Tudo é pela graça na vida cristã, do início ao fim.
(Martyn Lloyd-Jones)
Não temo a tirania dos homens, e muito menos as mentiras que o diabo venha a inventar contra mim.
(John Knox)
Pregação doutrinária, com certeza, entedia os hipócritas, mas é somente a pregação doutrinária que salvará as ovelhas de Cristo.
(J. I. Packer)
Demanda coragem morrer por Cristo, mas também demanda coragem viver por Ele.
(John MacArthur)
Feliz é o homem que é trazido a um conhecimento correto de Cristo e a uma familiaridade salvífica com Ele.
(John Berridge)
‘Não temas diante deles, porque estou contigo para Te livrar’, diz o Senhor. […] ‘Sabe, pois, e vê, que mal e quão amargo é deixares ao Senhor, teu Deus, e não teres em ti o Meu temor’, diz o Senhor Deus dos Exércitos. […] ‘Torna para Mim’, diz o Senhor.
(Jr 1.8; 2.19b; 3.1c)
Não há dia em que o Senhor Jesus não esteja ao lado de Seus santos. […] Nunca conseguimos estar sozinhos.
(F. B. Meyer)
A oração precisa ser baseada na promessa, mas, graças a Deus, Suas promessas sempre são mais amplas do que nossas orações.
Deus está mais perto de nós do que qualquer homem em todos os tempos. Ele está mais perto de mim do que minhas vestes, mais perto do que o ar ou a luz, mais perto do que minha esposa, meu pai, minha mãe, minha filha, meu filho ou meu amigo. Eu vivo Nele, alma e corpo. Eu respiro Nele, penso Nele, sinto, considero, pretendo, falo, empreendo, trabalho Nele.
(John de Kronstadt)
Um coração secretamente murmurador não acusa Deus? Toda acusação tem algum nível de blasfêmia, pois o acusador supõe que algo em Deus merece repreensão. E, se você ousar não abrir a boca para acusá-Lo, não permita que as queixas do seu coração O acusem.
(Richard Baxter)
No que se refere a Deus, graça é Seu favor voluntário, irrestrito e imerecido com respeito a pecadores culpados, outorgando-lhes justificação e vida em lugar da penalidade da morte, a qual eles merecem.
(Herman Bavinck)
Como cristãos, nossa esperança começa com as sólidas, certas e infalíveis promessas do Deus que nunca mente.
(David Mathis)
Cristo dá paz ao mais pecador e miserável que vem a Ele. Ele cura o quebrantado de coração e amarra suas feridas.
(Jonathan Edwards)
Meu objetivo é o próprio Deus. A qualquer preço, querido Senhor, por qualquer meio.
Se não formos governados por Deus, seremos governados por tiranos.
(William Penn)
O verdadeiro cristão é como o sândalo, que confere seu perfume ao machado que o fere, sem causar nenhum dano em troca.
(Sundar Singh)
Se você tem homens que só virão se souberem que há um bom caminho, não os quero. Quero homens que virão se não houver estrada.
(David Livingstone)
Estou tão fraco que mal consigo escrever, não consigo ler a Bíblia, não consigo nem orar, só posso ficar imóvel nos braços de Deus como uma criança e confiar.
(Hudson Taylor)
O futuro é tão brilhante quanto as promessas de Deus.
(William Carey)
A Bíblia está cheia das promessas de Deus de nos prover espiritualmente e materialmente, de nunca nos abandonar, de nos dar paz em tempos de circunstâncias difíceis, de fazer com que todas as circunstâncias trabalhem juntas para nosso bem e, depois de tudo, de nos levar em segurança para casa na glória. Nenhuma dessas promessas depende do nosso desempenho. Todas elas dependem da graça de Deus dada a nós por Jesus Cristo.
(Jerry Bridges)
Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.
Não é maravilhoso que Deus dê folego a um homem que irá blasfemar Dele o dia todo?
(Leonard Ravenhill)
Ser levado a uma situação em que Deus é nossa única esperança real é uma experiência de misericórdia.
(Jon Bloom)
A verdade é que os santos da história oravam por horas que pareciam minutos, e nós oramos por minutos que parecem horas.
(Russel Shedd)
Para muitos, Jesus tornou-se uma coisa a ser estudada em lugar de uma Pessoa a ser amada.
(Paul Washer)
Não há nada que mantenha um homem a uma distância maior da instrução divina do que um conceito orgulhoso da própria sabedoria, do próprio entendimento, das próprias capacidades e das próprias habilidades.
(John Owen)
Maravilhosa graça!
Quão doce é o som que salvou
um miserável como eu!
Antes eu estava perdido,
mas agora fui encontrado;
estava cego,
mas agora eu vejo!
(John Newton)
Dou graças a Deus,
por Jesus Cristo,
nosso Senhor.
A maneira mais fácil de escapar dos sofrimentos é estar disposto a que eles durem o tempo que Deus quiser.
(John Wesley)
Ver Cristo como Ele é e ser como Ele! Vale a pena morrer por isso e vale a pena viver por isso!
(John Newton)
Minha convicção é que quanto mais a Bíblia é estudada, mais se encontra nela o que se estudar. Luz, força, alegria, ajuda, graça e bênção novas brotam dela!
(Frederick Marsh)
Cristão! Deus está próximo sempre que tu te aproximares Dele em oração. Oh, confortadora verdade! Tu tens um Deus pronto a ouvir o mais suave suspiro de oração, ouvir cada confissão de pecados, ouvir todos os gritos por aquilo de que tens necessidade, ouvir todas as expressões de tristeza, ouvir cada lamento de aflição, ouvir todo apelo por conselho, força e apoio! Erga-te, ó minha alma! E entrega-te à oração, pois Deus está pronto a te ouvir e a responder a ti!
(Otávio Winslow)
Quando vejo
os Teus céus,
obra dos Teus dedos,
a Lua e as estrelas
que preparaste; que é o homem mortal
para que Te lembres dele?
E o filho do homem,
para que o visites?
(Sl 8.3,4)
16 de abril de 1854.
Durante a semana passada, tive um dos ataques de asma mais graves que já experimentei. Quão doloroso é trabalhar e ofegar, como eu fazia. Quão diferentes as coisas passageiras se manifestam sob tais circunstâncias! Quão prontamente alguém se sente disposto a abrir as asas e voar para longe. Que eu viva diariamente sob a impressão que senti naquele momento. Como desejo uma comunhão mais estreita com Deus, sentir mais do doce poder da piedade em meu coração, andar com Deus em confiança, depender Dele, depositar cada cuidado Nele, deixar tudo com Ele, almejar sempre e em tudo para glorificá-Lo, andar pelo mundo como alguém caminhando diretamente para o lar em Deus, para habitar com Ele e apreciá-Lo para sempre!
No entanto, sinto que preciso ser sustentado diariamente, tendo os olhos do Senhor constantemente sobre mim e Seus braços eternos sempre debaixo de mim!
“Sustenta-me, e serei salvo!” (Salmo 119.117).
(James Smith, de seu diário)
Ao pregar o evangelho a amigos e vizinhos, devemos sempre enfatizar a graça; caso contrário, podemos converter as pessoas a uma forma cristianizada de moralismo, a qual implica ser possível nos acertarmos com Deus por meio de nossas próprias obras. O Evangelho exige uma mudança de vida, mas essa mudança de vida é possibilitada pela graça e ocorre após a conversão. Se não estamos enfatizando a prioridade da graça, não somos melhores que os fariseus do primeiro século.
Nada é grande demais e nada é pequeno demais para ser entregue às mãos do Senhor.
(A. W. Pink)
Bíblias lidas sem oração; sermões ouvidos sem oração; casamentos contraídos sem oração; viagens realizadas sem oração; residências escolhidas sem oração; amizades formadas sem oração; o ato diário de oração apressado ou realizado sem coração: estes são o tipo de degraus descendentes pelos quais muitos cristãos seguem para uma condição de paralisia espiritual, ou chegam ao ponto em que Deus lhes permite uma tremenda queda.
(J. C. Ryle)
Deus Todo-Poderoso, Pai Celestial, capacita-nos a andar na Terra assim como Teu amado Filho andou. Ele é o nosso modelo mais perfeito. Ele era manso e humilde de coração. Faz com que a mansidão Dele seja nosso traje de cobertura. Vista-nos inteiramente com humildade.
(Henry Law)
Senhor, Tu nos darás a paz, porque Tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.
(Isaías 26.12)
O Senhor sabe o que é melhor para você! Quando há uma necessidade especial de estar na fornalha, Ele sabe como apoiar você; e em que época, e de que maneira, a libertação melhor se adequará à glória Dele e a seu bem. Estes são os dois grandes fins que Ele tem em vista e que estão inseparavelmente conectados.
(John Newton)
É graça no começo e graça no final. De modo que, quando você e eu nos deitarmos em nosso leito de morte, a única coisa que nos consolará, ajudará e fortalecerá é aquilo que nos ajudou no começo. Não o que fomos, não o que fizemos, mas a Graça de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor. A vida cristã começa com graça, deve continuar com graça, termina com graça. Graça, maravilhosa graça. “Pela graça de Deus sou o que sou […] todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1Co 15.10).
(Martyn Lloyd-Jones
A marca de um santo não é a perfeição, mas a consagração. Um santo não é um homem sem faltas, mas um homem que se entregou sem reservas a Deus.
(Uma carta de Charles Spurgeon, escrita aos 17 anos)
Meu querido pai,
Eu estou muito confortável aqui e, posso dizer, feliz. Não fosse por meu coração vil, eu me regozijaria. Eu sou o menor do povo de Deus – e estou certo de que sou o pior. Mas ainda sou um de Seu povo – eu creio em Jesus e confio Nele. Convicção de pecado, eu entendo, é a evidência de verdadeira vida espiritual. Eu posso me lançar em Seus braços, embora eu não possa descansar em meus méritos, porque eu não tenho nenhum. Jesus, e Jesus somente, é minha defesa certa.
Eu devo bendizer ao Senhor por tornar-me filho Dele – isso vem de Sua própria soberana misericórdia. Nenhuma boa palavra falhou. Eu tenho sentido a corrupção se levantar, e o velho homem é forte – mas a graça divina sempre vem no tempo crítico e me salva de mim mesmo! Somente o Senhor me mantém! Eu não tenho esperança de perseverar senão por Seu poder. Eu sei que Seu braço todo-poderoso é todo-suficiente.
Eu quero me sentir “menos do que nada”, mas essa é uma conquista muito grande.
Às vezes, eu derramo meu coração doce e livremente, em outro momento eu com muita dificuldade consigo apresentar uma petição. Que contraste, mistura e paradoxo eu sou! Minha maior preocupação é crescer em graça, e seguir em frente na corrida celestial!
Eu espero que o senhor e minha querida mãe estejam bem. Eu os amo.
Um elemento essencial de toda a verdadeira oração é a submissão final de todos os pedidos à vontade de Deus. No entanto, esse aspecto da oração é muitas vezes esquecido ou negligenciado em nossas petições. Muitas vezes oramos fervorosamente ― mas pedimos para que nossa própria vontade seja feita, não para que se faça a vontade de nosso Pai. No entanto, é muito claro [na Escritura] que nenhuma oração é aceitável para Deus se, apesar de toda a sua intensidade e importunação, ela não é dirigida a Deus e submetida a Sua sabedoria superior.
(J. R. Miller)
As providências de Deus são muitas vezes sombrias e misteriosas. Não é fácil determinar por que o Senhor age como Ele o faz ou descobrir o objetivo preciso que Ele tem em vista. Ele prossegue em Sua obra de acordo com Seu plano eterno e pré-ordenado ― e Ele cumpre Seus propósitos muitas vezes pelos meios mais improváveis. Ele opera todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade ― e Ele opera vagarosamente, não tendo nenhum motivo para se apressar. Somos naturalmente precipitados e queremos saber, de imediato, o que Deus quer dizer. Mas Ele diz: “Aquieta-te. Espera. Observa. Deixa a paciência realizar sua obra perfeita”.
(James Smith)
O hipócrita tem Deus na boca, mas o mundo no coração.
(William Gurnall)
A graça provada é melhor do que a graça, e é mais do que graça: é a glória em sua infância. Agora vejo que a piedade é mais do que o exterior e os ornamentos deste mundo e suas vestes suntuosas. Quem conhece a verdade da graça sem uma provação? Oh! Quão pouco Cristo tem de nós a não ser que Ele ganhe (por assim dizer) com muita labuta e dores! Em quão pouco tempo a fé congelaria sem uma cruz?
(Samuel Rutherford)
Para os filhos de Deus, as aflições são enviadas em misericórdia. Elas são dirigidas pelo amor. Elas são projetadas…
para nos aproximar mais do Salvador,
para mortificar o pecado que em nós habita,
para purificar nosso coração,
para nos afastar da terra,
para elevar nossos afetos àquele mundo bendito onde não haverá mais dor.
(David Harsha)
Se guardardes o vosso coração e ouvirdes a voz de Deus e aprenderdes Dele, em uma breve hora podereis aprender mais com Ele do que aprenderíeis com o homem em mil anos.
(Tauler Johannes)
A fé não é apenas um compromisso com as promessas de Cristo; a fé é também um compromisso com as exigências de Cristo.
Deus não apenas nos ama e deseja nosso bem, mas Sua sabedoria é infinita. Ele sabe o que é melhor para nós, que coisas nos farão o bem de que precisamos. Nós mesmos não sabemos. As coisas que pensamos que nos trariam bênçãos talvez nos causassem danos irreparáveis! As coisas que tememos como más e das quais fugimos talvez sejam os portadores para nós do bem divino! Nós faríamos algo lamentável com nossa vida se tivéssemos o controle de todas as nossas coisas nas mãos. Se, por um dia apenas, pudéssemos resolver as coisas com nossas próprias mãos, tirando-as das mãos de Deus, destruiríamos tudo!
(J. R. Miller)
Não há nada que possamos ver na terra que não mostre a miséria do homem ou a misericórdia de Deus. Ou vemos a impotência do homem sem Deus ou a força do homem com Deus.
(Blaise Pascal)
Quanto mais eu vivo, mais consciente sou de minha fragilidade humana e da necessidade constante e esmagadora que tenho da graça de Deus.
(Elizabeth Prentiss)
O céu não é aqui, é Lá. Se aqui nos fosse dado tudo o que queremos, nosso coração se contentaria com este mundo em lugar de querer o próximo. Deus está nos atraindo para cima e para longe deste, atraindo-nos para Si mesmo e para Seu reino ainda invisível, onde certamente encontraremos o que tanto desejamos.
(Elisabeth Elliot)
É nos deveres e trabalhos comuns da vida que o cristão pode e deve desenvolver sua união espiritual com Deus.
(Thomas Merton)
O conhecimento do amor de Cristo por nós deve nos fazer amá-Lo de tal maneira que seja demonstrado em nossa atitude, em nossa conduta e em nosso compromisso de servir a Deus. A maturidade espiritual é marcada pelo conhecimento espiritual sendo colocado em ação.
(Edward Bedore)
O problema de quase toda pessoa que ora é que ela diz “Amém” e foge antes que Deus tenha a chance de responder. Ouvir Deus é muito mais importante do que dar a Ele suas idéias.
Não podemos saber, não podemos contar,
quantas dores Cristo teve de suportar;
mas cremos que tudo foi por nós,
Ele foi pendurado e sofreu ali.
(Cecil Frances Alexander)
Faz quase vinte anos que ouvi uma piada profana e ainda me lembro dela. De quantas passagens piedosas que li muito tempo depois já me esqueci completamente? Parece que minha alma é como um lago sujo onde peixes morrem cedo e rãs têm vida longa. Senhor, arranca de minha lembrança essa piada profana. Que não fique nenhuma letra para trás a fim de que minha corrupção não a procure novamente. E, Senhor, fica à vontade para escrever algumas reflexões piedosas no lugar dela e permite, Senhor, que eu tenha o cuidado no futuro de não aceitar o que tenho tanta dificuldade de banir.
(Thomas Fuller)
Há dor que ainda podes Lhe infligir:
é a bofetada tão cruel da ingratidão.
Oh! Não demores. Por que queres resistir
a quem te chama com tão terna compaixão?
(João M. Bentes)
Aquele que não tem certeza do amor de Deus conversa demais com Satanás.
(William Bridge)
Nada obtive senão aquilo que recebi;
a graça o concedeu a mim, desde que cri.
Jactância excluída, orgulho abatido;
sou somente um pecador salvo pela graça!
(James M. Gray)
Arrepender-se é tomar posição ao lado de Deus contra si mesmo.
(A. W. Pink)
Um espírito humilde e piedoso descobrirá mil coisas na Bíblia que o estudante orgulhoso e convencido não conseguirá discernir de jeito nenhum.
Crescimento é um dos mais claros sinais de uma vida saudável. Se é assim no reino vegetal ou animal, é da mesma forma no reino da graça. Portanto, esperamos ver crescimento em todo cristão. Na natureza, em certo ponto, o crescimento pára e o decaimento se estabelece, mas, no cristão, ele deve continuar todos os dias de sua vida terrena.
Nenhuma pessoa com sensibilidade espera que aquele que se converteu ontem seja alguma coisa além de um bebê. Mas esperamos que o convertido não permaneça um bebê. Com um apetite devorador por comida espiritual saudável, uma boa digestão, cheia do ar fresco do Céu e exercícios, ele será compelido a crescer. E a Escritura: “Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pd 3.18) se aplica a cada um de nós.
O que é crescimento?
Crescimento não tem conexão direta com idade. Um homem pode ter cabelos brancos com os anos e ter passado por muitos marcos históricos desde a conversão, e ainda assim espiritualmente ser uma criança atrofiada. Alguns dos crentes hebreus eram assim. Eles andavam tropeçando sobre o ABC cristão quando deveriam ser mestres, e precisavam de leite quando já deviam estar prontos para alimento sólido (Hb 5.12-14).
Crescimento não está necessariamente conectado com o que fazemos. Pode haver muito fervor e atividade, e, ainda assim, nenhum crescimento. Os cristãos efésios exemplificaram isso tristemente anos após crerem. Quando o apóstolo Paulo escreveu uma epístola para os efésios, eles eram como uma árvore plantada ao lado de rios de águas: verdes e vigorosos. Mas, quando o Senhor Jesus se dirigiu a eles por meio de Seu servo João, apesar de reconhecer-lhes as obras, o trabalho e a paciência, Ele lhes disse: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste…”. A copa florescente da árvore jovem e promissora havia sido queimada pela frieza, e o crescimento parou (Ap 2.1-7).
Crescimento nem mesmo depende do que sabemos. Nosso desenvolvimento mental pode ultrapassar muito nosso desenvolvimento espiritual. Um “prodígio infantil”, em círculos musicais ou educacionais, é um objeto lamentável na esfera cristã, e terá um final ruim. O neófito, se capaz de mensurar abstrações, pode rapidamente compreender muitas verdades na mente, mas não assumir que se tornou um gigante e apto a instruir o avô.
Alguns dos cristãos de Corinto caíram sob esse engano. Eles estavam enriquecidos em “todo o conhecimento” (1Co 1.5), assumiram ser sábios (3.18), todos tentaram ser mestres (14.26); eles até mesmo começaram a deixar a mente se afastar da verdade cardeal da ressurreição (15.12,35). Mas, na verdade, eles eram ignorantes (6.2,3,9,15,19; 8.2; 10.1; 12.1; 14.38; 15.36), carnais e infantis (3.1-3). Eles usaram o “conhecimento” para prejudicar alguns irmãos (8.11). Esse conhecimento apenas encheu-os de orgulho. O amor edifica (v. 1).
Crescimento, portanto, está completamente ligado ao que somos. A própria Epístola que nos exorta a “crescer em graça” se inicia com uma clara declaração do que realmente isso realmente significa. Ei-la: “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai a vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência [conhecimento], e à ciência, a temperança [domínio próprio], e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, o amor” (2Pd 1.5-7).
Todos nós começamos com a fé. Mas, a ela, virtude (ou coragem) deve ser acrescentada, para que ela seja levada em conta. A coragem precisa ser controlada pelo conhecimento. Conhecimento precisa ser temperado com domínio próprio. O domínio próprio desenvolve paciência (ou perseverança). A perseverança gera piedade. A piedade produz e desenvolve amor fraternal. O amor, o divino amor, coroa completamente e solda todos juntos no coração do que crê.
Essas coisas, perceba, estão em nós e devem abundar (v. 8). Elas não devem ser colocadas como um homem veste um casaco, mas devem ser produzidas interiormente no poder do Espírito Santo, a fim de que se tornem parte e parcela de nós mesmos.
O apóstolo Pedro estava, de fato, desejando que as características da bela vida de Cristo fosse reproduzida naqueles crentes.
Crescimento, então, está relacionado a caráter. Enquanto crescemos, somos moldados mais e mais em conformidade a Cristo.
Você está crescendo?
Pergunte a si mesmo, então: “Isso está acontecendo comigo? Existe, em minha atividade cristã e no aumento de conhecimentos bíblicos, um forte desenvolvimento do caráter cristão?” Após se perguntar, responda com sinceridade e muito cuidado.
Ao fazer isso, contudo, um perigo espreita. Embora nada seja mais útil que um honesto auto-julgamento perante Deus, nada é mais nocivo do que deixar essa necessária inspeção degenerar em auto-ocupação.
Cuidado com seus pensamentos morbidamente centrados em si mesmo.
Vamos imaginar três crianças que têm pequenos jardins, claramente demarcados nos campos do pai. Quão diferentes eles são! Em um deles, as ervas daninhas crescem e, ao redor, as flores são poucas e fracas. Não há sinal de enxada, ancinho e regador! No segundo tudo está arrumado: as ervas daninhas são cortadas, e as flores, mesmo que não sejam as melhores, estão saudáveis. O terceiro, por sua vez, mostra marcas de muito trabalho. De fato, está quase penosamente em ordem, mas cada flor está ou murchando ou já morta. Quão fácil é, a partir do estado dos jardins, adivinhar o caráter das crianças! E se o estilo descuidado, vai-assim-mesmo, do primeiro deve ser lastimado, a febril ansiedade que levou o terceiro a continuamente puxar uma e outra das plantas para ver como as raízes estavam indo é quase tão desastrosa do ponto de vista prático.
Evite ambos os extremos. Que o bom Senhor livre você do descuido e do tipo de religião fácil que nunca permite que honestamente você se faça a pergunta: “Estou realmente crescendo em graça?” por medo de ser perturbado; e também da mórbida auto-ocupação que leva você a estar sempre se fazendo essa questão, e eternamente puxando tudo em seu pobre coração pelas raízes no esforço de responder a ela.
Encontrar a felicidade significa enfrentar a pergunta com o coração sob a grande luz do amor de Jesus, e, se chegar à conclusão de que seu crescimento é pequeno, deixar que ela o incentive alegremente a conhecer mais de Cristo.
Em que nós crescemos?
É importante lembrar que, como crentes, nós permanecemos na graça (ou favor) de Deus (ver Rm 5.2), e que nos foi pregado pelo apóstolo Pedro que crescêssemos em graça.
Graça, então, é o solo no qual os crentes são plantados, não o mundo – embora, se alguém julgasse pelos caminhos de alguns cristãos, poderia quase pensar que sim. Apesar de todos os crentes permanecerem na graça, muitos cercam a si mesmos com atmosfera mundana de tal modo que todo o processo é parado.
É muito fácil para nós abjurarmos o mundo de modo abstrato, enquanto fortemente nos entregamos a seus prazeres nos detalhes.
Para ilustrar isso. Algum tempo atrás, uma reunião de oração estava acontecendo. Considerável fervor era manifestado na reunião. Um homem começou a invocar a Deus. Em tom fervoroso ele clamou:
– Senhor, salva-nos do mundo!
– Amém! Amém – ecoou em alto coro de todas as partes do local.
Um momento de pausa. Então:
– Senhor, salva-nos do tabaco!
Silêncio mortal e ameaçador! Parecia ter matado a reunião.
Você pode desaprovar que se ore dessa maneira, mas isso mostra como é fácil orar para ser preservado do mundo de modo abstrato e apreciá-lo nos detalhes.
Lembre-se de que as vinhas de Salomão eram roubadas e estragadas pelas “raposinhas” (Ct 2.15). Havia muitas delas e, por serem pequenas, entravam nas vinhas sem atrair muita atenção.
Do mesmo modo, muitos cristãos sofrem por viver em uma atmosfera da lei. Eles vivem e andam, lêem e oram, servem e adoram mediante regras. Nenhum deles pode esperar crescer se ficar enclausurado em ferro rígido!
Quão doce é a liberdade que a graça dá! Refiro-me à liberdade, não à licenciosidade. Pois a graça que traz salvação também nos ensina “que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa e piamente” (Tt 2.12).
Vamos fincar nossas raízes profundamente na graça. Vamos nos expor a sua luz. Oh! O efeito de uma alma humilhada e subjugada por tal conhecimento, a despeito de tudo o que encontramos em nós mesmos, o doce e perfeito favor de Deus repousa sobre nós por causa de Cristo, e nada pode nos separar “do amor de Deus, que está em” – não em nós mesmos, mas em – “Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.39).
Como crescemos?
Ultimamente, muito tem sido dito em público sobre o aspecto físico decaído de milhares de crianças que frequentam a escola. A questão prática é: “O que deve ser feito?” O caso será resolvido dando a elas muito o que fazer em exercícios e atividades? Não, elas não tem energia ou vigor para tanto. Deve-se incluir alguma instrução sobre saúde nos estudos escolares, e ensiná-las como o corpo humano cresce, acrescentando célula a célula e tecido a tecido, o valor de diferentes alimentos e as leis que governam o processo de digestão?
Seis anos de estudos desse tipo não vão acrescentar muitos centímetros à estatura delas quanto seis meses de uma boa alimentação: refeições substanciais de comida adequada, quatro vezes por dia e sete dias por semana!
Se você quer crescer, então, selecione boa comida espiritual. Boa comida, lembre-se. Não novelas, literatura leviana ou outro lixo mundano. E digira isso. Invista tempo para meditar e pensar a respeito. Quando o boi rumina, geralmente se deita. Do mesmo modo, a digestão espiritual é grandemente favorecida por um pouco de quietude, com os joelhos dobrados em oração.
A comida do Cristão é, em uma palavra, Cristo: “crescendo no [ou pelo] conhecimento de Deus” (Cl 1.10) – e, como é em Cristo que Deus é conhecido por nós, Pedro afirma: “Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pd 3.18).
É bom conhecer sobre Ele, e tudo que nos ajuda nesse sentido é proveitoso, mas o ponto de suprema importância é conhecer o próprio Senhor Jesus Cristo, desfrutar aquela santa intimidade que é fruto do viver e do andar diários em Sua presença. Mesmo aqui na terra, estar
“Perto de Sua confiável companhia
em divina comunhão”.
Então, pouco a pouco, devemos descobrir Sua multifacetada glória, e apreciar as várias características nas quais Ele permanece relacionado a nós. Nas linhas seguintes, vamos tentar sugerir um pouco delas.
O começo de nosso conhecimento de Jesus é como
Salvador, para libertar.
Para o pecador ansioso, sobrecarregado com culpa, lamentando sob o pecado e tremendo diante da morte e do julgamento, Jesus se destaca como Salvador. Ele lutou com o pecado; Ele morreu e ressuscitou. Quão perfeito e atraente Ele é! Não admira que o recém-perdoado pecador não se preocupe com mais ninguém e com nada mais.
Você pode olhar para trás, para o momento em que experimentou a alegria da salvação, como os israelitas fizeram, quando estavam na outra margem da inundação de julgamento do Mar Vermelho: eles cantaram, dizendo: “Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou […] O Senhor é a minha força e o meu cântico; Ele me foi por salvação” (Êx 15.1,2)? Ou como ocorreu com Israel séculos depois, quando Davi encontrou Golias, de Gate, e, em nome de Jeová, forjou a libertação? Então, a terrível tensão e o horrível suspense terminaram. Uma emoção poderosa percorreu os que assistiam, e “os homens de Israel e Judá se levantaram e jubilaram” (1Sm 17.52).
Foi assim conosco. Nós fomos libertados. Nossos dias de murmuração e suspense acabaram. A vitória foi conquistada, e Jesus vive! E, apesar de talvez anos terem se passado desde quando O conhecemos, a emoção daquele momento está em nosso coração ainda hoje.
Nós não vamos muito longe sem antes ver o mesmo Jesus em outra característica. Ele é
Senhor, para comandar.
O evangelho, claro, no-Lo apresenta como Senhor (2Co 4.5). Nós não apenas cremos com o coração para a justiça, mas também com a boca O confessamos como Senhor para a salvação (Rm 10.9,10). Mas algum pouco tempo se passa antes que nós percebamos o que isso significa.
Jesus está no lugar de autoridade. É Dele o comando, e nossa, a prazerosa obediência, e isso significa render nossa vontade a Ele.
A conversão do apóstolo Paulo foi a ideal. Ele muito rapidamente alcançou o ponto de se render (ver At 9.5,6). Ele estava na poeira da estrada para Damasco quando reconheceu Jesus como seu Senhor, e sua vida toda foi transformada. Muitos de nós ficam muito atrás dele. Ainda assim, todos temos de chegar a esse ponto.
Estávamos conversando com um jovem cristão outro dia, e, durante a conversa, ele se referia muitas vezes aos “dias de outrora”, quando ele era um crente mundano, negligente, tendo apenas um apático interesse pelas coisas de Deus. Ele disse: “Eu realmente cri no Senhor Jesus Cristo para o perdão de meus pecados, e, se eu tivesse morrido, tenho certeza de que iria para o céu.”
Entretanto, aqueles foram os “dias de outrora”, pois um novo dia amanheceu com a descoberta de que Jesus era seu Senhor, um Mestre pelo qual viver e a quem servir. Ao colocar-se sob essa nova postura, uma grande alteração tomou lugar. Ele era um homem diferente.
Esse novo dia já amanheceu em sua história? Se não, que venha rapidamente! Ele está bem no comecinho da vida cristã.
Um dos primeiros resultados de um genuíno reconhecimento do senhorio de Cristo é que o convertido mergulha em um bocado de problemas e de exercício da alma, uma vez que seus muitos esforços para fazer a vontade de seu novo Mestre, recentemente encontrado, o levam a estar em conflito com a própria vontade.
Três coisas, pelo menos, devem ser aprendidas.
Primeira: a verdadeira natureza da carne (i. e., a velha natureza má ainda dentro de nós), irremediavelmente má. “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.18). Se não há “bem algum”, então, nem mesmo um bom desejo será encontrado lá. No entanto, quanto tempo leva ainda para a maioria de nós abandonar qualquer expectativa de bem, ou mesmo de melhora, iniciado do interior.
Segunda: o terrível poder da carne. Esse poder – embora, de fato, tenhamos nascido de novo e, assim, possuindo uma nova natureza – não nos capacita a vencê-la. Vemos um homem dizendo: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” (v. 19). Ele desejava o bem, provando a existência da nova natureza dentro dele, mas tal era o poder da velha natureza que superava a nova, levando-o ao cativeiro (v. 23) e fazendo dele um homem completamente miserável (v. 24).
Você supostamente começou a viver uma valorosa vida cristã para o Senhor, apenas para se encontrar derrotado, não por inimigos gigantes exteriores, mas pela traidora “carne” que está dentro de você?
Essa é, então, a lição que você está aprendendo.
Terceira: o que Deus fez em relação à carne na cruz de nosso Senhor, Jesus Cristo. “Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (8.3). Que alívio é conhecer isso! Deus agora trata a carne como uma coisa condenada, e fez isso com ela. Só nos resta alinhar-nos com Deus e, de nosso lado, tratá-la como coisa condenada e acabada. Isso nós podemos fazer, pois, por termos crido em Jesus, recebemos o Espírito Santo, o novo poder, e Ele é mais do que um mero adversário para o poder da carne.
Liderados pelo Espírito Santo, levantamos os olhos para o céu, e Jesus agora se torna para nós
Um objetivo, para controlar.
E este é o verdadeiro segredo do crente ser libertado, de modo prático, do poder do mundo, da carne e do diabo.
Satanás, o astuto adversário e acusador final, ocupa seu tempo em atacar a fé dos santos (ver 2Co 11.3; 1Ts 3.5; 1Pd 5.9) e, conseqüentemente, para enfrentá-lo o escudo da fé é necessário (Ef 6.16).
A carne nos supre com todos os desejos mais baixos, os quais cada um de nós conhece muito bem, assim como com qualquer outro desejo que não está de acordo com a vontade de Deus.
O mundo – o gigantesco sistema ao nosso redor, no qual Satanás e o homem têm trabalhado entre si na vã esperança de torná-lo o mais feliz e contente sem Deus –, como na grande “Feira das vaidades” de Bunyan, contém atrações adequadas para cada gosto e temperamento, e todas apelando para os desejos da carne dentro de nós.
Embora livros possam ser bem escritos sobre como o crente se liberta desse triplo inimigo, e o caminho para isso, essa liberdade mesma é simples e docemente desfrutada por aqueles que, tendo aprendido o suficiente sobre o mundo e sobre si mesmos para estarem enojados de ambos, voltam para Jesus e encontram Nele
“O Objetivo brilhante e adequado
para preencher e satisfazer o coração.”
(Jim Elliot, em seu diário)
Jesus é isto para sua alma: um Objetivo para amar e pelo qual viver? Paulo disse: “Porque a lei [ou controle] do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei [ou controle] do pecado e da morte” (Rm 8.2).
Uma impressionante ilustração do poder de um objetivo para controlar ocorreu quando o primeiro avião militar fez um vôo de teste ao redor de Londres. Durante a breve hora que pairava sobre a metrópole, ele se tornou o objetivo de milhões de pares de olhos. Tudo o mais foi esquecido. A última moda perdeu sua atração, lojas ficaram desertas, jantares esfriaram. Alinhados homens de negócios largaram a caneta e estudantes largaram seus livros. Todo mundo parou e olhou fixamente para esse novo objetivo no céu e, naquele instante, foram claramente libertados de sua vida ordinária.
De qualquer modo, foi a novidade da coisa que atraiu. Não é assim com Jesus. Quem O tem amado há mais tempo e O conhece melhor sente Suas benditas e permanentes atrações. Em síntese: está tudo centralizado em Seu poderoso e eterno amor. Assim como um poderoso ímã extrairá uma agulha de um monte de serragem, o amor magnético de Jesus irá libertar uma alma de qualquer montanha de lixo mundano e carnal. Que Deus atraia tanto os leitores quanto o escritor para esse poder cada vez mais.
Se tudo isso for mantido, devemos conhecer e apreciar o Senhor Jesus em outra característica, que é
Sumo sacerdote, para sustentar.
Há muitos bons cristãos que querem ser mais devotados, ou viver “a vida mais elevada”. Mas, apesar dos desejos serem bons, suas circunstâncias são um desafio e os resultados são pobres. Você é um deles?
Possivelmente você está familiarizado com a Epístola de Hebreus e, assim sendo, sabe que Jesus é seu grande Sumo Sacerdote no céu (4.14), mas a questão é: Você, de modo real e prático, O conhece como seu grande Sumo Sacerdote, que sustenta sua alma dia a dia, no meio de tantas provas e dificuldades da vida?
Somente aqueles cujo rosto está voltado na direção certa podem esperar a ajuda do Sacerdote. Ajudar um homem no caminho errado não é, de fato, ajudar. Consequentemente, o crente descuidado e de mente mundana não receberá a ajuda do Sacerdote; ele precisa dos serviços de Jesus como Advogado para tocar-lhe a consciência e endireitá-lo. O crente de mente sincera, que, de coração, reconhece Jesus como Senhor e O ama como Objetivo, tanto precisará disso quanto o obterá, tendo por resultado não apenas ser levado em segurança para o céu mais tarde, mas também levado ao Santo dos Santos (i. e., a conscientemente percebida presença de Deus) agora (10.19-22)
Nada que possa ser dito sobre o assunto, entretanto, nos dará uma percepção da graça e do poder de Jesus como nosso Sumo Sacerdote maior do que a dada por uma pequena experiência prática, ganha em nos voltarmos para Ele em momentos de dificuldade e necessidade. Portanto, guardemos bem a exortação. “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (4.16).
Tudo isso nos ensinará a olhar alegremente para o Senhor Jesus como
A Cabeça, para direcionar.
Cristo é a cabeça da Igreja, assim como o marido é a cabeça da esposa (Ef 5.23). Dele, também, como Cabeça, vem todo o alimento e suprimento para Seu corpo (4.15,16).
Sabedoria, direção e nutrição são necessidades diárias, e o suprimento delas não está em nós, mas Nele. Como cabeça, Ele é a fonte superabundante de tudo. Estar “ligado à cabeça” (Cl 2.19) é apreciá-Lo e apegar-se a Ele como tal, e, desse modo, realmente encontrar Nele aquilo que nos faz gratamente independentes da sabedoria dos homens no caminho do racionalismo (v. 8) e de sua religião no caminho do ritualismo (vv. 20-23).
Cristo é tudo e, assim, Ele se torna tudo no coração do crente. Fora Dele, nada há.
Uma palavra de alerta. Não pense que cada um desses passos no conhecimento de Cristo existe separadamente. Eles estão intimamente ligados, e, com freqüência, se fundem um em outro na história do cristão. O grande final é que podemos estar completamente firmados, não sendo mais crianças, mas homens totalmente crescidos, com Cristo sendo tudo para nós.
A leitura da Bíblia, com regularidade e sinceridade, é o grande segredo para alguém permanecer firme na fé.
Aqueles que buscam felicidade somente nesta vida, e desprezam a religião da Bíblia, não têm idéia do verdadeiro conforto que estão perdendo.
Livre-se para sempre da vã idéia de que, se um crente não está crescendo na graça, isso não é culpa dele.
Seus pecados não são perdoados por aquilo que você é ou espera ser nem por causa de qualquer coisa que você fez ou sofreu; você está perdoado por causa do nome de Cristo, e todos os santos de Deus podem dizer o mesmo.
Eu peço aos que lêem esta mensagem hoje que considerem bem o que eu estou dizendo. Você vai para a igreja do sr. A ou B; você o considera um pregador excelente; você se deleita com seus sermões; você não consegue ouvir nenhum outro com o mesmo conforto; você aprendeu muitas coisas desde que começou a participar de seu ministério; você considera um privilégio ser um de seus ouvintes. Tudo isso é muito bom. É um privilégio. Eu seria grato se ministros como o seu fossem multiplicados. Mas, afinal de contas, o que você recebeu no coração? Você já recebeu o Espírito Santo? Se não, você não é melhor que a esposa de Ló.
Eu peço a Deus que todos os cristãos professos destes dias apliquem essas coisas ao coração. Que nós nunca esqueçamos que os privilégios sozinhos não podem nos salvar. Luz e conhecimento, pregações fiéis, meios abundantes de graça e a companhia de pessoas santas são todos grandes bênçãos e vantagens. Felizes aqueles que os têm! Mas, no final de tudo, há uma coisa sem a qual privilégios são inúteis: a graça do Espírito Santo. A esposa de Ló teve muitos privilégios, mas não teve a graça de Deus em seu coração.
A falta de tranqüilidade é uma das grandes características do mundo. A pressa, o vexame, o fracasso e os desapontamentos nos confrontam por todos os lados. Mas há esperança. Existe uma arca de refúgio para o cansado, tal como houve para a pomba solta por Noé. Em Cristo encontramos descanso ― descanso para a consciência e para o coração, descanso fundamentado no perdão de todo pecado, descanso que é resultado da paz com Deus.
Precisamos ter cuidado em não murmurar quando passamos por tempos de aflição. Devemos conservar na mente o fato de que, em cada tristeza que nos sobrevém, há um significado, uma razão e um recado de Deus para nós.
Jó pensou que conhecia seu coração, mas a aflição veio e ele descobriu que não o conhecia. Davi pensou que conhecia seu coração, mas ele aprendeu pela amarga experiência quão tristemente ele estava enganado. Pedro pensou que conhecia seu coração, e em pouco tempo estava se arrependendo em lágrimas. Oh, orem, amados, se amam a própria alma, orem por alguma compreensão da própria corrupção de vocês; os mais santos de Deus nunca perceberam completamente a extrema pecaminosidade do velho homem que estava neles.
John Charles Ryle nasceu em Macclesfield, na Inglaterra. Foi regenerado no ano de 1838, enquanto ouvia a leitura de Efésios 2 em uma capela de Oxford. Ele concluiu os estudos e pretendia seguir carreira nos negócios da família; no entanto, em 1841, o banco de seu pai faliu, deixando os Ryles em estado de pobreza e miséria. Durante essa fase, ele foi ordenado ao ministério em Winchester. Mesmo vivendo em um contexto político-religioso difícil e pertencendo a uma igreja estatal, J. C. Ryle exerceu um ministério muito vigoroso, pastoreando com fidelidade e dedicação. Durante seu pastorado, foram construídos quarenta locais de reunião, bem como construiu diversas capelas e escolas. J. C. Ryle, no período em que viveu, foi considerado um homem famoso, notável e amável, um campeão e expoente da fé evangélica reformada. Certa vez, Charles Spurgeon teceu o seguinte comentário sobre Ryle: “Ele é o melhor homem da Igreja da Inglaterra”. J. C. Ryle foi uma voz solitária clamando no deserto do conflito da religião estatal com o anglo-catolicismo. Em 1899, resolveu demitir-se do bispado, falecendo com 83 anos em junho de 1900.