Muitos cristãos hoje gostam de dizer que todos os pecados são “iguais” aos olhos de Deus, que não há uma escala de pecados menores ou piores, que uma mentirinha ou um homicídio são ambos o suficiente para que Cristo precisasse morrer na cruz. Todos dizemos isso na teoria, mas na prática, sabemos que uma “mentirinha branca” não vai te tirar da liderança da igreja. E um homicídio provavelmente vai.
Na prática, há alguns pecados que são socialmente aceitáveis, mesmo na igreja. Há um pecado em particular que tem permeado nossa sociedade e nossas igrejas tão silenciosamente que nós raramente prestamos atenção, que é a busca constante por mais, por além do que é suficiente. Ou, usando uma palavra mais feia, o que nós chamamos de glutonaria.
Quando eu penso sobre glutonaria, eu penso em meu desejo de devorar uma dúzia de rosquinhas, ajudando a descer com um copo de achocolatado. Ou talvez minha tendência de alimentar meu estômago com salgadinhos quando já nem estou mais com fome. Muitos de nós podem olhar para o pecado da glutonaria e pensar “não é bem com isso que eu luto” ou “que mal há nisso?”. Afinal, a maioria das congregações possuem pessoas que comem demais, e elas não são consideradas “menos espirituais” ou “relapsas” por isso.
Mas a glutonaria não é meramente um vício por comida. E se olharmos em sua definição e contexto originais, a glutonaria se torna muito mais próxima das nossas vidas do que gostaríamos de admitir.
Em sua forma mais básica, glutonaria é o vício da alma no excesso. Ela ocorre quando o gosto domina sobre a fome, quando o querer domina sobre o precisar. E em nossa sociedade, onde “crescer na vida” é o mais comum dos ideais, muitas vezes é difícil distinguir uma conquista merecida de um excesso indulgente. Nesse sentido, mesmo os mais atléticos e musculosos entre nós podem ser glutões. Qualquer um de nós pode ser.
Todo desejo por excesso provém de uma falta de satisfação. Eu não estou satisfeito com a minha porção – seja a porção no meu prato, no leito matrimonial ou na minha conta bancária. Por não estar satisfeito com minha porção, eu busco uma porção maior. Mas porque cada porção é uma parte finita de um todo finito, estou constantemente buscando um excesso que nunca poderá satisfazer.
Essa é a história de Gênesis 3. Qual foi o pecado do Jardim do Éden, se não um desejo por excesso? Adão e Eva receberam um paraíso para os olhos e para o paladar, em total ausência de qualquer vergonha, mas o que fazia do jardim um paraíso não era nada disso. Ali era um paraíso porque Deus andava na viração do dia com eles. Apesar disso, a queda de Adão e Eva ocorreu porque eles consideraram que mesmo isso não era suficiente. Eles não estavam contentes com sua porção no paraíso, e então foram em busca – com consequências desastrosas – de mais.
E como eles, somos seres vorazes. Incorporamos desejos sem fundo sempre à procura da próxima coisa atrativa. Nossos apetites são tão fortes quanto a morte, nos diz Provérbios 27.20. Estamos sempre indo em busca da próxima coisa que poderá satisfazer e aplacar nossa sede infinda. Essa inclinação sem fim é o que move a glutonaria. É o que propulsiona nossas almas sempre em direção ao excesso.
E mesmo assim, o desejo por “mais” não é inerentemente mau, mas é quase sempre mal direcionado. O que nós precisamos é de um apetite incansável pelo divino. Precisamos de uma santa voracidade. Nossas carentes almas podem se voltar e serem capturadas por uma bondade encontrada na presença do Deus todo glorioso. Há apenas uma fonte infinita de satisfação que pode satisfazer nossos desejos sem fim.
Uma pequena prova de Sua graça suprema é o suficiente para atrair um apetite há muito prisioneiro de porções menores. Se água roubada é doce, graça abundante é ainda mais doce.
E há um efeito colateral estranho: quanto mais bebemos do amor sem fim do Deus infinito, mais nossos gostos serão transformados. A essência da graça vai permear cada vez mais fundo as almas incansáveis dos mais carentes.
Na busca por porções menores, nosso paladar foi anestesiado. Nos tornamos dormentes para nossa fome real, nos enchendo com efemeridades. Mas quando voltamos à fonte, nossos sentidos são renovados.
O Salmo 34.8 nos desafia a enxergar a diferença: “Provai e vede que o SENHOR é bom”. Eu entendo que Paulo entendeu esse verso quando disse ao povo de Listra que Deus dá fartura e alegria para que nossos corações se convertam de coisas vãs e se voltem para a satisfação suprema em quem Deus é (Atos 14.15.17).
Consequentemente, se Deus ordenou que sua bondade seja vista e provada (e, implicitamente, ouvida, cheirada e tocada), isso tem, pelo menos, duas implicações diretas. Primeiro, isso significa que cada prazer e satisfação finitos tem o objetivo de nos apontar para o prazer e a satisfação infinitos em Deus. Minha admiração por um pôr-do-Sol não precisa, assim, parar no horizonte, mas deve continuar e subir em adoração e gratidão. Em segundo lugar, isso significa que se nosso desejo por “mais” for mal-direcionado, então certamente ele pode ser redirecionado na direção certa.
O desejo pelo excesso é pecaminoso? Depende de se a alma está buscando um excesso finito ou um excesso infinito. Será que nós sequer pensamos vorazmente em Deus? Nos regozijamos nas chances de gastar alguns minutos a mais em oração, afastados do mundo apenas para provar mais uma vez do divino? Quando foi a última vez que ficamos compenetrados por muito tempo nas páginas de uma Bíblia aberta por não conseguirmos parar de admirar o sabor doce como o mel das verdades antigas? Se a Bíblia é a história do único bem infinito, por que gastamos tanto de nossas vidas em banquetes tão menores que ela?
Nós cristãos domamos nosso deleite em Deus de tal forma que sequer imaginamos como seria viver sempre em busca dEle. Se satisfazer em Deus é algo tão distante para a maioria de nós quanto um estômago vazio. Por que não focamos nossas almas na única bondade que pode lidar com nossos desejos? Por que corremos atrás dos efêmeros sabores do dinheiro, da comida e do sexo?
Como disse George MacDonald, “certas vezes eu acordo e, eis, já esqueci”. Dormir é como um botão de reinício e minha fome muitas vezes é mal direcionada. Penso ter fome do que é finito, mas minha necessidade real é Deus. Para nos lembrarmos disso, precisamos provar profunda, constante e diariamente a bondade de Deus. Então voltemo-nos e regozijemo-nos corretamente.
Traduzido por Filipe Schulz
Recebido por e-mail. Fonte não mais disponível.
Uma vez eu estava voando à noite no Atlântico Norte. Foi em 1947, e eu estava voltando da minha primeira visita à Europa. Nosso avião, um desses DC4 antigos com dois motores em cada asa, estava a dois ou três minutos no meio do Atlântico. De repente, dois motores numa asa pararam. Eu já tinha voado muito, e por isso eu pude sentir os motores com problemas. Eu me lembro de pensar: “Se eu for afundar no oceano, seria melhor eu pegar o meu casaco”. Quando eu peguei, eu disse à aeromoça: “Tem algo errado com os motores”. Ela foi um pouco mordaz e disse: “Vocês sempre acham que há algo errado com os motores”. Eu dei de ombros, mas peguei meu casaco. Tão logo sentei, as luzes se acenderam e um co-piloto muito agitado saiu da cabine. “Nós estamos em apuros”, ele disse. “Vistam rapidamente seus coletes salva-vidas”.
É possível ser salvo mediante a fé em Cristo e então passar muito de nossa vida na cadeira do materialismo. Nós podemos dizer que acreditamos num mundo sobrenatural, e ainda assim viver como se não houvesse nada sobrenatural no universo.
Assim, nós descemos, e caímos e caímos, até que, no meio da noite sem lugar, pudemos ver as ondas se quebrando debaixo de nós na escuridão. E enquanto nós estávamos descendo, eu orei. De forma bastante interessante, uma mensagem de rádio tinha sido transmitida, um S.O.S. que foi receptado e retransmitido imediatamente por todos os Estados Unidos num plantão de notícias: “há um avião caindo no meio do Atlântico”. Minha esposa ouviu falar disso e, imediatamente, ela juntou nossas três pequenas meninas e se ajoelharam e começaram a orar. Elas estavam orando em St. Louis, Missouri, e eu estava orando no avião. E nos não parávamos de cair.
Então, quando nós podíamos ver o quebrar das ondas em baixo de nós e todo mundo estava pronto para o impacto, de repente os dois motores voltaram a funcionar, e nós entramos em Gander. Quando pousamos, eu procurei o piloto e perguntei-lhe o que havia acontecido. “Bem,”, ele disse, “é uma coisa estranha, algo que nós não podemos explicar. Muito raramente dois motores param numa única asa, mas você pode estabelecer uma regra de que, quando isso acontece, eles não voltam a funcionar. Nós não entendemos isso”. Então virei para ele e disse: “Eu posso explicar”. E ele olhou para mim. “Como?”. E eu disse: “Meu Pai no Céu fez isto porque eu estava orando”. Aquele homem ficou com um olhar ainda mais estranho no seu rosto e foi embora.
[…]
O que se deve perceber é que ver o mundo como um cristão não significa simplesmente dizer: “eu sou um cristão. Eu acredito no mundo sobrenatural”, e parar por aí. É possível ser salvo mediante a fé em Cristo e então passar muito de nossa vida na cadeira do materialismo. Nós podemos dizer que acreditamos num mundo sobrenatural, e ainda assim viver como se não houvesse nada sobrenatural no universo. Não basta dizer simplesmente: “eu acredito num mundo sobrenatural”. Nós temos que perguntar: “em qual cadeira estou sentado neste determinado momento existencial?”. Nós temos que viver no presente: “Basta ao dia o seu próprio mal […] o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. O que conta é a cadeira na qual estou sentado em qualquer momento existencial.
O Cristianismo não é apenas um consentimento mental de que certas doutrinas são verdadeiras – nem mesmo que as doutrinas corretas são verdadeiras. Isto é só o começo. Isto seria como um homem faminto sentado em frente a grandes montões de comida e dizendo “eu acredito que a comida existe; eu acredito que é real”, e que, contudo, nunca come. Não basta dizer apenas “eu sou um cristão” e então, na prática, viver como se o contato presente com o sobrenatural fosse algo remoto e estranho. Muitos cristãos que conheço parecem agir como se entrassem em contato com o sobrenatural somente duas vezes – uma quando são justificadas e se tornam cristãos, e outra quando morrem. O resto do tempo eles agem como se estivessem sentados na cadeira do materialismo.
Fonte: Morte na Cidade (Editora Cultura Cristã), p. 94-96
A Bíblia é o livro mais vendido de todos os tempos. Impressionantes 100 milhões de exemplares são impressos a cada ano [nos EUA], e estima-se que, no mundo inteiro, quase 8 bilhões sejam impressos. O texto da Bíblia já foi publicado em 450 línguas diferentes, o Novo Testamento, em 1.400 idiomas, e o Evangelho de Marcos, em 2.370 línguas. E esses números não incluem as muitas versões digitais da Bíblia que milhões de pessoas vêem online. Claramente esse é um livro em que as pessoas estão interessadas – e seu fascínio parece continuar crescendo.
A Bíblia é um livro que faz grandes reivindicações e promessas. Ele diz que é uma mensagem de Deus – uma revelação do tipo mencionado anteriormente, que fala Dele mesmo e de Seus propósitos para nós. E ela declara que isso tem valor e relevância duradouros, como explicado em Isaías 40.8: “A erva seca e as flores murcham, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre”.
Ela tem sido chamado de Manual do proprietário para as pessoas – um livro escrito por inspiração de nosso Criador como um guia para nos ajudar a viver de uma forma que O honre e que opera para nosso próprio bem. Segunda Timóteo 3.16 explica: “Toda a Escritura é … útil para nos ensinar o que é verdade e para nos fazer perceber o que está errado em nossas vidas. Ele nos corrige quando estamos errados e nos ensina a fazer o que é certo. ”
O problema é que há uma série de outros livros religiosos que também reivindicam ser inspirados por Deus. O que diferencia a Bíblia, dando-nos a confiança de que ela realmente é o que afirma ser – revelação de Deus – e que só ela “corrige-nos quando estamos errados e nos ensina a fazer o que é certo” da melhor forma?
Muito poderia ser dito em resposta a essa pergunta, mas aqui está um breve resumo de alguns dos atributos únicos da Bíblia:
Consistência
Mesmo que ele tenha sido escrita ao longo de um período de 1.500 anos por mais de quarenta autores, em [três] diferentes línguas, e trate de centenas de temas, ela exibe uma uniformidade misteriosa em sua mensagem. Esse nível de consistência é dificilmente alcançado dentro de um livro de autor único, mas quando você adiciona a complexidade de vários escritores, de vários países, em vários idiomas, ao longo de vários séculos, lidando com vários problemas e situações, as incríveis coesão e mensagem unificada da Bíblia são nada menos do que surpreendentes.
Confiabilidade histórica
O registro do Antigo Testamento sobre a atividade de Deus no mundo e entre Seu povo tem sido confirmada mais e mais pela história secular e por descobertas arqueológicas.
Os relatos na Bíblia, e em particular os do Novo Testamento, são principalmente baseados em testemunho direto, ocular. Como o apóstolo João escreveu: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram-presente proclamamos” (1Jo 1.1). Outras partes foram compiladas por escritores que interagiram com as testemunhas oculares.
Isso inclui historiadores cuidadosos e conscienciosos, como Lucas, que fez questão de explicar sua metodologia de pesquisa no início da biografia de Jesus que escreveu: “Muitas pessoas têm a intenção de escrever relatos sobre os eventos que se cumpriram entre nós. Eles usaram os relatos de testemunhas que circulam entre nós desde os primeiros discípulos. Tendo cuidadosamente investigado tudo desde o começo, eu também decidi escrever um relato cuidadoso. . . assim você pode estar certo da verdade de tudo o que foi ensinado ” (Lc 1.1-4).
Além disso, o Novo Testamento é confirmado em vários pontos por antigos historiadores judeus, gregos e romanos, bem como discípulos de segunda geração que afirmaram a exatidão dele tanto em termos de autoria como de conteúdo.
Superioridade textual
A típica escrita antiga não-bíblica tem um número muito pequeno de cópias manuscritas sobreviventes, e a maioria delas data de centenas de anos depois que o documento original foi escrito.
Um bom exemplo é As guerras gaulesas de César, do qual temos apenas dez cópias manuscritas sobreviventes, a mais antiga delas datando de mil anos após o original ter sido escrito. Outro exemplo são os escritos de Tácito, dos quais temos um total de cerca de vinte cópias integrais ou parciais, com um intervalo de tempo entre os escritos originais e as primeiras cópias de 1.100 anos. No entanto, essas obras históricas ainda são consideradas essencialmente confiáveis.
Sendo esse o caso, quando considera que do Novo Testamento há 5.700 manuscritos ou cópias manuscritas parciais somente em grego (e cerca de 20.000 mais em outros idiomas), e que o mais antigo fragmento dista algumas décadas de escrita original, você começa a entender que simplesmente não há comparação entre ela e outras obras da antiguidade e que a Bíblia que lemos hoje é uma cópia exata dos escritos originais.
Verificabilidade arqueológica
Literalmente milhares de detalhes na Bíblia, incluindo referências a pessoas, lugares e eventos específicos, têm-se mostrado exatos graças a escavações arqueológicas e estudo modernos.
Sir William M. Ramsay, da Universidade de Oxford, um dos grandes arqueólogos do século passado, começou como um cético convicto, duvidando de muitos detalhes registrados no Novo Testamento. Especificamente, ele pensava que Lucas era tolo em sua narrativa, porque ele citou muitos nomes, locais e datas específicos. Essas afirmações seriam fáceis de verificar e de refutar, considerando, como Ramsay fez no início, que não eram realmente verdade. Mas, ao longo de trinta anos de estudo, pesquisa e escavação, Ramsay cada vez mais percebeu que os escritos de Lucas, tanto no Evangelho quanto em Atos, eram registros precisos dos eventos e detalhes que relatavam. Mais tarde, ele resumiu suas descobertas desta maneira: “Lucas é um historiador de primeira categoria […] Esse autor deve ser colocado junto com os maiores historiadores”.
Além disso, o renomado arqueólogo Nelson Glueck, que uma vez foi destaque na capa da revista Time por causa de seu extraordinário trabalho, concluiu: “Nenhuma descoberta arqueológica jamais contradisse uma única referência bíblica.” Nenhum outro “livro sagrado” a não ser a Bíblia tem sempre ganho tal apoio esmagador e afirmação, ou nos deu tantas razões para estarmos confiantes em sua integridade quando o lemos.
Atividade sobrenatural
A Bíblia nos dá uma poderosa evidência de que foi sobrenaturalmente inspirada: por meio de inúmeras profecias detalhadas que foram registradas previamente e, então, cumpridas séculos mais tarde; por meio do registro de milagres feitos por uma série de profetas do Antigo Testamento, bem como por apóstolos do Novo Testamento, especialmente pelo próprio Jesus (incluindo os realizadas na presença de céticos e os oponentes que nunca contestaram sua autenticidade).
Há também a clara “percepção da verdade” que inúmeros leitores têm afirmado ao longo dos séculos. Eles relatam que, ao lerem a Bíblia, ela fala à situação exata que estão passando, fazendo-os sentir como se Deus estivesse falando diretamente a eles.
É uma observação interessante, uma vez que a Bíblia diz, em Hebreus 4.12: “Porque a palavra de Deus é viva e poderosa. É mais preciso que o mais acentuado espada de dois gumes, cortando entre alma e espírito, entre conjunta e medula. Ela expõe nossos pensamentos e desejos mais íntimos”.Além disso, Jesus nos disse, em João 10.27: “Minhas ovelhas ouvem a minha voz.; Eu as conheço, e elas me seguem”.
Autoridade espiritual
As verdades escritas na Bíblia, quando aceitas e vividas por pessoas comuns, têm impactado milhões de vidas ao longo dos milênios – a minha é uma delas .
Além disso, quase todos os grandes avanços na civilização ocidental surgiram porque as pessoas lêem a Bíblia, crêem nela e colocam em prática sua mensagem.
Sua influência positiva é inigualável na história da humanidade. Grandes movimentos sociais, como a abolição da escravatura, direitos civis, direitos das mulheres, santidade de vida, cuidado com os pobres e o Estado de direito em lugar de tirania ditatorial, foram energizados por aqueles que se firmaram em ensinamentos bíblicos.
Estas são apenas algumas das inúmeras razões pelas quais podemos confiar na exatidão da Bíblia como uma fonte fidedigna de sabedoria e de verdade para nós hoje.
(Traduzido por Francisco Nunes de “Is The Bible Really Accurate?”Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
O que você está procurando? Hoje você está em busca de algo? Você sabe o que está faltando? Por que às vezes parece que nada faz/tem sentido? Por que as coisas boas duram pouco e não trazem satisfação permanente?
Você me seguiria?
Eu sou beneficiado por orar pelos outros. Ao ir a Deus em favor deles, conquistei algo para mim mesmo.
(Samuel Rutherford)
Eu não me importo aonde vou, como vivo ou o que eu suporto desde que eu possa salvar almas. Quando eu durmo eu sonho com elas.
(David Brainerd)
A evidência que você realmente passou pela porta estreita é que agora você está andando no caminho apertado. A evidência que você realmente creu em Jesus Cristo é que a sua vida foi transformada e agora você está andando de acordo com os mandamentos de Cristo e conforme a vontade de Deus! Mas hoje isso não é verdade! Quem pode se levantar e dizer qualquer diferença? A grande maioria das pessoas não somente fora da igreja, mas também dentro da igreja dizem: “Sim, eu passei por aquela porta estreita. Sim, eu cri em Jesus Cristo”, mas quando você olha para suas vidas elas vivem exatamente como o mundo! Elas têm o mesmo desejo que o mundo. A única coisa que elas fazem é serem religiosas e irem à igreja no domingo. Mas quando você olha para suas vidas na segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira não existe Cristo! Quando você olha para a conversa, os desejos, os sonhos e a paixão, Jesus não está presente!
(Paul David Washer)
Cristo é o cabeça escolhido de Deus e o centro de todas as coisas. Ele é, leitor, seu centro? Ou você está lutando para fazer de si mesmo um centro independente? Tentar isso é tolo e maligno. Isso prova que uma vida inteira pode estar errada em seu princípio e você, a cada momento, ser um rebelde diante de Deus. “Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira” (Sl 2.12). “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o” (Mt 17.5). Se você não se unir a Ele, será dispersado. Busque em primeiro lugar o vindouro reino de glória! Se Cristo não é o governante de sua vida, Satanás é!
(Robert Govett)
A tendência do pecado é sempre diminuir a seriedade do pecado.
(John Owen)
A manifestação de Deus encontra-se no dia a dia e naquilo que é costumeiro, não no espetacular e heroico. Se não podemos encontrar Deus nas rotinas da casa e das compras, então não vamos encontrá-lO de maneira alguma.
Deleitar-se [em Deus] é a única alegria capaz de satisfazer a alma. Ir para o céu e desfrutar o Senhor de modo pleno é infinitamente melhor do que as coisas mais agradáveis aqui da terra. Pais e mães, maridos, esposas ou filhos, ou, ainda, a companhia de amigos terrenos não passam de sombras mas Deus é a substância. Essas coisas são apenas raios dispersos; Deus é o Sol. Elas são apenas córregos; Deus é o oceano.
(Jonathan Edwards)
Qualquer que seja o serviço ou a obediência que prestamos a Deus ou ao homem, se disso o amor é excluído, a lei não se cumpre.
(F. B. Meyer)
A medida de nosso amor pelos outros pode ser em grande parte determinada pela freqüência e intensidade de nossas orações em favor deles.
(A. W. Pink)
Existe muito barulho religioso nesta geração, mas ainda assim não há qualquer evidência da mortificação do pecado.
(John Owen)
Eu estimo o valor das coisas apenas pelo preço que devem ganhar na eternidade.
(John Wesley)
Jesus Cristo foi de mais boa vontade para a cruz que nós para o trono da graça.
(Thomas Watson)
Não é suficiente começar a orar, nem orar corretamente. Nem é suficiente continuar a orar por um determinado tempo. Mas precisamos pacientemente em fé continuar em oração até que obtenhamos uma resposta.
“Quanto a mim, contemplarei a Tua face na justiça; eu me satisfarei da Tua semelhança quando acordar” (Sl 17.15).
A porção dos homens enche-lhes o corpo e enriquece seus filhos, mas a porção do crente é de outro tipo. Os homens do mundo têm seus tesouros neste mundo, mas os homens do mundo vindouro olham para além e para mais alto.
Nossa possessão é dupla: temos a presença de Deus aqui e Sua semelhança na vida futura. Aqui contemplamos a face do Senhor em justiça, pois somos justificados em Cristo Jesus. Oh, a alegria de contemplar a face de um Deus reconciliado! A glória de Deus na face de Jesus Cristo faz-nos nos render abaixo do céu, e ela será para nós o céu dos céus acima.
Porém, ver não é tudo: temos de ser transformados naquilo que contemplamos. Devemos dormir por um pouco e, então, acordar para vermos a nós mesmos como espelhos que refletem as belezas de nosso Senhor. A fé vê Deus com um olhar transformador. O coração recebe a imagem de Jesus em sua própria profundeza, até que o caráter de Jesus seja impresso na alma. Isso é santificação. Ver Deus e ser como Ele – o que mais posso desejar? A segura confiança de Davi é aqui, pelo Espírito Santo, tornada a promessa do Senhor. Creio nisso. Espero isso. “Senhor, conceda-o. Amém.”
Aprendemos pela oração a detectar a diferença entre a ordem de Deus e Sua vontade permissiva. A ordem de Deus é: sem dor, sem doença, sem mal, sem guerra, sem pecado. Sua vontade permissiva é todas essas coisas, a confusão em que estamos agora. O que o homem precisa fazer é se agarrar à ordem de Deus no reino interior e, então, começará a ver como lidar com o enigma do universo no exterior.
O fim do homem é a oportunidade de Deus.
(John Flavel)
Devemos considerar quem é Aquele a quem oramos. [Devemos considerar] a infinitamente bendita Majestade de Deus, comparada à qual nada pode ser concebido mais bom, mais santo, mais puro, mais ilustre, mais adorável, mais compassivo, mais incompreensível ou mais indescritível. O próprio pensamento de Deus tira nosso fôlego. Ele é três Pessoas vivas. Vivemos, nos movemos e respiramos Nele. Ele pode fazer o que quiser conosco. Ele não está mais comprometido conosco do que tem graciosa e piedosamente escolhido se comprometer. Ele sabe de todas as coisas sem que Lhe digamos ou peçamos. E ainda assim é a Ele que oramos. Agora, pensemos onde é que oramos. Mais do que ser em um lugar consagrado ou não, é no próprio Deus. Estamos Nele, como os peixes estão no mar. Sua imensidão é nosso templo.
“Santifica-os na Tua verdade. A Tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
As Escrituras são o grande meio de santificação. Elas são o encanto que tanto atrai o coração piedoso. Tal coração não é insensível à elegância do estilo bíblico nem indiferente a suas arrojadas e belas figuras de linguagem – porém essas não são as atrações principais. A Bíblia é a Palavra de Deus!
Ela convence do pecado.
Ela estimula a obediência.
Ela desperta da preguiça.
Ela alerta contra o perigo.
Ela revela o caráter de Deus.
Ela expõe o caminho para a salvação.
Ela delineia a providência de Deus.
Ela apresenta o Cordeiro de Deus morto por nossas transgressões.
Ela comunica doces cargas de devoção espiritual.
Ela traz à vista uma brilhante e eterna recompensa.
Ela expõe as feridas de nossa natureza e oferece o bálsamo curador.
Resumindo, ela incorpora tudo o que um cristão pode precisar em sua peregrinação.
Ela é seu único guia para essa vida tempestuosa.
Na tormenta, ela é seu consolo.
Na prosperidade, ela é seu regulador.
Na dificuldade, ela é seu guia.
Em meio à escuridão da morte, e quando entrando no vale escuro, é a estrela da manhã que…
ilumina seu caminho,
faz seus olhos sem vida brilharem de esperança e
alegra sua alma com a perspectiva da glória imortal!
Quanto mais freqüente e diligentemente você examinar as Escrituras, mais belas elas irão parecer e menos gosto você terá por leituras levianas e superficiais. Existe algo santificador e enobrecedor em um íntimo conhecimento e na meditação diária das Escrituras. Uma satisfação é sentida ao possuí-los, à qual nenhuma composição humana pode incitar.
Confie nisto: quanto mais estreita atenção você der à Palavra, mais interessante e preciosa ela se tornará e mais rapidamente você crescerá em graça e santidade.
Você sente como se estivesse conversando com Deus.
Você respira uma atmosfera do céu.
A alma é banhada em águas celestiais.
Ela se embebe de uma doçura e de uma serenidade que transborda sobre seus atrativos que não são deste mundo.
Por esta fonte de luz e vida procuremos diariamente.
Aqui está a influência curadora.
Aqui está o poço de Betesda.
Aqui abunda consolo para o aflito.
Aqui habita a esperança que alegra e guia.
Ate esse precioso livro ao pescoço, escreva-o nas tábuas do coração!
Ele provará ser…
seu escudo no conflito,
seu guia na perplexidade,
seu consolo na adversidade.
Se for fielmente estudada nesta vida, ela proporcionará temas para contemplação celestial pela eternidade.
Devemos nos aproximar desse Livro Sagrado com reverência. Quando o abrimos ouvimos a voz de Deus. Não deveríamos, portanto, prestar uma reverente atenção quando Jeová fala? Nossa postura não deveria ser a de mais profunda humilhação e respeito?
Na Palavra escrita, temos Deus falando conosco como a Seus filhos. Vá, então, meu amigo, e diligentemente escute os santos oráculos. Pesquise as Escrituras. Examine-as sistematicamente. Faça delas sua companhia diurna e noturna. E que a influência celestial delas esteja tão infundida em sua alma que você perca progressivamente a imagem do que é terreno e assuma a dos habitantes celestiais.
Confie nisto: quanto mais estreita atenção você der à Palavra, mais interessante e preciosa ela se tornará e mais rapidamente você crescerá em graça e santidade.
A Palavra de Deus deve crescer constantemente em sua estima, até que você exclame como Davi: “Quanto amo a Tua lei! […] Quão doces são os Teus decretos ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca” (Sl 119.97,103).
(Traduzido por Tathyane Faoth. Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo.)
“E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim” (Jo 12.32).
Venham, obreiros, sejam encorajados. Vocês temem que não possam atrair uma congregação. Tentem a pregação de um Salvador crucificado, ressurreto e ascendido, pois esse é o maior “ímã” que já foi manifestado entre os homens. O que atraiu vocês a Cristo senão o próprio Cristo? O que os atrai a Ele agora além de Seu próprio bendito ser? Se vocês tivessem sido atraídos para a fé por qualquer outra coisa, logo teriam sido afastados dela. Mas Jesus mantém vocês e os manterá até o fim. Por que, então, duvidar de Seu poder de atrair outros? Vão com o nome de Jesus àqueles que até agora têm sido teimosos e vejam se isso não os atrai.
Nenhum tipo de homem está fora do alcance desse poder de atração. Velhos e novos, ricos e pobres, ignorantes e letrados, depravados ou amáveis – todo homem pode sentir a força atrativa. Jesus é o ímã. Não pensemos em nenhum outro. A música não levará a Jesus, tampouco a eloquência, a lógica, o cerimonial ou barulho. O próprio Jesus atrai os homens para Si mesmo; e Ele é totalmente capacitado para essa obra em todos os casos. Não sejam tentados pelas charlatanices do dia; mas, como obreiros para o Senhor, ajam à maneira Dele e atraiam com as próprias cordas do Senhor. Atraiam para Cristo e atraiam por Cristo; então, Cristo atrairá por vocês.
(Traduzido por Tathyane Faoth. Revisado por Francisco Nunes. Este artigo pode ser distribuído e usado livremente, desde que não haja alteração no texto, sejam mantidas as informações de autoria, tradução, revisão e fonte e seja exclusivamente para uso gratuito. Preferencialmente, não o copie em seu sítio ou blog, mas coloque lá um link que aponte para o artigo).
Antes que Ele forneça o abundante suprimento, primeiro devemos ser feitos conscientes de nosso vazio. Antes que Ele nos dê força, devemos sentir nossa fraqueza. Devagar, dolorosamente devagar, vamos aprender essa lição; e mais devagar ainda reconhecer nossa insignificância e tomar o lugar de impotência diante do Poderoso.
(A. W. Pink)
A salvação é simples, mas não é fácil.
(Oliver Smith)
Quando, enfim, eu confessei: “Sou pecador!”,
ante a graça me prostrando,
Cristo, então, me declarou: “Sou Salvador!”,
meu pecado retirando.
(John Dickie)
Todas as virtudes de um cristão emergem da morte do ego.
(Madame Guyon)
Em oração, nós agimos como homens; em louvor, nós agimos como anjos.
(Thomas Watson)
Não há qualquer tipo de obediência que prestemos a Deus contra o qual o pecado não se oponha. E quanto mais espiritualidade ou santidade houver no que fazemos, maior é esta oposição. Assim, aqueles que buscam oferecer o melhor a Deus são os que experimentam a oposição mais forte.
(John Owen)
Não há orgulho tão perigoso, tão sutil e traiçoeiro, como o orgulho da santidade.
É indispensável trazer na mente nestes dias altamente ocupados e de atividades sem descanso, que Deus olha para tudo a partir de um único ponto de vista, avalia tudo por uma única regra, prova tudo por um único critério, e este critério, que governa Seu ponto de vista é Cristo. Ele valoriza as coisas se elas podem estar conectadas com o Filho do Seu Amor, e nada além. Tudo é feito para Cristo, tudo que é feito por Ele é precioso para Deus. Tudo mais é sem valor. Muito serviço pode ser realizado e uma grande porção de louvor pode ser oferecida através de lábios humanos, mas quando Deus o analisa, Ele irá buscar somente uma coisa e é medindo o quanto este serviço está conectado à Cristo. Sua grande questão será: este serviço foi realizado em e para o Nome de Jesus? Se for, ele foi aprovado e recompensado; se não, será rejeitado e queimado.
Não importa o que os homens possam pensar sobre um trabalho específico. Eles podem ser elogiados sobejamente por algo que estejam fazendo; eles podem ostentar seu nome nos jornais; eles podem fazer do seu nome o assunto no seu círculo de amigos; eles podem ter um grande nome como pregador, mestre, escritor, filantro, reformador moral, mas se não pode conectar seu trabalho com o nome de Jesus – se este não é feito para Ele e para a Sua glória – se não é fruto do constrangimento do amor de Cristo, será todo soprado fora como a palha do chão da debulha de verão, e cairá no esquecimento.
Um homem pode procurar um silencioso, humilde, modesto serviço, desconhecido e não noticiado. Seu nome pode nunca ser ouvido, seu trabalho pode nunca ser reconhecido, mas o que foi feito, foi feito simplesmente por amor a Cristo. Ele serviu na obscuridade com seus olhos no seu Mestre. O sorriso do seu Senhor é o suficiente para ele. Ele não pensou em nenhum momento em receber a aprovação dos homens; ele nunca procurou cativar o sorriso do homem ou evitar a sua censura. Ele tem procurado padronizar o sentido do seu caminho, simplesmente olhando para Cristo e agindo para Ele. Seu serviço irá permanecer. Este será lembrado e recompensado, porém ele não faz o serviço pensando na lembrança e na recompensa, mas simplesmente por amor a Cristo. Este é o serviço correto, a moeda genuína que irá subsistir ao fogo do dia do Senhor.
O pensamento de tudo isto é muito solene, e também muito reconfortante. É solene para aqueles que servem segundo um padrão aos olhos dos seus seguidores, mas reconfortante para todos aqueles que servem sob os olhos do seu Senhor. Esta é uma impronunciável misericórdia ser salvo do tempo da servidão, do espírito de agradar a homens presente hoje em dia e ser permitido andar diante do Senhor – poder iniciar, executar e concluir nossos serviços Nele.
Vamos analisar a mais amável e tocante ilustração sobre isto, nos apresentada na “casa do Simão o leproso” e registrada em Mateus 26. “Jesus está em Betânia, na casa de Simão o leproso, então veio até Ele uma mulher possuindo um vaso de alabastro contendo um ungüento de grande valor, e derramou sobre a sua cabeça quando Ele estava sentado à mesa”.
Se nós perguntássemos para essa mulher enquanto ela caminhava em direção a casa de Simão, para que é isto? É para ostentar a excelência do perfume deste ungüento ou o material e forma da caixa do alabastro? É para obter o louvor dos homens pelo seu ato? É para alcançar um grande nome pela extraordinária devoção a Cristo no meio do pequeno grupo de amigos pessoais do Salvador? Não, caro leitor, não é para nenhuma destas coisas. Como nós sabemos disto? Por causa do Deus altíssimo, o Criador de todas as coisas, que conhece os mais profundos segredos de todos os corações e a verdadeira motivação de cada ação é exposta, e Ele pesou a ação dela com a balança do santuário e colocou nela o selo de Sua aprovação. Ele estava lá na pessoa de Jesus de Nazaré – Ele o Deus do conhecimento através de quem todas as ações são pesadas. Ele enviou adiante sua ação com uma moeda genuína do reino. Ele não gostaria, não poderia fazer isto se houvesse alguma mistura, qualquer falsa motivação, qualquer pretensão oculta. Seu santo e penetrante olho penetrou as maiores profundezas da alma da mulher. Ele sabia, não somente o que ela havia feito, mas como e porque ela havia feito aquilo, e Ele declarou, “ela praticou uma boa ação para comigo”.
Em uma palavra, o próprio Cristo tem o propósito imediato da alma da mulher, e foi isso que valorizou o seu ato e elevou o cheiro do ungüento com cheiro suave ao trono de Deus. De modo nenhum ela sabia ou pensava que milhões leriam o registro de sua profunda devoção pessoal. De modo nenhum ela imaginou que seu ato seria gravado pela mão do Mestre nas páginas da eternidade, e nunca seria esquecido. Ela não pensou nisto. Nem tão pouco ela procurou ou sonhou com tamanha notoriedade; se ela tivesse feito assim, teria roubado a beleza do seu ato e desprovido toda a fragrância de seu sacrifício.
Mas o abençoado Senhor para quem o ato foi feito, cuidou para que não fosse esquecido. Ele não somente o defendeu naquele momento, mas o transmitiu para o futuro. Isto foi suficiente para o coração daquela mulher. Tendo a aprovação do seu Senhor, ela teve condições de suportar a “indignação” até dos “discípulos” e de ouvir que seu ato foi um “desperdício”. Foi suficiente para ela que o Seu coração foi refrescado. Todo o resto não foi nada por aquilo que tem valor. Ela nunca se preocupou em manter o louvor do homem ou evitar o seu escárnio. Seu único indivisível objetivo do principio ao fim, foi Cristo. Do momento em que ela pegou o vaso de alabastro, até que ela o quebrou e derramou o seu conteúdo sobre Sua sagrada Pessoa, ela pensou somente Nele. Ela teve uma intuição perspectiva do que poderia ser conveniente e agradável ao seu Senhor na solene circunstância em que Ele estava inserido naquele momento, e com apurado tato ela fez aquilo. Ela nunca considerou o valor do ungüento; ou, se ela considerou, ela sabia que Ele valia dez mil vezes mais. Quanto “aos pobres”, eles possuem o seu próprio lugar e suas súplicas também, mas ela sentiu que Jesus era mais para ela do que todos os pobres do mundo.
Em resumo, o coração da mulher estava cheio de Cristo, e foi isto que caracterizou o seu ato. Outros poderiam pronunciar que era um “desperdício”, mas nós podemos descansar seguros sabendo que nada que é gasto para Cristo é um desperdício. Então a mulher julgou, e ela estava certa. Para honrá-lo naquele momento em que o mundo e o inferno estavam se levantando contra Ele, este era o maior serviço que um homem ou anjo poderia executar. Ele estava indo para ser oferecido. As sombras estavam se estendendo, as trevas estavam se intensificando, a escuridão crescendo. A cruz com todos os seus horrores estava mais próxima; esta mulher se antecipou a todos e ungiu o corpo do seu adorável Senhor.
Marque o resultado. Veja como imediatamente o abençoado Senhor veio em sua defesa e a protegeu da indignação e do escárnio daqueles que pensavam saber mais do que ela. “Jesus, porém, conhecendo isto, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? Pois ela praticou uma boa ação para comigo. Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. Ora, derramando ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho seja pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua”.
Aqui está uma gloriosa defesa na presença de quem toda a indignação humana, escárnios e falta de entendimento deve passar como a neblina da manhã antes do calor do nascer do sol. “Por que afligis esta mulher? Pois ela praticou uma boa ação para comigo”. Isto terminou com todo o resto. Tudo deve ser pesado de acordo com sua conexão com Cristo.
Um homem pode andar o mundo inteiro levando seus nobres atos de filantropia; ele pode espalhar com nobreza os frutos do seu grande coração benevolente; ele pode dar todos os seus bens para alimentar os pobres; ele pode ir às últimas conseqüências no tocante a religiosidade e moralidade e não fazer uma única coisa em que Cristo possa dizer, “este foi um bom serviço para Mim”.
Caro leitor, seja quem você for ou o quanto você esteja engajado, pondere nisso. Veja que você mantenha os seus olhos diretamente em Cristo em tudo o que você faz. Faça de Jesus o objetivo imediato de cada pequeno serviço, não importa o quê. Procure servir de forma que Ele possa dizer, “este foi um bom serviço para Mim”. Não esteja preocupado com os pensamentos dos homens sobre os seus caminhos ou serviços. Não se importe com sua indignação ou sua falta de entendimento, mas derrame o seu vaso de alabastro sobre a pessoa do seu Senhor. Certifique-se que todos os seus atos sejam frutos da apreciação do seu coração a Ele. Então se assegure que Ele irá apreciar o seu serviço e te anunciar junto à assembléia dos anjos.
Deste modo é a mulher sobre a qual estamos lendo. Ela pegou seu vaso de alabastro e fez o seu caminho até a casa de Simão o leproso com um único objetivo no seu coração, nomeadamente, Jesus e o que estava a sua frente. Ela está absorvida por Ele. Ela não pensou em mais nada, a não ser o de derramar seu precioso ungüento sobre a Sua cabeça. E como resultado, seu ato chegou até nós através dos registros do Evangelho, unido ao Seu santo Nome. Ninguém pode ler o Evangelho sem ler o memorial desta pessoa devotada. Impérios surgiram, floresceram e caíram no esquecimento. Monumentos foram erigidos para comemorar gênios, homens generosos e filantrópicos, e estes monumentos se tornaram um monte de pó, mas o ato desta mulher ainda vive e viverá para sempre. A mão do Mestre erigiu um monumento para ela, que nunca irá perecer. Que possamos ter a graça para imitá-la; e nestes dias onde existe um grande esforço humano em favor da filantropia, que nosso servir, sejam eles quais forem, seja o fruto da apreciação de nossos corações a um distante, rejeitado e crucificado Senhor!
Nada testa mais profundamente o coração do que a doutrina da cruz – o caminho do rejeitado, crucificado Jesus de Nazaré. Ela prova o coração do homem no mais profundo do seu interior. Se for meramente uma questão religiosa, o homem pode ir muito longe, mas Cristo não é religiosidade. Nós não precisamos ir muito além das linhas reveladas de nosso capítulo (Mt 26) para ver notável prova disto. Olhe para o palácio do sumo sacerdote e que você vê? Uma reunião especial das cabeças e lideres do povo. “Depois os príncipes dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se no palácio do sumo sacerdote que se chamava Caifás”.
Aqui vemos a religião em uma forma muito imponente. Nós precisamos lembrar que estes sacerdotes, escribas e anciãos foram estabelecidos pelo professo povo de Deus como os depositários dos ensinos sagrados, assim como a máxima autoridade em todos os assuntos relacionados com a religião e como os assessores perante Deus no sistema que foi estabelecido por Deus nos dias de Moisés. Esta assembléia no palácio de Caifás não era composta por sacerdotes pagãos e profetas da Grécia e Roma, mas pelos professos líderes e guias da nação Judaica. O que eles estavam fazendo nesta reunião solene? Eles “consultaram-se mutuamente para prenderem Jesus com dolo e O matarem”.
A correta apreciação do Cristo crucificado é um espargir vivo de tudo que é aceitável para Deus, tanto na vida e conduta individual do cristão como em tudo que ocorre nas assembleias.
Caro leitor, pondere nisso. Aqui nós temos homens religiosos, homens que são mestres, homens de peso e com grande influência entre o povo; e também estes homens odiavam a Jesus, e eles se reuniram em conselho para tramar a Sua morte – para prendê-lo com dolo e o matarem. Agora estes homens podem ter falado com você sobre Deus e adoração a Ele, sobre Moisés e a lei, sobre o Sábado e todas as grandes ordenanças e solenidades da religião Judaica. Mas eles odiaram a Jesus. Lembre-se do fato mais solene. Homens podem ser muito religiosos; eles podem ser guias religiosos e professores de outros e ainda odiar o Cristo de Deus. Esta é uma grande lição para se aprender no palácio de Caifás, o sumo sacerdote. Cristo não é religiosidade; ao contrário, os religiosos mais zelosos normalmente são tristes e veementemente odeiam o Abençoado.
Mas, podem dizer, “os tempos mudaram”. Religião está tão intimamente ligada ao Nome de Jesus, que para ser um homem religioso, é necessário ser um servo de Jesus. “Você não poderia mais encontrar ninguém respondendo como no palácio de Caifás.” Isto é mesmo uma realidade? Nós não podemos crer nisto por um momento. O Nome de Jesus é tão odiado hoje no meio dos cristãos como Ele foi odiado no palácio de Caifás. E aqueles que buscarem seguir a Jesus serão odiados da mesma forma. Não precisamos ir muito longe para provar isto. Jesus continua a ser rejeitado no mundo. Onde você irá ouvir o Seu Nome? Onde Ele é um tema bem vindo? Fale Dele onde você for, nas salas de visita dos ricos e elegantes, nos vagões dos trens, nos salões dos cruzeiros, nos cafés ou salões de jantar, em resumo, em qualquer lugar onde os homens frequentam, eles dirão a você, na maioria das vezes, que este tema está fora de propósito.
Você pode falar de qualquer outra coisa – política, dinheiro, negócios, prazer, besteiras. Estas coisas estão sempre no propósito, em qualquer lugar; Jesus não está em nenhum lugar. Nós vemos em nossas cidades, com freqüência, ruas sendo interrompidas para a passagem de desfiles, festivais e shows, e eles nunca são molestados, reprovados e impelidos a mudarem de lugar. Mas deixe um homem nestes lugares falar de Jesus e ele será insultado ou será levado a mudar de lugar e não interferir no tráfego. Em linguagem clara, existe lugar para o diabo em qualquer lugar deste mundo, mas não existe lugar para o Cristo de Deus. O lema do mundo para Cristo é: “Oh! Nem sussurre Seu Nome”.
Mas, graças a Deus, se o que você vê a sua volta são aquelas respostas do palácio do sumo sacerdote, nós também podemos ver aqui ou ali, aquilo que é correspondente com a casa de Simão o leproso. Lá estão, louvado seja Deus, aqueles que amam a Jesus e o consideram digno de receber o vaso de alabastro. Lá estão aqueles que não se envergonham da Sua cruz – aqueles que encontram Nele o seu objetivo mais cativante e que consideram sua principal alegria e maior honra o poder derramar e ser derramado para Ele em qualquer situação. Não é para eles uma questão de serviço, um mecanismo religioso, de correr aqui e ali, ou fazer isto ou aquilo: Não, é Cristo, é estar perto Dele e estar ocupado com Ele; é sentar aos Seus pés e derramar o precioso ungüento do coração verdadeiro sobre Ele.
Caro leitor, esteja bem seguro de que este é o segredo do poder em ambos, serviço e testemunho. A correta apreciação do Cristo crucificado é um espargir vivo de tudo que é aceitável para Deus, tanto na vida e conduta individual do cristão como em tudo que ocorre nas assembleias. A genuína união com Cristo e dedicação a Ele deve nos caracterizar pessoalmente e coletivamente, senão nossa vida e história irão provar um pouco do peso do julgamento nos céus, porém este ainda pode ser um julgamento na terra. Nós sabemos que nada pode conceder mais poder moral ao caminhar individual e caráter do que uma intensa devoção à Pessoa de Cristo. Este não é meramente um homem de grande fé, um homem de oração, um estudante que toca profundamente na Palavra, um erudito, um pregador abençoado ou um poderoso escritor. Não, é ser um servo de Cristo.
Assim também deve ser a assembléia; qual é o verdadeiro segredo do poder? É o talento, eloqüência, música refinada ou um cerimonial imponente? Não, é o gozo da presença de Cristo. Onde Ele está tudo é luz, vida e poder. Onde Ele não está tudo são trevas, morte e desolação. Uma assembléia onde Cristo não está é uma tumba, ainda que aja uma oratória fascinante, todos os atrativos da música refinada e toda a influencia de um ritual imponente. Todas estas coisas podem ser perfeitas, e ainda os devotos servos de Jesus podem clamar: “Ai de mim! Eles levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram.” Mas, em contrapartida, onde a presença de Jesus é percebida, onde Sua voz é ouvida e onde o Seu verdadeiro toque é sentido, ali há poder e benção, ainda que do ponto de vista humano, tudo possa parecer a mais completa fraqueza.
Que os cristãos se lembrem destas coisas, que ponderem sobre elas, os deixem perceberem que eles estão na presença do Senhor em suas assembléias, e se eles não puderem dizer isso, deixe eles se humilharem e esperar Nele, pois deve haver um motivo para isto. Ele disse, “onde houverem dois ou três reunidos em Meu Nome ali Eu estarei no meio deles” (Mt 18:20). Que nunca se esqueçam disso, para alcançar resultados divinos, deve-se encontrar a condição divina para isso.
A aurora é o portão do dia e deve ser guardada com orações. É a ponta do cordão que amarra as ações do dia, devendo ser atado com devoção. Se percebêssemos melhor a grandeza da vida, seríamos mais cuidadosos com suas manhãs. Quem sai correndo da cama para os negócios, e não espera para adorar, é tão tolo quanto quem não se veste ou não lava o rosto, ou tão insensato quanto o que se lança na batalha sem armas nem armadura. Que nos banhemos no rio refrescante da comunhão com Deus, antes que a solidão e o peso da estrada comecem a nos oprimir.
(C. Spurgeon)
Aflições são leves quando comparadas com o que realmente merecemos. Elas são leves quando comparadas com os sofrimentos do Senhor Jesus. Mas talvez sua real leveza seja melhor vista se comparadas com o peso da glória que nos espera.
(A.W. Pink)
Deus prometeu perdão para o seu arrependimento, mas Ele não prometeu amanhã para a sua procrastinação.
(Agostinho de Hipona)
A maior tristeza e peso que você pode dar ao Pai, a maior indelicadeza que você pode fazer a Ele é não crer que Ele te ama.
(John Owen)
Todo mundo reconhece que Estevão era cheio do Espírito Santo quando estava realizando maravilhas. Porém, ele era igualmente cheio do Espírito Santo quando estava sendo apedrejado até a morte.
(Leonard Ravenhill)
Quando agimos, colhemos os frutos do nosso trabalho, mas, quando oramos, colhemos os frutos do trabalho de Deus.
(Hans Von Staden)
Precisamos viajar menos de avião a jato, de um congresso para outro… porém de mais orações de joelhos, rogando a Deus que tenha misericórdia de nós, mais clamor a Deus para que se levante e disperse seus inimigos e se torne conhecido.