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Simulação, exagero e predomínio (T. Austin-Sparks)

Da revista A Witness and A Testimony de jan/fev de 1970, pp. 15-18

 

Intérpretes da Bíblia estão convencidos de que as palavras ostensivamente dirigidas ao “rei de Babilônia” em Isaías 14 têm um contexto mais amplo que só pode ser exaurido se visto como referência a um antigo ser angélico. Essa convicção é fortemente apoiada por outras declarações e alusões em diferentes partes da Bíblia, como Judas 6, 2Pedro 2.4 e Lucas 10.18.

Se isso é verdade, então, o que é dito torna claro os três passos que levaram à queda de Satanás. Eles também indicam a queda de muitas coisas que tiveram um bom começo. Há um ensinamento muito solene e valioso aqui, apesar do assunto não ser agradável.

1. Simulação

“Serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14.14)

Há muitas passagens nas Escrituras que mostram que um dos principais métodos de Satanás é a imitação de Deus e da verdade de Deus. Tanto é assim que ênfase e importância tremendas são colocadas no discernimento espiritual como dom e marca do ungido. De fato, isso é uma característica daquele que é espiritual, do homem espiritual. Podemos dizer que uma obra e função primária do Espírito Santo é o discernimento. É dito que o Espírito Santo tem, ou Ele é representado tendo, “sete olhos”, que significa a perfeição da visão espiritual. Podemos aqui introduzir outro parágrafo de muito peso de Tozer:

 

Poderia ser essa nossa mais crítica necessidade?

“Quando vemos o cenário religioso hoje, somos tentados a nos fixar em uma ou outra fraqueza e dizer: ‘É isso que está errado com a Igreja. Se isso for corrigido, poderemos recapturar a glória da Igreja primitiva e ter tempos pentecostais de volta conosco outra vez.’

“Essa tendência de supersimplificar é, em si mesma, uma fraqueza, e devemos nos guardar sempre dela… Por essa razão, estou hesitante em apontar para qualquer defeito na cristandade de hoje e fazer todos os nossos problemas saírem dele apenas. Que a assim chamada “religião da Bíblia” está sofrendo rápido declínio em nosso tempo é tão evidente que não é preciso prová-lo; mas exatamente o que está trazendo esse declínio não é fácil de descobrir. Somente posso dizer que tenho observado significativa falha entre cristãos evangélicos que podem se mostrar como a causa real da maioria de nossos problemas espirituais; e, sem dúvida, se isso for verdade, então, o atendimento daquela falha deve ser nossa mais crítica necessidade.

“A maior deficiência a que me refiro é a falta de discernimento espiritual, especialmente entre nossos líderes. Como pode haver tanto conhecimento bíblico e tão pouca percepção, assim como influência moral, é um dos enigmas do mundo religioso hoje. Eu penso que seja completamente acurado dizer que nunca houve um tempo na história da Igreja em que pessoas estivessem engajadas no estudo da Bíblia como estão hoje. Se o conhecimento da doutrina bíblica fosse alguma garantia de piedade, essa seria, sem dúvida, conhecida na história como a era da santidade. Em lugar disso, poderá bem ser conhecida como a era do cativeiro babilônico da Igreja ou a era do mundanismo, em que a Noiva de Cristo professa permitiu-se ser, de modo bem-sucedido, cortejada por incontáveis caídos filhos dos homens. O corpo dos crentes evangélicos, sob influências malignas, tem, durante os últimos 25 anos1, ido mais para o mundo em completa e abjeta sujeição, evitando apenas um pouco dos pecados mais grosseiros, como bebedice e promiscuidade sexual.

“Essa desgraçada traição que tomou lugar em plena luz do dia com o pleno consentimento de nossos mestres da Bíblia e evangelistas é um dos mais terríveis adultérios na história espiritual do mundo. No entanto, eu não posso crer que a grande sujeição tenha sido negociada por homens de coração mau que estabeleceram deliberadamente destruir a fé que herdamos de nossos pais. Muitas pessoas boas e de viver correto colaboraram com os colaboracionistas que nos traíram. Por quê? A resposta só pode ser: por falta de visão espiritual. Algo como uma névoa se estabeleceu sobre a Igreja como “a face da cobertura com que todos os povos andam cobertos, e o véu com que todas as nações se cobrem” (Isaías 25.7). Tal véu uma vez desceu sobre Israel… Aquela foi a hora trágica de Israel. Deus levantou a Igreja e temporariamente deixou de lado Seu antigo povo. Ele não podia confiar Sua obra a homens cegos. Certamente precisamos de um batismo de visão clara se quisermos escapar do destino de Israel… certamente uma das maiores necessidades é do surgimento de líderes cristãos com visão profética2. Nós desesperadamente precisamos daqueles que sejam capazes de ver pela névoa. A menos que eles venham logo, será muito tarde para essa geração. E, se eles vierem, iremos, sem dúvida, crucificar alguns deles em nome de nossa ortodoxia mundana. Mas a cruz é sempre o prenúncio da ressurreição. Mero evangelismo não é nossa necessidade presente. Evangelismo não faz mais do que estender a religião, seja ela do tipo que for. Ele produz aceitação para a religião entre grande número de pessoas sem dar muita reflexão à qualidade daquela religião. A tragédia é que o evangelismo atual aceita a corrente forma de cristandade como a verdadeira religião dos apóstolos e se ocupa em fazer convertidos a ela sem questionar nada. E, a todo tempo, estamos nos afastando mais e mais do padrão do Novo Testamento. Precisamos ter uma nova reforma. É preciso vir um violento rompimento com a pseudo-religião irresponsável, de louca diversão paganizada que se passa hoje pela fé de Cristo e que está sendo espalhada por todo o mundo por homens não-espirituais usando métodos não-escriturísticos para alcançar seus objetivos.” (A. W. Tozer)

 

Há várias coisas no Novo Testamento que foram estabelecidas para uma testemunha de Cristo, para a edificação do Corpo de Cristo, para a glória de Cristo, as quais, pelas mesmas razões, têm sido tomadas por Satanás e simuladas, imitadas e sendo dadas como substituto para as verdadeiras, mas isso tem sido feito, no final, para desacreditar Cristo e fazer o oposto a Sua divina intenção. Parece ser muito real que muitos queridos do povo de Deus estão enganados, perplexos e sendo levados para o erro. Mistura de erro com verdade tem sido sempre um método muito bem-sucedido de sedução, desde o início. Deus é imitado na idolatria, na adoração falsa. Cristo é imitado no anticristo. O Espírito Santo é imitado na liderança e nos dons. O homem é enganado por simulação física daquilo que é espiritual. Pessoas, sob a pressão de colapso nervoso, neurose, esgotamento, acusações e condenações espirituais correm para o psiquiatra. O método é levá-las a se libertarem de suas tensões por meio da auto-expressão, divulgando coisas ocultas e, em casos extremos, pela hipnose. Isso tem um efeito psicológico e o paciente se sente “maravilhosamente livre”. Expressão; expressão! Auto-expressão! Um homem disse ao autor [deste texto] que viera do psiquiatra sentindo que ele havia “nascido de novo”, alguma coisa melhor ainda que sua conversão! Mas – sim, mas! – tudo o que ele sentia regrediu, e ficou pior do que antes.

Psicologia, a ciência da psiquê, pode ser3 a obra-prima de Satanás na simulação do espiritual e, então, mergulha a alma nas mais profundas profundezas do desespero.

Ao lado de que uma liberação do espírito em oração e louvor, e algumas vezes ela pode ser experimentada por esses meios, e a comunhão é um grande instrumento para essa bênção, há a falsificação do canto coral barulhento e almático4 e da repetição desequilibrada. A música é, frequentemente, a maior bênção e o maior perigo. “No Espírito” é a máxima divina.

2. Exagero

Subirei sobre as alturas das nuvens” (Isaías 14.14).

Este parágrafo todo – Isaías 14.9-15 – é um exagero, se o termo significa “acumular, ir além do normal, levar ao excesso”, etc.

Subirei sobre…” tem este significado: “Eu vou exceder”. É a ambição correndo em delírio. É o orgulho em abundância. É algo não restringido por modéstia, humildade e dependência. É a extravagância. É algo adicionado ao que é correto e verdadeiro. É ultrapassar o limite. É a inflar-se. Isso é o perigo da alma apaixonada. Se Satanás não pode deter uma pessoa, ele vai derrubá-la. Se ele encontra devoção honesta, ele vai fazer com que ela se exceda. Se ele encontrar uma mente ativa, vai fazer com que um extra seja adicionado à verdade, para que a verdade se torne não-verdadeira.

No “rei da Babilônia” nós temos o exagero da personalidade. “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei […]?” (Dn 4.30). O eu, o ego, é assertivo, pronunciado, sobrepujante. A liderança e a habilidade natural e o dom se tornam autocracia, ditadura, mesmo tirânica. Há muitas vezes uma linha fina entre autocracia e liderança espiritual, e é aqui que o discernimento é necessário. A primeira força, compele e se faz legal. A última vem de uma profunda história de sofrimento com Deus, estabelece um alto padrão e mantém-se nele. Isso pode ser difícil para a carne nos outros de aceitar, e eles podem interpretar isso erroneamente. Liderança é um dom divino e de grande importância. Ninguém irá muito longe sem isso. Por esse motivo, Satanás tem sempre marcado essa função e quem a possui com especial atenção para exagerá-la, e a derrota é seu verdadeiro objetivo. Dependência é o refúgio do líder espiritual, e o Senhor atenta muito plenamente para isso!

Há muitos movimentos exagerados em nosso tempo. O ensino é puxado até muito além de seu verdadeiro significado. Alguma coisa correta e boa e, então, a pitada de exagero. O propósito é ser muito espiritual, ter ensino avançado, mas a linha do real significado disso tem sido cruzada, e a confusão se segue por causa de uma ênfase desequilibrada. Isso tem sido muito freqüentemente a causa de seitas e grupos exóticos e excêntricos, e seu número é uma legião. A propensão ateniense era por “alguma novidade”, a qual normalmente significa alguma nova sensação. Quão poderosamente Satanás apoia tais exageros e faz o erro crescer sem proporções! Ele sabe muitíssimo bem que segue esse caminho para encher o mundo com pessoas desiludidas que em breve não creram em nada, principalmente na verdade. Foi exatamente isso que fez o apóstolo João apontar, de modo tão forte, quase veemente, a verdade com as expressões, repetidas de maneira constante: “Este é… Esta é… Isto é…”. Veja suas cartas e note a ênfase sobre a unção que ensina todas as coisas. O contexto é o anticristo e seus enganos.

3. Predomínio

Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono […]” (Isaías 14.13).

Exaltar”. “Acima”. O objetivo, o alvo, o clímax da aspiração de Satanás. Isso soa fantástico e remoto. Mas não é tão remoto e impensável como parece à primeira vista. Não é esse o motivo e o estímulo de todos os poderes políticos? Se tão-somente percebermos isto: o colocar abaixo esta pretensão foi a razão para a Encarnação, pois todo pecado tem florescido dessa raiz. O nascimento, a infância, a vida adulta, o ensino e a cruz de Jesus Cristo foram um positivo contrabalanço para o poder e a glória mundanos. Ele nunca procurou “causar uma boa impressão”, atrair pessoas para Si ou para Sua causa por meio de prestígio, artifícios, glamor ou por mostra de glória natural.

Mesmo de sua glória e posição corretamente celestial Ele se esvaziou. Seu reino e Seu reinado não eram deste mundo.

Tudo isso foi para refazer algo que havia sido distorcido. Esse algo está em todos nós. Nós adoramos o ídolo do sucesso. Nós temos uma concepção totalmente falsa de força, poder e importância. Jesus veio para corrigir isso em Sua própria pessoa. “Fazes com [a fim de] que ele tenha domínio” (Sl 8.6).Sim, mas não auto-centrado. “Trazendo muitos filhos à glória” (Hb 2.10). Sim, mas à glória de Sua infinita graça, favor sem qualquer mérito! Nós reinaremos com Ele, sim, mas como adoradores do Cordeiro (cf. Ap 20.6)!

O teste para qualquer coisa é se ela realmente exalta Cristo. Não só em palavras, que podem ser uma forma de simulação e de exagero. A garota do templo possuída por demônios em Filipos podia patrocinar e pregar o evangelho, mas aquilo era uma coisa profunda de Satanás, e o apóstolo não estava barateando o evangelho para o diabo a fim de ganhar popularidade. A santidade de Cristo é o critério!

Assim, nós – muito brevemente, claro – notamos o caminho da maldição de Satanás, o caminho de sua queda. O julgamento sobre sua simulação, seu exagero e seu predomínio é: “E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is 14.15).

Que contra o que é falso, o Senhor produza a verdadeira similitude de Cristo, o verdadeiro magnificar de Cristo, a verdadeira exaltação e supremacia de Cristo!

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(Traduzido por Francisco Nunes de Simulation – Exaggeration – Predomination, publicado por Emmanuel Church, Tulsa, Oklahoma, EUA, 1995.)

1Como Tozer faleceu em 1963, e considerando-se que ele tenha escrito isso no último ano de vida, a afirmação se refere ao estado dos cristãos por volta do final da década de 1930! Infelizmente, a situação apenas piorou nos últimos 80 anos, incluindo os pecados que Tozer dizia serem ainda evitados. (N.T.)

2Com certeza, Tozer não estava se referindo àquilo que hoje é chamado de “profético”: dança, pintura, atos, declarações e outros tantos absurdos “proféticos”. A visão profética é de acordo com a Escritura: a denúncia de tudo aquilo que não é de acordo com a completa verdade Escriturística, que rouba o lugar de Deus como Senhor absoluto, que rouba o lugar de Sua Palavra como verdade absoluta, que entroniza o homem em lugar de Cristo, que desvia os filhos de Deus para homens em lugar de levá-los à submissão a Cristo. As “coisas proféticas” modernas são muito mais ocultismo e mundanismo do que a mínima prática profética bíblica. Tozer e Austin-Sparks podem ser considerados como profetas neste sentido bíblico. (N.T.)

3É importante notar que o autor não afirma que ela é, mas que pode ser. A psicologia desvinculada da verdade bíblica ignora a realidade do pecado, a natureza pecaminosa do homem, de sua inclinação espontânea para o mal, sua incapacidade de curar sua incapacidade de fazer somente o bem, etc. Ela propõe, grosso modo, que o homem faz o que faz mais por influência externa e que, por isso, tem condições de se curar, “reprogramando-se”, tomando novas atitudes e disposições. Isso, sem dúvida, é uma falsificação da obra profunda e única do Espírito Santo. (N.T.)

4Neologismo para traduzir o termo soulical, indicando o que tem origem na alma, procede da alma, diz respeito apenas à alma. (N.T.)

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Um Engano Chamado “Teologia Inclusiva” ou “Teologia Gay” (Augustus Nicodemus Lopes)

O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão.
Existem muitas passagens na Bíblia que se referem ao relacionamento sexual padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus, que é o casamento monogâmico heterossexual. Desde o Gênesis, passando pela lei e pela trajetória do povo hebreu, até os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, a tradição bíblica aponta no sentido de que Deus criou homem e mulher com papéis sexuais definidos e complementares do ponto de vista moral, psicológico e físico. Assim, é evidente que não é possível justificar o relacionamento homossexual a partir das Escrituras, e muito menos dar à Bíblia qualquer significado que minimize ou neutralize sua caracterização como ato pecaminoso. Em nenhum momento, a Palavra de Deus justifica ou legitima um estilo homossexual de vida, como os defensores da chamada “teologia inclusiva” têm tentado fazer. Seus argumentos têm pouca ou nenhuma sustentação exegética, teológica ou hermenêutica.
A “teologia inclusiva” é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.
Em segundo lugar, a “teologia inclusiva” defende que as condenações encontradas no Antigo Testamento, especialmente no livro de Levítico, se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento.
É fato que as relações homossexuais aconteciam inclusive – mas não exclusivamente – nos cultos pagãos dos cananeus. Contudo, fica evidente que a condenação da prática homossexual transcende os limites culturais e cerimoniais, pois é repetida claramente no Novo Testamento. Ela faz parte da lei moral de Deus, válida em todas as épocas e para todas as culturas. A morte de Cristo aboliu as leis cerimoniais, como a proibição de se comer determinados alimentos, mas não a lei moral, onde encontramos a vontade eterna do Criador para a sexualidade humana. Quando ao apedrejamento, basta dizer que outros pecados punidos com a morte no Antigo Testamento continuam sendo tratados como pecado no Novo, mesmo que a condenação capital para eles tenha sido abolida – como, por exemplo, o adultério e a desobediência contumaz aos pais.
PECADO E DESTRUIÇÃO
Os teólogos inclusivos gostam de dizer que Jesus Cristo nunca falou contra o homossexualismo. Em compensação, falou bastante contra a hipocrisia, o adultério, a incredulidade, a avareza e outros pecados tolerados pelos cristãos. Este é o terceiro ponto: sabe-se, todavia, que a razão pela qual Jesus não falou sobre homossexualidade é que ela não representava um problema na sociedade judaica de sua época, que já tinha como padrão o comportamento heterossexual. Não podemos dizer que não havia judeus que eram homossexuais na época de Jesus, mas é seguro afirmar que não assumiam publicamente esta conduta. Portanto, o homossexualismo não era uma realidade social na Palestina na época de Jesus. Todavia, quando a Igreja entrou em contato com o mundo gentílico – sobretudo as culturas grega e romana, onde as práticas homossexuais eram toleradas, embora não totalmente aceitas –, os autores bíblicos, como Paulo, incluíram as mesmas nas listas de pecados contra Deus. Para os cristãos, Paulo e demais autores bíblicos escreveram debaixo da inspiração do Espírito Santo enviado por Jesus Cristo. Portanto, suas palavras são igualmente determinantes para a conduta da Igreja nos dias de hoje.
O quarto ponto equivocado da abordagem que tenta fazer do comportamento gay algo normal e aceitável no âmbito do Cristianismo é a suposição de que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com os hóspedes de Ló. A base dos teólogos inclusivos para esta afirmação é que no original hebraico se diz que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (Gênesis 19.5) e não abusar sexualmente deles, como é traduzido em várias versões, como na Almeida atualizada. Outras versões como a Nova versão internacional e a Nova tradução na linguagem de hoje entendem que conhecer ali é conhecer sexualmente e dizem que os concidadãos de Ló queriam “ter relações” com os visitantes, enquanto a SBP é ainda mais clara: “Queremos dormir com eles”. Usando-se a regra de interpretação simples de analisar palavras em seus contextos, percebe-se que o termo hebraico usado para dizer que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (yadah) é o mesmo termo que Ló usa para dizer que suas filhas, que ele oferecia como alternativa à tara daqueles homens, eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”, diz o versículo 8. Assim, fica evidente que “conhecer”, no contexto da passagem de Gênesis, significa ter relações sexuais. Foi esta a interpretação de Filo, autor judeu do século 1º, em sua obra sobre a vida de Abraão: segundo ele, “os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres.”
Ainda sobre o pecado cometido naquelas cidades bíblicas, que acabaria acarretando sua destruição, a “teologia inclusiva” defende que o profeta Ezequiel claramente diz que o erro daquela gente foi a soberba e a falta de amparo ao pobre e ao necessitado (Ez 16.49). Contudo, muito antes de Ezequiel, o “sodomita” era colocado ao lado da prostituta na lei de Moisés: o rendimento de ambos, fruto de sua imoralidade sexual, não deveria ser recebido como oferta a Deus, conforme Deuteronômio 23.18. Além do mais, quando lemos a declaração do profeta em contexto, percebemos que a soberba e a falta de caridade era apenas um entre os muitos pecados dos sodomitas. Ezequiel menciona as “abominações” dos sodomitas, as quais foram a causa final da sua destruição: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali” (Ez 16.49-50). Da mesma forma, Pedro, em sua segunda epístolas, refere-se às práticas pecaminosas dos moradores de Sodoma e Gomorra tratando-as como “procedimento libertino”.
Um quinto argumento é que haveria alguns casos de amor homossexual na Bíblia, a começar pelo rei Davi, para quem o amor de seu amigo Jônatas era excepcional, “ultrapassando o das mulheres” (II Samuel 1.26). Contudo, qualquer leitor da Bíblia sabe que o maior problema pessoal de Davi era a falta de domínio próprio quanto à sua atração por mulheres. Foi isso que o levou a casar com várias delas e, finalmente, a adulterar com Bate-Seba, a mulher de Urias. Seu amor por Jônatas era aquela amizade intensa que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo e sem qualquer conotação erótica. Alguns defensores da “teologia inclusiva” chegam a categorizar o relacionamento entre Jesus e João como homoafetivo, pois este, sendo o discípulo amado do Filho de Deus, numa ocasião reclinou a sua cabeça no peito do Mestre (João 13.25). Acontece que tal atitude, na cultura oriental, era uma demonstração de amizade varonil – contudo, acaba sendo interpretada como suposta evidência de um relacionamento homoafetivo. Quem pensa assim não consegue enxergar amizade pura e simples entre pessoas do mesmo sexo sem lhe atribuir uma conotação sexual.
“TORPEZA”
Há uma sexta tentativa de reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade. Os propagadores da “teologia gay” dizem que, no texto de Romanos 1.24-27, o apóstolo Paulo estaria apenas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma da prostituição cultual, tanto de homens como de mulheres – proibição esta que não se aplicaria fora do contexto do culto idolátrico e pagão. Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com homens e mulheres com mulheres –, “cometendo torpeza” e “recebendo a merecida punição por seus erros”. E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam, visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações homossexuais, quer entre homens ou mulheres.
É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral fraco (malakoi, pessoa “macia” ou “suave”) e que praticam a imoralidade em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo). Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências a impuros e adúlteros, que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual – este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter coito com outro homem.
Há ainda uma sétima justificativa apresentada por aqueles que acham que a homossexualidade é compatível com a fé cristã. Segundo eles, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que refletem os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta forma, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.
Contudo, é um erro pensar que a Bíblia encara a prática homossexual como sendo o pecado mais grave de todos. Na verdade, existe um pecado para o qual não há perdão, mas com certeza não se trata da prática homossexual: é a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. Consequentemente, não está correto usar a Bíblia como base para tratar homossexuais como sendo os piores pecadores dentre todos, que estariam além da possibilidade de salvação e que, portanto, seriam merecedores de ódio e desprezo. É lamentável e triste que isso tenha acontecido no passado e esteja se repetindo no presente. A mensagem da Bíblia é esta: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”, conforme Romanos 3.23. Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.
Lembremos ainda que os autores bíblicos sempre tratam da prática homossexual juntamente com outros pecados. O 20º capítulo de Levítico proíbe não somente as relações entre pessoas do mesmo sexo, como também o adultério, o incesto e a bestialidade. Os sodomitas e efeminados aparecem ao lado dos adúlteros, impuros, ladrões, avarentos e maldizentes, quando o apóstolo Paulo lista aqueles que não herdarão o Reino de Deus (I Coríntios 6.9-10). Porém, da mesma forma que havia nas igrejas cristãs adúlteros e prostitutas que haviam se arrependido e mudado de vida, mediante a fé em Jesus Cristo, havia também efeminados e sodomitas na lista daqueles que foram perdoados e transformados.
COMPAIXÃO
É fundamental, aqui, fazer uma importante distinção. O que a Bíblia condena é a prática homossexual, e não a tentação a esta prática. Não é pecado ser tentado ao homossexualismo, da mesma forma que não é pecado ser tentado ao adultério ou ao roubo, desde que se resista. As pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo devem lembrar que tal desejo é resultado da desordem moral que entrou na humanidade com a queda de Adão e que, em Cristo Jesus, o segundo Adão, podem receber graça e poder para resistir e vencer, sendo justificados diante de Deus.
Existem várias causas identificadas comumente para a atração por pessoas do mesmo sexo, como o abuso sexual sofrido na infância. Muitos gays provêm de famílias disfuncionais ou tiveram experiências negativas com pessoas do sexo oposto.  Há aqueles, também, que agem deliberadamente por promiscuidade e têm desejo de chocar os outros. Um outro fator a se levar em conta são as tendências genéticas à homossexualidade, cuja existência não está comprovada até agora e tem sido objeto de intensa polêmica. Todavia, do ponto de vista bíblico, o homossexualismo é o resultado do abandono da glória de Deus, da idolatria e da incredulidade por parte da raça humana, conforme Romanos 1.18-32. Portanto, não é possível para quem crê na Bíblia justificar as práticas homossexuais sob a alegação de compulsão incontrolável e inevitável, muito embora os que sofrem com esse tipo de impulso devam ser objeto de compaixão e ajuda da Igreja cristã.
É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa. Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento de um novo conceito de família. No Brasil, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (Art. 226, § 3º).

Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.

(Fonte)

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Eficácia no testemunho (Charles Malik)

Por uma maior eficácia no testemunho de Jesus Cristo, bem como em favor de Sua causa, os evangélicos não podem se dar ao luxo de continuar vivendo na periferia da existência intelectual responsável.

Uma entrevista com ele:

Para saber mais sobre Malik, clique aqui.

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Carta de amor a uma lésbica (Jackie Hill)

Jackie Hill

Querida ______,

Apenas quero que você saiba que eu entendo.

Entendo como é estar apaixonada por uma mulher. Querer nada mais do que estar com ela para sempre. Sentindo como se o universo tivesse pregado uma peça sem graça em seu coração ao permitir que você caísse nas mãos de uma criatura que se parece exatamente como você.

Eu também era lésbica. Tinha atração pelo mesmo sexo desde os cinco anos de idade. À medida que eu crescia, esses sentimentos nunca diminuiram. Apenas cresceram. Eu me via tendo quedas pelas minhas melhores amigas, mas tinha muita vergonha para admitir para elas – e muito menos para mim.

Aos 17 anos finalmente tomei a decisão de ir atrás desses desejos. Envolvi-me em um relacionamento com uma jovem que se tornou a minha “primeira”. Na primeira vez que nos beijamos pareceu extremamente natural, como se esse sentimento fosse tudo que eu sempre quis. Depois dela veio outra mulher, e depois outra. Ambos os relacionamentos foram bastante sérios, cada um levou mais de um ano. Curti esses relacionamentos e amei muito essas mulheres. E cheguei ao ponto de desejar renunciar a tudo, inclusive a minha alma, para desfrutar do amor delas na terra.

Em Outubro de 2008, aos 19 anos, minha superficial realidade foi sacudida por um amor mais profundo – um vindo de fora, um sobre o qual eu já tinha escutado antes, mas nunca tinha experimentado. Pela primeira vez, estava convencida do meu pecado de uma maneira que me fez considerar tudo aquilo que eu amava (idolatrava), e suas consequências. Olhei para a minha vida e vi que eu havia estado apaixonada por tudo, exceto por Deus, e que essas decisões iriam, em última instância, ser a minha morte, eternamente. Meus olhos foram abertos, e comecei a acreditar em tudo o que Deus diz em sua palavra. Comecei a crer que aquilo que ele fala sobre pecado, morte e inferno era completamente verdadeiro.

E surpreendentemente, ao mesmo tempo em que a penalidade pelo meu pecado se tornava verdadeira para mim, assim foi com a preciosidade da cruz. Uma visão do Filho de Deus crucificado, suportando a ira que eu merecia, e uma tumba vazia mostrando o poder dele sobre a morte – todas as coisas que antes eu tinha ouvido sem nenhum interesse se tornaram a mais gloriosa revelação de um amor tangível.

Depois de perceber tudo o que eu teria que abrir mão, eu disse a Deus: “Não posso deixar essas coisas e pessoas pelas minhas próprias forças. Eu as amo demais. Mas eu sei que você é bom e forte o suficiente para me ajudar”.

Agora, com 23 anos, posso dizer com toda a honestidade que Deus fez exatamente isso. Ele me ajudou a amá-lo mais do que qualquer outra coisa.

Mas por que estou te contando isso? Eu te dei um vislumbre da minha história porque quero que você entenda que eu entendo. Mas também quero que você saiba que eu também entendo como é estar apaixonada pelo Criador do universo. Querer nada mais do que estar com ele para sempre. Sentir sua graça, a melhor notícia já anunciada para a humanidade. Ver seu perdão, ao ponto dele pegar um coração tão perverso em suas mãos de misericórdia.

Mas com isso em mente, estamos em uma cultura em que histórias como a minha parecem impossíveis ou hilárias, dependendo de quem está ouvindo. A homosexualidade está em todo lugar – da música à TV, até mesmos nos esportes. Se você acreditar em tudo o que a sociedade tem a dizer sobre homosexualidade, você chegaria à conclusão de que é completamente normal, de certa forma até mesmo admirável. Mas isso está longe da verdade. Deus nos diz que a homosexualidade é pecaminosa, abominável e antinatural (Levítico 18.22, 20.13; Romanos 1.18-32, 1 Coríntios 6.9-11; 1 Timóteo 1.8-10). Mas se tivermos que ser honestos, às vezes a atração homosexual pode parecer natural para mim.

Não acho que estou exagerando ao dizer que esse talvez seja seu dilema também. Você vê o que Deus diz sobre homosexualidade, mas o seu coração não pronuncia os mesmos sentimentos. A palavra de Deus diz que é pecaminoso; seu coração diz que se sente bem. A palavra de Deus diz que é abominável; seu coração diz que é agradável. A palavra de Deus diz que é antinatural; seu coração diz que é totalmente normal. Você percebe que há uma clara divisória entre aquilo que a palavra de Deus diz e o que o seu coração sente?

Então em qual voz você deve acreditar?

Houve um tempo em minha caminhada com Cristo onde experimentei muitas tentações para voltar ao lesbianismo. Essas tentações me fizeram duvidar da palavra de Deus. Minhas tentações e desejos começaram a se tornar mais reais do que a verdade da Bíblia. Enquanto eu orava e meditava nessas coisas, Deus colocou essa impressão no meu coração: “Jackie, você precisa crer que minha palavra é verdade mesmo quando ela contradiz a maneira como você se sente”. Uau! É isso! Ou eu creio na palavra dele ou creio em meus próprios sentimentos. Ou olho para ele para encontrar o prazer que minha alma anseia ou busco o prazer em coisas menores. Ou ando em obediência àquilo que ele falou ou rejeito a verdade dele como se fosse uma mentira.

A luta com a homosexualidade é uma batalha de fé. Deus é minha alegria? Ele é bom o suficiente? Ou ainda estou olhando para cisternas rachadas para matar a sede que somente ele pode satisfazer? Essa é a batalha. Essa é a batalha para mim, e para você.

A escolha é sua, minha amiga. Oro para que você coloque sua fé em Cristo e fuja das mentiras da nossa sociedade que coincidem com as vozes do seu coração – um coração que a Escritura diz que é corrupto e enganoso (Jeremias 17.9). Ao invés disso, corra para Jesus.

Você foi feita para ele (Romanos 11.36). Ele é, em última análise, tudo o que você precisa! Ele é bom e sábio (Salmos 145.9). Ele é a fonte de todo conforto (2 Coríntios 1.3). Ele é gentil e paciente (2 Pedro 3.9). Ele é reto e fiel (Salmos 33.4). Ele é santo e justo (1 João 1.9). Ele é o nosso verdadeiro Rei (Salmos 47.7). Ele é o nosso Salvador (Judas 1.25). E ele está te convidando para ser não apenas serva dele, mas também sua amiga. Se amor eterno é o que você está procurando em algum outro lugar, você está perseguindo o vento, procurando o que você nunca irá encontrar, lentamente sendo destruida pela sua busca.

Mas em Jesus, há plenitude de alegria. Em Jesus, há um relacionamento que vale tudo, porque ele é tudo. Corra para ele.

Traduzido por Alex Daher | iPródigo.com | Original aqui

 

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Conexões recomendadas (2)

Esta semana, entre muitos bons artigos e sítios da internet que encontrei, destaco estes dois.

O primeiro, com o excelente nome de “Uma palavrinha sobre o palavrão”, trata do uso de palavras chulas e obscenas por parte de cristãos. O assunto é sério, pois os defensores de tal linguagem ignoram as claras orientações bíblicas sobre o assunto e justificam-se convicta e iradamente. Ao final do artigo, há a indicação de vários outros, que também devem ser lidos.

O segundo é para quem gosta de livros, e estes de graça. Baixe todos! 😀

Que o Senhor o abençoe com paz!

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O verdadeiro amor (John MacArthur)

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.
“Tudo o que você precisa é de amor”, assim cantavam os Beatles. Se eles tivessem cantado sobre o amor de Deus, a frase revelaria uma certa verdade. Mas aquilo que a cultura popular diz ser amor, não se trata, na verdade, de um amor autêntico, é antes uma verdadeira fraude. Longe de ser “tudo o que precisa”, é algo que deve evitar a todo o custo.

O apóstolo Paulo fala-nos sobre esse tema em Efésios 5:1-3. Ele escreveu: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos”.

A simples ordem do verso 2 (“E andai em amor, como também Cristo vos amou”) resume toda a obrigação moral do cristão. No fundo, o amor de Deus é o único princípio que define completamente o dever do cristão, e este tipo de amor é exatamente “tudo o que você precisa”. Romanos 13:8 diz, “porque quem ama aos outros cumpriu a lei”. Os mandamentos resumem-se a estas palavras: “Amarás o próximo como a ti mesmo, já que o amor é o cumprimento da lei.” Gálatas 5:14 ecoa a mesma verdade: “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Da mesma maneira Jesus ensinou que toda a lei e profetas dependem de dois princípios básicos sobre o amor – o primeiro e o segundo mandamentos (Mt. 22:38-40). Em outras palavras: “e, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3:14).

Quando o apóstolo Paulo nos diz para caminhar no amor, o contexto revela-se em aspectos positivos, pois ele fala-nos sobre sermos bons uns para os outros, misericordiosos e que nos perdoemos uns aos outros (Ef. 4:32). O modelo de tal amor, mais centrado nos outros que em si próprio, é Cristo, que se entregou para nos salvar dos nossos pecados. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João 15:13). E “amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.” (1 João 4:11).

Em outras palavras, o amor verdadeiro é sempre um sacrifício, uma entrega de nós mesmos, é misericordioso, compassivo, compreensivo, amável, generoso e paciente. Estas e muitas outras qualidades positivas e benignas (ver 1 Co. 13:4-8) são as que as Sagradas Escrituras associam ao amor divino.

Mas reparemos no lado negativo, também visto no contexto de Efésios 5. Aquele que ama os outros verdadeiramente, como Cristo nos ama, deve recusar todo o tipo de amor falso. O apóstolo Paulo nomeia algumas destas falsidades satânicas. Elas incluem a imoralidade, a impureza e a ganância. A passagem continua: “Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros.” (Ef 5:4–7).

A imoralidade é, talvez, o substituto favorito do amor na nossa atual geração. O apóstolo Paulo usa o termo grego porneia, o qual significa todo o tipo de pecado sexual. A cultura popular tenta desesperadamente desvanecer a linha que separa o amor verdadeiro da paixão imoral. Mas tal imoralidade é uma perversão total do amor verdadeiro, porque procura a autogratificação em vez do bem aos outros. A impureza é outra perversão diabólica do amor. O apóstolo Paulo emprega aqui o termo akatharsia, o qual se refere a todo o tipo de imoralidade sexual e impureza. Especificamente, ele refere-se à sujidade, à impureza e à ganância, que são as características particulares do companheirismo com mal. Este tipo de companheirismo não tem nada a ver com o amor verdadeiro, e o apóstolo afirma claramente que não tem lugar para ele no caminho do cristão.

A ganância é outra corrupção do amor que tem origem no desejo narcisista de autogratificação. É exatamente o oposto do exemplo que Cristo deu quando “se entregou por nós” (v. 2). No verso 5, o apóstolo Paulo compara a ganância à idolatria. Também isto não tem lugar no caminho do cristão e, de acordo com o verso 5, a pessoa culpada de tal pecado “não tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”

E tais pecados, diz o apóstolo Paulo, “nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos.” (v. 3). “Portanto, não sejais seus companheiros”, ou seja, daqueles que praticam tais coisas, diz-nos o verso 7.

Em outras palavras, não demonstraremos amor verdadeiro a não ser que sejamos intolerantes com todas as perversões populares do amor.

Hoje em dia, a maioria das conversas sobre o amor ignora este princípio. “O amor” foi redefinido como uma ampla tolerância que ignora o pecado e que abraça o bem e o mal de igual forma. Mas isso não é amor, é apatia.

O amor de Deus não tem nada a ver com isso. Lembra-te que a mais suprema manifestação do amor de Deus é a Cruz, sinal que Cristo “vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (V. 2). A Sagrada Escritura explica o amor de Deus em termos de sacrifício, de arrependimento pelos pecados cometidos e de reconciliação: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10). Em outras palavras, Cristo converteu-se em sacrifício para desviar a ira de um Deus ofendido. Longe de perdoar os nossos pecados com uma tolerância benigna, Deus deu o seu Filho como uma oferta pelo pecado para satisfazer a sua própria ira e justiça na salvação dos pecadores. Este é o coração do Evangelho. Deus manifesta o seu amor de uma forma que confirma a sua santidade, justiça e misericórdia sem compromisso. O amor verdadeiro “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.” (1 Co. 13:6). Este é o tipo de amor, no qual fomos chamados para caminhar. É um amor que primeiro é puro e depois, harmonioso.

Fonte: The Gospel Coalition

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

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A profunda superficialidade de nossos dias (Walter Mcalister)

Uma das características que melhor definem a época da História em que vivemos é a superficialidade. Somos pensadores superficiais. Somos cristãos superficiais. Aliás, eu diria até que somos profundamente superficiais. Claro que ser “profundamente superficial” é o que chamamos de um oximoro – uma expressão que se contradiz e, ao fazê-lo, afirma uma contradição. Assim como “água seca”, ou uma “verdadeira mentira”, “profunda superficialidade” soa como um absurdo. Mas é isso mesmo o que somos. Pois somos superficiais até as mais profundas profundezas da nossa alma. Não importa quão profundamente cavemos na nossa alma contemporânea, nunca chegamos a algo que seja substancial. Tudo é superficial. Nossos sentimentos mais profundos são superficiais. Nossas paixões mais arrebatadoras são superficiais, efêmeras, passageiras. Somos pessoas cuja alma se assemelha a uma floresta inteiramente composta por árvores sem raízes. Por mais que você consiga adentrar os recônditos mais escondidos da floresta, não achará uma árvore que tenha firmeza. Pois, sem raízes, qualquer uma delas é facilmente arrancada pelo vento e substituída.

Essa constatação não significa que não tenhamos sentimentos fortes. Temos. Não quer dizer que nossas atitudes não sejam profundamente sentidas. São. Mas todas as profundezas do nosso ser, de nossos sentimentos e das nossas atitudes são, em última análise, superficiais.

Tomemos como exemplo a postura atual da maioria da sociedade brasileira contra a homofobia. “Todos” se dizem profundamente inconformados com os “tão intolerantes” cristãos. Afinal, “todos sabem” que qualquer opção de vida que um indivíduo faça é seu direito e é algo “absolutamente normal”. Esse é o discurso feito em público. Só que o bloco político que fez da sua campanha a defesa dos homoafetivos foi derrotado nas urnas de uma maneira tão absoluta e humilhante que ninguém quer falar a respeito do assunto. Na hora do “vamos ver”, da defesa política da opção dessas pessoas, ninguém compareceu. Multidões aparecem para fazer uma parada festiva. Mas, na hora de transformar esse discurso em ação… nada. E, quando não há um gay por perto, a grande maioria dos que os defendem não hesita em fazer piadas sobre os seus trejeitos.

Mas não sejamos duros com os que não compartilham da nossa fé. Afinal, vivemos numa casa cujo telhado também é de vidro. Se começarmos a jogar pedras, estilhaços vão voar para todos os lados.

Vejo pessoas demonstrarem uma enorme paixão ao defender o culto “gospel”, com todas as suas manifestações emotivas e bombásticas, e que afirmam ter um profundo “amor” para com Deus e seu Filho, Jesus Cristo, para não mencionar também o Espírito Santo. Derramam lágrimas. Fiéis se prostram e até se arrastam pelo chão, rugindo como leões. Muitos abanam os seus braços numa comoção em massa, enquanto alguém grita ao microfone algo sobre render honra, glória e louvor ao Deus Altíssimo, criador dos céus e da terra.

Pouco tempo depois, muitos (sim, muitos) estão tomando umas e outras no barzinho e contando piadas sujas. Não são poucos os jovens que até terminam no motel uma noitada após um “cultaço”. Sua paixão profunda no culto não passa de uma profunda superficialidade. Sim, porque não há ligação entre uma paixão e a outra. Arrebatados pelo culto, são, em seguida, igualmente arrebatados pelos seus instintos mais baixos, traindo tudo o que o culto deveria representar.

Leio a lista dos interesses que pessoas escrevem em seu perfil do Facebook e me espanto. Enquanto dizem “curtir” o reverendo Paul Washer, “curtem” programas de televisão que promovem sexo ilícito e toda sorte de perversão, justo aquilo que o reverendo Washer combate tão claramente: True Blood, Sexo sem compromisso, Friends, Vampire Diaries, Crepúsculo e uma infinidade de filmes e seriados que vomitam sua imundície sobre o mundo todo. Qualquer um que fizesse um estudo do perfil da maioria dos jovens que povoam a nação virtual teria que chegar à conclusão de que são insanos, hipócritas, e ímpios disfarçados de crentes. E é exatamente o que são. Iludem-se ao pensar que podem ser amigos do mundo e também de Deus.

Seus corações não estão alicerçados em Jesus. Sua paixão por Cristo é tão profundamente superficial como sua paixão pelas inúmeras cores de esmalte (que é a moda atual entre as mocinhas de Cristo) ou por sapatos – sim, sapatos. De cabeças ocas e corações esfacelados, vivem sendo arrebatados pela última novela (sim, porque isso é normal e achar que não é torna-se legalismo), moda, filme ou música. Põem Jesus Cristo ao lado de Lady Gaga nas suas páginas de “curtir”.

É insano. Uma geração sem moral, sem raízes e sem um norte.

Mas… será que são todos assim? Claro que não. Alguns estão começando a pensar. Alguns estão começando a se questionar. Nem tudo está perdido. Mas a maioria, lamento dizer, está.

Na paz,

+W

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O cristão pode apoiar a prostituição? (Vincent Cheung)

“Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais. Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.”
(1 Tessalonicenses 4.1-8)

[É muito claro que em 1 Tessalonicenses 4, em seu início, o apóstolo Paulo está afirmando com toda autoridade dada por Deus que] A imoralidade sexual é a norma de conduta para não-cristãos. Paulo chama-nos a pensar de forma diferente, para viver de modo diferente, e distinguir-se dos incrédulos, que não conhecem a Deus.

Devemos mencionar isso uma e outra vez, porque o diabo é como um leão que ruge, procurando a quem possa tragar. É vital para a sobrevivência e progresso espiritual nos manter alerta e vigilante. Na falta desta vigilância, muitas famílias cristãs e congregações foram infiltradas por crenças e práticas não-cristãs. Alguns já perderam a sensibilidade para a imoralidade entre eles e em volta deles. Então, quando alguém desperta para a ordem divina e parte para combater a imoralidade, logo é ironicamente criticado e perseguido.

É  desnecessário salientar que só porque um pecado é comum não significa que não é um pecado. Quando consideramos o que a Escritura diz sobre esta questão da imoralidade sexual, torna-se óbvio que muitos cristãos não são diligentes o suficiente em proclamar os mandamentos de Deus.

Se a admoestação dos cristãos é rara e fraca para condenar a imoralidade sexual com ameaças de punição divina (v.6b) isto deve ser considerado social e eclesiasticamente inaceitável. Nenhum covarde é qualificado para proclamar a palavra de Deus, e infelizmente, poucos são qualificados.

Esse tipo de pregação é boa e necessária, e Paulo confere-nos a autoridade que precisamos (v.6c). Não faz diferença se a pessoa é um adúltero, um fornicador, uma prostituta, um homossexual ou alguma outra pessoa pervertida. Paulo escreve que Deus vai punir os homens de todos esses pecados. E acrescenta, “como já lhe dissemos e advertimos ” (1Ts 4.6c). O tema assume um lugar de destaque nos ensinamentos éticos do apóstolo, e ele considera digno de repetição, acompanhado de ameaças. O versículo 6 é melhor traduzido, “o Senhor é vingador em todas estas coisas “.  Isto é dito no contexto da declaração anterior.

Em outras palavras, Deus tomará para si a vingança. Portanto, é nada menos do que uma negligência grosseira do dever quando um ministro cristão falha em declarar a ordem de Deus sobre esta questão, e para isso exorta com ameaças. A Bíblia obriga-nos a pregar: “Se você cometer adultério, Deus vai puni-lo. Se você é um homossexual, Deus vai fazer você sofrer, Deus é o vingador. Ele vai destruir sua vida por trair seu cônjuge, Ele vai torturar você para sempre no inferno”. Quem pensar que isto é falso ou uma dura e desnecessária pregação cristã deve começar a ler a Bíblia. Nada menos que isso não é toda verdade. Este é o cristianismo: tomá-lo e obedecer-lhe ou deixá-lo e sofrer.

Está na moda pregar compreensão, compaixão, reconciliação [ecumênica],  e assim por diante, para adúlteros e homossexuais. A Escritura não fala sobre a imoralidade sexual dessa maneira. Ela define e mantém o padrão rigoroso de Deus sobre a questão e condena todos aqueles que transgridem. Há de fato perdão em Jesus Cristo, mas perceba que Paulo está alertando especialmente os cristãos, então que ninguém se ache no direito de parodiar o perdão divino.

Se quisermos refletir a ênfase bíblica sobre este assunto, então é necessário que multipliquemos as acusações e condenações em nossa pregação, em vez de evitar ou reduzir o assunto.

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Cristo Encorajamento Evangelho Modernismos Mundo Paul Washer Salvação Vida cristã

Mensagens da conferência Juntos em Cristo 2012

A Editora Fiel colocou à disposição o áudio das mensagens da Conferência Fiel 2012 e da conferência Juntos em Cristo 2012.

As mensagens podem ser baixadas e distribuídas gratuitamente. Sua comercialização é proibida.

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John Piper Mundo Oração Vida cristã

Perda de apetite (John Piper)

O maior inimigo da fome de Deus não é o veneno e, sim, a torta de maçã. Não é o banquete dos ímpios que embota nosso apetite pelo céu, é o incessante beliscar à mesa do mundo. Não é o vídeo obsceno, mas o gotejar de trivialidades no horário nobre que bebericamos todas as noites. Apesar de todo o mal que Satanás tem potencial para nos fazer, quando Deus descreve as coisas que poderão nos privar do banquete do seu amor, descobrimos que a lista contém um terreno, uma junta de bois e uma esposa (Lc 14.18-20). Os maiores adversários do nosso amor por Deus não são os inimigos dele – são suas dádivas a nós. E os desejos mais letais não são os apetites pelo veneno do mal, mas pelos simples prazeres terrenos. Pois quando substituem o apetite pelo próprio Deus, a idolatria é difícil de ser reconhecida e quase incurável.

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Evangelho J. C. Ryle Mundo Salvação

Suponha que um ímpio vá para o céu (J. C. Ryle)

Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

Por um momento, suponha que você, destituído de santidade, tivesse a permissão de entrar no céu. O que você faria ali? Que possíveis alegrias sentiria no céu? A qual de todos os santos você se achegaria e ao lado de quem se assentaria? O prazer deles não é o seu prazer; os gostos deles não são os seus; o caráter deles não é o seu caráter. Como você poderia sentir-se feliz ali, se não havia sido santo na terra?

Talvez agora você aprecie muito a companhia dos levianos e descuidados, dos homens de mentalidade mundana, dos avarentos, dos devassos, dos que buscam prazeres, dos ímpios e dos profanos. Nenhum deles estará no céu.

Provavelmente, você ache que os santos de Deus são muito restritos, sérios e individualistas; e prefere evitá-los. Você não encontra nenhum prazer na companhia deles. Mas não haverá no céu qualquer outra companhia.

Talvez você ache que orar, ler a Bíblia e cantar hinos são realizações monótonas e estúpidas, coisas que devem ser toleradas aqui e agora, mas não desfrutadas. Você reputa o dia de descanso como um fardo, uma fadiga; provavelmente, você não gasta mais do que um pequeníssima parte deste dia na adoração a Deus. Lembre-se, porém, de que o céu é um dia de descanso interminável. Os habitantes do céu não descansam, noite e dia, clamando: “Santo, santo, santo é o Senhor, Deus todo- poderoso” e cantam todo o tempo louvores ao Cordeiro. Como poderia um ímpio encontrar prazer em uma ocupação como esta?

Você acha que um ímpio sentiria deleite em encontrar-se com Davi, Paulo e João, depois de ter gasto a sua vida na prática daquelas coisas que eles condenaram? O ímpio pediria bons conselhos a estes homens e acharia que tem muitas coisas em comum com eles? Acima de tudo, você acha que um ímpio se regozijaria em ver Jesus, o Crucificado, face a face, depois de viver preso nos pecados pelos quais Ele morreu, depois de amar os inimigos de Jesus e desprezar os seus amigos? Um ímpio permaneceria confiantemente diante de Jesus e se uniria ao clamor: “Este é o nosso Deus, em quem esperávamos… na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25.9)? Ao invés disso, você não acha que a língua de um ímpio se prenderia ao céu de sua boca, sentindo vergonha, e que seu único desejo seria o ser expulso dali? Ele haveria de sentir-se estranho em um lugar que ele não conhecia, seria uma ovelha negra entre o rebanho santo de Jesus. A voz dos querubins e dos serafins, o canto dos anjos e dos arcanjos e a voz de todos os habitantes do céu seria uma linguagem que o ímpio não entenderia. O próprio ar do céu seria um ar que o ímpio não poderia respirar.

Eu não sei o que os outros pensam, mas parece claro, para mim, que o céu seria um lugar miserável para um homem destituído de santidade. Não pode ser de outra maneira. As pessoas podem dizer, de maneira incerta, que “esperam ir para o céu”, mas elas não meditam no que realmente estão dizendo. Temos de ser pessoas que possuem uma mentalidade celestial e têm gostos celestiais, na vida presente; pois, do contrário, jamais nos encontraremos no céu, na vida por vir.

Agora, antes de prosseguir, permita-me falar-lhe algumas palavras de aplicação. Pergunto a cada pessoa que está lendo este artigo: você já é uma pessoa santa? Eu lhe suplico que preste atenção a esta pergunta. Você sabe alguma coisa a respeito da santidade sobre a qual lhe estou falando? Não estou perguntando se você costuma ir regularmente a uma igreja, ou se você já foi batizado, ou se você recebe a Ceia do Senhor, ou se tem o nome de cristão. Estou perguntando algo muito mais significativo do que tudo isso: “Você é santo ou não?”

Não estou perguntando se você aprova a santidade nos outros, se você gosta de ler sobre a vida de
pessoas santas, de conversar sobre coisas santas, de ter livros santos em sua mesa, se você sabe o que significa ser santo ou se espera ser santo algum dia. Estou perguntando algo mais elevado: “Você mesmo é um santo ou não?”

E por que eu lhe pergunto com tanta seriedade, insistindo com tanto vigor? Faço isto porque a Bíblia diz: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Está escrito, não é minha imaginação; está escrito, não é minha opinião pessoal; é a Palavra de Deus, e não a do homem: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Que palavras perscrutadoras e separadoras são estas! Que pensamentos surgem em meu coração, enquanto as escrevo! Olho para o mundo e vejo a maior parte das pessoas vivendo na impiedade. Olho para os cristãos professos e percebo que a maioria deles não têm nada do cristianismo, exceto o nome. Volto-me para a Bíblia e ouço o Espírito Santo: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Com certeza, este é um versículo que tem de fazer-nos considerar nossos próprios caminhos e sondar nossos corações; tem de suscitar em nosso íntimo pensamentos solenes e levar-nos à oração.

Você pode menosprezar estas minhas palavras, dizendo que tem muitos sentimentos e pensamentos sobre estas coisas, mais do que muitos podem imaginar. Entretanto, eu lhe respondo: “Isto não é mais importante. As pobres almas no inferno fazem muito mais do que isto. O mais importante não é o que você sente e pensa, e sim o que você faz”.

Você pode argumentar: “Deus nunca tencionou que todos os cristãos fossem santos e que a santidade, conforme a descrevemos, é apenas para os grandes santos e para pessoas de dons incomuns”. Eu respondo: “Não posso encontrar este argumento nas Escrituras; e leio que ‘a si mesmo se purifica todo o que nele [em Cristo] tem esta esperança’” (1 Jo 3.3). “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Você pode argumentar que é impossível ser santo e, ao mesmo tempo, cumprir todos os nossos deveres nesta vida: “Isto não pode ser feito”. Eu respondo: “Você está enganado”. Isto pode ser feito. Tendo Cristo ao nosso lado, nada é impossível.
Outros já fizeram isto. Davi, Obadias, Daniel e os servos da casa de Nero, todos estes são exemplos que comprovam isto.

Você pode argumentar: “Se nos tornássemos santos, seríamos diferentes das outras pessoas”. Eu res- pondo: “Sei muito bem disso. Mas é exatamente isso que você deve ser. Os verdadeiros servos de Cristo sempre foram diferentes do mundo que os cercava — uma nação santa, um povo peculiar. E você tem de ser assim, se deseja ser salvo!”

Você pode argumentar que a este custo poucos serão salvos. Eu respondo: “Eu sei disso. É exatamente sobre isso que nos fala o Sermão do Monte. O Senhor Jesus disse, há muitos séculos atrás: “Estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.14). Poucos serão salvos, porque poucos se dedicarão ao trabalho de buscar a salvação. Os homens não renunciarão aos prazeres do pecado, nem aos seus próprios caminhos, por um momento sequer.

Você pode argumentar que estas são palavras severas demais; o caminho é muito estreito. Eu respondo: “Eu sei disso; o Sermão do Monte o disse”. O Senhor Jesus o afirmou há muitos séculos atrás. Ele sempre disse que os homens tinham de tomar a sua cruz diariamente e mostrarem-se dispostos a cortarem suas mãos e seus pés, se quisessem ser discípulos dEle. No cristianismo acontece o mesmo que ocorre em outros aspectos da vida: sem perdas, não há ganhos. Aquilo que não nos custa nada também não vale nada.

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A Maldição do Homem Moderno (A.W. Tozer)

Existe uma maldição antiga que permanece conosco até hoje — a disposição da sociedade humana de ser completamente absorvida por um mundo sem Deus.

Embora Jesus Cristo tenha vindo a este mundo, este é o pecado supremo dos incrédulos, o qual levou o homem a não sentir — nem sentirá — a presença dEle que permeia todas as coisas. O homem não pode ver a verdadeira Luz, tampouco pode ouvir a voz do Deus de amor e verdade.

Temos nos tornado uma sociedade “profana” — completamente envolvida em nada mais do que os aspectos físico e material desta vida terrena. Homens e mulheres se gloriam do fato de que são capazes de viver em casas luxuosas, vestir roupas de estilistas famosos e dirigir os melhores carros que o dinheiro pode comprar — coisas que as gerações anteriores nunca puderam ter.

Esta é a maldição que jaz sobre o homem moderno — ele é insensível, cego e surdo em sua prontidão de esquecer que existe um Deus. Aceitou a grande mentira e crença estranha de que o materialismo constitui a boa vida. Mas, querido amigo, você sabe que o seu grande pecado é este: a presença eterna de Deus, que alcança todas as coisas, está aqui, e você não pode senti-Lo de maneira alguma, nem O reconhece no menor grau? Você não está ciente de que existe uma grande e verdadeira Luz que resplandece intensamente e que você não pode vê-la? Você não tem ouvido, em sua consciência e mente, uma Voz amável sussurrando a respeito do valor e importância eterna de sua alma, mas, apesar disso, tem dito: “Não ouço nada?”

Muitos homens imprudentes e inclinados ao secularismo respondem: “Bem, estou disposto a agarrar minhas chances”. Que conversa tola de uma criatura frágil e mortal! Isto é tolice porque os homens não podem se dar ao luxo de agarrar as suas chances — quer sejam salvos e perdoados, quer sejam perdidos. Com certeza, esta é a grande maldição que jaz sobre a humanidade de nossos dias — os homens estão envolvidos de tal modo em seu mundo sem Deus, que recusam a Luz que agora brilha, a Voz que fala e a Presença que permeia e muda os corações.

Por isso, os homens buscam dinheiro, fama, lucro, fortuna, entretenimento permanente ou apego aos prazeres. Buscam qualquer coisa que lhes removam a seriedade do viver e que os impeça de sentir que há uma Presença, que é o caminho, a verdade e a vida.

Eu mesmo fui ignorante até aos 17 anos, quando ouvi, pela primeira vez, a pregação na rua e entrei numa igreja onde ouvi um homem citando uma passagem das Escrituras: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim… e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11. 28,29).

Eu era realmente pouco melhor do que um pagão, mas, de repente, fiquei muito perturbado, pois comecei a sentir e reconhecer a graciosa presença de Deus. Ouvi a voz dEle em meu coração falando indistintamente. Discerni que havia uma Luz resplandecendo em minhas trevas.

Novamente, andando pela rua, parei para ouvir um homem que pregava, em um cantinho, e dizia aos ouvintes: “Se vocês não sabem orar, vão para casa, ajoelhem-se e digam: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Isso foi exatamente o que eu fiz. E Deus prometeu perdoar e satisfazer qualquer pessoa que estiver com bastante fome espiritual e muito interessado, a ponto de clamar: “Senhor, salva-me!”

Bem, Ele está aqui agora. A Palavra, o Senhor Jesus Cristo, se tornou carne e habitou entre nós; e ainda está entre nós, disposto e capaz de salvar. A única coisa que alguém precisa fazer é clamar com um coração humilde e necessitado: “ó Cordeiro de Deus, eu venho a Ti; eu venho a Ti!”

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