Satisfazer os vossos desejos é o que vos agradará, mas abrir mão de vossa vontade é o que agrada a Deus.
(John Flavel)
O Senhor nem sempre determina o momento de Suas respostas de acordo com a pressa das expectativas de Seu povo. Aquele que é o Deus de nossas misericórdias é o Senhor do nosso tempo.
(Thomas Brooks)
Nesta vida, os filhos de Deus são como crianças pequenas, sempre andando sem firmeza, tropeçando e caindo, e tão fracas que nunca conseguem se levantar de novo senão por causa Dele, devido a Sua mão que está sobre eles e a Seu braço eterno que está debaixo deles.
(Samuel Willard)
Inclina para mim os Teus ouvidos,
livra-me depressa;
sê a minha firme rocha, uma casa fortíssima que me salve.
Porque Tu és a minha rocha e a minha fortaleza;
assim, por amor do Teu nome,
guia-me e
encaminha-me.
(Sl 31.2,3)
Pais cristãos tem não apenas o direito, mas a absoluta responsabilidade de ensinar os filhos de acordo com a convicção cristã.
(Albert Mohler)
Não há maior falácia do que acreditar que, no momento em que um homem é convertido e se torna cristão, todos os seus problemas estão resolvidos e todas as suas dificuldades desaparecem. A vida cristã é cheia de dificuldades, cheia de armadilhas e de ciladas. É por isso que precisamos das Escrituras.
(Martyn Lloyd-Jones)
Seja cuidadoso em não medir sua santidade comparando-a com os pecados das pessoas.
A igreja em Éfeso representa as igrejas em cada época e em cada geração que compreenderam e continuam a compreender as riquezas insondáveis de Cristo, bem como aqueles que têm experimentado caminhar na luz que têm. Contudo, esta também é a igreja a quem o Senhor diz: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. […] Tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).
Estamos convencidos de que o aviso “Deixaste o teu primeiro amor” fala, acima de tudo, do fato de que nossos interesses pessoais têm se misturado com nosso amor, nossa devoção e nosso compromisso com o Senhor, ou estão próximos de se misturar. Em uma mensagem sobre os valentes de Davi, T. Austin-Sparks colocou o assunto desta maneira:
Nós nos ocupamos muito com a proclamação destas duas coisas: que o próprio Senhor Jesus conquistou a lealdade de nosso coração, e também que passamos a ver que Ele é Aquele a quem Deus escolheu para o lugar de autoridade suprema neste universo por todas as eras – e estamos comprometidos com o Senhor, não por razões meramente pessoais. Se estivéssemos, quando um gigante surgisse, deveríamos sair rapidamente de cena; o teste, como se pode ver, é isso.
O Senhor está realmente trabalhando bastante em nós a fim de tentar nos persuadir de nossos interesses pessoais no cristianismo e de nossos interesses pessoais em nosso relacionamento com Ele; porque, quando as coisas que nos tocam aqui na Terra e em nossa vida pessoal são ameaçadas, geralmente perdemos a fé. Afundamos, dispersamo-nos espiritualmente, na presença de uma ameaça que se levanta contra nossos interesses aqui, mesmo sendo cristãos relacionados ao Senhor. Devemos colocar de lado a consideração sobre como essas coisas nos afetam e tomar a posição dos interesses do Senhor. Isso é algo muito relevante e muito importante.
Devemos dizer: ‘Não importa como isso me afeta, mas o que isso trará de padecimento ao Senhor? O que o Senhor tem a perder se eu fugir disso ou se essa coisa ganhar preponderância? Como isso afetará meu Senhor e afetará o grande fato de Seu trono?’
Vamos nos perguntar: “Estamos envolvidos no ministério do trono, ou nosso interesse pessoal nos mantém presos à terra?” Podemos descobrir o quanto somos eficazes nessa guerra por meio de nossas orações, observando o seguinte.
Muitos anos atrás, em uma reunião realizada na Inglaterra pouco antes da Segunda Guerra Mundial varrer o mundo, Watchman Nee expressou em oração o significado de ter Cristo como nosso “primeiro amor”. O Japão invadiu a China, e a China estava no início de uma guerra devastadora, mas foi assim que ele orou ao se colocar na plataforma com um falante japonês (Nee era chinês). O caos da guerra na China estava fresco na memória de todos, e, quando chegou sua vez, ele conduziu as pessoas que estavam reunidas em intercessão pelo Extremo Oriente em termos que, para muitos de nós ali, nos anos 1930, foi uma revelação. Foi uma oração que poucos dos que tiveram o privilégio de estar presentes esqueceram.
O Senhor reina: afirmamos isso com ousadia. Nosso Senhor Jesus Cristo está reinando, e Ele é o Senhor de tudo. Nada pode tocar Sua autoridade. Há forças espirituais para destruir Seus interesses na China e no Japão. Portanto, não oramos pela China, não oramos pelo Japão, mas oramos pelos interesses de Teu Filho na China e no Japão. Não culpamos nenhum homem, pois eles são apenas ferramentas nas mãos de Teu inimigo. Nós nos levantamos por Tua vontade. Quebra, ó Senhor, o reino das trevas, pois as perseguições à Tua Igreja estão Te ferindo. Amém.
Há muitos anos um filósofo alemão disse alguma coisa no sentido de que, quanto mais um homem tem no coração, menos precisará de fora; a excessiva necessidade de apoio externo é prova de falência do homem interior.
Se isto é verdade (e eu creio que é), então, o desordenado apego atual a toda forma de entretenimento é prova de que a vida interior do homem moderno está em sério declínio. O homem comum não tem nenhum núcleo central de segurança moral, nenhum manancial no peito, nenhuma força interior para colocá-lo acima da necessidade de repetidas injeções psicológicas para dar-lhe coragem a fim de continuar vivendo. Tornou-se um parasita no mundo, extraindo vida de seu ambiente, incapaz de viver um só dia sem o estímulo que a sociedade lhe fornece.
[O filósofo alemão] Schleiermacher afirmava que o sentimento de dependência está na raiz de todo culto religioso, e que, por mais alto que a vida espiritual possa subir, sempre tem que começar com um profundo senso de uma grande necessidade que somente Deus poderia satisfazer. Se esse senso de necessidade e um sentimento de dependência estão na raiz da religião natural, não é difícil ver porque o grande deus entretenimento é tão cultuado por tanta gente. Pois há milhões que não podem viver sem diversão. A vida para eles é simplesmente intolerável. Buscam ansiosos o alívio dado por entretenimentos profissionais e outras formas de narcóticos psicológicos como um viciado em drogas busca sua injeção diária de heroína. Sem essas coisas, eles não poderiam reunir coragem para encarar a existência.
Ninguém que seja dotado de sentimentos humanos normais fará objeção aos prazeres simples da vida, nem às formas inofensivas de entretenimentos que podem ajudar a relaxar os nervos e a revigorar a mente exausta de fadiga. Essas coisas, se usadas com discrição, podem ser uma bênção ao longo do caminho. Isso é uma coisa. A exagerada dedicação ao entretenimento como atividade da maior importância, para a qual e pela qual os homens vivem, é definitivamente outra coisa, muito diferente.
O abuso numa coisa inofensiva é a essência do pecado.
O incremento do aspecto das diversões da vida humana em tão fantásticas proporções é um mau presságio, uma ameaça à alma dos homens modernos. Estruturou-se, chegando a construir um empreendimento comercial multimilionário com maior poder sobre a mente humana e sobre o caráter humano do que qualquer outra influência educacional na terra. E o que é ominoso é que o seu poder é quase exclusivamente mau, deteriorando a vida interior, expelindo os pensamentos de alcance eterno que encheriam a alma dos homens, se tão-somente fossem dignos de abrigá-los. E a coisa toda desenvolveu-se dando numa verdadeira religião que retém seus devotos com estranho fascínio, e, incidentalmente, uma religião contra a qual agora é perigoso falar.
Por séculos, a igreja se manteve solidária contra toda forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o pelo que era: um meio de desperdiçar o tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um esquema para desviar a atenção da responsabilidade moral. Por isso, ela própria sofreu rotundos abusos dos filhos deste mundo. Mas ultimamente ela se cansou dos abusos e parou de lutar. Parece ter decidido que, se ela não consegue vencer o grande deus entretenimento, pode muito bem juntar suas forças às dele e fazer o uso que puder dos poderes dele. Assim, hoje temos o espantoso espetáculo de milhões de dólares derramado sobre o trabalho profano de providenciar entretenimento terreno para os filhos do Céu, assim chamados. Em muitos lugares, o entretenimento religioso está eliminando rapidamente as coisas sérias de Deus. Muitas igrejas nestes dias têm-se transformado em pouco mais do que pobres teatros onde “produtores” de quinta classe mascateiam suas mercadorias falsificadas com total aprovação de líderes evangélicos conservadores que podem até citar um texto sagrado em defesa de sua delinqüência. E raramente alguém ousa levantar a voz contra isso.
O grande deus entretenimento diverte seus devotos principalmente lhes contando histórias. O gosto por histórias, característicos da meninice, depressa tomou conta da mente dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servido-as com vários disfarces ao povo da Igreja.
O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira. Não é uma coisa esquisita e um espanto que, com a sombra da destruição atômica pendendo sobre o mundo e com a vinda de Cristo estando próxima, os seguidores professos do Senhor se entreguem a divertimentos religiosos? Que, numa hora em que há tão desesperada necessidade de santos amadurecidos, numerosos crentes voltem para a criancice espiritual e clamem por brinquedos religiosos?
“Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera e olha para o nosso opróbrio. […] Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós!, porque pecamos. Por isso desmaiou o nosso coração; por isso se escureceram os nossos olhos” (Lm 5.1,16,17). Amém. Amém.
(Publicado originalmente em 16.4.09. Atualizado em 20.4.2020)
Ninguém pode compreender a Palavra de Deus se não for esclarecido por Deus.
(Úlrico Zwínglio)
O sangue de Cristo é plenamente eficaz para remir o mais plenamente eficaz pecador.
(Francisco Nunes)
Treina uma criança no caminho em que ela deve andar, mas não esqueça de você mesmo seguir por aquele caminho.
(Charles Spurgeon)
O Senhor te ouça
no dia da angústia;
o nome do Deus de Jacó te proteja.
(Sl 20.1)
Pecadores não podem obedecer ao evangelho, muito menos à lei, sem a renovação do coração.
(J. I. Packer)
Quando eu falo em universidades, os alunos estão sempre prontos a me dizer: “Não! Deus não pode odiar, pois Deus é amor!” E eu lhes digo que Deus tem de odiar por ser amor. Eu amo crianças; portanto, eu odeio o aborto. Se eu amo o que é santo, eu tenho de odiar o que é ímpio.
(Paul Washer)
Um homem orgulhoso reclama de não ser mais; um homem humilde se maravilha de ser tanto.
O problema e o medo são como esporas para a oração, pois quando o homem, rodeado por veementes calamidades, e oprimido com uma solicitude contínua (não tendo nenhuma esperança de libertação pelo auxílio humano, com coração castigado e oprimido, e temendo castigos ainda maiores), pede a Deus por conforto e ajuda no profundo poço de tribulação, uma oração assim sobe até a presença de Deus e não é vã.
Os ditos difíceis de Jesus não são difíceis de entender, apenas difíceis de aceitar.
(Steven Lawson)
Deus não pode mudar para melhor, pois Ele já é perfeito, e, sendo perfeito, Ele não pode mudar para pior.
(A. W. Pink)
Quanto mais eu vivo, mais eu percebo que tenho uma única vida a viver na Terra, e que essa única vida é muito curta para semear, em comparação com a eternidade para colher.
(George Müller)
O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia.
Em Ti confiarão os que conhecem o Teu nome;
porque Tu, Senhor, nunca desamparaste os que Te buscam.
(Sl 9.9,10)
Quando um trem entra em um túnel escuro e tudo fica em trevas, você não rasga o bilhete e pula dele. Você permanece sentado e confiando no maquinista.
(Corrie Ten Boom)
Nós temos uma mensagem. Não temos de consertá-la. Não temos de torná-la melhor. Não temos de mudá-la para que as pessoas a possam compreender. Temos de continuar pregando-a e pregando-a e pregando-a. E se nós pregarmos fielmente o evangelho, Deus vai salvar pessoas.
(Paul Washer)
Ore freqüentemente, pois a oração é um escudo para a alma, um sacrifício para Deus e um flagelo para Satanás.
Quando a intercessão mútua toma o lugar da acusação mútua, logo as diferenças e as dificuldades dos irmãos são vencidas.
(Robert Cleaver Chapman)
O Senhor usa aquele que Lhe apraz para realizar o trabalho, não havendo, entre os remidos de Cristo, divisão entre ordenados e não ordenados.
(Basil Willey)
Que Deus me ajude sempre a falar-vos com clareza. Mesmo a vida daqueles que vivem mais anos é, na verdade, curta. No entanto, essa vida curta que Deus nos deu é suficiente para que busquemos o arrependimento e a conversão, pois logo, muito logo, ela passará. Cada dia que passa é como um passo a mais em direção ao trono do juízo eterno. Nenhum de vós permanece imutável; talvez estejais dormindo; não importa, pois a maré do tempo que passa vos está levando para mais perto da morte, do juízo e da eternidade.
(Robert Murray Mc’Cheyne)
Nenhuma gota do sangue de Cristo foi vertida em vão por aqueles por quem Ele morreu.
(Steven Lawson)
Acho diariamente que os homens preferem sofrer alguma medida de servidão nas coisas da religião do que residir na responsabilidade individual diante de Deus por toda ação, todo pensamento e toda afeição.
(Anthony Norris Groves)
Tememos muito os homens, porque tememos muito pouco a Deus.
(William Gurnall)
Ensina-me, Senhor, o Teu caminho,
e andarei na Tua verdade;
une o meu coração
ao temor do Teu nome.
Eu preferiria ter o Amor que pode amar em meio a mil defeitos ao zelo que suporta apenas um.
Eu desejo andar com todos naquelas coisas em que servem a Cristo, mas eu não quero ajuntar-me com um grupo impedindo-me de reunir-me com os outros.
Amar a todos a quem Cristo ama, aqueles sobre os quais Cristo põe Sua bênção ou a que nós próprios reconhecemos como cristãos pela iluminação do Espírito Santo, não por que concordem conosco em certos pontos, mas porque são ligados por uma afeição real ao Senhor.
Nada denota mais verdadeiramente a liberdade com a qual Cristo liberta do que a libertação da servidão ao dinheiro, muito ou pouco.
Ser santo é a principal condição para difundir a graça do Espírito Santo. O canal deve estar limpo.
Se seu amor flui em direção a Cristo, você terá um senso quase instintivo do que O agradará, e isso provará ser uma vida santa, quando for seguida dia após dia.
Na educação de Seus filhos, Deus, nosso Pai, ilumina gradualmente; com sucessivos passos de obediência, Ele aumenta a fé para confiar Nele; testa a fé por meio de reivindicações maiores sobre ela e, portanto, a desenvolve e fortalece para atender a reivindicações ainda maiores e avançar ainda mais. E cada passo de obediência e sacrifício que é dado é recompensado por uma liberdade total da alma, da escravidão às coisas terrenas, e com uma alegria mais rica pelo desfrute das coisas celestiais. Assim, o desapontamento inerente às coisas transitórias, até as lícitas, desaparece da vida e é substituído pela satisfação ministrada pelas coisas eternas e infalíveis.
Nascido em 1795, estudou Medicina e Odontologia em Londres.
Seus escritos e seu exemplo motivaram grandemente James Hudson Taylor e outros missionários do século 19. É conhecido como o “Pai das missões por fé”. Suas idéias influenciaram muitos amigos cristãos, que vieram a se tornar líderes no recente movimento dos Irmãos, do qual tornou-se o primeiro missionário.
Por 10 anos, sua esposa Mary foi contra seu desejo missionário. Mas, por meio de uma doença e pela distribuição do dízimo da família ao povo pobre, Deus confirmou a ela que a família iria para além-mar. Em 1829, a família viajou por terra, quase seis meses, de Londres a Bagdá. Groves inaugurou uma escola, estudou árabe e praticou medicina. Essa foi a primeira missão protestante aos muçulmanos de fala árabe. Mas uma peste assoladora tirou a vida da esposa e de sua filhinha e quase causou sua morte também.
Sozinho, com três crianças pequenas em uma cidade hostil, Groves escreveu: “O Senhor tem nos mostrado hoje que o ataque repentino de minha querida esposa é peste. Penso que a infecção só pode ter vindo por mim. É terrível a perspectiva de ir deixando a pequena família em tal país, nestas condições. Mas triunfa a fé que tem minha querida esposa. Hoje ela me falou: ‘A diferença entre um filho de Deus e um mundano não está na morte, mas na esperança. Enquanto aquele tem Jesus, este está sem esperança e sem Deus no mundo’”. Pouco tempo depois, Mary Groves dormiu no Senhor.
Ele escreveu que “só existe um caminho de união: este de irmãos e irmãs com seu Senhor e Pai, permanecendo juntos em comunhão pelo Espírito. Quando esses grandes princípios são aceitos, todas outras coisas ― tal como sistema de regras de igreja ― estão, acredito, totalmente subordinados”.
Durante muitos anos na Índia, onde se sustentou como dentista, Groves ensinou líderes cristãos sobre a volta de Cristo, trabalhou pela unificação de todo povo cristão e recomendou que os missionários vivessem modestamente, ao nível do povo nativo. Nesses assuntos, ele foi um homem à frente de sua época. Como resultado da influência de Groves, centenas de congregações locais foram iniciadas por evangelistas da Índia e missionários europeus.
Em 20 de maio de 1853, aos 58 anos, Groves morreu em Bristol, na casa de George Müller, seu cunhado. Ele estava muitíssimo doente e com uma dor torturante, vinda do adiantado câncer estomacal, mas as pessoas diziam que seu quarto era como um pequeno céu. As últimas palavras, na Terra, desse fiel servo do Senhor foram: “Precioso Jesus!”
Para o jovem rico, Jesus disse: “Falta-te uma coisa” (Lc 18.22). Dinheiro, posição, moralidade, idealismo: isso não era suficiente. Existe uma bondade entre os jovens modernos que é perigosa porque é enganosa. É a bondade do jovem rico. É um bom caráter moral, sincero e bem-intencionado, iluminado pelo desejo de encontrar a vida eterna. Freqüentemente o jovem desse tipo se junta à igreja, dá aulas, ora em público, é honesto e aspirante. Mas falta uma coisa, e, por causa dessa trágica falta, seu possuidor desaparece entristecido quando o custo real do discipulado é contabilizado.
Hoje, temos um problema sério em homens e mulheres esplêndidos, de excelentes qualidades, que não renunciam totalmente a tudo para seguir a Jesus em uma vida de fé. Suas próprias virtudes se tornam obstáculos porque contam com elas e perguntam: “Que bem devo fazer?”, em vez de abandonar a própria e pobre justiça, assim como Paulo, sua irrepreensibilidade legal, e contar apenas com os méritos de Cristo.
Para certificar-se da disposição daquele jovem, Jesus lhe pediu que renunciasse ao dinheiro, não à bondade; mas o pedido mostrou que tipo de bondade ele tinha. As qualidades promissoras de nada valem se não estivermos dispostos a “odiar pai e mãe”, a abandonar qualquer coisa, por mais querida que seja, que dificulte a vida de rendição e confiança.
“Mas uma coisa é necessária”, disse Jesus à preocupada Marta. Não é uma pregação de sentar e não fazer nada. Deve haver Martas práticas na cozinha. Observe as palavras: “Marta estava sobrecarregada” ― “Marta, Marta, és cuidadosa e preocupada com muitas coisas” (Lc 10.41). Ele não a estava repreendendo por trabalhar; Ele a reprovava gentilmente por se preocupar. “Mas uma coisa é necessária: uma comunhão repousante Comigo.” Podemos comungar com Ele na cozinha, mas a maioria de nós está sobrecarregada, cuidadosa e ansiosa. Mesmo em nossas atividades práticas cristãs, ficamos irritados e assediados. Nossos pobres serviços passarão, mas a comunhão contemplativa com Ele é a parte boa que não será tirada.
Nosso único negócio é viver em comunhão constante e permanente com Cristo. Se nos tornarmos mais interessados no que estamos fazendo por Cristo do que no que Ele está fazendo por nós, revertemos as coisas e terminaremos como Marta, enfurecida em vez de comungar. Mas uma coisa é necessária para o crente: permanecer espiritualmente aos pés do Senhor, ouvindo Sua palavra. Nosso coração pode sentar-se a Seus pés enquanto nossas mãos trabalham na cozinha.
“Mas uma coisa faço” (Fp 3.13), disse Paulo. Ele havia descoberto, muito antes, que faltava uma coisa e nos conta sobre isso no capítulo 3 de Filipenses. Ele enumera os pontos positivos que tinha antes de conhecer a Cristo. Isso nos lembra o jovem rico. Ele era irrepreensível de acordo com a justiça. Então, ele aprendeu que havia uma coisa necessária: “Não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (v. 9). Agora que ele sentiu sua deficiência e recebeu a única coisa necessária, há mais uma “coisa”, e isso é algo a ser feito. Nada que possamos fazer ajudará até que passemos pelos dois primeiros estágios; então, haverá muito o que fazer. Há algo a esquecer: “Aquelas coisas que estão para trás”. Há algo a alcançar: “E avançando para as [coisas] que estão diante de mim” (Fp 3.13). Há algo para alcançar: “o objetivo”, a meta. Há algo pelo que trabalhar: “O prêmio do alto chamado de Deus em Cristo Jesus” (v. 14).
Que estes sejam os marcos da sua experiência espiritual: uma coisa me falta; uma coisa é necessária; uma coisa faço.
com o objetivo de contribuir de alguma forma com os filhos de Deus em meio à presente pandemia do coronavírus, decidimos criar uma nova página, na qual publicaremos links de bons artigos cristãos sobre o tema. Ocasionalmente, publicaremos ali também algum artigo informativo, científico, de conteúdo relevante. Entendemos que o excesso de informação e de “palpites” sobre o coronavírus possa ter um efeito negativo e prejudicial sobre as pessoas, mesmo entre os filhos de Deus. Por isso, vamos atualizar a página apenas ocasionalmente, com o que consideremos importante.
Cremos que se os artigos selecionados forem lidos com meditação e se suas sugestões forem colocadas em prática, os filhos de Deus tirarão todo o proveito espiritual possível da atual circunstância e poderão ainda ser úteis a outras pessoas.
Os deveres são nossos, os eventos são de Deus. E nós não confiamos em Deus, mas O tentamos, quando dizemos: “Nós nos colocamos sob Sua proteção” e não usamos os meios adequados, como os que estão sob nossa responsabilidade, para nos proteger.
(Matthew Henry)
O maior sucesso de Satanás é fazer as pessoas pensarem que têm muito tempo antes de morrer para que considerem seu bem-estar eterno.
(John Owen)
Muitas vezes, vemos uma ligação entre fatos apenas quando olhamos para trás. Isso também é o desígnio de Deus. Deus freqüentemente reforça nossa fé depois que confiamos Nele, não antes.
(Ravi Zacharias)
Cristo sempre aceitará a fé que deposita a confiança Nele.
(Andrew Murray)
A fé nunca sabe para onde está sendo conduzida, mas ama e conhece Aquele que a está conduzindo.
(Oswald Chambers)
Nenhuma circunstância é tão grande que Deus não possa controlá-la.
(Jerry Bridges)
Ora, o mesmo Senhor da paz
vos dê sempre paz de toda a maneira.
O Senhor seja com todos vós.
A igreja primitiva não estava alheia a pragas, epidemias e histeria em massa. De fato, de acordo com relatos cristãos e também não-cristãos, um dos principais catalisadores para o crescimento explosivo da igreja em seus primeiros anos foi como os cristãos lidaram com doença, sofrimento e morte. A postura da igreja causou uma impressão tão forte na sociedade romana que até imperadores romanos pagãos queixaram-se aos sacerdotes pagãos por causa de seu número declinante, dizendo-lhes para melhorarem sua abordagem.
Então, o que os cristãos fizeram de maneira diferente que abalou o Império Romano? E o que a igreja primitiva pode nos ensinar à luz do coronavírus?
Resposta Não-Cristã às Epidemias
Entre 249 e 262 dC, a civilização ocidental foi devastada por uma das pandemias mais mortais de sua história. Embora a causa exata da praga seja incerta, a cidade de Roma perdeu cerca de 5.000 pessoas por dia no auge do surto. Uma testemunha ocular, o bispo Dionísio de Alexandria, escreveu que, embora a praga não discriminasse entre cristãos e não cristãos, “todo o seu impacto caiu sobre [não-cristãos]”. Tendo notado a diferença entre as respostas cristãs e não-cristãs à praga, ele diz sobre os não-cristãos em Alexandria:
“No início da doença, eles empurraram os doentes para longe e expulsavam seus próprios entes queridos de casa, jogando-os nas estradas, antes mesmo de morrerem, e tratando cadáveres não enterrados como terra, esperando assim evitar a propagação e o contágio da doença fatal; mas, mesmo fazendo tudo o que podiam, achavam que seria difícil escapar”.
Relatos não-cristãos confirmam esse sentimento. Um século depois, o imperador Juliano tentou conter o crescimento do cristianismo após a praga, liderando uma campanha para estabelecer instituições de caridade pagãs que espelhavam o trabalho dos cristãos em seu reino. Em uma carta de 362 d.C., Juliano reclamou que os helenistas precisavam se igualar aos cristãos em virtude, culpando o recente crescimento do cristianismo por sua “benevolência para com estranhos, seu cuidado pelos túmulos dos mortos e a pretensa santidade de suas vidas”. Em outros lugares, ele escreveu: “Pois é uma vergonha isso. . . os ímpios galileus [cristãos] apóiam não apenas seus próprios pobres, mas também os nossos”.
Embora Juliano tenha questionado os motivos dos cristãos, seu constrangimento pelas instituições de caridade helênicas confirma que os esforços pagãos ficaram muito aquém dos padrões cristãos de servir os doentes e os pobres, especialmente durante as epidemias. De acordo com Rodney Stark em A ascensão do cristianismo, isso ocorre porque “por tudo o que [Juliano] instou os sacerdotes pagãos a condizerem com essas práticas cristãs, houve pouca ou nenhuma resposta, porque não haviam bases doutrinárias ou práticas tradicionais para eles se basearem”.
Resposta Cristã às Epidemias
Se a resposta não cristã à praga era caracterizada por autoproteção, autopreservação e evitar os doentes a todo custo, a resposta cristã era o oposto. De acordo com Dionísio, a praga serviu como “educação e teste” para os cristãos. Em uma descrição detalhada de como os cristãos reagiram à praga em Alexandria, ele escreve sobre como “os melhores” dentre eles serviram honrosamente os doentes até que eles mesmos pegaram a doença e morreram:
“Muitos de nossos irmãos cristãos mostraram amor e lealdade ilimitados, nunca poupando a si mesmos e pensando apenas no seu próximo. Indiferentes ao perigo, eles cuidaram dos enfermos, atendendo a todas as suas necessidades e ministrando-os em Cristo, e com eles partiram desta vida serenamente felizes; pois foram infectados por outros com a doença, provocando em si mesmos a doença de seus vizinhos e aceitando alegremente suas dores”.
Da mesma forma, na biografia de Poncius de Cipro, o bispo de Cartago, ele escreve sobre como o bispo lembrou aos crentes que deveriam servir não apenas aos cristãos, mas também aos não cristãos durante a praga:
“Não há nada de extraordinário em apreciar meramente nosso próprio povo com as devidas atenções de amor, mas esse alguém pode se tornar perfeito, que deve fazer algo mais do que homens ou publicanos pagãos, alguém que, vencendo o mal com o bem, e praticando uma bondade misericordiosa como a de Deus, deveria amar seus inimigos também… Assim, o bem foi feito a todos os homens, não apenas à família da fé”.
O impacto desse serviço foi duplo: (1) o sacrifício cristão por seus irmãos crentes impactou o mundo incrédulo ao testemunharem o amor comunitário como nunca haviam visto (João 13:35) e (2) o sacrifício cristão por não-cristãos resultou na igreja primitiva, experimentando crescimento exponencial à medida que os sobreviventes não-cristãos, que se beneficiavam do cuidado de seus vizinhos cristãos, se convertiam à fé em massa.
Resposta Cristã ao Coronavírus
Enquanto continuamos lutando com a forma de responder ao coronavírus, observe como os não-cristãos no Império Romano enfatizaram a autopreservação, enquanto a igreja primitiva enfatizava o serviço sacrificial sem medo. Enquanto os não-cristãos fugiram da epidemia e abandonaram seus entes queridos doentes por temer o desconhecido, os cristãos marcharam para a epidemia e serviram tanto aos cristãos quanto aos não-cristãos, vendo seu próprio sofrimento como uma oportunidade de espalhar o evangelho e modelar o amor cristão.
Se a resposta não cristã à praga era caracterizada por autoproteção, autopreservação e evitar os doentes a todo custo, a resposta cristã era o oposto.
Como podemos colocar essa postura em prática diante do COVID-19, nos diferenciando do mundo em como reagimos à crescente epidemia? Talvez comecemos resistindo ao medo que está levando ao pânico em vários setores da sociedade – em vez disso, modelando a paz e a calma em meio à crescente ansiedade ao nosso redor. Talvez possamos escolher patrocinar restaurantes e empresas asiáticas-americanas locais que outros americanos estão evitando devido a estereótipos baseados no medo. Também podemos procurar servir sacrificialmente nossos vizinhos, respeitando prudentemente os conselhos de profissionais médicos para ajudar a retardar a propagação da doença. Em vez de apenas nossa própria saúde, devemos priorizar a saúde da comunidade em geral, especialmente dos cidadãos mais vulneráveis, exercitando muita cautela sem perpetuar o medo, a histeria ou a desinformação. Isso pode significar custos para nós mesmos – cancelamento de viagens ou eventos planejados, ou mesmo colocar em quarentena se acharmos que fomos expostos – mas devemos aceitar esses custos com alegria.
Se a resposta não cristã à praga era caracterizada por autoproteção, autopreservação e evitar os doentes a todo custo, a resposta cristã era o oposto.
“Outras pessoas não acham que esse é o momento de celebração”, disse Dionísio sobre a epidemia de sua época. “[Mas] longe de ser um momento de angústia, é um tempo de alegria inimaginável”. Para deixar claro, Dionísio não estava comemorando a morte e o sofrimento que acompanham as epidemias. Em vez disso, ele estava se regozijando com a oportunidade que tais circunstâncias apresentam para testar nossa fé – sair do nosso caminho para amar e servir nossos vizinhos, espalhando a esperança do evangelho, tanto em palavras como em ações, em momentos de grande medo.