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Autores Disciplina Eric Sauer Pecado Santidade Vida cristã

Privilégios desperdiçados

Esau chorando

É realmente elevada a posição conferida na salvação do Novo Testamento; todavia, embora sendo profunda, pode vir a ser ruína. Portanto, em toda vida cristã sadia, deve-se acrescentar seriedade à alegria, à gratidão a responsabilidade, à confiança o zêlo. Por esta razão existem tantas advertências em Hebreus. Uma das mais impressionantes é aquela que se refere a Esaú (Hb 12.16,17).

Esaú era o primogênito de Isaque. O escritor desta carta está chamando a atenção dos leitores para os seus privilégios, responsabilidades e perigos, referindo-se à conduta de Esaú e seus resultados.

Os primeiros leitores de Hebreus conheciam bem, sendo judeus por nascimento, quais eram os privilégios do filho primogênito. O termo é usado no Novo Testamento como figura da alta posição de honra dos membros da igreja de Cristo, na verdade de Cristo mesmo. No contexto de Hebreus 12 a plena posse e o desfrutar do privilégio celestial do primogênito é equivalente ao prêmio do vencedor na corrida, quando o corredor na arena da fé alcançará o alvo glorioso.

Preeminentemente e de modo singular, Cristo é Quem é o Primogênito. Esta Sua glória irradia na revelação do Novo Testamento de forma tríplice:

  1. Ele é o “Primogênito de toda a criação” (Cl 1.15). Esta é a Sua posição de honra vista do passado, Cristo, sendo o “Primogênito” desde o início, como “Filho” antes e acima de todas as criaturas.
  2. Ele é o “Primogênito dentre os mortos” (Cl 1.18; Ap 1.5). Esta é a Sua posição de honra no presente, a qual Ele mantém como o Ressurreto, Aquele que possui a “preeminência” como “Cabeça” do Seu corpo, a igreja.
  3. Ele é o “Primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Esta será Sua posição de honra no futuro eterno quando Ele será revelado como glorificado o Redentor dos Seus redimidos glorificados (Hb 1.6)

Desse modo o testemunho do Novo Testamento no tocante a Cristo como o Primogênito refere-se a todos os três períodos de tempo durante todo o curso da história da salvação. Ele é mostrado ao mesmo tempo na mais alta posição em todas as esferas da revelação Divina: no reino da criação, no reino da redenção e no reino da perfeição. De qualquer lado que O contemplarmos, Cristo é o Primogênito.

Além disso, o termo “primogênito” é usado para expressar a posição especial da Igreja na graça. Por isso a carta aos Hebreus depois de falar do “direito da primogenitura” de Esaú, e tendo tirado dela certas conclusões para os leitores do Novo Testamento, acrescenta apenas algumas sentenças: “Mas tendes chegado … à Igreja dos Primogênitos inscritos nos céus” (Hb 12.22,23). E Tiago diz: “Segundo a Sua própria vontade, Ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das Suas criaturas” (Tg 1.18).

A ênfase principal jaz não tanto na ordem do nascimento com respeito ao tempo, mas antes, à posição e dignidade. De outra forma seria impossível falar de um homem “se tornando o primogênito” (algo que acontece no Antigo Testamento) muito tempo depois do seu nascimento: “Ele me invocará dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e a rocha da minha salvação. Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra” (Sl 89.26-27). E o reverso não seria possível para alguém que, do ponto de vista do tempo, nasceu como primogênito, mas perdeu este direito de primogenitura numa ocasião posterior sob determinadas circunstâncias: “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito, mas, por ter profanado o leito de seu pai, deu-se a primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que, na genealogia, não foi contado como primogênito. Judá, na verdade, foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o príncipe; porém, o direito da primogenitura foi de José)” (Rúben – 1Cron 5.1,2); “Nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por uma refeição (prato de lentilhas), vendeu o seu direito de primogenitura” (Esaú – Hb 12.16,17).

O fato de que a idéia essencial de ser o “primogênito” está na prioridade da posição e não no acidente do nascimento, pode ser visto também nessa passagem: “De Hosa, dos filhos de Merari, foram filhos: Sinrim, a quem o pai constituiu chefe, ainda que não era o primogênito” (1Cron 26.10). Aqui nos é dito que numa certa família de Levitas um dos filhos, de nome Sinri, era o chefe, pois, “embora não fosse o primogênito, contudo seu pai o constituiu chefe”. A mesma verdade é a força de Colossenses 1.15. Ali Paulo diz que Cristo é “o Primogênito de toda a criação”; não que Ele tenha sido o primeiro a nascer no tempo declarando que Ele teve um princípio, mas sim que Ele tem a preeminência como Governador de todo o universo.

O grande perigo

Sem dúvida, o direito de primogenitura não é idêntico à filiação. Esaú permaneceu sendo filho de Isaque mesmo depois de ter sido rejeitado com respeito a herdar a benção da primogenitura. Na verdade, ele recebeu, a despeito da sua grande falha, uma espécie de segunda benção (Gn 27.38,40b; Hb 11.20). O relacionamento de vida para os primogenitura do Novo Testamento com o Pai celestial permanece e nunca será dissolvido, pois já passaram da morte para a vida (I Jo 3.14). Porém, num sentido espiritual, poderão passar por experiência semelhante à de Esaú.

A despeito de todas as riquezas podemos viver em pobreza espiritual. Nenhum fluir das abundâncias celestiais será evidente. Riqueza alguma interior resplandecerá para o exterior. Nenhuma alegria feliz da redenção se manifestará. Embora filhos de eterna alegria, podem viver tristes e deprimidos e, ao invés de desfrutar prazer e deleite em nosso bendito Senhor podemos olhar para trás cheios de anseio para as alegrias vãs e os bens deste mundo.

A despeito da posição sacerdotal podemos deixar de viver uma vida sacerdotal de oração! Pode não haver coração e mente de sacerdote. Nenhuma súplica amorosa! Nenhuma adoração sacerdotal de Deus em espírito e em verdade! E finalmente:

A despeito da nossa elevada e nobre chamada podemos viver praticamente como escravos. Toda mentalidade terrena é escravidão. Todo esforço pecaminoso para ganhar dinheiro ou bens terrenos faz do “rei” um “mendigo”. Qualquer preocupação é indigna de um rei. Todo o temor do homem é indigno de um filho do grande Pai e Soberano Celestial. Toda sensibilidade demasiada e o sentimento fácil de ser ferido e ofendido é mesquinho. É lamentável e primitivo. Na verdade, todo o serviço do pecado faz praticamente daquele que é designado para ser um governador, um servo rebaixado, e o pecado que na realidade está vencido, atua como se fosse o vencedor e como tal age como regente e tirano, quando na verdade o cristão é que deveria ser o vencedor.

Assim o crente embora pertencendo à igreja dos primogênitos, pode praticamente rejeitar seu direito de primogenitura. Ao invés de riquezas, pobreza interior; ao invés de separação, prática sacerdotal, separação de Deus; ao invés de reinado, real escravidão!

O grave erro

Esaú vivia por coisas visíveis e trocou por elas coisas espirituais; Esaú vivia por prazeres humanos e negociou as bençãos dadas por Deus; Esaú vivia sem disciplina e auto-controle e trocou sua posição de autoridade e honra; Esaú desprezou a promessa e oferta de dignidade que Deus lhe ofereceu e trouxe vergonha sobre si (Gn 27.37); Ele viveu para o seu próprio Ego e assim negociou a suprema vocação da sua família; ele viveu para o presente e trocou sua nobre comissão para o futuro; ele viveu para o momento transitório e deu em troca dele tesouros eternos.

Meu leitor, leia as sentenças acima outra vez e pergunte a si mesmo se não pode haver um reflexo da sua própria atitude e prática espiritual. Portanto, preste atenção à advertência desta passagem em Hebreus! Muita coisa está colocada na balança: ganho eterno glorioso ou perda irrecuperável. Naquele momento desastroso Esaú, às custas do futuro, escolheu o prazer do presente. Assim ele experimentou em sua própria vida o princípio da palavra do Senhor: “Quem ama a sua vida, perdê-la-á” (Jo 12.25). “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt 16.26).

Por isso Paulo diz: “E também se um atleta lutar nos jogos públicos, não será coroado se não lutar legitimamente” (2Tim 2.5). O que significa “lutar legitimamente”, isto é, segundo as normas dos jogos? Significa transgredir as regras do jogo por algum truque para ganhar uma vitória fácil. Ele pode tentar encurtar a extensão da corrida fazendo atalhos. Do mesmo modo muitos hoje desejam ser cristãos reais, mas evitam o calor da batalha fazendo compromisso aqui e ali. Eles desejam atingir o alvo, mas pensam poder alcançá-lo pagando um preço mais baixo. Não nos enganemos neste assunto! Cristo Senhor espera nossa total devoção. Fora com todos os compromissos! Fora com todas as tentativas de tornar o caminho estreito um pouco mais largo e transitável! O Senhor busca o nosso coração por inteiroDe outro modo Ele não pode usar nosso serviço e não coroará os nossos esforços. A fim de conquistar a coroa eterna precisamos oferecer toda a nossa vida.

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Consolo Encorajamento Jonathan Edwards Vida cristã

Consolo a uma mulher de luto (Jonathan Edwards)

O que você diz para uma mulher cujo único filho acaba de morrer? Nada, em primeiro lugar. Nós choramos com os que choram. Mas, se eles pedem conselhos, há uma coisa acima de tudo o que podemos fazer.

Isto é o que Jonathan Edwards fez por seis páginas em uma carta de 1751 para Mary Pepperrell, cujo filho acabara de morrer. Aqueles que conhecem alguma coisa sobre a vida de Jonathan Edwards sabem que recentemente ele tinha sido jogado em grande tristeza – sendo retirado de maneira traumática do pastorado de sua igreja. Era um tempo de grande aflição pessoal. Mas ele fala para Mary Pepperrell:

“É terrível perder um filho. Mas nós vemos claramente, querida senhora, o quão rico e quão adequado é a disposição que Deus fez e providenciou para nosso consolo, em todas as nossas aflições, dando-nos um Redentor de tanta glória e tanto amor, especialmente, quando se considera, quais foram os fins dessa grande manifestação de beleza e amor na Sua morte.

“Ele sofreu para que pudéssemos ser assistidos. Sua alma estava profundamente triste até a morte para tirar o aguilhão da dor e para dar uma eterna consolação.

“Ele foi oprimido e afligido para que sejamos apoiados. Ele foi oprimido nas trevas da morte para que tenhamos a luz da vida. Ele foi lançado na fornalha da ira de Deus para que bebamos dos rios de Seus prazeres. Sua alma estava sobrecarregada com uma enxurrada de tristeza para que nossos corações sejam sobrecarregados com uma inundação de alegria eterna.

“A morte pode nos privar de nossos amigos e amados aqui, mas não pode nos privar de nosso melhor Amigo e do Amado de nossa alma […] Portanto, nisto podemos estar confiantes: embora a terra se mude, Nele vamos triunfar com alegria eterna.

“Agora, quando tempestades e tempestades surgem sucessivamente, podemos recorrer a Ele, que é um esconderijo contra a tempestade e um refúgio contra a tormenta devastadora. Quando a sede chega ao coração, nós podemos ir a Ele, que é como ribeiros de águas em um lugar seco. Quando estamos cansados, podemos ir até Ele, que é como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta […]”.

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Consolo Sofrimento Thomas Watson Vida cristã

A aflição coopera para o bem do homem piedoso (Thomas Watson)

Algo que nos aquieta o coração é considerar que, em todas as aflições, Deus está operando de forma especial: “O Todo-Poderoso me tem feito mal” (Rt 1.21). Instrumentos não podem mais se mexer até que Deus ordene, da mesma forma que um machado não pode cortar sem uma mão. Jó viu Deus em sua aflição, mas, como Agostinho observa, ele não diz: “O Senhor deu e o diabo tirou”, mas: “O Senhor tirou”. Seja quem for que nos traz aflição, é Deus quem a envia.

Outra consideração que nos aquieta o coração é que as aflições cooperam para o bem. “Eu os enviei para o cativeiro para o seu próprio bem” (Jr 24.6). O cativeiro de Judá na Babilônia foi para seu bem. “Foi-me bom ter sido afligido” (Sl 119.71). Que esse texto, como a vara de Moisés lançada nas águas amargas da aflição, as faça doces e salutares para que você as beba.

Aflições são medicinais para o homem piedoso. Da droga mais venenosa, Deus extrai nossa salvação. Aflições são tão necessárias quanto as ordenanças (1Pe 1.6). Nenhum vaso pode ser feito de ouro sem fogo; assim é impossível que sejamos vasos de honra, a não ser que sejamos derretidos e refinados na fornalha da aflição. “Todas as veredas do Senhos são misericórdia e verdade” (Sl 25.10). Assim como o pintor mistura cores claras com sombras escuras, o sábio Deus mistura misericórdia com julgamento. Aquelas providências aflitivas que parecem ser prejudiciais são benéficas.

Vamos ver alguns exemplos das Escrituras:

Os irmãos de José o jogaram em um poço; posteriormente eles o venderam; depois foi jogado numa prisão. No entanto, tudo isso cooperou para seu bem. Sua humilhação causou seu progresso: ele se tornou o segundo homem no reino. “Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem” (Gn 50.20).

Jacó lutou com o anjo, e a junta de sua coxa foi deslocada. Isso foi triste, mas Deus o tornou em bem, pois lá ele viu a face de Deus e lá o Senhor o abençoou. “Aquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: “Tenho visto a Deus face a face” (Gn 32.30). Quem não estaria disposto a ter um osso deslocado para poder ter uma visão de Deus?

O rei Manassés foi amarrado em cadeias. Foi algo triste de se ver: uma coroa de ouro se transformou em grilhões. Mas isso cooperou para seu bem. “Assim o Senhos trouxe sobre eles os capitães do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias, o levaram para babilônia. E ele, angustiado, orou deveras ao Senhor, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais; e fez-lhe oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o Senhor era Deus” (2Cr 33.11-13). Ele era mais devedor a sua cadeia de ferro do que a sua coroa de ouro. Uma o fez orgulhoso, a outra o fez humilde.

Jó foi um espetáculo de miséria; ele perdeu tudo que sempre teve; ele abundou somente em feridas e úlceras. Foi algo triste, mas isso cooperou para seu bem: sua virtude foi provada e melhorada. Do céu Deus deu testemunho de sua integridade, e compensou sua perda dando-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra (Jó 42.10).

Paulo foi atingido por uma cegueira. Foi algo desconfortável; mas isso se tornou em bem para ele. Deus, pela cegueira de Paulo, fez com que a luz da graça brilhasse em sua alma. Isso foi o começo de uma feliz conversão (At 9).

Assim como as duras geadas no inverno trazem as flores na primavera, assim como a noite precede a estrela da manhã, assim os males da aflição produzem muito bem para aqueles que amam a Deus. Mas estamos prontos a questionar a veracidade disso e dizer, como Maria disse ao anjo: “Como pode ser isso?”

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Humildade Jonathan Edwards Vida cristã

Humildade (Jonathan Edwards)

Humildade deve ser definida como um hábito da mente e do coração correspondente a nossa comparativa indignidade e vileza diante de Deus, ou um senso de nossa própria miséria a Sua vista, com a disposição de um comportamento que corresponda a isso.

E um homem verdadeiramente humilde é consciente da diminuta extensão de seu próprio conhecimento, da grande extensão de sua ignorância e da insignificante extensão de seu entendimento comparado com o entendimento de Deus. Ele é consciente de sua fraqueza, de quão pequena sua força é e de quão pouco ele é capaz de fazer. Ele é consciente de sua distância natural de Deus, de sua dependência Dele, da insuficiência de seu próprio poder e sabedoria; e de que é pelo poder de Deus que ele é sustentado e guardado; e de que ele necessita da sabedoria de Deus para lhe conduzir e guiar, e de Seu poder para capacitá-lo a fazer o que deve fazer para Deus.

A humildade tende a nos prevenir de um comportamento ambicioso e pretensioso diante dos homens. O homem que está sob a influência de um espírito humilde está satisfeito com a posição que Deus lhe deu entre os homens, e não está ávido por honra nem é atingido com o desejo de ser o mais brilhante e de se exaltar acima de seus vizinhos. A humildade também tende a nos prevenir de um comportamento arrogante e insolente. Pelo contrário, a humildade dispõe uma pessoa a um comportamento condescendente de mansidão e insignificância e a uma submissão cortês e afável, como sendo consciente de sua própria fraqueza e depreciabilidade diante de Deus.

Se nós, então, nos consideramos seguidores do manso e humilde e crucificado Jesus, andaremos humildemente diante de Deus e dos homens todos os dias de nossa vida na terra.

Busquemos todos, ardentemente, um espírito humilde e nos esforcemos [na graça] para sermos humildes em todo nosso comportamento diante de Deus e dos homens. Busque por um profundo e permanente senso de sua miséria diante de Deus e dos homens. Conheça a Deus. Confesse sua nulidade e desgraça diante Dele. Desconfie de si mesmo. Conte somente com Deus. Renuncie a toda glória, exceto a Dele. Renda-se à vontade e ao serviço Dele. Evite um comportamento pretensioso, ambicioso, ostentoso, insolente, arrogante, desdenhoso, teimoso, impetuoso e auto-justificador; e aspire mais e mais do espírito humilde que Cristo manifestou quando esteve na terra. Humildade é o traço mais essencial e distinguidor em toda verdadeira piedade.

Ardentemente procure, então, e diligentemente e em oração cultive um espírito humilde, e Deus andará com você aqui embaixo. E quando uns poucos dias tiverem passado, Ele o receberá às honras concedidas a Seu povo à destra de Cristo.

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Amor a Deus George Mattheson

A nova luz e a antiga paz (George Mattheson)

A chegada de nova luz é sempre a quebra da antiga paz. Sempre falamos em ficar cansados das coisas. Quando isso acontece, você pode estar certo de que é porque uma coisa nova chegou. Não é a inconstância que torna uma criança cansada de seu brinquedo, mas é a visão de algo mais elevado. Toda a inquietação nasce de uma visão mais nítida.

Eu não tenho dúvida de que, para João, Patmos era absolutamente suportável até que ele divisou a Nova Jerusalém. Quando ele contemplou um mar de vidro, começou a desejar que não houvesse mais um mar de água; mas antes daquela ocasião ele provavelmente estava bem satisfeito com a água.

Quão pequenas e apertadas podem lhe parecer as ruas de sua cidade quando você volta da grande metrópole. Antes de sua ida elas pareciam esplêndidas, amplas e espaçosas; mas um minuto de Londres é o suficiente para colocá-las na sombra. Assim acontece com a cidade de Cristo: ela me inutiliza para tudo o mais. No momento em que descanso meus olhos nela, não posso pousá-los em nada mais. Ela transforma meus palácios em choupanas; ela abate minhas montanhas. As coisas que para mim eram ganho considero como perda na presença de tão excelente glória. Eu posso até mesmo ser mais facilmente entristecido que antes; mas, por amor a Deus devo aceitar isso.

A inquietação de um homem é proporcional a seu padrão. Aquele que nada conhece das profundezas tranqüilas de Deus pode estar contente com o balançar das ondas; mas o homem que contemplou o mar de vidro não deseja outro mar, e almejará ardentemente pelo tempo em que não mais haverá tempestade.

Esta, ó Filho do Homem é a cruz que Tu me trazes.
Não posso fugir dessa cruz.
Não posso contemplar a Ti, sem ficar desencantado com o mundo.
Antes de Tua vinda eu estava em paz.
Tudo era perfeito para mim.
Eu dizia: “É bom estar aqui; deixe-me construir meu tabernáculo neste lugar”.
Mas, com Tua vinda, a nuvem baixou.
Tudo o que era meu ficou coberto pela sombra irremediável.
Meus cômodos amplos pareceram pequenos;
meu ouro escureceu;
minhas canções deixaram de me inspirar;
faltou algo em meus livros;
meus divertimentos me deixaram sedento;
minhas ambições foram mais frustrantes onde mais plenamente se realizaram.

Deveria eu estar sem minha cruz? Absolutamente.
Considero os dias passados melhores do que estes? Sim; como um bruto avalia o que é melhor.
Eles não tinham sombra porque não tinham luz.
Tu trouxeste as sombras porque trouxeste a luz.
Tu revelaste a mortalidade por meio da imortalidade.
Tu me mostraste a noite fazendo-me ver o dia.
Tu me ensinaste o silêncio pela música.
Tu me instruíste quanto ao espinho pelo desabrochar da rosa.
Tu me fizeste conhecer o defeito pela visão de Tua formosura.
Tu, por Tua vida, me tens ensinado o que é estar morto.
Tu me deste uma visão da terra mediante os portões do céu.
É o esplendor da Tua vinda que tem consumido meus insignificantes raios luminosos;
minha espada foi vencida por Tua paz.

(Fonte: livro Thoughts for life´s Journey [Pensamentos para a jornada da vida])

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Autores Oração Sofrimento Watchman Nee

Não há lugar para pressa na fé (Watchman Nee)

Lembremo-nos de que não há lugar para pressa na fé nem na oração. A fé resiste ao tempo. Se Deus não responder, podemos esperar até que tenhamos cem anos de idade. Esperamos contra a esperança. Abraão creu em Deus (Rm 4.18).

Eliseu disse ao rei Jeoás que atirasse a flecha contra a terra, mas o rei fez assim apenas três vezes, ao passo que teria podido ferir os siros até os consumir (veja 2Rs 13.14-19). Assim também é nossa oração: não devemos orar duas ou três vezes e parar.

Um servo do Senhor disse certa vez: “Orar é como colocar cartões de visita em uma balança. Você coloca um peso de 100 gramas em um dos pratos da balança, e vai colocando cartões no outro. Quando se lança aqui o primeiro cartão, este não consegue levantar o peso de 100 gramas. Cartão após cartão é colocado, mas sem afetar o peso. Daí, talvez, no exato momento em que lançar o último cartão, o peso do outro lado é finalmente erguido. Assim também acontece com a oração. Oramos uma, duas, três vezes, e uma vez mais. Talvez seja esta nossa última oração, mas então vem a resposta.”

Pregar é proclamar aquilo que Deus tratou em sua vida. De outra forma, pregue o que pregar, você não conseguirá levar outras pessoas até aquele ponto. Há tantas pregações hoje com tão pouco resultado porque os próprios pregadores não aprenderam mediante o tratamento de Deus. É melhor não abrirmos a boca se tudo o que pregarmos for mero ensinamento – o resultado de duas ou três horas de preparo de um sermão. Precisamos experimentar de três a cinco anos de atuação de Deus em nossa vida antes de estarmos aptos a pregar.

Se tratarmos de algumas coisas que acontecem todos os dias, estaremos qualificados a tratar com pessoas que tenham os mesmos problemas. Você sabe a diferença entre fazer sermão e testemunhar? Fazer sermão não ajuda, mas testemunhar, sim. Podemos preparar um sermão que receba a aprovação dos homens, e no entanto não conseguir fazer que as pessoas prossigam vitoriosamente em seus caminhos, por não terem em que se apoiar. É como uma criança na escola primária que tenta escrever um relato sobre uma viagem que nunca realizou. Não é isso que acontece com o testemunho. Ao testemunhar, a pessoa estará descrevendo uma situação verdadeira – como se estivesse mostrando aquilo de que está falando. Talvez não fale bem, mas não falará errado, pois está descrevendo uma cena real, visível e palpável.

Portanto, no trabalho entre crentes como entre não-crentes, uma questão de grande importância para nós é a de lidarmos com Deus. Somente é real aquilo a respeito do que tenhamos tido tratamento; e é isso que vai tocar as pessoas quando falarmos.

Irmãos, há dezenas de milhares de coisas que exigem o toque de Deus hoje. Quão lastimável que tenhamos, até agora, ignorado tantas coisas sem termos jamais recebido os tratamentos de Deus! Se aprendermos a aceitar os caminhos de Deus para nós, todos os dias, aprenderemos a conhecê-Lo após algum tempo. Muitos crentes correm para lá e para cá a fim de ouvir pessoas e perguntar a elas, mas não buscam o Senhor por si mesmos. Não admira que ainda não conheçam o Senhor mesmo após terem sido salvos há tantos anos. Que lamentável é esse estado de coisas!

Deveríamos perguntar a Deus o que fazer quanto a todas questões. Deveríamos buscar até conhecer a vontade divina. Não devemos somente orar uma vez e parar. Repito: se for orar somente uma vez, seria melhor desistir de orar de vez.

Para concluir, então, deixem-me dizer que crentes preguiçosos jamais podem esperar conhecer a Deus. Que aprendamos diariamente a tratar com Deus bem como a ser tratados por Ele. Essas experiências são extremamente preciosas. Há mais valor em conhecermos a Deus do que em termos conhecimento intelectual da Bíblia.

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Amor a Deus Andrew Murray Citações Gotas de orvalho J. C. Ryle Jonathan Edwards Pecado Robert Murray MacCheyne Soberania Thomas Brooks

Gotas de Orvalho (38)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

É melhor ser podado para crescer do que ser cortado para queimar.

(John Trapp)

O pecado começa como teia de aranha, mas torna-se uma camisa de força.

(J.C.Ryle)

Deleitar-se [em Deus] é a única alegria capaz de satisfazer a alma. Ir para o céu e desfrutar o Senhor de modo pleno é infinitamente melhor do que as coisas mais agradáveis aqui da terra. Pais e mães, marido, esposa ou filhos, ou, ainda, a companhia de amigos terrenos não passam de sombras, mas Deus é a substância. Essas coisas são apenas raios dispersos; Deus é o Sol. Elas são apenas córregos; Deus é o oceano.

(Jonathan Edwards)

É, portanto, morrendo para todas as coisas, e estando verdadeiramente desatentos a elas, seguindo adiante em direção a Deus, e existindo somente Nele, que chegamos a algum conhecimento da verdadeira sabedoria. Oh, quão pouco se sabe de Seus caminhos e de Sua conduta para com Seus servos eleitos!

(Madame Guyon)

Deus deu Cristo, Seu Filho para nos trazer para Si mesmo. Mas isso somente é possível quando vivemos em estreita comunhão com Jesus Cristo. Nosso relacionamento com Cristo repousa em Seu amor terno, profundo, por nós. Não somos capazes, por nós mesmos, de render-Lhe esse amor. Mas o Espírito Santo fará a obra em nós. Para isso, precisamos nos separar do mundo cada dia e nos voltarmos em fé para o Senhor Jesus, para que Ele possa derramar abundantemente Seu amor em nosso coração, de tal modo que sejamos cheios de um grande amor por Ele.

(Andrew Murray)

Se o amor de Cristo por nós foi o meio usado pelo Espírito Santo no princípio para nos atrair ao serviço de Cristo, é também pelo mesmo meio que Ele nos leva a perseverar até o fim. Assim, se você de vez em quando passa por tempos de frieza e indiferença e começa a ficar cansado, ou retarda-se no serviço de Deus, aqui está o remédio: olhe novamente para o Salvador ensangüentado! Esse Sol da justiça é o grande pólo magnético ao redor do qual todos os Seus santos se movem rapidamente e em suave e harmoniosa união. Enquanto o olhar do crente está fixado no amor de Cristo, seu caminho é livre e desimpedido, pois aquele amor sempre constrange. Mas, se desviar o olhar de fé, o caminho se torna impraticável e a vida de santidade, um cansaço. Portanto, quem quiser viver uma vida de santidade perseverante, deve manter os olhos fixos no Salvador.

(Robert Murray M’Cheyne)

Nada que este mundo pode oferecer tem algum poder para livrar os crentes do mal ou para fazer-lhes o bem. A maior soma de dinheiro deste mundo não pode, por si só, curar uma pessoa doente. Ser poderoso ou famoso não pode dar a certeza de que a pessoa é feliz. Poder, fama ou dinheiro não ajudará em tempos de necessidade espiritual.Então, por que os crentes deixariam que essas coisas os afastassem da benção do céu? A verdadeira felicidade não é encontrada em desfrutar as coisas desta vida. A verdadeira felicidade é tão grande e gloriosa que só pode ser encontrada em Deus. Ter conhecimento de Deus é a melhor experiência que qualquer cristão pode adquirir.

(Thomas Brooks)

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Amy Carmichael Autores Sofrimento Vida cristã

E as tuas cicatrizes? (Amy Carmichael)

Não tens cicatrizes?
Nenhuma nos pés, no lado, nas mãos?
Ouço seus louvores. És grande, não?
Exaltando-te todos estão;
E as tuas cicatrizes?

Não tens ferimentos?
Arqueiros me feriram com furor;
Despedaçado fui, senti pavor,
Pelos animais ao meu redor.
Tens alguns ferimentos?

Não tens cicatrizes?
Mas como o Mestre deve o servo andar,
Magoados pés do que após Mim andar,
Mas teus pés estão a caminhar
Sem dor e sem cicatriz?

A história da vida de Amy Carmichael foi descrita pelo autor da sua biografia como “A história de uma amante e seu Amado”. Um escritor cristão disse a seu respeito: “A santa enferma, um soldado da Índia”. Ela conheceu o caminho do sofrimento, levando indiscutivelmente em seu corpo as marcas do Senhor Jesus.

A autora foi a primeira missionária enviada à Índia pela Convenção de Keswick, da Inglaterra. Tendo passado quase a vida inteira naquele país, o brilho do grande amor de Deus irradiou-se por meio de todo o seu ser. Se for perguntado a seus “filhos”, aos membros da “Dohnavur Fellowship”, o que mais os impressionou em Amy Carmichael, a resposta é sempre a mesma: “Seu amor”.


Fonte: Revista À Maturidade nº 13 (Inverno de 1983)

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Autores Charles Spurgeon Conselho aos pais Família Oração

Nossos filhos (Charles H. Spurgeon)

Persevere em orar por seu filho!

“Trazei-mo [o menino]” (Mc 9.19).

Em desespero, o pobre e desapontado pai afastou-se dos discípulos, dirigindo-se ao Mestre deles. O menino estava na pior das condições, e todos os meios usados tinham falhado – mas o pobre e miserável menino logo foi liberto do mal quando o pai, numa atitude de fé, obedeceu à palavra do Senhor Jesus: “Tragam-Me o menino!”

Nossos filhos são uma preciosa dádiva de Deus, mas juntamente com eles vem muita ansiedade. Eles talvez sejam uma grande alegria ou uma grande amargura para os pais. Talvez eles sejam cheios do Espírito de Deus ou possuídos pelo espírito do mal. Em todos os casos, a Palavra de Deus nos dá uma única receita para a cura de todos os seus males: “Tragam os seus a Mim!”

Oh! Que haja mais oração fervorosa em favor deles, enquanto ainda são bebês. O pecado está aí; vamos atacá-lo com nossas orações.

Enquanto são jovens, estejamos atentos aos tristes sinais daquele espírito mudo e surdo, que nem ora corretamente nem ouve a voz de Deus em sua alma. Mas Jesus, apesar disso, ordena: “Tragam os seus filhos a Mim!”

Uma vez crescidos, talvez eles se atolem no pecado e se encham de inimizade contra Deus! Então, quando nosso coração estiver quebrado, devemos lembrar as palavras do grande Médico: “Tragam os seus filhos a Mim!” Não devemos nunca parar de orar por eles, até que eles dêem o último suspiro. Não há nenhum caso sem esperança enquanto Jesus viver.

Às vezes o Senhor permite que Seu povo seja encurralado nalgum beco, a fim de que, de forma prática, saiba o quanto necessita Dele. Quando nossos filhos ímpios nos mostram nossa própria impotência contra a depravação do coração deles, fazem-nos correr, em busca de força, para Aquele que é Poderoso – e isso é uma grande bênção para nós mesmos!

Qualquer que seja a necessidade de hoje, permitamos que ela seja como uma forte enxurrada conduzindo-nos ao oceano do amor de Deus! Jesus pode em breve remover nossa tristeza. Ele se agrada em nos confortar. Corramos para Ele – Ele está nos aguardando!


(Traduzido por Hélio Kirchheim e revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Bíblia Octavius Winslow

Não acerte o sol pelo seu relógio (Octavius Winslow)

É preciso estarmos atentos quanto à poderosa influência que exercem sobre nós os conselheiros (ou mentores) espirituais, sob pena de, fascinados com a fama de algum líder popular, nos tornarmos ingenuamente condescendentes com superstições infantis ou acabarmos seguindo cegamente algum erro fatal.

Não adquira de homem nenhum a visão que você tem da verdade de Deus; adquira-a da Palavra de Deus. Não estude a Bíblia pelo sistema teológico dele, mas extraia o seu sistema da Bíblia e compare-o cuidadosamente com ela. Não devemos permitir que nosso sistema teológico modele ou seja o intérprete da verdade revelada. Ao contrário, é a Palavra de Deus que deve sugerir e moldar e colorir todos os pensamentos e opiniões e sistemas.

Não devemos acertar o sol por nosso relógio; é o relógio que precisa ser acertado de acordo com o sol. Em outras palavras, não devemos tentar fazer com que a Palavra de Deus se encaixe em nosso credo, mas precisamos testar cada doutrina que sustentamos, cada opinião que ouvimos, cada princípio que afirmamos, a esperança que cultivamos, pelo inerrante padrão da verdade revelada.

Isso dará uma compleição divina e própria a nossos pontos de vista. Se recebermos a luz do sol através de lentes coloridas, a luz haverá de refletir a cor dessas lentes. Dessa mesma forma, se recebermos a luz da Palavra de Deus mediante algum sistema teológico qualquer, forçosamente haverá de refletir o erro e a imperfeição que existirem naquele sistema. E dessa forma poderemos deixar de receber o ensino de Deus de forma pura e simples que Ele flui de Sua Palavra, assim como a luz flui do sol, e como o manancial brota da fonte.

A Bíblia é nossa regra de fé e nosso recurso final. Devemos testar, por meio da lei e do testemunho, toda e qualquer doutrina, e sistema e esperança quanto à eternidade. Não se deixe afastar, então, pelo ensino, pela influência ou mesmo pela alardeada piedade de algum nome conhecido. Não permita a nenhum líder humano o domínio sobre sua mente e sua consciência.

Renda-se mansamente e obedientemente à autoridade e ao ensino de Cristo, recebendo orientação humana somente quando vier com a confirmação de um “Assim diz o Senhor”. Nosso único meio de segurança nessa matéria de infinita importância, como nosso bem-estar futuro, é a pura Palavra de Deus; nosso único lugar seguro: os pés do Salvador. Assentados ali, como Seus humildes discípulos, o Espírito Santo haverá de guiar nossa mente à verdade, a própria “verdade como ela é em Jesus”, assim como ela emana de Jesus, como ela fala sobre Jesus, como ela fortalece nossa fé em Jesus e inspira nosso amor a Ele, e como ela nos prepara para ir até Ele e com Ele permanecer para sempre.


(Traduzido por Hélio Kirchheim e revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)

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Citações Conselho aos pais D. L. Moody Gotas de orvalho John Bunyan Matthew Henry Richard Baxter Serviço cristão Thomas Brooks

Gotas de Orvalho (37)

Orvalho do céu para os que buscam o Senhor!

Gosto de ver pessoas cheias de água viva, tão cheias que não conseguem contê-la, tão cheias que precisam sair e proclamar o evangelho da graça de Deus. Quando alguém fica tão cheio que não pode mais se conter, então, está pronto para o serviço de Deus.

(D. L. Moody)

Há tantos mundanos que se consideram homens religiosos, que fazem de Cristo apenas um servo de seus interesses egoístas e buscam os céus apenas como uma reserva para quando nada mais lhes restar na terra. Tais homens são apegados a certas coisas deste mundo que lhes são tão queridas, ao ponto de não poderem abandoná-las nem mesmo pela esperança da glória. Assim, entregam-se a Cristo com secretas exceções e reservas, em virtude de sua prosperidade no mundo. Tudo isso porque nunca conheceram uma conversão genuína, a qual deveria ter arrancado de seu coração esse interesse mundano e tê-los libertado inteira e absolutamente para Cristo.

(Richard Baxter)

Uma pessoa espiritual ama as coisas santas pela mesma razão que a não-espiritual as odeia – e o que uma pessoa não-espiritual odeia nas coisas espirituais é precisamente sua santidade! Assim também, é a santidade das coisas santas que uma pessoa espiritual ama. Vemos isso nos santos e nos anjos no céu. O que lhes cativa a mente e o coração é a glória e a beleza da santidade de Deus. “E clamavam uns para os outros dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de Sua glória” (Is 6.3). “Não têm descanso nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4.7). “Quem não temerá e não glorificará o Teu nome, ó Senhor? […] Pois só Tu és santo” (15.4). E, assim como é nos céus, assim também deveria ser na terra. “Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos ante o escabelo de Seus pés, porque Ele é santo” (Sl 99.5). Podemos testar nossos desejos pelo céu por essa regra. Queremos estar lá pela santa beleza de que ali brilha? Ou nosso desejo pelo céu é baseado numa simples ansiedade pela felicidade egoísta?

(Jonathan Edwards)

Ele é um Deus que perdoa pecados: não apenas Ele pode perdoar, mas Ele está mais pronto a perdoar, mais pronto a esquecer do que nós estamos prontos a nos arrepender.

(Matthew Henry)

Hipócritas laboram mais em prol de um bom nome do que de um bom coração; mais por uma boa repercussão de seus feitos do que por uma boa consciência. Eles são como violinistas, mais cuidadosos em afinar seus instrumentos do que em vigiar sua alma. Hipócritas são como prata, porém escurecem; eles possuem uma aparente santificação externa, mas interiormente são cheios de malícia, mundanismo, orgulho, inveja, etc. São como almofadas de sofá, feitas de veludo e ricamente bordadas, mas cujo interior é cheio de feno. Um hipócrita pode oferecer sacrifício como Caim, correr como Jezabel, se humilhar como Acabe, chorar com as lágrimas de Esaú, beijar Cristo como Judas, seguir a Cristo como Demas,e aparentar compromisso como Simão, o mago; e, apesar de tudo isso, seu interior ser tão mau quanto qualquer um deles.

(Thomas Brooks)

Pais, não deixem que seus filhos vejam coisa alguma em vocês exceto aquilo que é recomendável e digno de imitação. Tornem-se capazes de dizer a suas crianças: “Meu filho, siga-me como você me vê seguir a Cristo”. Seu exemplo pode fazer muito no sentido da salvação de seus filhos, suas obras irão trabalhar mais sobre seus filhos do que suas palavras; seus padrões farão mais do que seus preceitos; sua imitação mais do que seus conselhos.

(Cotton Mather)

É melhor trazer juízo sobre si mesmo, pregando plena e fielmente a outros, do que deter a verdade pela injustiça, a fim de proteger-se do poder condenador da Palavra.

(John Bunyan)

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Andrew Murray Evangelho Vida cristã

Cristo vive em mim (Andrew Murray)

Como Cristo nos capacita a viver da maneira que Deus quer que vivamos?

Quase sempre pensamos em Cristo como uma Pessoa separada de nós mesmos que nos ouve e nos ajuda. O próprio Jesus, entretanto, na parábola da Videira e dos Ramos fala sobre a vida que Cristo vive em nós. “Eu sou a videira e vós sois os ramos”, Ele diz em João 15:5.

O que pode ser mais íntimo do que a união entre a videira e o ramo? Há muitos tipos de uva, mas em todas elas a seiva que está na videira é exatamente a mesma que está no ramo. Assim sendo, a mesma vida e Espírito que estão em Cristo têm de estar em nós.

Muitos vêem a Cristo como um Salvador que é separado e externo. Tais pessoas nunca poderão desfrutar da Sua salvação totalmente. Eu preciso crer no Salvador que vive dentro de mim. Eu preciso saber que da mesma maneira que Cristo está no Céu, Ele está dentro de mim, Seu ramo. Ele está no mais íntimo da minha vida. Ele vive em mim, e por viver ali capacita-me a viver como filho de Deus.

Alguns acham que quando Cristo habita dentro de nós Ele vive em algum lugar na região do coração. Eles pensam em uma pessoa separada dentro deles, que de vez em quando atua ali.

Esta não é a verdade. Cristo vive dentro de mim e se torna a minha própria vida! Ele entra na própria raiz do meu coração e do meu ser. Ele entra na minha vontade, pensamento, sentimento e viver, e vive em mim no poder que somente o Deus onipresente pode exercer.

Quando entendo isto, minha alma se prostra em adoração e confiança em Deus. Eu vivo na carne a vida de carne e sangue, mas Cristo habitando em mim é a verdadeira Vida da minha vida.

As Escrituras dizem isto de uma maneira muito bonita: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:19- 20).

Agora, o ponto crucial é este: se Cristo vive em mim, Ele não vive em mim à força, nem sem que eu saiba disto.

Ele me convida a chegar e ver o que é a Sua vida. Se eu desejo a Sua vida, eu preciso desistir da minha.

Eu também preciso desistir de todas as idéias errôneas sobre o que é a verdadeira vida de Cristo. Eu não posso ter a vida de Cristo em mim com poder, a menos que eu procure conhecer realmente que tipo de vida Ele viveu.

Ah, venha e deixe o Cristo vivo viver em você! Para este fim, procure conhecer a vida que Ele colocou diante de você pelo Seu exemplo. Não que seremos capazes de imitar a Cristo. Mas Cristo viveu Sua vida por nós e agora implanta em nós e por esta razão podemos compartilhar a Sua vida.

Que tolice seria para uma criança de três anos dizer: ‘Tudo o que meu pai pode fazer, eu também posso.” Como, então, posso dizer: “Eu posso viver como viveu o poderoso Cristo”?

Porém, a Bíblia me diz que devo fazê-lo. A Bíblia também me diz que posso fazê-lo, não por mim mesmo, mas porque “Cristo vive em mim”. Se eu permitir que o Cristo vivo tome conta da minha vontade e de meus desejos, poderei andar como Ele andou.

Vamos, portanto, examinar a vida que Ele viveu na terra com Seu Pai. Não há dois Cristos, somente um; o Cristo que viveu na terra. Ele é o Cristo que vive no coração de acordo com João 15 e Gálatas 2:19-20.

Olhe atentamente para a vida de Cristo como está registrada nas Escrituras e você verá que a grande marca daquela vida é que Ele a viveu na mais profunda humildade e dependência do Pai Celestial. Ele disse: “Eu não posso fazer nada por Mim mesmo.” Em tudo Ele derivava Sua vida de Deus.

Note cinco pontos na Sua vida: Seu nascimento, Sua vida e caminhar na terra. Sua morte, Sua ressurreição e Sua ascensão. Em cada um dos aspectos havia uma parceria com o Deus Santo no Céu.

Do início ao fim do ministério de Cristo na terra, Deus, o Pai, era tudo. Se eu entendo isto, que o Cristo que vai viver em mim é o Cristo que honrou a Deus em tudo, Ele trabalhará para implantar a mesma disposição em mim.

Esta será a beleza, a bem- aventurança e a força da minha vida, quando eu aprender, como Cristo, a saber que em tudo Deus é tudo. O lema da Sua vida se tornará o meu: “Por Deus, para Deus e através de Deus são todas as coisas.”

Seu Nascimento

Olhe para o nascimento de Cristo. Deus operou o poder do Espírito Santo na virgem Maria. Foi pelo tremendo poder de Deus que Cristo nasceu como um bebê em Belém. Ele foi a obra-prima de Deus.

Cristo sempre se lembrou disto. Ele sempre disse às pessoas que Seu Pai O tinha enviado. Ele sempre reconheceu que Sua vida viera de Deus. “O Pai entregou todas as coisas nas mãos do Filho,” Ele disse. Depois acrescentou: “Por isso Ele concedeu ao Filho ter vida em Si mesmo.”
Este foi o seu ponto de partida. “Minha vida vem de Deus. Eu venho de Deus. Não tenho nada em Mim mesmo, e tudo que preciso, devo procurar em Deus.”

Se Cristo seguiu este padrão, devemos fazer o mesmo. Devemos dizer em profunda sinceridade: “Esta nova vida é a vida que tenho de Deus. Ele a deu para mim. Deus está iniciando uma obra no meu coração, pelo Espírito Santo, em regeneração. Eu tenho uma nova vida que veio de Deus.”
E quanto a esta vida que Deus deu? Quem vai sustentá-la? Somente Deus pode terminar o que Ele começou. Ele a levará até ao fim. Ele deve aperfeiçoá-la.

Para mim, a maior tolice seria pensar que posso mantê-la sozinho. Eu recebi do Deus vivo o Cristo vivo em mim, e não posso viver fora desta vida. Devo entregá-la a Deus e reconhecer: “Meu Deus, Tu a plantaste em mim; Tu, somente, podes mantê-la.”

Faça isto se você quer compreender como Cristo vive toda Sua vida na dependência da vontade, força e poder de Deus. Ele disse, com relação à questão de força: “O Filho não pode fazer nada de si mesmo” (Jo 5.19).

Isto era verdade? Sim. Ele disse: “As palavras que falo, não as falo de Mim mesmo, mas como o Pai as deu. O Pai mostrou as obras. Eu as faço.” (Ver João 14.10).

Ele disse a respeito do que fez: “Não vim para fazer a Minha vontade. Espero inteiramente no Pai, para que Ele possa realizar o que é certo.” Se Cristo, o Santo, precisou dizer isto, você não acha que você e eu temos que dizer a mesma coisa dez mil vezes mais? Para isto queremos que Cristo entre em nós: para soprar em nós exatamente esta disposição.

A maior virtude de qualquer vida cristã é deixar Deus fazer a Sua vontade. Precisamos dar a Deus a oportunidade de fazer Sua obra em nós. Precisamos vir dia após dia, hora após hora, ao lugar de absoluta dependência de Deus. Precisamos aprender uma lição: “Oh, Deus, não tenho nada! Não sei nada, não sou nada, e só posso fazer o que Tu me capacitares a fazer.”

E como é que Cristo me leva para perto de Deus? Ele não pode me levar para perto de Deus de outra maneira a não ser daquela em que Ele mesmo andou. Como foi isto? O caminho da mais profunda abnegação; o caminho de completa entrega a Deus.

Ele estava sempre esperando Deus, o Pai, trabalhar nEle. Ele buscava em Deus a Sua força. Ele orava a Deus pedindo direção. Ele clamava a Deus quando estava em apuros, Deus era tudo, tudo para Ele e Cristo estava contente em não ser nada.

Eu não posso deixar isto mais claro. A grande razão pela qual nossa vida cristã não avança mais é que tentamos demais fazer as coisas por nós mesmos. Temos muita energia própria e somos muito auto-confiantes. Nunca aprendemos a lição elementar que a única posição para nós diante de Deus é a de ser nada. Então Deus operará em nós.

Pense nos anjos do Céu, os serafins e querubins. Por que eles são chamas tão brilhantes diante do trono de Deus? Porque não são nada; não há nada neles para obstruir a Deus, e dessa forma Ele pode deixar a glória da Sua presença brilhar através deles.

Por que Cristo era tão perfeito, e por que Cristo alcançou tamanha vitória, e por que Cristo satisfez a Deus, o Pai? Por uma razão: Ele permitia que Deus trabalhasse Nele de manhã até a noite. Cada passo era em dependência de Deus, o Pai.

“Pai, guia-Me”, Ele dizia. “Pai, espero em Ti,” e “Pai, opera em Mim.”

Quando Cristo vem viver em nós, a primeira e principal coisa que Ele quer operar em nós é dependência absoluta Dele. Você, cristão não terá de confessar: “Eu nunca percebi isto. Eu não tenho posto isto em prática. Eu não entendi que, de manhã até a noite, eu devo deixar Deus trabalhar em mim. Não posso fazer nada.”

“Como vamos então fazer o nosso trabalho?”, você pode perguntar. Você acha que Cristo também foi inativo? O grande apóstolo era inativo? Com um propósito intenso ele viajou pelo mundo, e contudo, o tempo todo ele dizia: “Não sou nada.” Esperar em Deus não nos tornará inativos. Pelo contrário, gerará em nós muita atividade.

Ore a Deus para nos ensinar que se quisermos conhecer o poder de Cristo em nós, precisaremos de uma vida de dependência total e absoluta de Deus.

A Morte de Cristo

O que a morte de Cristo nos mostra com relação à nossa dependência de Deus? Mostra que a vida que Deus deu ao Seu Filho foi por Ele entregue inteiramente a Deus. “Eu não considero a Minha vida como Minha,” Ele disse. “Se o Pai a quer, apesar de tanto sofrimento, tanta vergonha, e de tanta agonia pelo sofrimento da morte, Eu a dou novamente a Ele.”

Isto é justo. Isto é certo. Se tudo o que tenho é de Deus, então tudo deve retornar a Ele.

Foi assim com Jesus. Quando Ele tinha doze anos, lembre-se que Ele disse a Maria: “Você não sabe que devo cuidar dos negócios de Meu Pai?” Mais tarde Ele disse: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me enviou e terminar Sua obra.”

Novamente Ele disse: “Eu desci do céu não para fazer a Minha própria vontade, mas a vontade daquele que Me enviou.” No Getsêmani, naquelas últimas horas de angústia antes de Sua morte, Ele disse ao Pai: “Não se faça a Minha vontade, e sim, a Tua.”

Nós, como crentes, nunca reconhecemos os direitos que Deus tem.

Nós nunca sequer entendemos que todo o poder que temos vem de Deus.

Minha vida toda vem dEle, e cada momento da minha vida deve ser entregue de volta a Ele. Toda força que recebo na vida espiritual vem de Deus, assim como a luz do sol vem do sol, cada coisa deve voltar a Deus para que toda ação seja para a glória de Deus.

Um cristão que tem Cristo vivendo nele será verdadeiramente santo, uma pessoa dedicada totalmente a Deus. Isto não é fácil. Por que? Porque o nosso eu é muito forte. O pecado nos colocou nesta condição terrível. Ao invés de considerar uma honra e um privilégio não ser nada e fazer a vontade de Deus, na verdade nós a consideramos difícil.

Temos pensado na submissão do ego como uma alta realização, algo fora de alcance. Porém, se uma pessoa desistir de si mesma, e render-se a Deus, ela pode experimentar a vida de Cristo nela.

O companheiro de Paulo, Epafras, orou pelos crentes colossenses, para que eles permanecessem perfeitos e plenamente convictos em toda vontade de Deus (Cl 4:12). Pense nisso! Paulo esperava que isto fosse verdade em cada cristão.

Cristo viveu somente para a vontade de Deus. E você, quer este Cristo em seu coração ou quer tentar viver um pouco por sua própria vontade? Você quer o Cristo vivo, o Cristo que revela Deus, que entregou tudo?

Se já houve alguém que teve o direito de dizer: “Eu viverei por mim mesmo,” este alguém foi Cristo. Mas Ele não agiu assim. Este é o Cristo que eu quero que viva em mim, um Cristo que me capacitará a viver na dependência de Deus.

Deus te dará este Cristo se, de coração, você entregar a sua vida, o seu tempo, e a sua vontade para que Ele faça exatamente isto em você.
Pense na bela e perfeita vida de Cristo, uma vida sem pecado algum! Foi necessário entregar a Sua própria vida? Sim!

Agora Cristo diz: “Se você quer que Eu viva em você, você deve fazer o que Eu fiz. Você deve entregar a sua vida própria até a morte, e morte de cruz, para ser crucificado.” Nós devemos ser verdadeiros participantes da morte de Cristo.

Por isso, a Palavra de Deus diz: “Porque se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6:5).

Portanto, eu como cristão devo dizer para Deus: “Eu quero perder a minha vida. Eu quero morrer para mim mesmo. Eu quero que Cristo entre em mim com Sua morte, e me envolva de tal maneira que Ele possa viver em mim.”

A Ressurreição de Cristo

O próximo passo é a ressurreição. Quando Cristo entregou Sua vida, Deus a deu de volta para Ele de uma maneira muito mais gloriosa. Depois que Cristo desceu à sepultura, Deus O exaltou dando-Lhe uma nova vida, infinitamente maior e melhor do que aquela que entregara.

A ressurreição de Cristo me traz este ensinamento: que se eu estiver disposto a negar minha vida pecaminosa, minha vontade perversa, meu coração e suas afeições, todo o meu poder neste mundo, para entregar tudo isto a Deus, Ele trará a nova vida ressurreta de Cristo ao meu coração aqui na terra. Cristo, o Deus Vivo, que foi levantado da morte, virá e morará em meu coração.

Estude o túmulo de Jesus. O que significa? Cristo se entregou até a morte, completamente desamparado, para não ser nada diante de Deus. Lá Ele ficou, apenas permitindo que Deus tomasse o tempo necessário para fazer a Sua obra.

O que Deus fez? Ele cumpriu Sua promessa e deu-Lhe uma vida milhares de vezes mais gloriosa do que Sua vida antes do Calvário. Se você quer que Cristo realmente viva em seu coração, então você quer aquele Cristo que desceu à sepultura. Você quer que o Cristo com a vida ressurreta entre em você e seja um com você, o Cristo que foi morto e está vivo para sempre.

Ele é aquele que vem e traz o poder da Sua morte para dentro de mim, para que tudo morra para si mesmo e para o pecado, e traz o poder da Sua vida, para que tudo em mim possa viver com a nova vida de Deus.

Não se contente com meros pensamentos a respeito da presença de Jesus. Deixe Sua vinda ser uma realidade. Deixe-0 ser uma presença viva.
Quem é este Cristo que vive em mim? Ele é um Homem que recebeu Sua vida de Deus, que viveu uma vida de íntima dependência de Deus, um Homem que entregou a Sua vida inteira e a Sua vontade para Deus, o Homem levantado da morte pelo poderoso poder de Deus. Este é o Cristo que quer viver em você.

Ele é o Deus-Homem que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, que viveu na terra em íntima dependência do Pai no Céu, o Deus encarnado que entregou a Sua vida inteira e a Sua vontade para o Pai, o Deus levantado da morte pelo grande poder daquele que é Eterno. Este é o Cristo que quer viver em você.

Ascensão de Cristo

Após a ressurreição de Cristo, Ele ascendeu aos Céus. Deus levou-0 para um lugar de poder, para compartilhar Seu trono de glória, fazendo dEle o parceiro do poder Divino. Ele enviou o Espírito Santo.

Muitos perguntam: “Como eu posso ser uma bênção para os meus companheiros?” Como Cristo se tornou uma bênção para o mundo? Ele entregou a Si mesmo para Deus, morreu para Si mesmo e para Sua vida natural e esperou que Deus O exaltasse.

Porque Ele agiu assim, Deus O exaltou para o lugar de bênção. Por causa de Sua morte e ressurreição Ele pôde nos enviar o Espírito Santo.

Você quer a Cristo mas não pode tê-Lo até que aprenda a lição da dependência de Deus. Você deve morrer, e então aprender pela fé a tomar posse de Cristo na sua ressurreição e ascensão.

Portanto, quando Jesus Cristo vive em você em sua vida terrena, você passa a partilhar da glória do Seu amor celestial. A vida de Cristo na sua totalidade em você, a dependência de Cristo em Deus, o Cristo entregue a Deus, o Cristo levantado por Deus e o Cristo exaltado acima com Deus, este Cristo quer viver em você.

Para Cristo me levar para perto de Deus, Ele não pode ficar do lado de fora da minha vida. Ele deve viver dentro de mim, unido (comigo) em harmonia e obediência no serviço de Deus. Este é um mistério espiritual mas Deus é um Ser Santo e Espiritual e eu não posso ser atraído a Ele pelo meu pensamento ou por pensar em uma certa localização do Céu.

Ser levado para Deus significa que Cristo entra em mim e vive Sua vida em mim. Ele me introduz a um relacionamento pessoal com o Deus vivo. A grande pergunta que mexe com a igreja é: “Por que os cristãos são tão frágeis?” E a grande pergunta em muitos é: “O que podemos fazer para conseguir a vida plena de Cristo, e viver como Deus promete que podemos viver? 0 que podemos fazer para nos tornarmos aqueles filhos de Deus que o Pai é capaz de gerar, galhos da Videira Verdadeira?”

O que temos que fazer? Primeiro, devemos contemplar este Cristo e nos perguntar: “Será que quero entregar tudo para que este Cristo viva em mim?” Você sabe como Cristo viveu em Paulo. Era como se Cristo tivesse se encarnado em Seu apóstolo, o mesmo zelo por Deus, o mesmo amor pelas almas, a mesma prontidão para sacrificar tudo. Tudo de notável em Paulo era a completa vida de Cristo nele. Você deseja ter este Cristo em você?

Suponha que você fosse tão pobre quanto Cristo, tão perseguido quanto Ele foi, e suponha que Deus dissesse: “Meus filhos, Eu darei a maior glória ao homem que permitir que Cristo venha e viva nele para viver a vida de sofrimento que Ele viveu.” Quantos diriam: “Sim, Senhor, eu daria tudo para que Cristo pudesse se apossar de mim”?

Quantos diriam: “Aqui, onde vivo, custaria muito caro deixá-Lo viver em mim desta maneira”?

Amigo, Deus vem a nós com esta pergunta: “Você deseja ter o Meu Filho Jesus, da maneira como você O encontra na Palavra, em Sua humildade, Sua dependência, Sua submissão e obediência, Sua renúncia até a morte e sepultura, e na Sua espera até que Eu 0 ressuscitasse? Você deseja que este Cristo viva em seu coração?”

Você deseja? Se você não deseja, você quer passar a desejar? Se sua resposta é sim, diga-Lhe: “Eu quero que Cristo viva Sua vida em mim e me faça exatamente como Ele é.” Ele está pronto a fazê-lo.

Não se contente mais com um cristianismo de meio coração, dizendo: “Eu estou salvo e perdoado. Eu tenho um pouco de Cristo. Eu dou o melhor de mim.”

Venha para a vida completa que Cristo oferece! Deixe Cristo tomar conta de tudo. Deixe Cristo entrar, o Humilde, o Obediente, o Sofredor, o Agonizante, Aquele que viveu na dependência de Deus, e diga: “Esta será a minha vida, se Cristo vivê-la em mim.”

(Fonte)

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