O caminho para uma nova unção de poder, tanto individual como coletiva, poderia ser como segue: em primeiro lugar, renunciar a todo pecado conhecido; em segundo lugar, confessar com pesar por termos fracassado, lamentavelmente, satisfeitos por longos anos com o status quo; em terceiro lugar, buscar a face do Senhor em fervorosa oração; e, finalmente, estudar diligentemente a Bíblia, a fim de descobrir as promessas de Deus para esta geração perdida e para as necessidades das igrejas.
(Leonard Ravenhill)
Se você parar de buscar satisfação em Deus, você vai parar de amar as pessoas.
(John Piper)
Se realmente conhecemos a Cristo como nosso Salvador, nosso coração é quebrantado, não pode ser duro, e não podemos negar o perdão.
(Martyn Lloyd-Jones)
Em todos os nossos pensamentos acerca de Cristo, nunca esqueçamos de Sua segunda vinda.
(J. C. Ryle)
A felicidade não consiste em possuir aquelas coisas que não podem consolar a um homem em seu leito de morte.
(Thomas Brooks)
Os que se afastam de Deus nunca podem achar repouso em nenhuma outra parte.
(Mathew Henry)
Ouvir mandamentos e deixar de lhes obedecer é infinitamente pior do que nunca os ter ouvido, especialmente à luz do iminente retorno de Cristo e Seu juízo vindouro.
Ah, se pudéssemos sentir-nos mais preocupados com o estado de inanição em que se encontra hoje a causa de Cristo na terra, com os avanços do inimigo em Sião e com a devastação que o diabo tem efetuado nele! Mas infelizmente um espírito de indiferença vem imobilizando muitos de nós.
(A.W. Pink)
Dá-me o tipo de amor que segue à frente de todos, a fé que não desanima à vista de nada, a esperança que não morre mesmo sofrendo decepções, o fervor que arde como fogo. Que eu nunca fique estagnada como um torrão no chão. Torna-me o Teu combustível, Chama Divina!
(Amy Carmichael)
Como você tem reagido nas horas de aflição? Você está bebendo da taça do tremor, sentindo-se débil, sem poder para resistir ao inimigo? É hora de sacudir as amarras pesadas e levantar mãos santas em louvor a seu Redentor. Você está livre, não importa qual seja a prova – então, alegre-se e se regozije, sabendo que o Quarto Homem está na fornalha com você. Cristo se revelará em seu sofrimento, e o fogo queimará todas essas cordas que lhe atam.
(David Wilkerson)
Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para lutar contra ele, e por isso procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de arregimentar.
(Richard Sibbes)
O principal requisito de um missionário não é, como temos ouvido tantas vezes, ter paixão pelos perdidos, mas ter amor por Cristo.
(Vance Havner)
A natureza da salvação de Cristo é deploravelmente deturpada pelos evangelistas de hoje. Eles anunciam um Salvador do inferno em vez de um Salvador do pecado. E é por isso que muitos são fatalmente enganados, pois há multidões que desejam escapar do lago de fogo que não têm nenhum desejo de ficar livres de sua carnalidade e de seu mundanismo.
(A. W. Pink)
As riquezas do ministério na Palavra serão proporcionais às provações pelas quais passarmos. Somente podemos dispensar aos filhos de Deus aquilo que tivermos ganho pela experiência. Somente podemos transmitir a eles o que efetivamente aprendemos do próprio Deus.
Se eu não tiver compaixão de meus colegas, como o Senhor teve compaixão de mim, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se posso ferir o outro ao falar a verdade, mas sem me preparar espiritualmente e sem sentir mais dor do que o outro, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se os elogios dos outros me alegram demais e as acusações me deprimem; se não posso passar por mal-entendidos sem me defender; se gosto de ser amada mais do que de amar, de ser servida mais do que de servir, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se quero ser conhecida como quem acertou em uma decisão ou como quem a sugeriu, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se eu ficar no lugar que pertence apenas a Jesus, fazendo-me necessária demais para uma pessoa, em vez de levá-la a se agarrar Nele, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se eu me recusar a ser um grão de trigo que cai na terra e morre, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se eu quero qualquer lugar no mundo a não estar no pó ao pé da cruz, então, não conheço nada do amor do Calvário.
Se me ressinto com aqueles que, segundo meu parecer, me censuram injustamente, esquecendo que, se me conhecessem tanto como eu, me censurariam muito mais, então, não conheço nada do amor do Calvário.
A história da vida de Amy Carmichael foi descrita pelo autor da sua biografia como “A história de uma amante e seu Amado”. Um escritor cristão disse a seu respeito: “A santa enferma, um soldado da Índia”. Ela conheceu o caminho do sofrimento, levando indiscutivelmente em seu corpo as marcas do Senhor Jesus.
A autora foi a primeira missionária enviada à Índia pela Convenção de Keswick, da Inglaterra. Tendo passado quase a vida inteira naquele país, o brilho do grande amor de Deus irradiou-se por meio de todo o seu ser. Se for perguntado a seus “filhos”, aos membros da “Dohnavur Fellowship”, o que mais os impressionou em Amy Carmichael, a resposta é sempre a mesma: “Seu amor”.
(Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
Ao ser exaltado, Cristo governa sobre todos os assuntos do mundo para Sua própria glória. A chave do governo foi colocada sobre Seus ombros. Mas será que Cristo, tão altamente assentado e com todo poder no céu e na terra, não cuidaria de Seus eleitos e não tomaria as mais impressionantes providências para o bem de Sua Igreja?
Em um relógio, as engrenagens se movem umas contra as outras, mas todas fazem o relógio funcionar. Assim é Cristo à direita do Pai: Ele fará com que todas as providências bem encaixadas contribuam para a salvação de Sua Igreja.
Embora Jesus Cristo esteja tão altamente exaltado na glória, não esqueceu de nós na terra. Alguns, quando elevados a lugares de honra, esquecem seus amigos. O copeiro-chefe esqueceu o pobre José que estava na prisão (Gn 40.23); mas não é assim com Cristo. Embora exaltado nos céus, não esqueceu de nós na terra. Nosso Sumo sacerdote tem todos os nomes e as necessidades de Seu povo escritos em Seu peitoral.
Você é tentado? Ainda que Cristo esteja na glória, Ele sabe ajudar e mostrar misericórdia, porque não temos um Sumo sacerdote que não possa se compadecer de nossas fraquezas (Hb 4.15). Você sofre por causa do pecado? Cristo ouve seus suspiros e recolhe suas lágrimas.
“Rogo-Te que me faças saber o Teu caminho, e conhecer-Te-ei […] Irá a Minha presença contigo para te fazer descansar” (Êx 33.13,14).
Essa é a palavra perfeita para a nova jornada de hoje. À noite, seremos um marco mais próximo a ser alcançado pelo viajante, quando
“[…] sobre as linhas tremulantes do deserto Ele avista, de longe, a cidade; De dia, como uma pérola polida ela brilha, De noite, como uma estrela cintila”.
Que perda irredimível é gastarmos as horas de um dia por tê-las vivido sem ter enxergado o caminho para que pudéssemos conhecê-Lo; ou ficarmos tão perturbados com a pequena aspereza da estrada e não conseguirmos servi-Lo com uma mente tranqüila; ou ficarmos tão agastados pelos ventos tempestuosos que não conseguimos contemplar […] a glória do Senhor.
Creio que deve ser nossa consciência dessa possibilidade que transforma as palavras lidas no que elas são para nós. Nós as lemos uma vez e outra e bebemos, de seus poços profundos, uma coragem nova e um novo conforto: “Minha presença irá contigo” – “até mesmo contigo, fraco como tu és em ti mesmo, desapontador como tu és para ti mesmo e para outros” – “para te fazer descansar”.
Fonte: extinta revista À Maturidade – primavera de 1993
Se você não deseja santidade, não vejo que tenha qualquer direito de pensar que é cristão.
(Martyn Lloyd-Jones)
É difícil ver como o cristianismo pode ter um efeito positivo na sociedade, se não pode transformar sua própria casa.
(John F. MacArthur Jr.)
É possível falar de amor pelos homens de tal maneira que Deus sai de cena. É possível começar a justificar sua vida unicamente na base do quão “bom” você é para os homens. E, gradualmente, a diferença entre um cristão e a falsa ética humanista desaparece. Não porque o humanismo tornou-se centrado em Deus, mas porque o cristão tornou-se o centro de tudo.
(John Piper)
Satanás ofereceu a Adão um fruto, e Adão perdeu o paraíso. Por isso, em todas as tentações considere não o que ele oferece , mas o que você vai perder.
(Richard Sibbes)
Ah, que alegria é ter nada, ser nada e ver nada além de um Cristo vivo em glória e não se importar com nada além de Seus interesses aqui na terra!
(John Nelson Darby)
Não perguntamos: “Cristo é seu Salvador?”, mas: “Ele é real e verdadeiramente seu Senhor?” Se Ele não for seu Senhor, então, com a mais absoluta certeza, Ele não é seu Salvador.
(A.W. Pink)
É bom desmascarar nossos pecados, para que eles não nos desmascarem.
Essa heresia consiste não tanto em rejeitar, mas em selecionar. O herético simplesmente seleciona as partes das Escrituras que pretende enfatizar e deixa de lado o resto. A etimologia da palavra heresia mostra isso, e também a prática do herético prova o fato.
Certo escritor do século 14 alertou seus leitores no prefácio de um livro: “Cuidado para não adotar alguma coisa de que você gosta, deixando outra de lado, pois é isso que o herético faz. Mas considere tanto uma coisa como a outra.”
O velho escriba sabia muito bem como somos propensos a adotar as partes da verdade que nos agradam e a desconsiderar as outras partes. E isso é heresia.
Quase todo tipo de seita que conhecemos pratica essa arte de selecionar e desconsiderar. As seitas que afirmam não existir inferno, por exemplo, normalmente enfatizam tudo na Bíblia que parece apoiar a posição delas e subestimam ou explicam a seu modo todas as passagens que tratam do castigo eterno.
Mas faremos bem se dermos uma boa olhada naquilo que nós mesmos fazemos. A tendência para a heresia não está restrita às seitas. Por natureza, todos somos heréticos. Nós que nos consideramos doutrinariamente ortodoxos talvez na prática sejamos heréticos de alguma forma. Podemos inconscientemente escolher e dar especial atenção aos textos bíblicos que nos confortam e encorajam e passar por cima dos textos que nos repreendem e alertam. É tão fácil cair nessa armadilha que talvez estejamos nela mesmo sem saber.
Considere por exemplo, uma Bíblia sublinhada. Pode ser uma experiência esclarecedora espiar uma delas às vezes e ver como o dono grifou quase apenas as passagens que o consolam ou que apoiam seus pontos de vista doutrinários.
Em geral, gostamos dos versículos que nos tranquilizam e nos esquivamos daqueles que nos perturbam. Sem dúvida, Deus nos acompanha até onde pode nessa forma deficiente e unilateral de tratar as Sagradas Escrituras, mas Ele não pode agradar-se dessa nossa maneira de agir. Nosso Pai Celestial se agrada de ver-nos desenvolver e crescer espiritualmente. Ele não deseja que vivamos com uma dieta unicamente de coisas doces.
Ele nos dá Isaías 41 para nosso encorajamento, mas também nos dá Mateus 23 e o livro de Judas, e espera que leiamos tudo. O capítulo 8 de Romanos é uma das passagens mais encorajadoras de toda a Bíblia, e sua aceitação por parte de todos é bem merecida; mas nós precisamos também da Segunda Epístola de Pedro, e não deveríamos deixar de lê-la. Quando lemos as epístolas de Paulo, não devemos parar nas seções doutrinárias, mas precisamos avançar, lendo as saudáveis exortações que vêm depois e meditando nelas. Não devemos parar em Romanos 11; o resto da epístola também é importante e, se queremos tratar nossa alma corretamente, temos de dar-lhe a mesma atenção que demos aos primeiros dez capítulos.
Em suma, a saúde de nossa alma requer que consideremos a Bíblia toda como ela é e permitamos que ela faça sua obra em nós. Não podemos ser seletivos com algo tão importante como a Palavra de Deus e nosso próprio futuro eterno.
(Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
Os pontos da história de Esaú a serem considerados são:
Esaú, por ser o filho primogênito, obteve por direito de nascimento os privilégios antes descritos como pertencentes ao primogênito. Ele não teve de conquistá-los ou comprá-los. Eles foram unidos a ele por nascimento, de acordo com a vontade de Deus. Entretanto, era sua obrigação retê-los. Esaú, porém, os considerou de tão pequeno valor que logo os negociou, trocando-os por uma gratificação passageira ao paladar. Não se tratava de dificuldade em obter qualquer outro tipo de alimento, pois ele havia chegado ao acampamento. O fato, como registrado por Deus, foi que ele desprezou o seu direito de primogenitura. Embora mais tarde, estando arrependido de sua estupidez, Esaú constatou ser impossível reverter seu próprio ato, ou mudar a mente de seu pai, no tocante a assegurar a benção mais rica que acompanhava a posse dos direitos da primogenitura.
Acreditamos ser simplesmente impossível que Esaú seja oferecido como advertência para o falso professo da fé, que não está realmente em Cristo Jesus. Isso porque Esaú era filho legitimo de Isque, e não um bastardo ou estrangeiro. Ele obteve legalmente os direitos do primogênito, não sendo um falso reclamante. Mesmo depois da perda desses direitos, seu pai o abençoou tão plenamente quanto possível, embora não lhe pudesse restituir a prioridade que ele próprio havia lançado fora. Ele não perdeu aquelas coisas que teriam feito dele uma possível representação de alguém finalmente perdido, isto é, a vida ou a filiação. Mas ele perdeu sua dignidade superior e seus privilégios.
Nenhuma dessas condições é preenchida numa pessoa não-regenerada, a despeito de quão razoável e contínua seja sua declaração de ser cristã. Pessoas assim não são filhos de Deus de modo nenhum; não serão de maneira nenhuma abençoados, e sim reprovados, não possuindo, ou melhor, não tendo possuído a vida eterna, mas sendo “filhos da ira, como os demais”. Os dois casos são totalmente diferentes; porém, o caso de Esaú mais precisamente corresponde aos genuínos cristãos caso, a que ele é aqui aplicado. “Tendo cuidado de que ninguém […]”, diz a Escritura, “seja devasso ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura”. E depois, num parágrafo diretamente ligado por uma partícula àquela advertência, é acrescentada a seguinte declaração: “Mas chegastes [vós que sois assim advertidos] […] à universal assembléia, à igreja dos primogênitos” (Hb 12.15,16,22,23). De modo que a advertência é dada àqueles que possuem direitos semelhantes na família e na esfera celestiais. A esses pode ela ter tal força. Advertir alguém contra a perda de algo que não possui é uma futilidade, que não nos atrevemos a atribuir ao Espirito do Senhor.
Mas verdadeiros crentes, nascidos de Deus e chamados para Seu reino e glória, preenchem os fatos no caso de Esaú. Tais pessoas são verdadeiramente filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, primogênitos de Sua família e possuem os direitos da primogenitura. Eles não têm de ganhá-los, comprá-los ou conquistá-los. Esses direitos são, em sua totalidade, um direito da primogenitura pela graça soberana do Senhor. Mas os filhos têm de valorizá-los e conservá-los, e são advertidos com respeito à perda deles. Sua filiação é inalienável e sua vida eterna não é passível de perda, não sendo depositada e guardada por eles, por sua conta e risco, mas “oculta juntamente com Cristo em Deus” (Cl 3.3). Se os cristãos estiverem certos de que tudo, tudo está garantido, grande será o perigo de permitir um descuido sutil de coração. Porém, se a retenção destes altos privilégios foi condicionada a nosso caminhar, forte é a motivação para avançarmos até a perfeição.
A perda dos direitos da primogenitura é mais indicada e enfatizada na história de Rúben. Sendo o filho primogênito de Jacó, essa honra era dele; mas, por se submeter aos desejos sensuais não naturais, lhe foi tirada (1Cr 5.1) e foi dada, quanto ao território, aos filhos de José, o qual recebeu em seus filhos a porção dobrada; a soberania coube à tribo de Judá na pessoa de Davi e seus filhos, incluindo o Messias; e o sacerdócio, a Levi. Isso estava na mente do escritor quando ele especificou em nossa passagem o pecado de fornicação?
Todavia, Rúben permaneceu na família e foi abençoado em medida; mas, ao mostrar que os direitos em questão uma vez perdidos não podem ser recuperados, deve-se lembrar que, nos dias do reino vindouro, a situação ocasionada pelo mal comportamento de Rúben será mantida: o Rei virá da casa de Judá, o sacerdócio em Israel será da família de Zadoque, o levita (Ez 48.11) e Efraim e Manassés possuirão a porção dobrada. Essas coisas Rúben perdeu para sempre, ainda que permanecendo na casa de Israel e partilhando de uma porção, sendo essa comum, e não de grau especial. Todas essas coisas são vistas comparando-se as declarações finais e proféticas de Jacó (Gn 49.1-4) e as de Moisés (Dt 33.6); pois, Jacó declarou que a dignidade do primogênito com sua posição de superioridade e poder pertencia a Rúben; todavia não seria dele nem nos últimos dias. Moisés garantiu vida para a tribo e nada mais: “Viva Rúben e não morra; e não sejam poucos os seus homens”.
A transferência do direito da primogenitura também é mostrado em 1Crônicas 26.10. No início desse capítulo nos é relatado um acontecimento ocorrido na família levita, trazendo a lição para nós, que somos chamados ao serviço celeste, tipificado pelo serviço no tabernáculo.
O principal tema dessa passagem em Hebreus, e na verdade de toda a carta, é resumido nas palavras de 12.28: “Recebendo um reino”. O assunto em questão é esse, e não a segurança da salvação em relação à perdição eterna. A epístola pressupõe que o benefício da salvação eterna está seguro desde o início aos considerados “santos irmãos participantes da vocação celestial” (3.1). Portanto, sendo essa chamada um privilégio pela graça de Deus em Cristo, não devemos “nos desviar Daquele que dos céus nos adverte”; isto é, Aquele que nos adverte com histórias como a de Esaú e de outros, pois, existindo no final um tremor, removamos todas as coisas abaláveis, para que somente as inabaláveis e eternas permaneçam.
Para a glória do soberano no reino, iniciando-se no milênio e prosseguindo eternamente, é que somos chamados. Devemos, então, pela graça de Deus, servir de maneira aceitável ao Deus da graça, esforçando-nos por Ele e cumprindo toda a Sua vontade, não em vaidade carnal, como se pouco importasse como vivemos e servimos, mas com “reverência e santo temor, porque o nosso Deus é fogo consumidor”, como muitos de Seu povo tem presenciado.
Clique aqui para ver o primeiro artigo desta série.
“Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (Jo 14.6).
Freqüentemente escutamos a experiência de outros e sentimos sua preciosidade, mas vemos apenas um método que outra pessoa tocou em vez de vermos o Senhor. Como resultado, sofremos derrota após derrota. A principal razão é não conhecermos o Senhor como o caminho.
Procuremos entender que crer na pessoa do Senhor e crer em uma fórmula são duas propostas totalmente diferentes. Pela graça de Deus, o cristão tem os olhos abertos para ver que tipo de pessoa é; por essa razão põe a si mesmo de lado e crê no Senhor, confiando Nele para fazer em seu interior o que ele mesmo não pode fazer. Como conseqüência, ele obtêm liberdade e está plenamente satisfeito diante de Deus.
Mais tarde, entretanto, outra pessoa se interessa por Cristo por intermédio dele. Depois de ouvir o testemunho da primeira pessoa, esta também pede a Deus para iluminá-la a fim de que possa conhecer que é um homem inútil. Ela também aprende a crer em Deus e a humildemente abandonar a si mesma. Ainda assim estranhamente percebe que não recebeu a libertação como na experiência da outra pessoa. Qual é a explicação para isso?
É porque o primeiro irmão tem fé viva que o habilita a tocar o Senhor tanto quanto a crer em Deus, enquanto o segundo irmão não tem fé, mas somente uma “fórmula de fé copiada”; portanto não encontrou Deus. Resumindo, o que este segundo irmão tem é um método, não o Senhor. Um método não tem poder nem eficácia; por não ser Cristo, é simplesmente uma coisa morta.
Por essa razão, então, devemos, após ouvir uma mensagem ou um testemunho, examinar-nos a fim de saber se encontramos o Senhor ou meramente entendemos um método. Não há libertação no conhecimento de um método como há no conhecimento do Senhor. Ouvir como Ele ajuda outros não irá nos salvar. Somente nossa confiança no Senhor é eficaz. As palavras em ambos casos podem nos parecer as mesmas, mas as realidades são completamente diferentes. O Senhor é o Senhor da vida. Qualquer um que O toque toca a vida. Somente tocar o Senhor pode dar vida.
(Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
Existem dois exemplos clássicos na Palavra de Deus concernentes à perda dos direitos pertencentes ao primogênito: um se encontra na história de Esaú e outro, na de Rúben.
Rúben e o direito de primogenitura
Rúben, o primogênito de Jacó estava para herdar o direito da primogenitura. Mas, por causa de um grave pecado cometido, Rúben perdeu esse direito. O pecado de Rúben que resultou na perda de seus direitos foi uma impropriedade sexual de tal natureza que desonrou e envergonhou o pai: “Foi Rúben e se deitou com Bila, concubina de seu pai” (Gn 35.22).
Por causa desse pecado, anos mais tarde, quando Jacó chamou a sua presença os doze filhos, pouco tempo antes de sua morte, para relatar o que deveria acontecer a eles “nos últimos dias”, Rúben ouviu as seguintes palavras: “Rúben, tu és o meu primogênito, minha força, e as primícias do meu vigor, o mais excelente em altivez e o mais excelente em poder. Impetuoso como a águia, não serás o mais excelente, porque subiste ao leito de teu pai e o profanaste; subiste à minha cama” (49.3,4). A tribo de Rúben, como Jacó profetizou, não se sobressaiu. De sua tribo não veio juiz, rei ou profeta. O que Rúben perdeu, perdeu para sempre. Mas ele mesmo permaneceu como filho de Jacó e foi abençoado em certa medida, mas não como primogênito.
O direito da primogenitura de Rúben foi dividido entre três de seus irmãos. O reino foi outorgado a Judá; o serviço sacerdotal, a Levi; e a porção dobrada foi concedida a José. A tribo de Judá tornou-se a linhagem real; a tribo de Levi, a linhagem sacerdotal; e a tribo de José recebeu a porção dobrada por intermédio de seus dois filhos, Efraim e Manassés, os quais receberam a herança (1Cr 5,1,2).
Durante o milênio, a condição criada pelo pecado de Rúben irá permanecer. O rei será da casa de Judá (Ap 5.5), o sacerdote, da família de Zadoque, o levita (Ez 44.15,16; 48.11), e a porção dobrada será possuída pela casa de José graças a Efraim e Manassés (Ez 47.13; 48.4,5).
Esaú e o direito de primogenitura
Esaú, assim como Rúben, perdeu seu direito de primogenitura. Na história de Esaú, toda a herança foi para seu irmão mais novo, Jacó. Esaú perdeu o direito de primogenitura para satisfazer a um prazer da carne. Ele vendeu seus privilégios a Jacó por um simples prato de lentilhas (Gn 25.27-34).
Visto que o direito da primogenitura havia sido prometido a Jacó (v. 23), alguns duvidam que Esaú realmente o possuíra. Entretanto, Esaú não foi apenas um pretendente a ele. No original grego, a palavra “vendeu” encontrada em Hebreus 12.16 implica que o objeto vendido pertencia somente a Esaú, e que ele estava perfeitamente cônscio de suas ações quando vendeu o direito de primogenitura a Jacó.
Em Gênesis 25.34 lemos que Esaú “desprezou” seu direito de primogenitura. No grego, na versão Septuaginta do Antigo Testamento, a palavra “desprezou” significa que Esaú considerou como insignificante e uma ninharia o direito de primogenitura. Ele o julgou de pouco valor e o vendeu convicto de que estava vendendo algo sem valor real. Só mais tarde, muito mais tarde, foi que Esaú verificou o valor do que havia vendido. Como na história de Rúben, a perda de seu direito a primogenitura não afetou sua filiação, mas alterou para sempre sua posição como primogênito de Isaque.
Após Jacó ter sido abençoado como primogênito da família, Esaú, aparentemente pela primeira vez, considerou o valor do que havia perdido. Tentou reaver esse direito, mas a Escritura relata que ele “não achou lugar de arrependimento”. Após conscientizar-se do valor do direito de primogenitura e do que havia ocorrido, implorou a Isaque, seu pai, para que mudasse sua decisão e o abençoasse também. Esaú clamou a Isaque: “Acaso tens uma única bênção, meu pai?” E nos é relatado que “Esaú levantou a voz e chorou” (27.38).
A palavra “arrependimento” significa mudar a mente de alguém. Esaú esforçou-se para mudar a decisão do pai, mas ele “não achou lugar para arrependimento”, isto é, não encontrou lugar para uma mudança de mente. A American Standard Version of the Bible (1901 ed.) tem provavelmente a tradução mais acurada de Hebreus 12.17 do que as encontradas em outras versões. Esse versículo na American Standard Version diz: “Sabeis que mais tarde, quando desejou herdar a bênção, foi rejeitado; não encontrou lugar para a mudança de mente de seu pai, embora se esforçasse com lágrimas”. Isaque não podia mudar a decisão que havia tomado. O direito da primogenitura havia sido perdido e estava fora do alcance de Esaú para sempre.
Os cristãos e o direito de primogenitura
Existe na mente de muitos cristãos a idéia de que, após alguém crer no Senhor Jesus como Salvador, não importa a maneira como conduz a vida, porque todos os cristãos irão ser herdeiros com o Filho quando Ele receber o reino. Nada poderia estar tão distante da verdade. Reinar com Cristo depende de nossa identificação com Ele, compartilhando Sua rejeição e vergonha nos dias atuais. Se todos os cristãos devem governar e reinar com Cristo em Seu reino, o que quer dizer a Escritura ao declarar: “Se perseverarmos, também com Ele reinaremos; se O negarmos, Ele por Sua vez nos negará” (2Tm 2.12)? Se o cristão vive uma vida indisciplinada, segundo a natureza carnal (tipificada pela atitude de Esaú com relação ao direito de primogenitura), e não segundo a natureza espiritual (tipificada pela atitude de Jacó com relação ao direito de primogenitura), e falha em se ocupar até a vinda do Senhor (Lc 19.12,13), ou falha em usar o talento ou a mina confiada a ele pelo Senhor (Mt 25.14-30; Lc 19.15-24), esse cristão será desqualificado para ocupar um lugar no reino do Senhor.
Todo cristão é um primogênito de Deus aguardando a plena filiação e a herança pertencentes ao primogênito (Rm 8.16-23,29; Hb 2.10; 12.23). A plena filiação e a herança são futuras e podem ser perdidas, sendo uma intimamente relacionada com a outra. O parentesco do cristão com o Pai, como filho primogênito aguardando a plena filiação, não pode ser perdido, mas o parentesco como filho primogênito maduro e a participação dos direitos pertencentes ao primogênito podem ser perdidos. Conforme o registro de Esaú e Rúben, uma vez que ocorra, os direitos pertencentes ao primogênito não podem ser recuperados.
Naquele dia, quando estivermos de pé perante o Tribunal de Cristo, serão encontradas duas classes de cristãos: os que conservaram seus direitos como primogênitos e os que perderam esses direitos
Os cristãos que conservarem os direitos da primogenitura os exercitarão como “co-herdeiros” com o Filho no reino. Porém, os cristãos que os perderem se encontrarão na mesma posição de Esaú e Rúben se encontraram, buscando a perda dos direitos da primogenitura pertencentes ao primogênito. Esses cristãos buscarão lugar de arrependimento, isto é, tentarão mudar a mente do Juiz no sentido de abençoá-los juntamente com os outros que não perderam os direitos pertencentes ao primogênito. Todavia, não encontrarão lugar para mudança de mente. Será tarde demais. O direito da primogenitura terá sido perdido. A bênção com respeito à herança que aguarda os filhos primogênitos maduros de Deus será perdida, e os que a perdem não ocuparão nenhuma posição entre os “reis e sacerdotes” que reinam sobre a terra com o Filho. Os cristãos naquele dia levantarão a voz e chorarão ao se conscientizar do que foi perdido, conforme aconteceu com Esaú na tipologia.
“Venho sem demora; conserva o que tens para que ninguém tome a sua coroa” (Ap 3.11).
Clique aqui para ver o primeiro artigo desta série.
(Fonte: extinta revista A Palavra Profética (set-out/1987) – Nº 3. Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
“Enoque andou com Deus” (Gn 5.22,24). “Noé andou com Deus” (6.9).
Lemos sobre uma palavra proferida a Noé, a qual revelou o que iria acontecer com ele e direcionou seus passos. Não lemos sobre uma revelação semelhante que tenha sido dada a Enoque, mas ele andava o dia todo com seu Deus. A palavra significa “andar habitualmente”, “andar de um lado para o outro, para cima e para baixo”, exatamente o andar comum do dia comum. Seus olhos perceberam os pequenos sinais de direção que olhos descuidados não teriam percebido. Ele permanecia tanto com seu Deus que aprendeu a conhecer Seus desejos e, amando-O, satisfez Seu coração (cf. Hb 11.5).
Quão alegre, quão belo seria se neste dia, nesta semana, e até o caminhar chegar a seu fim, nós andássemos dessa maneira. Algumas vezes, se for necessário para o cumprimento de Seu propósito, nosso Deus falará como falou a Noé (pelo menos assim eu o creio), e então João 10.4,5 manterá a alma em quietude, e assim também o fará Êxodo 23.21: “Seja cuidadoso em Sua presença” (Tradução de Darby). Mas me parece que a forma usual é aquele que penso ter sido o caminho de Enoque. É o caminho do salmo 32.8 – “Guiar-te-ei com os Meus olhos” – e de muitas outras passagens. E nossa resposta é o salmo 123.2: “Nossos olhos atentam para o Senhor, nosso Deus”. Nós encontramos ambas as formas na Bíblia, e ambas em vida, e penso que precisamos mais e mais pedir para sermos observadores sensíveis aos “pequenos sinais” que, reunidos e colocados onde a luz das Escrituras podem brilhar sobre eles, nos apontam a direção corretamente. Assim nos voltamos para a antiga oração: “Faze-me ouvir […]; faze-me conhecer […]; ensina-me a fazer a Tua vontade” e, a menos que os ouvidos ou os olhos ou o coração se tornem embotados, diremos continuamente:
“Vivifica-me, ó Senhor, por amor do Teu nome” (Sl 143.8,10,11).
(Fonte: extinta Revista À Maturidade – primavera de 1993. Revisado por Francisco Nunes)
Incendeie-se por Deus, e os homens virão ver você pegar fogo.
(John Wesley)
Em nossas orações ainda não resistimos até o sangue; não mesmo. Como diz Lutero, “nem ao menos fizemos suar nossa alma”. Oramos com uma atitude do tipo “o que vier está bom”. Deixamos tudo ao acaso. Nossas orações não nos custam nada. Nem mesmo demonstramos forte desejo de orar. Fica tudo na dependência de nossa disposição, e por isso oramos de forma intermitente e espasmódica. A única força diante da qual Deus se rende é a oração. Escrevemos muito sobre o poder da oração, mas ao orar não temos aquele espírito de luta. Nós fazemos tudo: exibimos nossos dons espirituais ou naturais; expomos nossas opiniões, políticas ou religiosas; pregamos sermões ou escrevemos livros para corrigir desvios doutrinários. Mas quem quer orar e atacar as fortalezas do inferno? Quem irá resistir ao diabo? Quem quer privar-se de alimento, descanso e lazer, para que os infernos o vejam lutando, envergonhando os demônios, libertando os cativos, esvaziando o inferno e sofrendo as dores de parto para deixar atrás de si uma fileira de pessoas lavadas pelo sangue de Cristo?
(Leonard Ravenhill)
Deus nos convida a vir como estamos, não para permanecer como estamos.
(Tim Keller)
Aprendi que não é em nosso perdão, nem em nossa justiça própria, que repousa a sorte do mundo, mas nos do Senhor. Quando Ele nos ordena que amemos nossos inimigos, Ele nos dá, juntamente com a ordem, Seu amor.
(Corrie Ten Boom)
O homem só deve entrar no ministério cristão se não conseguir ficar fora dele.
(Martyn Lloyd-Jones)
Nunca ouvi alguém dizer: “As lições mais profundas da minha vida vieram por meio de tempos de conforto e tranqüilidade”. Mas já ouvi santos fortes dizerem: “Todo avanço significativo que fiz em assimilar as profundezas do amor de Deus e em crescer na comunhão com Ele veio por meio do sofrimento.”
(John Piper)
É muito improvável que Deus use uma pessoa que nunca sofreu profundamente uma dor.