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Consolo Cristo Desconhecido

Jesus, um amigo!

Em quem você pode confiar a todo tempo?

“Há um amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24).

Quem será este Amigo? Jesus! Isso mesmo. Sabia que você não hesitaria: é, de fato, o homem Cristo Jesus. “Debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens” ao qual essa personalidade se ajuste tão adequadamente (cf. At 4.12). Homens elevados são sinônimo de vaidade; homens inferiores são sinônimo de mentira; homens de qualquer posição são canas quebradas – de nenhum deles se pode depender. Falam com cortesia e quase se passam por honestos, mas acabam por falhar. Seja pela inconstância ou pela fragilidade, por não serem sinceros ou por não serem hábeis, falham conosco quando mais precisamos de sua ajuda. Mas não nosso “irmão mais velho”, nosso Amigo divino. Ele é Cristo Jesus, o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8).

Diga, cristão: poderia eu ter mencionado alguém cuja companhia você desejaria mais? Sei que Ele é precioso para você; precioso o tempo todo.

Jesus Cristo é o amigo mais antigo. Este é um fato que, por si só, já O aproxima de nós. “Não deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai” (Pv 27.10), indicando que alguém assim, que tem sido um amigo próximo de nossa família por muito tempo, deve, de fato, ser valorizado.

Aqui, Cristo supera infinitamente o amigo mais antigo que tivermos. Veja o que Ele diz sobre Si mesmo: “Quando [Deus] compunha os fundamentos da terra, então Eu estava com Ele, e era Seu arquiteto; era cada dia as Suas delícias, alegrando-Me perante Ele em todo o tempo; regozijando-Me no Seu mundo habitável e enchendo-Me de prazer com os filhos dos homens” (Pv 8.30,31). Eis aqui uma inigualável amizade altruísta!

No Antigo Testamento, nós O vemos freqüentemente como “Anjo do Senhor” e “Anjo da aliança” transmitindo mensagens de amor para Seu povo. Mas nenhuma expressão é mais enfática que Sua própria palavra. “Em toda a angústia deles Ele foi angustiado, e o anjo da Sua presença os salvou; pelo Seu amor, e pela Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade” (Is 63.9).

Se um completo estranho viesse em nosso favor em meio à angústia e nos oferecesse alívio, não saberíamos ao certo se confiar nele é seguro. “Como posso saber quem ou o que ele é? Talvez só queira zombar de minha dor. Se ele fizer o que diz, vou agradecer-lhe; mas não é seguro acreditar antes de ver se faz o que promete.”

Agora, a respeito de Cristo, essa refutação não existe. Ele não é um estranho. Ele é alguém com quem estamos familiarizados há muito tempo. Tem sido um amigo da família há mais dias do que conseguimos nos lembrar; e pelos dias posteriores também. Nós “temos ouvido e sabido, e nossos pais nos têm contado” (Sl 78.3) quão amável Ele lhes foi, além de termos recebido milhares de provas de Sua gentileza para conosco. Deveria eu deixar de confiar Nele agora? Não! Embora minha provação presente seja mais difícil que qualquer outra pela qual tenha passado antes, posso confiar Nele. “Eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo, lembrarei das Tuas maravilhas da antiguidade” (Sl 77.10,11), e não tenho a menor dúvida de que Ele, que tem sido meu amigo e amigo de meu pai por tantos anos, continuará a ser um amigo para mim, quando e o quanto eu precisar Dele.

Jesus Cristo é um amigo carinhoso. Encontramos pessoas que falam com muita gentileza e respeito; nada além de expressões como “querido amigo” a cada palavra e afirmações sobre “como estariam felizes em nos servir” – embora, ao mesmo tempo, tenhamos razão para pensar que não há sinceridade real em sua consideração, mas um desgosto verdadeiro. Preferiam, furtivamente, agir com grosseria para conosco.

No entanto, Jesus não é um desses. Jamais engano algum foi ouvido em Sua boca.

Sempre que professa amor, Seu coração e Suas mãos acompanham o que diz. Teste-O acerca dessas coisas, das expressões comuns de consideração entre amigos, e verá como Cristo tem supremacia em todas elas.

Por exemplo: amigos sinceros compadecem-se mutuamente um do outro e compartilham alegrias e pesares. Cristo o faz: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.15,16).

Amigos sinceros amam a companhia uns dos outros e aproveitam cada oportunidade de estarem juntos. E, quando forçados a se separarem, planejam encontrar-se outra vez o mais rápido possível. Cristo age assim. Ele “anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap 1.13) e “ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó” (Sl 87.2).

Amigos sinceros preocupam-se com os interesses uns dos outros. Faça uma gentileza a um, e o outro a valorizará como se tivesse sido feito a si. Prejudique a um, e o outro se ressentirá como se tivesse sido feito a ele. Cristo sentiu a ira de Saulo contra a Igreja: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” (At 9.4).

Amigos sinceros abrem o coração com liberdade uns aos outros. São atenciosos uns para com os outros, ainda que distantes. Em tudo isso, e de várias outras formas, Jesus mostra-se o Amigo mais carinhoso e mais cheio de afeto.

Jesus Cristo é um amigo leal. Alguns seriam considerados amigos muito bons por não fazerem nada além de nos elogiar, aplaudir nossas palavras e ações – mesmo quando são erradas – e nos divertir em nossas folias e vícios. Contudo, não há amizade em nada disso. Às vezes, é muito difícil ser o lado que age com lealdade, bem como é difícil ser o lado que recebe a lealdade.

Mas Cristo é um amigo leal. “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo” (Ap 3.19).

Jesus Cristo é um amigo poderoso. Talvez tenhamos muitos amigos sinceros – e, ainda assim, nunca sermos o melhor amigo para eles. Eles podem nos desejar o bem, mas isso é tudo o que podem fazer. São pobres, fracos e também precisam de ajuda. Mas, se tivermos um Amigo tão rico quanto amável, então, nos consideramos favorecidos; e, se algum dia estivermos em uma situação difícil, saberemos a que fonte recorrer.

E quem é rico como Cristo? Ele é o herdeiro de todas as coisas. “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude Nele habitasse” (Cl 2.19).

Ele é um amigo constante. “Como havia amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13.1). Não é o que costuma acontecer em amizades humanas. Às vezes, uma mera bobeira pode dissolvê-las. Aqueles que uma vez foram amigos sinceros por anos podem tornar-se inimigos amargos um do outro.

Mas, uma vez que Cristo estabelece Seu amor, Ele nunca mais o toma. Sua afeição não muda por causa de nossa condição. Ele nunca se envergonha de nós por sermos pobres e estarmos em sofrimento.

A amizade de Cristo não somente se estende por todas as mudanças da vida, como também pela morte e pela eternidade. Permita que amigos terrenos caminhem o mais perto possível; partirão após a morte. Se nos acompanharem até a beira do túmulo, ali deverão partir e despedirem-se. Mas Cristo é um amigo que estará ainda mais próximo quando todo o conforto terreno for deixado.

Se temos um tal amigo como Jesus, mostremo-nos gratos e carinhosos a Ele. Ele se compadece de nós em nossos pesares e em nossas alegrias. Será que fazemos o mesmo com Ele? Preferimos a Ele a nossa maior alegria terrena?

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3).

“Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és Meu. Quando passares pelas águas estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque Eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.1-3).

“Quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre” (Sl 73.25,26).

“E assim para vós, os que credes, [a Pedra principal, que é Cristo] é preciosa” (1Pd 2.7).

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (195)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

Nada é grande demais e nada é pequeno demais para ser entregue às mãos do Senhor.

(A. W. Pink)

Bíblias lidas sem oração; sermões ouvidos sem oração; casamentos contraídos sem oração; viagens realizadas sem oração; residências escolhidas sem oração; amizades formadas sem oração; o ato diário de oração apressado ou realizado sem coração: estes são o tipo de degraus descendentes pelos quais muitos cristãos seguem para uma condição de paralisia espiritual, ou chegam ao ponto em que Deus lhes permite uma tremenda queda.

(J. C. Ryle)

Deus Todo-Poderoso, Pai Celestial, capacita-nos a andar na Terra assim como Teu amado Filho andou. Ele é o nosso modelo mais perfeito. Ele era manso e humilde de coração. Faz com que a mansidão Dele seja nosso traje de cobertura. Vista-nos inteiramente com humildade.

(Henry Law)

Senhor, Tu nos darás a paz, porque Tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.

(Isaías 26.12)

O Senhor sabe o que é melhor para você! Quando há uma necessidade especial de estar na fornalha, Ele sabe como apoiar você; e em que época, e de que maneira, a libertação melhor se adequará à glória Dele e a seu bem. Estes são os dois grandes fins que Ele tem em vista e que estão inseparavelmente conectados.

(John Newton)

É graça no começo e graça no final. De modo que, quando você e eu nos deitarmos em nosso leito de morte, a única coisa que nos consolará, ajudará e fortalecerá é aquilo que nos ajudou no começo. Não o que fomos, não o que fizemos, mas a Graça de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor. A vida cristã começa com graça, deve continuar com graça, termina com graça. Graça, maravilhosa graça. “Pela graça de Deus sou o que sou […] todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1Co 15.10).

(Martyn Lloyd-Jones

A marca de um santo não é a perfeição, mas a consagração. Um santo não é um homem sem faltas, mas um homem que se entregou sem reservas a Deus.

(W. T. Richardson)

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Charles Spurgeon Testemunho

Que contraste, mistura e paradoxo eu sou!

Como você se vê?

(Uma carta de Charles Spurgeon, escrita aos 17 anos)

 

Meu querido pai,

Eu estou muito confortável aqui e, posso dizer, feliz. Não fosse por meu coração vil, eu me regozijaria. Eu sou o menor do povo de Deus – e estou certo de que sou o pior. Mas ainda sou um de Seu povo – eu creio em Jesus e confio Nele. Convicção de pecado, eu entendo, é a evidência de verdadeira vida espiritual. Eu posso me lançar em Seus braços, embora eu não possa descansar em meus méritos, porque eu não tenho nenhum. Jesus, e Jesus somente, é minha defesa certa.

Eu devo bendizer ao Senhor por tornar-me filho Dele – isso vem de Sua própria soberana misericórdia. Nenhuma boa palavra falhou. Eu tenho sentido a corrupção se levantar, e o velho homem é forte – mas a graça divina sempre vem no tempo crítico e me salva de mim mesmo! Somente o Senhor me mantém! Eu não tenho esperança de perseverar senão por Seu poder. Eu sei que Seu braço todo-poderoso é todo-suficiente.

Eu quero me sentir “menos do que nada”, mas essa é uma conquista muito grande.

Às vezes, eu derramo meu coração doce e livremente, em outro momento eu com muita dificuldade consigo apresentar uma petição. Que contraste, mistura e paradoxo eu sou! Minha maior preocupação é crescer em graça, e seguir em frente na corrida celestial!

Eu espero que o senhor e minha querida mãe estejam bem. Eu os amo.

Seu afetuoso filho,

Charles.

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (194)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

Lembre-se: não havia nada em você para obrigar o Senhor a amá-lo, no dia em que Ele apareceu para libertá-lo. Você era um filho da ira, como os outros. Você estava apto para o inferno e totalmente inadequado para o céu! No entanto, o Rei levou você para o palácio Dele. O Filho do Rei amou você, um criminoso condenado, e desposou você no dia em que você poderia ter sido levado à execução eterna! “Sim, ó Pai, porque assim Te aprouve!”

(Thomas Boston)

Santificação é a glória iniciada. Glória é a santificação completada.

(F. F. Bruce)

Vamos aprender a ver e a reconhecer a mão de Deus em tudo o que temos e em tudo com que nos deparamos. Tal persuasão profunda e duradoura sobre o Deus Altíssimo ordenando e superando todas as nossas preocupações pode, como a luz, difundir um brilho e uma beleza sobre tudo que nos rodeia! Considerar todo conforto da vida como um efeito e uma prova da misericórdia de Deus para conosco pode, como a lendária pedra mágica, transformar todas as nossas posses em ouro e dar valor às coisas que o olho comum julgaria insignificantes.

(John Newton)

Por um breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias te recolherei; com um pouco de ira escondi a Minha face de ti por um momento; mas com benignidade eterna Me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.

(Isaías 54.7,8)

Se Deus deu Seu Filho para morrer por nós, tenhamos cuidado de não duvidar de Sua bondade e de Seu amor em qualquer dolorosa providência de nossa vida diária. Nunca nos permitamos ter pensamentos duros sobre Deus. Nunca suponhamos que Ele nos dará algo que não seja realmente para nosso bem.

(J. C. Ryle)

Quando Cristo se revela, há satisfação na mais tênue porção e, sem Cristo, há vazio na maior plenitude.

(Alexander Grosse)

A presença de Deus é infinitamente melhor que a presença de todos os confortos exteriores. Deus está com Seu povo para aconselhá-lo em todos os casos duvidosos e difíceis e para defendê-lo e protegê-lo de todos os seus inimigos e opositores.

(Thomas Brooks)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (193)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

Há tantos cristãos mirrados que devoram centenas de sermões e nunca ficam melhores, nunca ficam mais robustos na graça. Eles nunca meditam e refletem sobre o que ouvem, nem consideram o que ouvem – essa é a razão pela qual eles são tão mirrados na graça.

(Edmund Calamy)

Esta é a visão apropriada que devemos adotar sobre nossas aflições:
Elas são o resultado da bondade divina.
Elas são a disciplina de nosso Pai celestial.
Elas são as podas de um Lavrador a fim de garantir melhores frutos.
Elas são a aradura da terra não-cultivada, a fim de prepará-la para a recepção da semente.
Elas são os refinamentos da fornalha, da qual, quando somos provados, podemos sair como ouro!
“Eis que já te purifiquei […] na fornalha da aflição!” (Is 48.10).

(William Jay)

Impressione-nos a solene verdade de que, em breve, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (2Pd 3.10)! Que nos movamos nesse mundo com uma aspiração sempre aumentando em nosso coração: “Vem, Senhor Jesus! Vem depressa!”

(William Law)

Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste contra Mim, a saber, contra o teu ajudador.

(Oseias 13.9)

Grande parte de nossa dificuldade como cristãos que buscam vem de nossa indisposição de aceitar a Deus como Ele é e de ajustar nossa vida de acordo com isso. Insistimos em tentar modificá-Lo e em trazê-Lo para mais perto de nossa própria imagem.

(A. W. Tozer)

Existe uma conexão entre as estranhas providências de Deus e o que conhecemos Dele, e temos de aprender a interpretar os mistérios da vida à luz de nosso conhecimento de Deus. A menos que possamos encarar o fato mais negro e mais sombrio sem prejudicar o caráter de Deus, ainda não O conhecemos.

(Oswald Chambers)

Todos [os cristãos], embora nascidos de Deus em um instante, ainda assim, sem dúvida, crescem de modo lento.

(John Wesley)

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Ashton Oxenden Consolo Encorajamento

Por que Deus nos aflige?

Há motivos para Deus afligir você!

“Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho” (Jó 5.6).

“Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor, teu Deus” (Dt 8.5).

“Bem sei eu, ó Senhor, que os Teus juízos são justos e que segundo a Tua fidelidade me afligiste” (Sl 119.75).

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo” (Ap 3.19).

“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho” (Hb 12.6).

“Emudeci; não abro a minha boca, porquanto Tu o fizeste” (Sl 39.9).

Amado leitor, entro, por assim dizer, no quarto em que você está deitado, enfermo, e gostaria de dizer-lhe algumas coisas para seu conforto e proveito.

Deus resolveu pará-lo no meio de sua vida atarefada, fazendo com que fique de lado por um tempo. Não é por acaso que a mão Dele desceu sobre você com aflição. Não é a esmo que Ele resolveu castigá-lo. Pode parecer mero acaso que seja você, e não outra pessoa, que esteja sendo afligido.

Mas não; Deus fez isso de propósito!

Aprenda isto, então: sua doença ou aflição vem de Deus. Isto é obra Dele. Foi Ele quem trouxe esse castigo sobre você. Nem mesmo um pardal cai sobre a terra sem que nosso Pai celestial o determine, e Ele valoriza Seus filhos redimidos muito mais do que os pardais.

A doença normalmente vem como mensageira do amor de Deus – ela é enviada para ser uma bênção e pode tornar-se, pela graça de Deus, uma tremenda bênção para a alma. Deus aflige os Seus filhos porque deseja fazer-lhes um grande bem.

O jardineiro corta e poda as árvores para fazê-las crescerem melhor, para produzirem mais fruto precioso. Da mesma forma, Deus muitas vezes usa Sua faca afiada com vistas a algum propósito gracioso.

O pai sábio e amoroso frustra seus filhos, e às vezes os açoita para o próprio bem deles. Assim Deus também usa sua vara de correção com essa mesma finalidade.

Às vezes, o médico prescreve remédios de gosto horrível para restaurar a saúde dos pacientes. Dessa mesma forma, Deus nos faz ingerir Seus remédios amargos, mesmo que na ocasião nos pareçam muito desagradáveis.

Por que, então, Deus nos aflige?

Porque Ele nos ama e deseja nos fazer santos como Ele é santo e felizes como Ele é feliz. Pois, como alguém já disse muito bem: “As provas de fogo produzem cristãos de ouro”! Deus teve um Filho sem pecado, mas jamais teve algum filho que não provasse a tristeza.

Deus corrige com objetivo e amor. As aflições vêm Dele; e Ele aflige, não como um juiz severo, mas como Pai e como Amigo.

Então, antes de avançar mais um passo, peça a Deus que o convença dessa preciosa verdade: “É meu Pai que me corrige – Aquele que me ama! Eu vou receber, então, esse castigo da parte Dele, e lembrar que é uma mão amorosa que bate em mim. Eu beijarei a própria vara que me açoita”. “Pai, que não seja feita a minha vontade, mas que a Tua vontade seja feita!”

O cristão verdadeiro recebe a aflição com submissão.

É obra de seu Pai e, por isso, a ela se submete em silêncio. A coisa vem Dele, e por isso está tudo bem. O filho sente que esse castigo é necessário. Que travesseiro macio é esse, em que podemos repousar a cabeça!

“Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Rm 8.28).

(Fonte da imagem)

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (192)

Cedo de manhã, o orvalho do céu!

Se eu de fato creio que meu pecado custou o sangue de Cristo, então, certamente meu pecado é um mal terrível.

(Jeremiah Burroughs)

Esta é uma sábia e sã fé cristã: que um homem entregue a si mesmo, sua vida e suas esperanças a Deus; que Deus encarregue-se da proteção especial desse homem; que, portanto, esse homem não tenha medo de nada.

(George MacDonald)

O que a Igreja precisa hoje não é mais ou melhores equipamentos, nem novas organizações ou mais e novos métodos, mas homens a quem o Espírito Santo pode usar: homens de oração, homens poderosos em oração. O Espírito Santo não flui através dos métodos, mas através de homens. Ele não vem sobre máquinas, mas sobre homens. Ele não unge planos, mas homens: homens de oração.

(Edward McKendree [E. M.] Bounds)

Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.

(Jr 31.3)

Oh, a paz que flui da crença de que todos os eventos nos quais estamos envolvidos estão sob o arranjo direto de Deus; que os cabelos de nossa cabeça estão todos contados; que Ele se deleita em nossa prosperidade; […] e que todas as coisas certamente trabalharão juntas para nosso bem!

(John Newton)

Não é o mero tocar da flor pela abelha que recolhe o mel, mas é a permanência dela por um tempo sobre a flor que extrai o dulçor. Não é aquele que mais lê, mas aquele que medita mais, que provará ser o cristão mais excelente, mais doce, mais sábio e mais forte.

(Thomas Brooks)

Suas aflições não foram designadas arbitrariamente. Existe uma necessidade justa em tudo o que o Senhor faz. Quando Ele coloca a mão de repreensão sobre você, e o conduz por caminhos que você não conhece, e que você nunca teria escolhido, Ele sussurra com gentil ênfase em seu ouvido: “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde”.

(John MacDuff)

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A. W. Pink Disciplina Encorajamento

Receba o castigo de Deus

Não tema!

“Filho meu, não menosprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por Ele fores repreendido” (Hb 12.5).

Nem todo castigo traz benefício àquele que o sofre. Algumas pessoas são endurecidas pelo castigo; já outras são esmagadas por ele. Depende muito do espírito com que as aflições são recebidas. Não há mérito nas provações e tribulações em si mesmas; é somente por serem abençoadas por Deus que o cristão tira proveito delas. Conforme nos diz Hebreus 12.11, apenas aqueles que são “exercitados” pela vara de Deus produzem “fruto pacífico de justiça”. Uma consciência sensível e um coração tenro são os acessórios necessários.

Em nosso texto, o cristão é advertido contra dois perigos inteiramente diferentes: não desprezar e não desmaiar. Esses são dois extremos contra os quais é sempre necessário manter estrita vigilância. Assim como qualquer verdade da Escritura tem seu equivalente de equilíbrio, assim todo mal tem seu oposto. Por um lado, há o espírito arrogante que ri da vara, uma vontade teimosa que se recusa a humilhar-se debaixo da vara. Por outro, há um abatimento que, sob a vara, se afunda completamente e dá lugar ao desespero. Spurgeon disse: “O caminho da justiça é uma passagem difícil entre duas montanhas do erro, e o grande segredo da vida cristã é serpear seu caminho ao longo desse vale estreito”.

I. Menosprezar a vara

Há diversas maneiras pelas quais os cristãos podem “menosprezar” os castigos de Deus. Citaremos quatro delas:

  1. Pela insensibilidade. Agir de forma estoica é o plano de ação a partir do entendimento carnal: “Faça do limão uma limonada”. O homem deste mundo não conhece plano melhor do que cerrar os dentes e encarar as dificuldades. Como não tem nenhum Consolador, nenhum Conselheiro, nem Médico Divino, ele precisa valer-se dos próprios pobres recursos. É muito triste ver um filho de Deus portando-se como os filhos do diabo. Pois, quando o cristão resiste abertamente às adversidades, ele “despreza” o castigo. Em vez de se endurecer, agüentando estoicamente a situação, ele deveria quebrantar o coração.
  2. Pela reclamação. Foi isso que os hebreus fizeram no deserto; e ainda há muitos murmuradores nos campos de Israel. Uma pequena enfermidade, e ficamos tão mal-humorados que nossos amigos ficam com medo de chegar perto. Alguns poucos dias na cama, e nos irritamos e nos enfurecemos como um touro desabituado à canga. De forma impertinente, perguntamos: “Por que essa aflição? O que é que eu fiz para merecê-la?” Olhamos a nossa volta, invejosos e descontentes porque o fardo dos outros é mais leve. Tome cuidado, leitor: murmurar custa caro. Deus sempre castiga outra vez se não nos humilharmos na primeira. Lembre-se de quanto refugo existe ainda no meio do ouro. Contemple as depravações de seu coração, e maravilhe-se de que Deus não o tenha castigado duas vezes mais severamente. “Filho meu, não menosprezes a correção do Senhor”.
  3. Pelas críticas. Quantas vezes colocamos em dúvida a utilidade do castigo. Como cristãos, parece que não temos bom senso espiritual em quantidade maior do que a sabedoria natural que tínhamos quando crianças. Como meninos, pensávamos que a vara era a última coisa necessária em casa. Assim acontece também com os filhos de Deus. Quando as coisas acontecem como gostamos, quando recebemos alguma bênção material inesperada, não temos dificuldade nenhuma em atribuir tudo à bondosa Providência. Mas, quando nossos planos são frustrados, quando sofremos perdas, a coisa é muito diferente. Mas não está escrito: “Eu formo a luz e crio as trevas; Eu faço a paz e crio o mal; Eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45.7)? Quantas vezes a coisa criada reclama: “Por que me fizeste desta forma”? Dizemos: “Não vejo como isto pode ser útil para minha alma. Se minha saúde fosse melhor, eu poderia ir à casa de oração com mais freqüência! Se eu tivesse sido poupado dessas perdas em meus negócios, teria mais dinheiro para o trabalho do Senhor! Qual é o bem que pode resultar desta calamidade”? À semelhança de Jacó, exclamamos: “Todas essas coisas vieram sobre mim!” (Gn 42.36). O que é isso senão “desprezar” a vara? Sua ignorância vai desafiar a sabedoria de Deus? Sua miopia vai censurar a onisciência?
  4. Pela indiferença. Há muitos que não emendam seus caminhos. Todos nós precisamos muito da exortação vinda de nosso texto. Há muitos que têm “desprezado” a vara, e como consequência não têm se beneficiado com ela. Muitos cristãos têm sido corrigidos por Deus, mas em vão. Doenças, contratempos, perdas vêm, mas eles não têm sido santificados por meio de um sincero e cuidadoso auto-exame.

Ó irmãos e irmãs, tomem cuidado! Se Deus os está castigando, “considerai os vossos caminhos” (Ag 1.5), “pondera a vereda de teus pés” (Pv 4.26). Descubram a razão do castigo. Muitos cristãos não teriam sido castigados nem com a metade do rigor se tivessem, com diligência, investigado a causa de seus castigos.

II. Desmaiar sob a vara

Depois de sermos advertidos contra “menosprezar” a vara, somos agora alertados a não dar lugar ao desespero quando estivermos sob a ação dela. Existem, pelo menos, três maneiras pelas quais o cristão pode “desmaiar” sob as repreensões do Senhor:

  1. Quando ele desiste. Isso acontece quando nos afundamos em desânimo. A pessoa castigada conclui que não consegue agüentar mais. Seu coração enfraquece; as trevas a engolem; o sol da esperança se obscurece, e se cala a voz das ações de graças. “Desmaiamos” quando nos tornamos incapazes de executar os deveres que nos dizem respeito. Quando uma pessoa desmaia, ela fica inerte. Quantos cristãos desistem por completo da luta quando a adversidade se apresenta em sua vida! Quantos se tornam totalmente inertes quando a tribulação aparece em seu caminho! Quantos, por sua atitude, dizem: “A mão de Deus se fez pesada sobre mim: eu nada consigo fazer”! Ah, meus amados, “não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4.13). “Não desmaies quando por Ele fores reprendido” (Hb 12.5). Dirija-se ao Senhor a respeito do assunto: reconheça a mão Dele em toda a situação. Lembre-se de que suas aflições fazem parte de “todas as coisas” que cooperam juntamente para seu bem.
  2. Quando ele duvida de sua filiação. Não são poucos os cristãos que, quando a vara desce sobre eles, concluem que, no final das contas, não são filhos de Deus. Eles esquecem que está escrito: “Muitas são as aflições do justo” (Sl 34.19), e que “por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22). Talvez alguém argumente: “Mas se eu fosse filho de Deus, não estaria em pobreza, miséria e dor”. Preste atenção em Hebreus 12.8: “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, logo, sois então bastardos, e não filhos”. Aprenda, então, a ver as provações como provas do amor de Deus limpando, podando, purificando você. O pai de família não se preocupa muito com os que não pertencem a sua casa; são aqueles que pertencem a ela que ele guarda e dirige, alimenta e conforma a sua vontade. O mesmo acontece com Deus.
  3. Quando ele se desespera. Algumas pessoas cedem diante da ideia de que sua tribulação nunca mais terá fim. Uns dizem: “Eu já orei e orei, mas as nuvens não se vão”. Console-se, então, com o seguinte pensamento: É sempre a hora mais escura que antecede o amanhecer. Por isso, não desmaie quando for repreendido por Deus. “Mas”, diz outro, “eu me apeguei a Sua promessa, e as coisas não melhoram. Eu pensei que Ele livrasse aqueles que O invocam; eu O invoquei, e Ele não me atendeu, e eu temo que Ele nunca vá me responder”. Por que, filho de Deus, você fala dessa maneira de seu Pai?! Você diz que Ele não vai parar nunca de feri-lo pelo fato de tê-lo ferido por tanto tempo?! Em vez disso, diga: “Ele tem-me ferido há tanto tempo que, logo, logo, devo ser liberto!”

Não menospreze nem desmaie. Que a graça divina preserve desses dois extremos tanto este autor como o leitor.

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Citações Gotas de orvalho Vários

Gotas de orvalho (191)

Cedo pela manhã, o orvalho do céu!

Nada é mais perigoso nem de maior custo do que ser cristão!

(A. W. Tozer)

Nossas aflições são leves quando comparadas com o que realmente merecemos. Elas são leves quando comparadas com os sofrimentos do Senhor Jesus. Mas talvez sua real leveza seja mais bem vista se a compararmos com a eterna glória que nos aguarda!

(A. W. Pink)

Esteja bem certo disso: as pessoas nunca rejeitam a Bíblia porque não conseguem entendê-la. Elas a entendem muito bem!
Entendem que ela lhes condena o comportamento!
Entendem que ela lhes testemunha contra os pecados e as convoca para julgamento!
Elas tentam acreditar que a Bíblia é falsa e inútil porque não gostam de acreditar que ela é verdade.
Um modo maligno de viver sempre levantará uma objeção ao Livro Sagrado.
Os homens questionam a verdade da fé cristã porque odeiam a prática dela!

(J. C. Ryle)

O teu coração não inveje os pecadores; antes permanece no temor do Senhor todo dia.

(Provérbios 23.17)

Deus não conduz todos os Seus servos por um mesmo caminho, nem do mesmo modo, nem de uma só vez, pois Deus governa todas as coisas.

(Johannes Tauler)

Nunca tenha medo de confiar um futuro desconhecido a um Deus conhecido.

(Corrie ten Boom)

“O Filho de Deus, o qual me amou e se entregou por mim!” (Gl 2.20).
Da condenação de Cristo flui minha justificação!
De Sua agonia vem minha vitória!
De Sua dor vem meu conforto!
De Suas chagas minha cura!
Do fel e do vinagre vêm meu dulçor!
De Sua maldição vem minha bênção!
De Sua coroa de espinhos vem minha coroa de glória!
De Sua morte expiatória pelo pecado vem minha vida eterna!

(John Flavel)

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A. W. Pink Deus vontade de Deus

Inimizade: atitude inerente do homem contra o Criador

Como você reage ao soberano Deus?

“Sucedeu que, ouvindo isto todos os reis que estavam aquém do Jordão, nas montanhas, e nas campinas, em toda a costa do grande mar, em frente do Líbano, os heteus, e os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus e os jebuseus, se ajuntaram eles de comum acordo para pelejar contra Josué e contra Israel” (Js 9.1,2).

Esses dois versículos nos apresentam um assunto de profunda importância, algo que deve ser levado em conta especialmente pelos ministros que querem ser fiéis a seu chamado. O fato de o Espírito Santo mencionar essa confederação dos reis cananeus para combaterem Josué e Israel logo depois de descrever aquilo que tinha ocorrido nos montes Ebal e Gerizim (veja 8.30-35) obviamente tem o propósito de nos fornecer uma ilustração simbólica e um exemplo solene da inerente hostilidade humana contra a Lei de Deus. A expressão “ouvindo isto” (9.1) indica que, imediatamente após chegar aos ouvidos desses reis que Josué havia levantado um altar em Ebal e inscrito nas pedras desse altar o Decálogo de Deus – o qual, daí por diante, seria a Lei daquela terra –, eles juntaram forças contra o povo de Deus e se propuseram a usar de violência contra ele. A necessidade de reconhecer os direitos e a autoridade do Deus Supremo e de submeter-se a Sua vontade revelada é algo que ofende os não-regenerados e eles se opõem a isso. Seu desejo é serem senhores de si mesmos e estão decididos a seguir seu próprio caminho. A linguagem expressa pelas ações de todos eles, e pela boca de muitos, é a mesma do obstinado e arrogante faraó: “Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei?” (Êx 5.2). Estão decididos a agradarem a si mesmos.

Aqui está a própria essência da depravação humana. O pecado é uma revolta contra Deus, uma recusa de sujeitar-se a Ele. O pecado não é apenas uma decisão de seguir nossas próprias inclinações, mas é uma luta contra nosso Criador e Governador. A mente carnal é inimiga de Deus. Essa declaração é terrivelmente séria, e é uma das mais detestáveis aos melindres humanos. Apesar disso, é um fato que não há como desconsiderar. A prova disso aparece na seguinte declaração: “Não é sujeita à lei de Deus [a mente do homem natural], nem, em verdade, o pode ser” (Rm 8.7). Não há nada que evidencie de forma tão clara a inveterada hostilidade contra Deus da pessoa não-regenerada do que sua insubordinação e oposição contra a Lei de Deus. Na verdade, são poucos os que admitem abertamente que odeiam a Deus, e menos ainda aqueles que estão conscientes desse fato terrível, pois o pecado é muito enganoso (Hb 3.13) e cega o entendimento (Ef 4.18).

A idolatria é o campo onde mais claramente se demonstra essa realidade. Se os homens estivessem satisfeitos com o Deus verdadeiro, não teriam fabricado tantos deuses falsos. Eles querem um Deus e um sistema religioso condizentes com suas inclinações depravadas. Existem milhões de pessoas que não se inclinam diante de alguma imagem de madeira ou de pedra; no entanto, crêem num Deus inventado por seus próprios sentimentos e imaginações, e contra esse deus (ou essa coisa) eles não sentem nenhuma inimizade!

Mas, assim que o Deus verdadeiro e vivo é apresentado de acordo com Seu caráter que nos é mostrado nas Escrituras, essa inimizade se torna evidente. Basta que Ele seja apresentado como o Deus Soberano que faz um vaso para honra e outro para desonra segundo Sua própria vontade, como o Santo que não pode contemplar a iniquidade e que odeia aqueles que a praticam e como o justo Juiz de todos que de forma alguma inocenta o culpado, e o ódio das criaturas decaídas contra Ele aparecerá sem disfarces.

Basta que Ele dê a essas criaturas a Sua Lei e requeira irrestrita obediência, que elas imediatamente se rebelam.

Se Deus renunciasse a Seus direitos soberanos, elas reprimiriam a oposição; se Ele pusesse de lado Seu cetro, os homens parariam de lutar contra Ele. Mas, pelo fato Dele não fazer isso, a vontade da criatura se opõe à vontade do Criador e se recusa a sujeitar-se a Seu trono. Podemos ver uma prova conclusiva de que a natureza do pecador é diametralmente oposta à de Deus na mortal oposição daquele ao governo divino. A lei moral é tanto uma revelação do caráter de seu Autor como também uma expressão de Sua vontade, e o repúdio do homem a essa lei mostra o antagonismo do pecado à santidade.

Aquilo que expusemos acima foi exemplificado de maneira clara e solene quando o Legislador se encarnou e habitou aqui no mundo, pois a má vontade dos religiosos e também dos não-religiosos se levantou contra Ele. Não só foi desprezado e rejeitado pelos homens, mas Ele declarou abertamente: “Odiaram-me sem causa” (Jo 15.25). Eles nem se esforçavam para disfarçar suas más intenções. Enquanto Ele curava os doentes e alimentava a multidão com pães e peixes, suspenderam a hostilidade; mas, quando Ele lhes impôs as exigências de Seu senhorio, quando especificou os termos do discipulado e tornou conhecido o caráter e as exigências de Seu reino, os pecadores imediatamente manifestaram indignação contra Ele. Ele não só “veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam” (Jo 1.11), mas também “Seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após Ele embaixadores dizendo: ‘Não queremos que este reine sobre nós’” (Lc 19.14). Não esqueçamos que foi como “Rei dos Judeus” que Cristo foi crucificado! “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o Seu ungido, dizendo: ‘Rompamos as Suas ataduras e sacudamos de nós as Suas cordas’” (Sl 2.2,3; cf. At 4.25-27) – irritando-se contra a Lei de Deus, recusando submeter-se à autoridade Dele.

Nesse ajuntamento dos reis de Canaã “para pelejar contra Josué e contra Israel”, imediatamente após a promulgação da Lei de Deus nos montes Ebal e Gerizim, temos uma solene descrição daquilo que aconteceu nas horas que precederam a crucificação de nosso Senhor, e temos também uma figura da oposição do homem contra a Lei. Até esse momento, os cananeus tinham estado na defensiva, mas em Josué 9.1,2 nós os vemos preparando-se para assumir a ofensiva e desferir um ataque conjunto contra o povo de Deus. Os reis mencionados nesse texto pertenciam a nações diversas, tinham interesses variados e ocupavam territórios amplamente espalhados, mas aqui nós os vemos deixando de lado suas diferenças e juntando-se “de comum acordo”!

Exatamente como os sacerdotes e os escribas, os fariseus e os saduceus se uniram em oposição ao Legislador que assumiu forma humana. E exatamente como acontece hoje, pois tanto arminianos dispensacionalistas como calvinistas antinomianos repudiam o Decálogo como regra de vida do cristão. Todo servo verdadeiro de Cristo vai descobrir isso. Basta que ele conceda à Lei, em seu ministério, o lugar que ela ocupa nas Escrituras, basta que seja fiel no desempenho da comissão que recebeu de Deus (e lembre-se de que “todo o conselho de Deus” abrange bem mais do que aquilo que se chama de “doutrinas da graça”!), e imponha a descrentes e crentes as exigências do Reino de Cristo, e o rigor e a espiritualidade do Decálogo, e ele também será desprezado e injuriado.

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Cruz F. J. Huegel

A ofensa da cruz

Defenda a ofensa da cruz!

“Pregamos a Cristo crucificado […] escândalo” (1Co 1.23).

Um grande clamor subiu dos judeus zombeteiros, insultuosos, o qual chegou ao Redentor crucificado: “Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-Lo-emos”. Nós lemos que “o mesmo Lhe lançaram também em rosto os salteadores que com Ele estavam crucificado” (Mt 27.42,44).

Nos últimos anos, um grande clamor, um eco dessa antiga súplica, tem subido da Igreja. “Se Cristo tão somente descesse da cruz!” Nós queremos o Cristo do monte, cremos no Cristo do ministério de cura, amamos o Cristo do exemplo sublime, pregamos o Cristo do evangelho social – mas o Cristo da cruz é uma ofensa. “Desça Ele agora da cruz, e creremos Nele”.

Mas o Rei não desceu. Seu direito à realeza nunca esteve mais divino do que naquela terrível hora. Seria do madeiro amaldiçoado que Ele reinaria. Foi ali que Ele lavrou a redenção. Foi quando dali Ele clamou “Está consumado” (Jo 19.30), que “fenderam-se as pedras e abriram-se os sepulcro” (Mt 27.51,52). Foi quando Ele provou a morte ali por todos os homens que o véu do templo foi partido, como símbolo da abertura do caminho de acesso imediato à presença de Deus para todos os filhos dos homens. Foi nessa ocasião que soou a hora de Deus, o alvorecer da era cristã. Foi nessa ocasião que o grilhões de uma humanidade escravizada foram quebrados. É desse vergonhoso madeiro, por mais mortificante que seja a ofensa da cruz, que o Rei ainda reina. De nenhum outro trono estabelecerá Ele Seu reino.

Um vulcão em convulsão pode representar bem a inquietação do mundo de hoje. Será que não há um caminho de saída? Não há esperança? Não há algum fundamento seguro para a alegria humana? Não existe algum remédio para os males da ordem social?

É melhor que sejamos honestos quanto a essas questões e admitamos que, humanamente falando, não há um caminho de saída. Um otimismo tolo que se recusa a encarar os fatos somente aprofunda a vergonha e a dor. É como tocar violino sobre Roma em chamas. Não há caminho algum de saída a não ser o caminho de Jesus. E o caminho de Jesus é o caminho da cruz.

Mais cedo ou mais tarde, a experiência leva a pessoa a reconhecer este fato: ou é a cruz ou o orgulho com todos os seus males conseqüentes.

Que são as guerras, as antipatias raciais, o insano acúmulo de riqueza diante da miséria de milhões, os conflitos em todas as formas, as injustiças sociais que levam a terra a gemer e a lamentar-se, senão os frutos inevitáveis dessa amaldiçoada árvore que chamamos de orgulho do homem? Não há mal que não tenha o orgulho, em alguma forma, como sua raiz. Não há mal que não tenha brotado do fato do homem depender de si mesmo, em vez de depender de Deus.

Qualquer tentativa de curar as feridas de nossa ordem social leprosa que não atinja as raízes do orgulho conduz a um beco sem saída.

O golpe desferido pelo Filho de Deus ao morrer na cruz do Calvário, atingindo a “vida do eu” do homem – o machado de Deus colocado à raiz da árvore do orgulho –, foi universal. Foi suficiente para demolir o universo de pecado. Foi suficiente para engolir dez mil oceanos de leviandade. Nada mais pode matar o monstro do orgulho humano.

Nós, porém, não temos desejado nos submeter ao veredito do Gólgota. Não temos desejado expor o câncer do pecado e do orgulho à radioterapia da cruz. Temos evitado o desfecho supremo que nosso Senhor crucificado deu ao mundo. Entretanto, a Igreja ainda tem a chave de ouro para tal situação. É a cruz de Cristo.

Quando Jesus falou a Seus discípulos da necessidade de Seus sofrimentos e da morte sobre a cruz, Pedro procurou dissuadi-Lo. Jesus se voltou para ele com ardente reprovação: “Arreda! Satanás, porque não cogitas as cousas de Deus, e, sim, das dos homens”. Em nossos dias, quanto do serviço, do ministério e da mensagem cristãos vêem sob essa ardente condenação! São uma ofensa. Cogitam das coisas da “carne”. Não são de Deus. Está faltando a cruz. Não brotam de unidade com o Cristo crucificado e ressurreto. O Calvário não está em seu âmago. Deus não aprova tal serviço.

(Fonte da imagem)

(Publicado originalmente em 28.11.17.)

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Alexander Smellie Vida cristã

Meus inimigos mais sutis e fortes estão dentro de mim mesmo!

Não ignore esses inimigos!

No meio de um longo e duro combate, serei muito estúpido se subestimar meus inimigos. Existem muitos, mas todos servem sob as ordens de uma tríade de comandantes perversos.

1. “Se alguém ama o mundo”, escreve João, “o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15). O mundo é meu inimigo jurado e constante – um inimigo muito perigoso, pois ele alega ser algo tão diferente: o melhor dos companheiros e o mais fiel dos amigos.

Eu preciso entender minha posição nos negócios deste mundo, e isso com prudência. Mas é grande o risco dele absorver meus pensamentos dia e noite! Se isso acontecer, eu me tornarei egoísta, materialista (não espiritual) e mundano.

Preciso conhecer a literatura do mundo, e muito dessa literatura é bela e boa. Mas minha tendência é dar-lhe atenção exagerada, e esquecer a livraria divina que o dedo de Deus escreveu.

Eu preciso envolver-me com os cidadãos do mundo, e muitos deles são dignos de amar e encantadores. Mas, quando eu os valorizo demais, eles me separam do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Por trás desse rosto agradável, o mundo é uma força inimiga!

2. “O diabo, vosso adversário”, escreve Pedro (1Pd 5.8). Eis aqui outro antagonista poderoso. O acusador dos irmãos anda à espreita, invisível e mal-intencionado, conspirando sem parar contra mim! Eu não devo nunca despir minha armadura espiritual.

3. “A carne cobiça [milita] contra o Espírito”, escreve Paulo (Gl 5.17). Afinal, meus inimigos mais sutis e fortes estão dentro de mim mesmo! O velho pecado volta, tentando conquistar o governo outra vez. E há em mim muita coisa que gosta dele e lhe sai ao encontro para abraçá-lo. É aí que reside, na verdade, meu maior perigo – essa é a armadilha mais mortal!

“Miserável homem que eu sou!” Faço eco ao grito de outrora: “Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). Sim, meus piores inimigos estão entrincheirados dentro da cidadela de Almahumana,¹ dentro do meu próprio coração!

“Meus Deus, eu não tenho força nenhuma contra esses inimigos, nem sei o que devo fazer! Mas meus olhos estão fixos em Ti!”

“Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora e para todo o sempre. Amém!” (Jd 24,25).

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¹ Referência ao livro de John Bunyan As guerras da famosa cidade de Almahumana. Ele é também autor de O peregrino.

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