odiou o Cristo de Deus, e seu ódio foi plenamente manifesto na crucificação. Em João 15, sete vezes Cristo faz referência ao ódio do mundo contra Si e contra Seu povo; e apenas na proporção em que você e eu seguimos a Cristo, em que nossa vida seguir a Dele, em que deixarmos o mundo e estivermos em comunhão com Ele, então, o mundo nos odiará.
Nós lemos no Evangelho que um homem veio e apresentou-se a Cristo para ser Seu discípulo e pediu que primeiro pudesse ir e enterrar o pai, um pedido muito natural, realmente louvável, e a resposta do Senhor é quase atordoante. Disse Ele àquele homem: “Segue-me. […] Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos” (Lc 9.59,60). O que teria acontecido àquele jovem se ele tivesse obedecido a Cristo? Eu não sei se ele obedeceu ou não, mas, se obedecesse, o que aconteceria? O que teriam pensado dele seus parentes e amigos? Seriam capazes de apreciar o motivo, a devoção que fez com que ele seguisse a Cristo e negligenciasse o que o mundo chamaria de um dever filial? Ah, meus amigos, se vocês seguem a Cristo o mundo pensará que estão loucos, e algumas pessoas encontram muita dificuldade em suportar as censuras contra sua sanidade. Sim, algumas que encontram na reprovação dos vivos uma provação mais difícil do que a perda dos mortos.
Outro jovem apresentou-se a Cristo para o discipulado e pediu ao Senhor que primeiro lhe deixasse ir despedir-se dos seus, um pedido muito natural. Então, o Senhor apresentou a “cruz”: “Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (vv. 61,62). Pessoas de temperamento afetuoso se ressentem dos puxões que desatam os laços do lar, e os acham difíceis de suportar; mais difíceis ainda são as suspeitas dos amados e amigos de terem sido desprezados. Sim, a censura do mundo se torna muito real se estivermos seguindo a Cristo de perto. Ninguém pode segui-Lo e permanecer em harmonia com o mundo.
Outro jovem veio e apresentou-se a Cristo e, ajoelhando-se a Seus pés, O adorou e disse: “Bom Mestre, que hei de fazer …?”, e o Senhor apresentou-lhe a cruz: “Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres […] vem e segue-me” (18.18,22). E o jovem retirou-se triste. E Cristo ainda continuou a dizer, a vocês e a mim, hoje: “E qualquer que não levar a sua cruz, e vier após Mim, não pode ser Meu discípulo”. A cruz significa a reprovação e o ódio do mundo. Mas, assim como a cruz foi voluntária para Cristo, ela é voluntária para Seu discípulo. Ela tanto pode ser evitada quanto aceita, ignorada quanto “tomada”.
Mas, em segundo lugar, a cruz significa uma vida que é voluntariamente rendida à vontade de Deus. Do ponto de vista do mundo, a morte foi um sacrifício voluntário. Em João 10.17,18, lemos: “Por isto o Pai me ama: porque dou a Minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou. Tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la”. Porque Ele deu a vida? Veja o final do versículo 18: “Este mandamento recebi de Meu Pai.” A cruz foi a última exigência de Deus sobre a obediência de Seu Filho. Por isso, em Filipenses 2 é dito que Ele, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a Si mesmo, tomando a forma de escravo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a Si mesmo, sendo obediente até a morte…” – esse foi o clímax, esse foi o fim do caminho da obediência – “… e morte de cruz.”
Cristo nos deixou exemplo para que seguíssemos Seus passos. A obediência de Cristo deve ser a obediência do cristão – voluntária, não compulsória – voluntária, contínua, fiel, sem nenhuma reserva, até a morte. A cruz, portanto, significa obediência, consagração, rendição, uma vida à disposição de Deus. “ Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a Si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me”, e: “Qualquer que não levar a sua cruz […] não pode ser Meu discípulo”. Em outras palavras, caros amigos, a cruz significa o principio do discipulado, nossa vida sendo dirigida pelo mesmo principio que dirigiu a vida de Cristo: Ele veio aqui e não agradou a Si mesmo, nem devo eu procurar agradar a mim mesmo. Ele a Si mesmo se esvaziou; então, assim devo eu fazer. Ele ia por toda parte fazendo o bem: o mesmo deveria eu fazer. Ele não veio para ser servido, mas para servir: assim deveríamos agir. Ele se tornou obediente até a morte, e morte de cruz. É isto que a cruz significa: primeiro, a reprovação do mundo, porque nós nos opomos a ele e incitamos sua ira por nos separarmos dele, e por andarmos por uma direção diferente e por sermos dirigidos por princípios diferentes daqueles pelos quais ele é dirigido. Segundo, significa uma vida sacrificada a Deus – devotada a Ele.
Em terceiro lugar, a cruz significa sacrifício e sofrimento vicários. Vejamos 1João 3.16: “Conhecemos o amor nisto: que Ele [Cristo] deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos”. Essa é a lógica do Calvário. Nós somos chamados à comunhão com Cristo, e devemos viver segundo os mesmos princípios que Ele: obediência a Deus e sacrifícios pelos outros. Ele morreu para que tivéssemos vida e, meus amigos, nós temos de morrer para que vivamos. Mateus 16.25 diz: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á” – isso diz respeito a todo cristão, pois Cristo estava ali falando aos discípulos. Todo o crente que tem vivido uma vida egocêntrica, preocupado com seu próprio conforto, sua própria paz de consciência, seu próprio bem-estar, suas próprias vantagens e benefícios, essa “vida” irá se perder para sempre – tudo desperdiçado à luz da eternidade; madeira, feno e palha, que virarão fumaça. Mas, “quem perder a sua vida por amor de Mim, achá-la-á”, que quer dizer, alguém que não tem vivido considerando seu próprio bem-estar, seus próprios interesses, seu próprio benefício, sua própria promoção, mas tem sacrificado e gastado a vida a serviço dos outros por causa de Cristo; esse achará – o quê? –, ele a achará, não alguma outra coisa a mais: sua vida, não outra – a sua vida. Essa vida foi imortalizada, perpetuada, foi feita de materiais imperecíveis que sobreviverão ao teste do fogo do dia por vir. Ele “a” achará. Cristo morreu para que pudéssemos viver, e nós devemos morrer se quisermos viver! “Quem perder a vida por minha causa, achá-la-á”.
Novamente, em João 20, Cristo disse a Seus discípulos: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio” (v. 21). Para que Cristo foi enviado? Para glorificar ao Pai, para expressar o amor de Deus, para manifestar a graça de Deus, para lamentar sobre Jerusalém, para ter compaixão do ignorante e daqueles que estão fora do caminho, para labutar tão diligentemente que Ele não tinha tempo nem para comer, para viver uma vida de tão alto sacrifício que Seus familiares disseram: “Está fora de Si”, e: “Assim como o Pai Me enviou”, Ele diz, “também Eu vos envio”. Em outras palavras, “Eu vos envio de volta para o mundo do qual vos salvei. Eu vos envio de volta para o mundo para viverdes com a cruz estampada em vós”. Ó irmãos e irmãs, quão pouco “sangue” há em nossa vida! Quão pequeno é o levar o morrer de Jesus em nosso corpo (2Co 4.10)!
Estamos surpresos pelo fato de termos tão pouca vitória sobre o pecado que habita em nós?
Já começamos, de algum modo, a “tomar a cruz”? Estamos surpresos com o fato de estarmos seguindo Cristo tão de longe? Estamos surpresos pelo fato de termos tão pouca vitória sobre o pecado que habita em nós? Há uma razão para tudo isso. Em seu caráter expiatório, a cruz de Cristo permanece única, mas no viver diário a cruz deve ser compartilhada por todos os Seus discípulos. Legalmente, a cruz do Calvário anulou e afastou de nós nossa culpa, a culpa de nosso pecado, mas, meus amigos, eu estou perfeitamente convencido de que a única maneira de nos libertarmos do poder do pecado sobre nossa vida e de obter domínio sobre o velho homem dentro de nós é tornando a cruz parte da experiência de nossa alma. Foi na cruz que o pecado foi tratado legal e judicialmente; somente na medida em que a cruz for “tomada” pelo discípulo é que ela se torna uma experiência – matando o poder e a corrupção do pecado que habita em nós. E Cristo diz: “Qualquer que não tomar a sua cruz […] não pode ser Meu discípulo!”. Oh, que necessidade tem cada crente de ficar a sós com o Senhor e consagrar-se a Seu serviço!
O mais doce relacionamento que existe entre um homem e uma mulher é o de esposo e esposa. O mais doce relacionamento que existe entre Deus e o homem é o de esposo e esposa. Israel é a esposa de Deus e a Igreja será a esposa do Senhor Jesus Cristo. Existem muitas esposas no Antigo Testamento que, em seu relacionamento com o marido, tipificam, simbolizam ou ilustram algum aspecto particular do relacionamento entre Cristo e Sua Noiva. Neste artigo, queremos considerar Eva como um tipo da Igreja, a Noiva de Cristo.
Nossa convicção, nascida de oração e estudo da Palavra, é que, embora as expressões noiva e igreja possam ser sinônimas, elas são diferentes; porém, semelhantes a corpo. Eva como a noiva de Adão tipifica a igreja, a Noiva de Cristo em dois aspectos:
1. Como a Noiva em predestinação. Quando Deus criou Adão e Eva, eles eram uma pessoa. Eva estava em Adão. Seu nome, embora sendo duas pessoas numa, era Adam (singular). Para que Adão fosse socialmente completo, Eva precisou ser tirada dele e feita uma personalidade distinta e depois levada a ele para que ele pudesse ter comunhão com ela. Efésios 1.4 fala da igreja como estando em Cristo antes da fundação do mundo. Assim, para que Jesus fosse socialmente completo, a igreja precisava ser tirada Dele e feita uma personalidade distinta e apresentada a Ele para comunhão por toda a eternidade.
Deus fez com que um profundo sono caísse sobre Adão e, durante esse período de tempo, Ele abriu-lhe o lado e tirou uma porção de seu corpo, do qual fez Eva, sua noiva. Ela era o universo e o complemento de Adão – seu outro ego. Da mesma forma, quando Cristo morreu, Seu lado foi aberto e surgiu aquela parte de Seu corpo que trouxe à existência Sua Noiva, a Igreja. Assim como Adão era incompleto sem Eva, assim Cristo era incompleto sem Sua noiva, a Igreja, Seu corpo e plenitude Daquele que a tudo enche. Por meio de Adão, Eva recebeu toda a sua dignidade, posição e bênção. Por meio de Cristo, a igreja na mente de Deus como a noiva de Cristo, foi predestinada e pré-ordenada desde a eternidade. Eva estar em Adão desde o dia da criação tipifica e ilustra maravilhosamente a Igreja na predestinação.
2. O segundo fato tipificado por Adão e Eva é relativo à composição ou constituição da Igreja. Tudo o que Deus faz é segundo um modelo, em número, peso e medida. Quando arquiteta um plano ou modelo, Ele nunca o muda, mas prossegue ao longo das eras, operando segundo Seu próprio modelo, que é perfeito desde o princípio. Tem-se tornado axiomático entre os estudantes de tipologia que, a primeira vez que um tipo ocorre, o modelo é estabelecido. Mas, nos tempos de Adão e Eva, temos muito mais do que simplesmente um tipo de ilustração. Aqui está uma norma divina e perfeita que nunca é mudada. Aqui está uma prova infalível e confirmada por muitas outras Escrituras que a companhia escolhida que há de formar a noiva de Cristo é apenas uma pequena parte do corpo de Cristo. A noiva é tirada do corpo e, no mais elevado sentido, o corpo de Cristo, assim como Eva é o corpo de Adão, mas não todo o seu corpo. Considere o relacionamento proporcional entre uma costela e o resto do corpo. Quando Eva foi tirada do corpo de Adão, ela foi chamada de isha, que significa “tirada do homem”, que era chamado de ish. Temos a mesma expressão em inglês: ela foi chamada de woman (man significa homem), porque foi “tirada do homem”. [Algumas traduções em português trazem varoa e varão para indicar esse fato registrado no hebraico. (N. do E.)]
Em 1Coríntios, Paulo chama nossa atenção para o fato de haver muitas ordens ou companhias de indivíduos na terra. Todos os salvos do Antigo e os do Novo Testamentos não constituem um só grupo. Existem diferentes grupos de salvos no Antigo Testamento e diferentes grupos de salvos no Novo Testamento! Todos os santos do Novo Testamento formam o Corpo de Cristo, mas certo grupo (por sua própria escolha de sofrer com Ele, vencer o mundo, a carne e o diabo, e manter obediência fiel a Seus mandamentos e conquistar coroas concedidas por Deus) constitui aqueles que serão tirados do grande corpo dos santos do Novo Testamento para compor a Noiva de Cristo. Isso segue o modelo de Eva sendo tirada do corpo de Adão e se tornando sua noiva.
Possivelmente, nenhuma outra interpretação incorreta tem resultado num viver relaxado e num total desprezo para com os mandamentos do Senhor do que o ensinamento de que todo cristão, a despeito de como vive, é um membro da Noiva de Cristo e reinará com Ele. Esteja informado e saiba que, embora a vida eterna seja uma dádiva de Deus, os galardões e o governo são baseados na fidelidade a nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.